◉✿ - 47 CAPÍTULO - ✿◉
A chuva caía forte do lado de fora da casa, o frio parece invadir todos os cômodos de modo que ninguém nem pensasse em sair debaixo das cobertas, muito menos Ludmilla e Donna. A menina tinha convencido a mãe a usar um pijama de unicórnios rosa idêntico ao seu, Brunna também tinha um, mas ela não estava em casa que pudesse usa-lo, e só de pensar nisso Ludmilla ficava deprimida.
Donna dormia tranquila agarrada a ela, com uma expressão de paz em seu rosto, e Ludmilla olhava cada vez mais apaixonada para a filha, fazendo carinho em seu rosto e admirando os detalhes delicados que lhe lembravam tanto de Brunna, fazendo ela constatar que Donna era uma misturinha perfeita de seus pais, mais parecida com seu pai claro. Lentamente, Ludmilla tentou se afastar de Donna sem que a menina acordasse, mas falhou.
A menina abriu seus olhos lentamente, piscando ainda sonolenta para Ludmilla, que sorriu doce para a menina e fez um leve carinho em suas bochechas.
--- Que bom que acordou, vida. --- Ludmilla lançou um olhar amoroso para Donna, que se arrastou até a mãe e deitou a cabeça em suas pernas, colocando a mão em sua barriga. --- Sua irmãzinha gosta quando você está perto.
--- Ela se mexe sempre pra mim. --- Donna levantou a cabeça e beijou a barriga de Ludmilla. --- Não vejo a hora de você sair daí, Jasmine.
Ludmilla estreitou as sombracelhas e encarou a filha com mais atenção, sorrindo com aquilo. Seu maior medo era que Donna se sentisse enciumada ou deixada de lado quando sua irmã nascesse, mas tudo indicava que ela iria aceitar bem a nova integrante da família e aquilo deixava Ludmilla extremamente aliviada.
--- Você escolheu um nome meu amor? --- Ludmilla continuou olhando para a filha.
Donna balançou a cabeça e então se sentou na cama, passando a mão em seu cabelo o jogando para trás. --- Bom, eu estava com o Théo e a vovó Mia plantamos flores no jardim hoje cedo, ela me pediu para escolher algumas sementes das flores que queríamos e mostrou fotos de como elas eram, e eu plantei umas flores bem bonitas, e gostei do nome delas, e decidi que a minha irmã deveria se chamar assim também, só que de um jeito mais especial, Jasmine. Podemos chama-la assim?
Ludmilla estava chorando naquela hora, sem um motivo razoável para aquilo, apenas por estar emocionada com as palavras de Donna, que agora à encarava com seus grandes olhos castanhos esperançosos esperando uma resposta de sua mãe. A negra puxou Donna para um abraço e beijou as bochechas da filha, demostrando todo o amor que ela sentia em seu coração.
--- Claro meu anjo, o nome da sua irmã vai ser Jasmine, Jasmine Gonçalves Oliveira.
--- Gostei. --- Donna beijou o rosto de Ludmilla secando suas lágrimas. --- Vamos comer mamã, eu tô com fome?
Donna saltou da cama e calçou suas pantufas saindo do quarto, não se importando muito em esperar sua mãe. Ludmilla também se levantou, fungando um pouco e sorrindo com a mão na barriga, ela tinha realmente gostado do nome de sua bebê. A negra então nem se preocupou em calçar nada ficando apenas com suas meias, seguindo até o primeiro andar, aonde Donna já estava.
Quando Ludmilla chegou na cozinha ela viu sua sogra sentada, com sua atenção virada para a televisão atenta no jornal da tarde, enquanto tomava seu café.
--- Vovó, o que acha de fazermos bolo? --- Donna andou até Mirian que nem se deu o trabalho de olhar para Donna.
--- Querida, sua avó está ocupada. --- Ludmilla disse, indo até a geladeira.
--- Isso mesmo. --- Mirian bebeu o café e bagunçou o cabelo da neta, que fez um bico e se virou para Ludmilla.
--- Em mamãe? --- Ludmilla balançou a cabeça negando, se lembrando do desastre que foi para fazer os cupcakes.
--- Tenho uma idéia melhor. --- Ludmilla tirou da geladeira pasta de amendoim e colocou sobre o balcão, fechando-a em seguida. --- Vamos fazer sanduíche de pasta de amendoim e depois nós buscamos o Théo e chamamos a tia Luane para ir comer pizza, huh?
Ludmilla perguntou enquanto pegava os ingredientes para fazer sanduíche e os colocava sobre o balcão.
--- Uma ótima ideia, vou chamar a tia Luane. --- Donna correu para fora da cozinha deixando a mãe e a avó para trás, gritando Luane enquanto subia as escadas.
--- Você quer ir, Mirian? --- Ludmilla perguntou, olhando rapidamente para a sogra que negou.
--- Vou ficar aqui, mas obrigada pelo convite, como está se sentindo? --- Mirian pegou o controle desligando a televisão e direcionou toda a sua atenção para a nora. --- Brunna me disse para ficar de olho vivo em você.
Ludmilla soltou uma pequena risada, passando bastante basta de amendoim em seu pão, o colocando em um prato.
--- Estou ótima, obrigado por se preocupar. --- Ludmilla disse, dando uma grande mordida em seu pão.
--- Donna me contou do nome que escolheu para a irmã, você gostou? --- Mia perguntou, sorrindo quando a negra balançou a cabeça sorrindo também. --- Você está mesmo com fome.
--- Sim, estava meio enjoada no almoço e não comi muito. Brunna chega amanhã cedo, eu estou pensando em fazer um almoço para ela, o que acha?
--- Claro, ela deve estar morta de saudade de vocês. --- Mia disse, se levantando e colocou a cadeira em seu lugar. --- Bem, eu vou me deitar um pouco, bom jantar pra vocês querida.
--- Obrigado, Tia. --- Ludmilla sorriu, logo ficando sozinha na cozinha levando seus pensamentos até Brunna.
Quando Ludmilla estava prestes a sair da cozinha depois de ter terminado seu lanche, ela ouviu o telefone tocar e foi até ele pegando-o.
--- Ludmilla Oliveira?
--- Sim, sou eu, que fala? --- Ludmilla perguntou, sentando na cadeira aonde sua sogra estava minutos atrás.
--- Eu sou Claire Mills, acho que se lembra de mim.
Ludmilla revirou seus olhos lembrando perfeitamente daquela mulher, estando a ponto de desligar o telefone na cara dela. Claire era a dona de sua concorrente mais ameaçadora, e ela já se cansou de recusar diversas propostas que recebia para vender a revista para ela para que o império que Claire estava construindo crescesse cada vez mais, mas Ludmilla nunca iria desistir do que era seu.
--- Infelizmente. --- Ludmilla respondeu com desânimo. --- O que quer, e como conseguiu entrar em contato comigo?
--- Ally Brooke, esse nome te diz algo?
--- Minhas assistente pessoal, mas ela deve ter um bom motivo para ter feito isso, ela sabe bem que eu não gosto de você. --- Ludmilla foi rude em sua fala, mas ela não dava a mínima.
--- Cada vez mais gentil, idêntica ao Alexander, mas não estou aqui para jogar meu tempo fora, então irei ser direta, Oliveira. --- Ludmilla ouviu um suspiro, e se encostou na cadeira pondo a mão em sua barriga, sentindo Jasmine mexer. --- Vi algumas matérias sobre a models estar na mão do seu pai agora, e que você está afastada por conta da gravidez, ouvi boatos de que seu pai tirou você da revista por causa do seu relacionamento com a sua ex secretaria, Brunna o nome dela não é? E eu estava no desfile em Tóquio, sua noiva tem talento.
--- Obrigado. --- pela primeira vez naquela conversa Ludmilla sorriu de maneira doce, orgulhosa de Brunna, mas logo aquilo acabaria. --- Está sabendo bem da minha vida. --- ela tinha voltado para o seu antigo tom antipático.
--- Infelizmente quando se vive nesse meio nossas vidas acabam se tornando notícia, e como vai com o Hemmings, tem mantido contato?
--- Quer mesmo que eu mande você se fuder? Pois gostaria de manter a classe, Mills.
--- Oh não, gosto de manter a classe também. --- Claire riu e Ludmilla revirou seus olhos com tanta força que eles poderiam pular para fora de suas orbes. --- Enfim, acho que seu pai não pretende ter você de volta na revista, ele fez algumas mudanças lá, o rendimento tem caído, antes estávamos empatadas e agora estou no topo.
Ludmilla se entristeceu ao ouvir aquilo, ela tinha razão, seu pai foi muito bom um dia, ergueu aquele império do nada, mas seu tempo tinha acabado, suas idéias eram antiquadas, ele precisava rejuvenescer a empresa e foi aí que Ludmilla chegou, mudando tudo completamente e levando a revista ao topo novamente, mas Alex tinha à tinha feito escolher, e Brunna tinha ganho, Ludmilla nunca em sua vida iria escolher a Models ao invés de Brunna.
--- Eu sei disso, Claire. --- a negra travou o maxilar irritada.
--- Mas eu sei que você tem talento, é boa no que faz, muito boa, e eu queria te propor uma sociedade.
Ludmilla franziu a festa instantâneamemte.
--- Bom, eu quero uma filial, algo bem maior do que aqui em Nova York. Só que... --- o telefone ficou mudo por um tempo. --- Eu não faço idéia de como administrar algo tão grande Ludmilla, você cresceu nesse meio, eu surgi com um pequeno blog na internet que tomou proporções enormes, e apesar de nossas diferenças eu só pensei em você para me ajudar a administrar tudo isso.
--- Você quer que eu trabalhe para você? --- Ludmilla perguntou ainda tentando administrar aquilo.
--- Bom, quero que você seja uma acionista, e assim que sabe podemos crescer ainda mais, eu já fiz muitas propostas de risco Ludmilla, mas como essa nunca.
Ludmilla estava em choque naquele momento, ela não sabia como agir. Seu corpo estava paralisado, mas por dentro ela gritava de emoção e dava cambalhotas, ela estava aproveitando o momento mais feliz de sua vida e evitando pensar na revista e no que Alex estava fazendo dela, aceitando o fato de que não iria voltar para lá, seu pai era rígido demais, sempre foi ele não ia voltar atrás.
--- Temos que marcar uma reunião, amanhã às três da tarde, eu vou estar aí e conversamos melhor sobre isso.
--- Claro, vou estar esperando por você.
Após aquilo Claire encerrou a chamada, deixando Ludmilla ainda atônita em seu lugar, saindo de seu transe apenas quando a porta da cozinha foi aberta e aquele perfume gostoso e tão conhecido por Ludmilla tomou conta do lugar, fazendo ela se levantar e parar na direção da porta, vendo Brunna entrar na cozinha, sorridente e molhada pela chuva, com os lábios roxos pelo frio que fazia.
--- Voltei vida.
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