◉✿ - 52 CAPÍTULO - ✿◉
Os meses tinham se passado e Ludmilla já estava com oito meses de gravidez, com a barriga grande e redonda, estando mais cansada do que o normal nos últimos dias, sentindo dores e passando a maior parte de seu tempo deitada.
Por vários momentos Ludmilla se pegou pensando se aguentaria aquela gravidez até o final, pois a cada dia que se passava ela se sentia mais fraca e impotente para levar a gestação a diante, seu corpo estava cansado e isso era fato, todos percebiam, mas o casamento já estava marcado, e Ludmilla colocar seu vestido e subir no altar ao lado de Silvana.
Alex tinha se negado a ir no casamento da filha, para ele aquilo era o maior dos absurdos, sem sombra de duvidas, e apesar de magoada Ludmilla não fez muita questão de sua presença, ela apenas convidou a mãe para leva-la até Brunna.
O casamento iria acontecer na casa de campo da família, assim como a curta lua de mel — que seria apenas dois dias —, já que Ludmilla não podia em hipótese alguma ficar muito tempo longe, sua gravidez era de risco e era bem provável que ela não aguentasse até o final, então ela teria que estar na cidade, com hospitais ao seu dispor.
A mudança para Londres também tinha sido adiada por um tempo, pelo menos até Jasmine nascer, e então elas iriam para a nova casa, que era bem maior do que a que elas moravam no momento. As outras meninas tinham aceitado a proposta de Ludmilla e já estavam com as malas prontas para Londres, os apartamentos já estavam alugados e tudo certo para que tudo fluísse bem.
— Já está pronta Lud? — Brunna perguntou saindo do closet.
— Sim. — Ludmilla balançou a cabeça soltando um suspiro cansado quando terminou de calçar o tênis. — Vamos, estou ansiosa para o que a médica vai falar.
— Vai dar tudo certo amor. — Brunna respondeu sentando-se ao lado de Ludmilla na cama. — Me lembro quando estava esperando Donna, os últimos meses foram os mais exaustivos.
— Eu espero que sim. — Ludmilla a olhou. — Ontem comprei meu vestido.
Ludmilla se levantou lentamente colocando as mãos nas costas e andando feito uma "patinha" até a porta, sentindo a respiração pesada em cada passo que dava, deixando Brunna cada vez mais proucupada, até mesmo sua voz estava pesada e cansada.
Brunna correu até ela e apoiou uma mão em suas costas e pegou em sua outra mão a ajudando a negra a descer a escadas lentamente, vendo Donna na sala brincando com Luane. Ludmilla sorriu com a cena e parou para descansar alguns minutos antes de continuarem o caminho até o carro.
— Você e Jasmine estão bem mama? — Donna perguntou tirando a atenção de seus desenhos olhando para suas mães.
— Sim meu doce, estamos bem. — Ludmilla respondeu sorrindo e chamou a filha com as mãos.
Donna largou os lápis coloridos sobre a mesa de centro e correu até a negra, abraçando-a. Ludmilla sorriu e acariciou o cabelo da filha, sentindo as mãozinhas pequenas tocando sua barriga fazendo carinho, e Ludmilla sentiu Jasmine chutar, como se respondesse de algum modo os toques de sua irmã mais velha.
— Que bom mamãe. — Donna beijou sua barriga. — Volte logo, eu posso fazer pizza pra você, a tia Luane vai me ensinar.
— Desde quando você cozinha, Luane? — Ludmilla olhou para a irmã mais nova.
— Desde sempre. — Luane balançou os ombros. — Donna vem aqui pra gente terminar os desenhos, vou levar você pra tomar sorvete depois. Quer?
— Sim tia. — Donna soltou a mãe e voltou até a mesa. — Tchau mamães. — a menina acenou.
Após se despedirem Brunna e Ludmilla foram para o carro e Ludmilla pode finalmente se sentar e descansar. O caminho até a clínica de obstetrícia foi longo, e calmo, nenhuma das duas tinham muita coisa para falar naquele momento, ambas estavam proucupadas demais para falar sobre qualquer coisa.
Brunna estacionou o carro e desceu dando a volta rapidamente para ajudar Ludmilla a descer do carro. Muito calmamente, elas foram para dentro da clínica e foram chamadas rapidamente para dentro da sala da obstetra de Ludmilla. A mulher lançou-lhes um sorriso simpático ajeitando-se em sua cadeira. Ludmilla e Brunna foram até as cadeiras que estavam em frente a mesa e se sentaram.
— Como você está, Ludmilla? — dra. Emily perguntou e Ludmilla soltou um longo e cansativo suspiro.
— Cansada, pesada, com dores, tenho ficado deitada a maior parte do tempo. — Ludmilla respondeu e sentiu a mão de Brunna sobre a dela, apertando levemente na tentativa de passar-lhe um pouco de segurança.
Brunna sabia como Ludmilla estava se sentindo, ela tinha a mesma expressão triste que no início da gestação, quando ela estava coberta de medos e receosa sobre aquela gestação, e agora que ela estava realmente cansada e achando que aguentaria levar a gestação ao final precisando do apoio de Brunna mais do que em qualquer outro momento.
— É normal no final da gravidez, ainda mais no seu caso, mas nós vamos marcar o dia do parto antes que isso possa se tornar perigoso pra vocês duas.
— Marcar? — Ludmilla franziu o cenho olhando para a medica. — Mas eu quero ter um parto natural.
— Mas não é possível Ludmilla. — a medica disse com o maximo de cautela no instante em que percebeu os lábios trêmulos da negra. — Você não vai aguentar chegar até as quarenta semanas, séria exaustivo demais pra você esperar até que sua bolsa estoure. Por isso a melhor das opções é marcar o dia do parto, assim podemos garantir que vocês duas estarão bem.
— Tudo bem. — a voz de Ludmilla saiu baixa quase inaudível.
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J
á era noite e todos da casa estavam dormindo, o silêncio tomava conta de tudo, mas enquanto isso os pensamentos de Ludmilla gritavam, a impedindo de dormir e por isso ela estava sentada na sacada de seu quarto, chorando baixo e soluçando, se sentindo tão fraca quanto no começo de sua gravidez com um enorme medo de simplesmente falhar, de não aguentar.
Ludmilla ouviu uma movimentação em seu quarto e secou o rosto rapidamente olhando para a porta vendo Brunna parada ali. A negra tentou sorrir mas não deu certo, o choro saiu quase que automaticamente e Brunna se desesperou indo até ela.
— Ei amor, por que está chorando? — Brunna se abaixou em frente à ela colocando ambas as mãos em suas bochechas. — Ludmilla fala comigo por favor.
— Eu só queria poder dar a luz a nossa filha de um jeito natural. — ela soluçou. — Você deu a luz desse jeito.
Brunna sentou-se ao lado de Ludmilla e abraçou-a de lado. A negra deitou a cabeça em seu ombro e continuou chorando, soluçando e tossindo, realmente chateada com aquilo. Brunna apertou Ludmilla em seus braços sentindo o peito doer ao ver sua noiva daquele jeito.
— Assim vocês estarão mais seguras, você sabe da sua condição, vida. Nós só queremos que vocês fiquem bem. — Brunna disse.
— Eu sei... Eu só, só estou me sentindo cansada demais, com dor e medo. — Ludmilla confessou. — Só quero nossa filha aqui com a gente.
— Logo ela vai estar, logo nós vamos ter Jasmine aqui, vamos estar casadas e completas.
Ludmilla parou de chorar e balançou a cabeça sorrindo minimamente, olhando com seus grandes olhos chocolates transbordando amor.
— Eu não sei o que eu faria sem você, de verdade.
— Eu também não sei querida, pois sem você eu acho que não seria nada. — Brunna respondeu.
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