Capítulo 5: Dando fim ao ciclo
Minho acordou nervoso naquela manhã. Ele tinha tido vários pesadelos com as lembranças de Han no colégio. A raiva daquele relacionamento só aumentava enquanto ele tomava café. A dependência emocional, o quanto ele sofreu para se livrar daquilo e ainda estava ficando com o mesmo cara?! Era inaceitável.
Assim que chegou em casa depois daquele dia de aula, Minho enviou uma mensagem para Jisung. Precisava acabar com aquilo, mas antes, Minho queria se sentir melhor de algum jeito.
Minho: Está ocupado?
Han: Para você? Nunca. Precisa de algo?
Minho: Vem na minha casa.
Han: Ok, estou a caminho.
Em alguns minutos Jisung bateu na porta de sua casa e Minho atendeu.
- Oi, eu trouxe algumas coisas para você. Soube que esses dias vai chover então eu te trouxe um guarda chuva, uma capa de chuva, e meu endereço novo caso precise de algo e esteja sem sinal. - Han dizia colocando as coisas na mesa da cozinha enquanto Minho observava calado - Desculpa, não quis ser intrometido, é que eu percebi que não tem nada para se proteger da chuva na sua casa e...
- E aí você me trouxe essas coisas e seu endereço. Ok, como se algum dia eu fosse na sua casa te procurar.
- Não é isso, eu sei que você não iria até a minha casa, muito menos me procurar. Eu só deixei caso você precise de algo e não consiga falar comigo.
- Ok, Jisung já que está aqui, o que quer de mim como recompensa desse grande ato de cavalheirismo? Quer me comer? - Minho dizia com sua voz cheia de deboche.
- Não, quer dizer só se você quiser. Mas se eu puder pedir algo, eu queria te pedir um beijo. - Desde o dia anterior que Han sonhava com os lábios de Minho nos seus, um pouco de carinho em vez de só sexo.
- Você quer um beijo meu?
- Quero muito.
- Se quer tanto assim, se ajoelha e pede.
Sem pensar duas vezes, Han se ajoelhava, realmente.
- Min... Você pode por favor me beijar? Por favor.
- Não. Eu acho que esqueceu o quanto eu tenho nojo de você.
- Minho, me perdoa. Eu sei, eu sei que eu fui um idiota e tudo o que eu fiz não tem desculpa, mas o que mais eu posso fazer além de te pedir perdão? Eu realmente te amo, eu te amo muito. Eu poderia fazer qualquer coisa contanto que você me deixasse ficar perto de você.
- Mas eu não quero mais você perto de mim. O que tivemos foi casual e já perdeu a graça. Quero que saia e nunca mais apareça.
- Minho... Por favor. Me diz, qualquer coisa, eu faço, só me deixa ficar perto de você. - Jisung agarrava a sua perna extremamente desesperado.
- Sai, anda, sai. E não volta mais.
Minho empurrava Han para fora enquanto ele chorava pedindo qualquer coisa que ele pudesse fazer mas Minho estava irredutível e o expulsou de lá.
Jisung se sentou na porta e chorou, ele chorou muito. Aquilo doía como um inferno, mesmo sabendo que ele merecia a raiva de Minho. Jisung queria realmente ir embora e não voltar mais, mas ele não conseguia, ele o amava tanto que não conseguia nem pensar em ficar longe dele de novo.
Depois de muito chorar na porta de Minho, Han foi enfim para casa. Ele estava cansado, e tremendo depois de pegar chuva. Os olhos vermelhos de tanto chorar eram óbvios. O garoto de cabelos azuis então tomou um banho quente e vestiu outras roupas.
Enquanto isso, Minho estava em sua casa repassando inúmeras vezes a expressão de tristeza de Han ajoelhado na sua frente. Ok, ele tinha errado feio com ele, mas Jisung parecia realmente apaixonado e completamente dependente emocionalmente de Minho, e ele sabia exatamente o quanto aquele sentimento era ruim.
Ele não queria fazer igual, ele não queria nem que seu pior inimigo sentisse o que ele sentiu. Por esse sentimento o corroendo ele se levantou e pegou o endereço de Han indo até a casa dele.
Na casa de Jisung alguém batia na porta, ao abrir a porta não era Minho e sim seu pai.
- Pai? O que faz aqui? - Han perguntava dando espaço para o homem que passou puxando Jisung sem nem mesmo fechar a porta.
- Quero saber quando volta para casa garoto.
- Eu já disse, eu não vou voltar a trabalhar na oficina, eu vim fazer faculdade, eu juntei dinheiro e estou pagando o meu aluguel.
- E quer ser uma bixinha como você tinha me falado?
- Pai...
- Eu já disse, volta para casa e pare com essa besteira.
- Eu já disse que não vou voltar! Me deixa em paz! Você sabe o que vocês fizeram? Vocês acabaram comigo, acabaram com o meu relacionamento com a única pessoa que eu amei. Se bem que, a culpa foi minha de não ter sido forte por ele.
- Do que você está falando? Nós nem sabíamos que você era essa aberração até ano passado.
- Claro, porque eu fiz de tudo para esconder! Na verdade eu fiz de tudo para ser quem vocês queriam! Eu tentei, eu tentei não amar o Minho, eu tentei ficar com mulheres. Eu fiquei com inúmeras mulheres mesmo estando com ele, eu fui um idiota! - Jisung chorava - Eu traí meu namorado tentando gostar do que vocês me pediram, tentando ser o que vocês queriam que eu fosse!
- Agora quer colocar a culpa em nós? Primeiramente que não era nem para você estar em um relacionamento com outro homem! E se você meteu chifre no viadinho foi problema seu!
- Claro, enquanto isso vocês me diziam que se eu não tomasse jeito e não começasse a gostar de mulher eu iria para o inferno. E eu fiz o imperdoável por ser um burro idiota influenciado pelo medo que vocês me causavam. Eu fiz o meu namorado passar por homofobia pelos meus amigos e não fiz nada para proteger ele, porque eu tinha medo. Eu tinha medo de ser quem eu sou e tinha medo de vocês descobrirem. - Jisung dizia soluçando enquanto o choro era extremamente alto - Eu fiz ele namorar um idiota que nem mesmo conseguia assumir ele por medo que minha família homofóbica acabasse comigo. Eu trai ele tentando ser o que vocês queriam que eu fosse...
- Filho, você ficou com mulheres, esse é o certo!
- Não! Não o certo para mim! Mesmo que eu tentasse eu nunca, nunca gostei de beijar nenhuma daquelas garotas, na minha mente só vinha ele. Eu só amei ele em toda a minha vida, só ele. E eu estraguei tudo. Ele me odeia agora, me odeia tanto e com razão. Tem nojo de mim e a culpa é minha por ter sido um medroso!
Enquanto Jisung chorava alto falando tudo aquilo, Minho ouvia do lado de fora da porta boquiaberto. Querendo ou não, Minho sempre teve o apoio da família, a sua mãe sabia do seu namoro com Han e sempre o tratou muito bem. Mas Jisung nem sequer falava sobre sua família.
O quão difícil teria sido um adolescente criado em família extremamente homofóbica descobrir que aquilo que eles odiavam era exatamente o que ele era?! O quão difícil deve ter sido se apaixonar por Minho e namorar com ele enquanto dentro da sua casa aquilo era pregado como uma ida certa ao inferno?
Jisung se apaixonou por Minho e começou a namorar com ele, mesmo com a homofobia e ameaça constante dentro de casa ele não foi capaz de terminar com Minho, mesmo sendo apenas um adolescente ele o amava demais.
Han começou a ficar com garotas tentando ser o que os pais queriam que ele fosse, mas ele sabia que era errado trair Minho, Minho não merecia alguém que não sabia de fato quem era. Foi então que se sentindo culpado por beijar outras garotas e trair Minho, Jisung terminou o namoro. Era melhor do que continuar traindo quem ele tanto amava.
Com o tempo, mesmo que Jisung tentasse, ele não aguentava mais ouvir piadas homofóbicas dos amigos e de dentro de casa. Ele sentia falta de Minho constantemente então logo se desfez das suas amizades do colégio ficando apenas em casa trabalhando sem parar.
Mas em casa também não era nada fácil, a família inteira o pressionava para arrumar uma namorada e ele não queria, só sentia falta de Minho. Até que um dia ele explodiu. Jisung pegou toda a sua poupança e se inscreveu na faculdade de Minho, ele queria o encontrar a todo custo, queria pedir perdão, dizer que nunca jamais tinha esquecido dele, em nenhum dia sequer durante todos aqueles anos.
Han pintou o cabelo como sempre quis e foi atrás de seu grande amor e de sua vida longe daquela família tóxica. Assim que viu Minho no bar, Jisung se aproximou sorrindo, não podia acreditar que tinha o encontrado.
Naquele dia, Han não encontrou o Minho que conhecia, e sim o Minho magoado depois de tudo o que ele tinha feito. Por mais que Han quisesse o deixar em paz para viver uma vida feliz longe dele, Jisung não conseguia não olhar para Minho, não o querer por perto, não querer implorar por perdão a todo momento, não pedir para o tocar nem que seja uma vez sequer. E foi isso que ele fez, ele foi o que Minho deixou que ele fosse, contanto que pudesse estar ao seu lado de novo.
Enquanto Minho ouvia tais palavras de ódio do pai de Jisung dentro da casa do garoto, ele conseguia se por no lugar dele. Ser adolescente já não é fácil, e ser um adolescente que a família odeia e renega era mais difícil ainda. Han era um adolescente confuso e com medo. Foi então que Han voltou a falar com o pai.
- Eu amo o Lee Minho, e ele é um homem. Eu amo um homem e não tenho vergonha disso. Eu não tenho mais medo de você, eu não tenho mais medo do inferno porque sinceramente, eu acho que quem prega o amor não é indigno, já quem prega o ódio deve pensar duas vezes. - Han se calou a levar um tapa com força no rosto.
- Pois esqueça que tem uma família, nunca mais volte.
Minho se afastou da porta vendo o homem sair com ódio. O choro de Jisung era audível. Minho entrou na casa do garoto fechando a porta devagar. Han estava no chão chorando enquanto cobria o rosto.
- Hannie... - Ao ouvir a voz de Minho, Han levantou enxugando as lágrimas rapidamente.
- Oi Min. Você veio até aqui... Precisa de alguma coisa? Algo aconteceu?
- Hannie... - Minho se aproximou e abraçou Jisung que continuava tentando segurar o choro - Você pode chorar, não é feio chorar quando se está triste. Está tudo bem, pode chorar.
Jisung o abraçou voltando a chorar alto. Minho passava a mão por suas costas enquanto o garoto soluçava alto.
Depois que Han se acalmou um pouco, Minho lhe trouxe água de sua geladeira e ambos sentaram no sofá.
- Han, eu ouvi o que você e seu pai conversaram.
- Me desculpe por isso, não queria que você presenciasse esse show.
- Na verdade foi importante que eu escutasse, eu precisava saber a verdade sobre o que acontecia com você na época que nós namorávamos.
- Me desculpa Min, eu não fui forte. Eu não conseguia te deixar e não conseguia te assumir, isso foi tão babaca, me perdoa.
- Eu te perdoo, por tudo na verdade. Realmente você errou quando tentou gostar de mulher ainda estando namorando comigo, mas se eu soubesse de como era a sua vida e a sua casa eu teria entendido de outra forma. Me desculpa pelo que eu fiz mais cedo, eu estava magoado, mas mesmo assim eu não tinha direito de pisar nos seus sentimentos, aquilo foi horrível.
- Tudo bem, você tem motivos para me odiar afinal.
- Hannie, eu não quero que você faça tudo por mim, que me ame mais do que qualquer coisa. Não quero que tenha dependência emocional em mim, quero que seja independente e aprenda a se amar e a se respeitar sendo exatamente quem você é. Não tenha mais medo, você é um adulto agora, seja quem você quiser sem medo do julgamento dos outros.
- Tudo bem... Eu prometo fazer o meu melhor, vou aprender a me respeitar mais.
- Lembre, eu não quero ser a razão da sua vida, eu quero ser a soma dela, o que te faz mais feliz ainda na vida. Eu também já fui totalmente dependente emocionalmente de você, e isso não faz nada bem.
- Mas, o que quer dizer com isso? Você vai estar na minha vida ainda? - Han perguntava com os olhinhos brilhando.
- Vou. Não estou te pedindo em namoro nem nada disso, estou te chamando para sair. Quero que dessa vez a gente comece a ficar sério, sem ser só por sexo, ou pelo passado, vamos sair juntos e vê no que vai dar. O que acha? Eu quero dar uma segunda chance para a gente, mas dessa vez ambos sendo sempre claros sobre o que acontece na vida, sobre os pensamentos e medos, pode ser?
- Você realmente vai me dar outra chance?
- Sim, se você também me der outra chance. Vamos sair de maneira saudável para ambos, e se conseguirmos conquistar juntos um relacionamento que não seja tóxico e sim saudável, nós permanecemos, se não, nós vamos nos separar sem pensar duas vezes, pode ser?!
- Claro, claro que pode.
Ambos se beijaram e se abraçaram com aquela nova oportunidade. Eles estavam decididos a acabar com aquele ciclo tóxico em que o relacionamento deles estava cercado desde o início e aprenderem a construir algo bonito juntos com os belos sentimentos que ambos tinham.
E devo lhes dizer que eles conseguiram. Han buscava sempre ser um bom namorado na mesma intensidade que buscava ser uma boa pessoa para que finalmente se orgulhasse de si, longe de toda aquela pressão da família. Minho aprendeu a construir novamente a confiança em Jisung, afinal Han deu todos os motivos para que essa confiança fosse reconstruída aos poucos.
Ambos só voltaram a namorar quando sentiram que estavam prontos, era a hora. Ambos estavam amadurecidos e pronto para um relacionamento sério com quem amavam, sabendo somar a vida um do outro.
Notas finais:
Para um relacionamento dar certo, ambos têm que estar em sintonia. Se em algum momento um relacionamento não te faz bem, ele não te leva para frente, se você se sentir presa emocionalmente, se sentir pressão ou qualquer traço tóxico, saia. Se não conseguir, busque ajuda de quem você ama.
Relacionamentos abusivos existem a rodo nesse mundo, ninguém está imune a isso. Eu que achei que jamais passaria por isso, passei. E acreditem, é doloroso e difícil de sair. Mais difícil ainda é esquecer toda a dor e superar todos os traumas que isso pode trazer.
Busque sempre está conversando com os amigos e familiares, se eles te dizem que tem algo errado, busque ver direitinho. Jamais se afaste de amigos ou família por ninguém, saiba manter por perto quem esteve com você desde sempre.
E se você está passando por um momento onde não consegue se entender ainda, não entende sua sexualidade, tudo bem. O tempo vai te dizer, as experiências também, só lembre de não levar ninguém para isso. Afinal, ninguém merece ser a dúvida de ninguém. Busque namorar apenas quando tiver certeza de seus sentimentos. Afinal, namorar é literalmente um relacionamento sério.
E sobre o plot, Alexy quase me matou de raiva quando me veio com a ideia de Jisung ser um babaca. Sinceramente quis bater nele, mas pensei, porque não transformar esse plot em algo que eu escreveria? Afinal, eu adoro um desafio.
Então logo tratei de fazer uma história minha em cima desse plot. Mas na verdade a mensagem que ele me mandou foi a seguinte:
Alexy: Han Jisung e Minho namoram ao um tempão, só que Han nem gostava de Minho e ficava traindo ele aí Minho descobriu mas fingiu que não viu (isso no ensino médio)ent eles terminaram (mas Minho ainda não havia contado que sabia das traições)
Depois na faculdade eles se reencontraram e Han foi pra cima dele todo felizinho, eles foram pra um banheiro e Minho bateu uma punheta pra ele e dps Han pediu pra lee beijar ele, Minho beijou mas dps humilhou ele e cuspiu de nojo, deixando Han nescecitado ali, humilhado 😥🖐️
(O final tudo pode fazer, aff)
Fiz bem simples pra explicar
Mas Han é um cafajeste vagabundo
Assim que eu li, essa foi minha honesta reação: 🤡🤡
Mas ok, fiz o que pude com o plot que ele me deu. E eu realmente espero que você tenha gostado Alexy. Sei que pode não ter ficado exatamente do jeitinho que você me pediu, mas eu escrevi com todo carinho sem sair do meu jeitinho de escrever. Te amo filho.
Espero que tenham gostado dessa história, eu acabei me apaixonando por ela enquanto escrevia. E não deixem de conferir meu plot, o que dei para o Alexy, que escreveu a fanfic chamada "Entre linhas e Flashlights". Está disponível no perfil dele, espero que gostem do meu plot e da história dele, e espero não querer bater nele quando eu ler a história. Se ele não tiver feito final feliz vou dar uma chinelada nele.
E é isso, até a próxima meus netos. Realmente amei esse desafio. Obrigada Alexy ❤️
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