Ela não acompanhou Robert na bateria de exames que Rafael pediu e nem na consulta para mostrar os resultados. Mas não estar na sala Não significava que ela não estava lá.
Enquanto observava o resultado do exame de sangue que pegou no laboratório seu telefone tocou no bolso do jaleco. 
Ela atendeu com receio.
- Oi, mãe. – disse olhando o os leucócitos do marido.
- Oi, filha. Como você está?- perguntou Graça, a voz uma oitava a baixo.
- Estou bem.- era verdade.
- E o Robert?
Ana franziu o cenho e soltou um longo suspiro.
- Ele está em consulta, mãe. – ela hesitou. Fazia meses que sua mãe não atendia suas ligações, nem ela , nem seu pai e nem seus irmãos.- Aconteceu alguma coisa?
Graça demorou alguns segundos para responder.
- Eu não quero parecer interesseira, filha. Mas não tem outro jeito de eu me aproximar de você sem que você pense isso ou a família dele pense isso.
- Mãe...
- Me deixa terminar, ok?- Ana ficou muda.- Nós estamos com saudade, menina. De você, da sua alegria, das suas palavras sem filtro. Ana você é nossa filha e eu me recuso a te perder por um erro que você parece estar lidando com as consequências muito bem. Seu pai e seus irmãos estão com saudade, assim como eu.
Ana ficou sem saber o que falar. Ela sempre amou sua família e sempre foi muito grata a tudo o que fizeram por ela. Estar sem falar com eles não foi escolha dela e , de certa forma, ela sofria com a ausência de todos.
- Eu também sinto falta de vocês, mamãe.
- Venham aqui em casa.- disse Graça- Venham passar o fim de semana com a gente.
- Mãe....
- Por favor, filha.
- Eu vou conversar com o Robert, ok?- disse a morena  coçando a cabeça.
- Vamos esperar vocês.
Ok, aquilo tinha deixado Ana surpresa.
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- Você acha que ela está mentindo?- perguntou Karolaine sentando ao lado de Ana no sofá da sala dos STAF.
- Não. Minha mãe não faz esse tipo.- ela disse roendo a ponta do alongamento de unha.- Você conseguiu acompanhar a consulta?
Karolaine sorriu.
- Apesar do Dr. Rafael ter achado muito estranho o meu interesse eu consegui sim.- Ana olhou para ela em expectativa.- Seu marido está apto para fazer pequenos e médios esforços.
Ela gargalhou.
- O que foi sua doida?- disse a amiga levando um susto.
- Que os jogos comecem.
- Cara, eu tenho muita pena do vampirinho.
- Não chama ele assim.
- Ata, agora ele é um morcego ne?
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Antes de voltar para casa Robert foi até o set de filmagem se colocar a par das suas próximas cenas a serem gravadas. Ele não esperava a recepção calorosa que recebeu e acabou demorando mais do que queria.
Quando chegou em casa encontrou Ana jogada no sofá da sala comendo pipoca e assistindo... oh, não.
- Faça  favor de tirar isso?- ele pediu ao ver Harry Potter e o cálice de fogo passando na TV.
Ela nem se deu o trabalho de olhar para ele.
- Nem pensar, sou apaixonada pelo Fred weasley e adoro esse filme.
- Por que você tem tanto prazer em me irritar?- perguntou roubando um punhado de pipoca e sentando ao lado dela.
- É que acho você uma gracinha todo vermelho assim.- Ana admitiu sorrindo. Mas então seu rosto assumiu uma posição seria.- Eu preciso falar com você sobre algo que me deixou surpresa.
Robert se endireitou no sofá e olhou para ela apreensivo.
- O que houve?
- Minha mãe me ligou.- Ele ergueu uma sobrancelha, estavam juntos a meses e ele nunca sequer viu a família dela.- É,  Eu sei. Ela quer que nos dois fôssemos passar o fim de semana com eles.
-  Por que isso?
- Eu não sei.- ela admitiu olhando os olhos azuis dele.- Ela disse que está com saudade e arrependida de tudo o que me falou.
- Ana... Desculpa perguntar... Mas...
- Você quer saber se eu acho que isso é alguma forma deles se aproximarem e se aproveitarem da sua fama?- meio hesitante , Robert assentiu.- Por mais que eles tenham me maltratado eu não acho que sejam capazes disso.
Ele fez uma careta engraçada e coçou  a cabeça.
- Bom, então acho que temos uma viagem para o fim de semana.
Um meio sorriso surgiu nos lábios dela.
- Acho que sim...