— Jake, você chegou muito tarde. — A mãe do garoto, que estava sentada no sofá com um computador em seu colo, disse.

— Eu tive que levar o guarda-chuva até um garoto.

— Hum, vai pro seu quarto e toma um banho. — A mãe dele mandou.

— Tá. — Jake concordou e subiu até o seu quarto.

Entrou no seu quarto e fechou a porta. Logo em seguida deitou em sua cama.

— Acho que eu me apaixonei por aquele garoto irritante. — Olhou para o teto.
— Mas ele não faz meu tipo. — Respirou fundo. — Estou confuso, é melhor eu tomar banho e ir dormir.

Jake entrou na sua classe, indo direto para a sua mesa.

— Oi, Jake! Bom dia. — Heeseung sorriu.

— Oi. — Jake sentou-se em seu lugar, deixando sua mochila no chão ao lado da sua mesa.

— O que aconteceu? Você está cabisbaixo. Foi o Sunghoon? — Heeseung perguntou preocupado com Jake.

— É que… deixa pra lá.

— Pode falar. — Heeseung diz.

— É que eu acho que… eu tô gostando dele. — Jake falou, com a cabeça baixa.

— Mas você nem conhece ele direito!

— Eu sei, mas acho que é só coisa da minha cabeça.

— Acho que é mesmo. Não tem como alguém gostar de outra pessoa tão rápido sem se conhecerem direito.

— Deve ser coisa da minha cabeça. É porque eu passei o dia inteiro olhando pra cara dele, daí eu acho que eu já estava ficando louco.

— Heeseung! — Sunghoon chamou o garoto e foi até ele.

— Oi, Hoon! Aconteceu algo? — Heeseung perguntou.

— É que, na verdade, eu queria que você fosse na biblioteca comigo rapidinho. — Sunghoon respondeu.

— Claro! Você se importa, Jake?

— Não, claro que não. Pode ir. — Sorriu sem graça.

— Tá bom. — Foram até o lugar.

— Eu definitivamente estou sentindo algo por esse garoto que não é normal. — Respirei fundo.

— Alguma dúvida? — O professor perguntou e todos os alunos ficaram em silêncio. — Então, boa sorte! — O professor se sentou em sua cadeira.

— Jay. — Jake chamou o garoto.

— Oi. — Jay olhou para trás.

— Você sabe como é se apaixonar por alguém? — Jake perguntou.

— Por que a pergunta?

— É só curiosidade.

— Cara, é que na verdade, depende da pessoa.

— Como assim? — Jake ficou confuso, se ajeitou na cadeira.

— Tem alguns tipos que às vezes você pensa "não, ele não é pra mim". Eu já fiquei com alguns, mas não sei dizer o que é realmente amar alguém.

— Você acha que o Sunghoon gosta de alguém? — Jay olhou para Jake desconfiado.
— Não que eu esteja interessado.

— Eu não sei, mas ele está bem próximo da Sumin.

— Ele é hétero?

— É o que ele diz, mas eu tenho certeza que essa coca é fanta.

— Valeu, Jay.

— Sem problemas. — Jay voltou a prestar atenção na lousa.

— Gente, mas assim ficaria muito estranho. — Sungchan reclamou.

— Você tem que se contentar com o que temos. — Sunoo disse.

— Realmente, qual seria a graça do mundo se tivéssemos tudo? — Sumin concordou.

— Sumin, o que você está fazendo aqui? — Sunoo perguntou.

— Vocês se esqueceram que eu também faço parte do grêmio? Acho que o diretor sempre esquece que eu também participo. — Afirmou.

— Não temos tempo para conversar, e nem para ficar debatendo o que é bom e o que é ruim. — Eunchae se levantou da cadeira em que estava sentada. — É melhor começarmos agora.

— Sunghoon! — Alguém o chamou quando ele estava indo pegar uma maçã.

— Oi? — Tentou enxergar a pessoa que estava o chamando de longe.

— Você pode vir aqui? É rápido. — Sunghoon foi até o garoto como ele pediu.

— O que você quer, Minhee?

— Meu amigo queria saber se você é gay.

— Que amigo?

— Você não conhece.

— Se eu não conheço eu não devo satisfação nenhuma da minha vida para ele, e nem para você.

— Mas qual o problema em dizer sua sexualidade? Está escondendo algo que ninguém possa saber?

— Olha, Minhee. Eu sempre fui bem direto com minha sexualidade, e se seu amigo não souber é porque ele não estuda aqui, porque se estudasse já saberia.

— Não entendi.

— Às vezes eu acho que você é meio desatualizado.

— Tá querendo me provocar é?

— Eu não provoco gente com fogo no rabo.

— Então você provoca pessoas sem fogo no rabo?

— Não.

— Aham.

— Faz o favor me deixar em paz? Por favor, Minhee.

— Meus amigos vão ter que saber o jeito que você trata os colegas. Acho que esse tipo de gente não é responsável o suficiente para participar do grêmio, certo?

— Agora entendi.

— O quê?

— Você só está querendo arrumar briga para eu falar coisas com você, você vazar para a escola inteira para me tirarem do cargo de vice presidente do grêmio estudantil. Você está interessado em participar?

— Óbvio. Quem não estaria.

— Eu estou com dó de você. Alguém imaturo, irresponsável, mal caráter, e ainda por cima assediador.

— Você tem provas sobre que eu sou assediador?

— Eu já sei que você assediou o Jungwon, não precisa esconder.

— Nem parece que você não gosta dele.

— Se eu gosto ou não, não é da sua conta.

— Você quer me infrentrar? — Cruzou os braços.

— E se eu quiser?

— O que está acontecendo aqui?

01/11/2023