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◉✿ - 43 CAPÍTULO - ✿◉

--- Mamãe! --- Donna gritava com força enquanto entrava na casa. --- Eu estou aqui, aonde você está?!

De seu quarto Ludmilla ouviu os gritos da filha e logo se levantou, calçando as botas uggs, já que estava fazendo frio aquela tarde, e indo até sua filha. Mia e Luane tinham ido para as compras e Ludmilla não quis ir, o mercado não era o seu lugar preferido, se fosse o shopping, restaurante ou até mesmo uma sorveteria, ela iria com gosto, agora ao mercado não, então, ela preferiu dar seu cartão na mão da sogra e ficar em casa esperando por Donna.

Quando viu sua mamã descer as escadas lentamente Donna sorriu e se levantou do sofá aonde estava, esperando que sua mãe chegasse até ela.

--- Gostei da combinação de roupas mamã. --- Donna apontou para o moletom cinza e as botas.

--- Super tendência, e além de tudo é confortável demais. --- Ludmilla sorriu olhando para suas botas. --- Quer uma igual?

--- Sim, mamã. --- afirmou contente. --- Tenho algo para lhe contar.

--- Conte. --- Ludmilla sentou no sofá, encarando a filha.

--- Estou namorando, mas o Théo não gostou, ele é bonito, as meninas todas gostam dele. --- Donna se gabou enquanto sua mãe a olhava surpresa, Ludmilla não acreditava no que estava ouvindo. --- Ele me convidou pra tomar sorvete, mas o Théo disse que se eu for ele não fala mais comigo, não sei o que eu faço.

A menina parecia realmente confusa com aquela situação, sentando- se sobre a mesinha de centro e colocando a mão na testa, parecendo realmente confusa com aquilo, enquanto Ludmilla reprimia o riso pensando no que falar para a filha. Oliveira então se arrastou para a ponta do sofá após alguns minutos e acariciou o rosto de Donna, sem tirar o sorriso de seu rosto.

--- Não acha que está nova demais para namorar? --- perguntou, e a menina balançou negativamente sua cabeça. --- Pois eu acho que está, sabe meu anjo, você ainda é nova, tem que curtir a vida. --- disse, percebendo que Donna a olhava com atenção redobrada. --- E quem é seu amigo de verdade, está sempre com você em tudo?

--- Théo. --- respondeu baixo, mexendo os dedinhos.

--- Então peça desculpas ao seu amigo por troca-lo e diga que ele tem que aceitar o seu nam... namorado. --- Ludmilla engoliu em seco, sabia que se tratava de crianças e que ela não deveria estragar a inocência deles com seu ciúmes materno, então ela preferiu entrar na brincadeira, aquilo iria durar muito afinal. --- Por que amigos ficam feliz com a felicidade um do outro, é a regra básica.

--- Você está certa, mamã. --- Donna fez um bico e olhou pensativa para Ludmilla. --- Posso ligar para o Théo?

--- Claro querida, enquanto isso eu vou esperar sua avó para então fazermos o almoço, ok? --- Ludmilla se levantou resmungando e colocou a mão nas costas, ela estava se sentindo mais cansada naquele dia e sua nenê mais agitada.

Ela praticamente se arrastou até o segundo andar e se deitou em sua cama apoiando as mãos sobre sua barriga, sorrindo quando sua filha mexia. Tudo o que Ludmilla precisava era da certeza que sua filha estava bem, e isso ela já tinha então se permitiu relaxar sobre os lençóis e colchão macio, ouvindo os passos de Donna se tornarem cada vez mais próximo e logo a menina já estava em seu quarto.

--- Tenho outra notícia para te dar. --- a menina entrou no quarto e foi até a cama da mãe, tirando seus sapatos e jogando para longe.

--- Meu deus. --- Ludmilla murmurou, observando Donna engatinhar até ela.

A menina se deitou ao lado da mãe colocando a mão em sua barriga e dando alguns beijos ali. Ludmilla passou a mão no cabelo castanho afastando os fios que caiam em sua testa, sentindo a filha se aconchegar em seus braços.

--- Amanhã é a aniversário de uma amiga, Rachel, e faremos uma festa surpresa na escola eu disse que levaria os cupcakes, a mamãe sempre faz.

Ludmilla não sabia o que dizer, para falar a verdade ela sabia sim, mas não queria ter que fazer e nem sabia fazer cupcakes, ela nem se costumava chegar perto fogão sem alguma supervisão de alguém realmente soubesse o que fazer. Mas, ela não conseguiria falar não para a sua menininha, então, com uma sorriso doce, Ludmilla balançou a cabeça e beijou a testa de Donna.

--- Mais tarde nós faremos isso. --- disse.

--- Tudo bem mamãe. --- Donna sorriu.

❍❍❍❍

Ludmilla queria chorar, definitivamente deitar no chão de chorar. Ela largou o tabuleiro com cupcakes sobre o balcão e soluçou, ela já estava chorando. Oliveira tinha dito para Mirian que daria conta de tudo e disse para a sogra que ela poderia sair com algumas amigas, não teria problema algum, mas era ai que ela se enganava, Ludmilla não fazia idéia do que estava fazendo.

Ludmilla pegou o telefone pronta para ligar para Mirian mas parou no caminho, não era justo com sua sogra, mas ela podia ligar para sua mãe, e foi isso que ela fez, mas Silvana não atendeu em nenhuma das quatro tentativas. Ludmilla então soltou o telefone no balcão e deitou com a cabeça ali, choramingando mais ainda quando percebeu que estava com a testa suja de farinha agora.

--- Eu sou uma péssima mãe. --- seu choro saía alto misturado aos soluços. --- Nem cupcake eu sei fazer.

No meio de sua melancolia, Ludmilla acabou se lembrando de Brunna então pegou o telefone novamente ligando para Brunna, após alguns toques Brunna atendeu fazendo o coração da negra saltitar.

--- Amor, que saudade de você.

--- Sou uma péssima mãe. --- Ludmilla disse, logo de cara. --- Não sei fazer cupcakes para a nossa filha.

--- Como você os fez querida? E me explica isso melhor.

--- É aniversário de uma amiga dela e ela tem que levar cupcakes, me pediu para fazer, mas eles estão feios, murchos nada saborosos. --- Ludmilla fez careta olhando para o tabuleiro.

--- Pede ajuda da minha mãe.

--- Mirian saiu, ela tem ajudado tanto aqui em casa, ela disse que iria sair com as amigas e eu não vi problema, amor. --- Ludmilla secou o rosto com as costas das mãos e fungou.

--- Você está chorando, Lud? Amor não chora.

--- Não consigo nem fazer cupcakes pra minha filha, quem dirá cuidar delas.

--- Tudo bem, eu ajudo você.

--- Não estou te atrapalhando? Você não tem coisas para fazer aí em Tóquio? --- Ludmilla perguntou, puxando um banco para se sentar, colocando a mão em sua barriga.

--- Nada que diga respeito a você ou nossas meninas me atrapalham, nunca, mas vamos lá, pegue tudo o que você precisa, ovos, trigo, leite, essência de baunilha, manteiga, tudo.

Conforme Brunna ia falando Ludmilla pegava os ingredientes colocando tudo sobre a pia.

--- E agora? --- perguntou, quando viu que tudo já estava ali.

--- Pegou o fermento amor?

--- Precisa disso? --- Ludmilla mordeu os lábios descobrindo o motivo do tabuleiro anterior ter ficado tão murcho.

--- Obvio que precisa! --- Brunna praticamente gritou e Ludmilla sorriu sem jeito.

--- Então eu já peguei. --- Ludmilla abriu o armário rapidamente e colocou junto aos outros ingredientes. --- Agora eu bato tudo, certo?

--- Sim meu anjo. --- Brunna confirmou. --- Agora você sabe como fazer o recheio? Não se esqueça das forminhas em.

--- Como faço o recheio?

--- Coloca chocolate, as crianças gostam.

--- Obrigado amor, você me salvou. --- Ludmilla suspirou mordendo seus lábios, sentindo o coração apertar de saudade. --- Tô com saudade.

--- Eu também estou, com muita saudade de você, aqui sozinha nesse quarto, usando minha lingerie de renda, aquela que você gosta, huh? Nós podíamos estar fazendo tantas coisas agora.

--- Você está de renda sozinha aí com a Lorena?

--- Uau. --- Brunna riu. ---  estou aqui dizendo que quero fazer amor com você e só prestou atenção nisso? E Lorena nem está aqui, sei lá aonde aquela louca está.

--- Tudo bem. --- Ludmilla mordeu os lábios. --- Desculpe. Mas, me promete uma coisa?

--- O que você quiser.

--- Quando você chegar aqui me promete que vai usar essa lingerie pra mim e a gente vai fazer amor a noite inteira?

--- Sim vida, eu prometo.

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