◉✿ - 50 CAPÍTULO - ✿◉
Ludmilla abriu calmamente a porta da garagem e colocou apenas a cabeça para dentro olhando para os lados só para ter a certeza que Brunna não estava ali, e ao constatar aquilo ela suspirou aliviada e entrou, deixando a bolsa sobre o balcão e tirando os saltos dos pés, gemendo de alivio quando seus pés tocaram o chão, e pulou de susto quando levantou a cabeça e viu Brunna parada em sua frente.
— Aonde você estava? — Brunna perguntou com os braços cruzados, olhando com desconfiança.
— Sair um pouco para arejar a mente. — Ludmilla tentou mentir esquecendo do que pediu para Mia dizer a Brunna caso ela viesse a perguntar dela.
— Hum. — Brunna murmurou desconfiada. — Você nunca sai sem antes me dar um beijo de bom dia ou me dizer aonde vai, eu me preocupei. — a morena suavizou a expressão irritada e caminhou até Ludmilla.
Brunna sorriu com ternura e passou a mão pela pele macia da negra, sentindo seu perfume doce e inebriante enquanto sentia-se necessitada de um beijo. Ludmilla retrubuiu o sorriso e pegou com leveza na cintura de Brunna por baixo de seu pijama causando leves arrepios na morena.
— Eu faço o café e você conta como foi a viagem? — Ludmilla perguntou, selando os lábios demoradamente. — O que acha vida?
Brunna sentiu o coração acelerar, hora ou outra ela teria que contar sobre Lorena, e Ludmilla também queria contar a surpresa que estava preparando para ela. Brunna balançou a cabeça e beijou Ludmilla uma última vez antes de irem até o fogão. Ludmilla foi até a geladeira pegar os ingredientes para fazer as panquecas que Mia tinha ensinado, e Brunna sentou-se.
— Quer suco amor? — Ludmilla perguntou, enquanto pegava morangos, amoras e blueberry, tudo o que Donna e Ludmilla gostavam que colocasse nas panquecas.
— Querida, mamãe pediu para te avisar que foi levar Donna para sair com Rose e elas só voltam depois do almoço, e Luane está no sono dos anjos. — Brunna informou e Ludmilla balançou a cabeça colocando as frutinhas sobre o balcão indo pegar as coisas necessárias para fazer a massa da panqueca. — Desde quando sabe fazer panquecas?
— Bom, eu passo muito tempo sem fazer nada, sua mãe passa tempo demais vendo programas culinários e pondo em pratica o que vê, uma coiaa ligou a outra. — Ludmilla balançou os ombros. — Mas me diga, como foi a viagem?
Brunna se calou por alguns minutos pensando se realmente deveria contar para ela, enquanto Ludmilla pensava em como iria contar que elas vão se mudar para Londres logo depois do casamento delas, pelo que Ludmilla conhecia de Brunna ela não ia querer aquilo, não mesmo. Ainda mais quando faltava pouco tempo para o casamento e Ludmilla ainda estaria grávida, era arriscado.
— Temos chocolate, aqueles em gotinhas, pra colocar na panqueca? Sua irmã gosta. — Ludmilla deixou a massa de lado por alguns segundos e encarou Brunna, já começando a ficar desconfiada.
— Sim, na dispensa. — respondeu. — Como foi a viagem Brunna? — perguntou alto para que Brunna pudesse ouvir.
Gonçalves mordeu os lábios receosas não sabendo o que responder ao certo. Brunna ainda não tinha dito para ela que foi demitida, ou que Lorena tentou agarra-la no banheiro e muito menos que ela e a amiga — se assim podemos dizer —, tinham falado aquelas coisas para a chefe e agora estavam no olho da rua, mas Brunna tinha certeza que isso não iria incomodar Ludmilla, não a falta de emprego, mas sim o abuso de Lorena.
Quando Brunna voltou a olhar pra Ludmilla, ela estava seria a encarando de braços cruzados.
— Você está me escondendo algo. — Ludmilla disse e Brunna respirou fundo, deixando o pacote com gotas de chocolate sobre o balcão.
— Lorena deu em cima de mim diversas vezes na viagem, mas eu não traí você. — Brunna disse tudo tão rápido que Ludmilla mal tinha tido tempo de entender. — Ela entrou no banheiro quando estavamos numa festa ela queria falar comigo a sós, uma amiga que fiz no trabalho, Sabrina, ela não quis me deixar sozinha com ela, tivemos uma pequena discussão e fomos as duas mandadas embora, nos demitimos na verdade. — a morena finalizou com um longo suspirou e abaixou a cabeça evitando olhar para Ludmilla.
Ludmilla estava irritada, muito irritada, sentindo o sangue ferver e uma vontade enorme de ir até Lorena e enche-la de tapas, depois sair como se nada tivesse acontecido, com muita classe, mas ela não podia, e tudo que ela pensava no momento era se acalmar para que assim ela e sua bebê não corressem nenhum tipo de risco.
— Pegue o meu celular. — Ludmilla ordenou e Brunna olhou-a confusa. — Vou processar Lorena, ela não pode fazer isso. Aquela piranha venenosa, quem ela acha que é?
Ludmilla foi até sua bolsa já que Brunna se manteve parada e pegou o celular pronta para ligar para o advogado ela iria processar Lorena imediatamente e a sorte da morena era que Ludmilla não podia se estressar — por mais que já estivesse estressada —, caso contrário ela já estaria em seu escritório enchendo-a de tapas.
— Ludmilla querida, se acalme. — Brunna pediu indo até ela.
Gonçalves segurou as mãos trêmulas de Ludmilla que vasculhavam a bolsa em busca de seu celular. Ludmilla encarou Brunna com a respiração acelerada, voltando a si em poucos segundos, percebendo que precisava imediatamente se acalmar. A morena acariciou o rosto de Ludmilla e beijou seus lábios, um beijo simples, mas o suficiente para trazer a paz de volta.
Brunna guiou Ludmilla até uma cadeira e ela se sentou, pousando as mãos na barriga sentindo a agitação de sua filha.
— Eu estou bem vida, estou em casa com você e nossas filhas, amanhã vou até lá e pego minhas coisas, vou com sua irmã se quiser, até minha mãe, só fique calma. — Brunna pediu sentindo uma culpa enorme tomar conta de si. — Eu devia ter ouvido você quando quando disse que aquela mulher não vale nada.
Ludmilla apenas balançou a cabeça se encostando na cadeira, podendo relaxar um pouco mais o corpo.
— Me desculpe. — Brunna pediu.
— Não tem que se desculpar por nada, amor. — Ludmilla tocou o rosto de Brunna. — Por absolutamente nada. Só me promete que vai me ouvir quando eu disser que alguém, como no caso da Lorena, não presta.
— Eu vou amor, prometo pra você. — Brunna afirmou beijando Ludmilla novamente. — Só se acalme, eu vou fazer um chá e você vai ficar sentada ai enquanto termino o café da manhã.
— Tudo bem. — Ludmilla disse.
Alguns minutos depois Ludmilla já estava mais calma, tomando seu chá e assistindo ao noticiário, enquanto Brunna fazia as panquecas e um cheiro maravilhoso estava se espalhando pela casa, até mesmo a mesa do café já estava parcialmente pronta já que Ludmilla tinha arrumado. A negra então lembrou-se do que iria falar para Brunna antes daquele estresse todo e suspirou chamando sua atenção.
— Quer alguma coisa, está se sentindo bem? — Brunna perguntou afoita e Ludmilla sorriu negando.
— Tenho algo para contar à você. — disse e Brunna franziu a testa prestando bastante atenção. — Nós vamos mudar para Londres pois eu vou comandar uma nova revista, não sozinha na verdade, mas com Claire.
— Vocês não se odiavam? E que história é essa de ir para Londres, e as meninas?
— As meninas, se quiserem lógico vão comigo sem excessão, e você vai ter sua própria confecção de roupas. — Ludmilla terminou de dizer e o rosto de Brunna se iluminou com um grande sorriso. — Se você quiser claro, caso não, ficamos aqui.
— Minha própria confecção? — Brunna perguntou eufórica e o cheiro delocioso de panqueca foi substituído pelo cheiro de queimado, mas Brunna não pareceu se importar. — Meus modelos sendo produzidos em grande escala, meus desfiles e... Como?
— Que cheiro é esse? — Luane apareceu na cozinha olhando para a irmã e a cunhada que parecia estar prestes a enlouquecer de felicidade. — Está tudo bem? — a menina as encarou confusa.
Brunna então voltou para si e desligou as panquecas, vendo Ludmilla se levantar e ir até ela, parando ao seu lado. Luane balançou os ombros quando não obteve resposta e pegou os pratos com panquecas cheirosas e quentinhas sobre o balcão indo para a mesa tomar seu café da manhã.
— Eu tenho os meus contatos, o meu jeito de conseguir as coisas, e não importaria até onde eu teria que ir só pra tirar um sorriso do seu rosto. Seria muito egoísmo meu seguir com a minha carreira e querer que você trabalhe para mim em algo que não goste. — Ludmilla disse abraçando Brunna pela cintura. — Então amor, nós vamos para Londres?
— Com certeza nós vamos para Londres.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro