◉✿ - 1 CAPÍTULO - ✿◉
Brunna se mexeu em baixos dos lençóis aconchegando-se no colchão fofinho, se sentindocada vez mais aquecida. A pequena Donna colocou seu braço sobre o pescoço da mãe deixando os rostos bem próximos e as respirações calmas sendo misturadas. Logo o celular de Brunna começou a tocar, não demorou muito para o som irritante acorda-las.
Brunna abriu seus olhos assustada, se lembrando que estava há alguns dias esperando uma ligação de Ally, e logo se levantou tropeçando entre os lençóis, consequentemente acordando Donna, que se sentou na cama coçando os olhinhos, vendo sua mãe se levantar do chão e correr até sua penteadeira atendo seu celular.
— Parece que hoje é seu dia de sorte. — o tom de Daiane era completamente alegre e divertido.
— Meu dia ainda nem começou, mas pelo jeito já sei que vai começar bem. — Brunna sorriu.
— Ludmilla quer você aqui as oito, ela está cheia de compromissos, e precisa acertar sua admissão. Parabéns você conseguiu o emprego. — Daiane disse por fim.
— Meus Deus! — Brunna gargalhou obviamente feliz por aquilo, dando alguns pulinhos.
Donna olhava para a mãe agarrada a seu ursinho de pelúcia e o cabelo desgrenhado.
— Certo, as oito.
— Isso, mas anda logo, já são seis e cinquenta e hoje é o seu dia de levar as crianças para escola esqueceu?
— Ah merda. — Brunna murmurou olhando para o relógio no criado mudo.
— Fernanda os levaria, mas hoje ela tem médico, e já desmarcou essa consulta diversas vezes... Eu posso sair daqui e...
—Tudo bem, eu posso levar. — Brunna disse andando até seu guarda-roupa, abrindo.
Sem Fernanda ela não fazia a mínima ideia do que iria usar, então pegou sua calça jeans preta e uma blusa mais soltinha e com alças finas, na cor branca. Ela encerrou a chamada sem ao menos se despedir de Daiane, procurando seu sobre tudo cinza, jogando as outras peças na cama. Sorrindo após finalmente achar o que procurava, pegou por último seus saltos.
Ela não fazia idéia se aquilo estava bom, mas ela estava mais preocupada em chegar cedo no trabalho. Donna observava o desespero de sua mãe ao se vestir, ainda sentada na cama, observando tudo com os olhinhos castanhos curiosos. Brunna pegou uma lingerie qualquer, andando até o banheiro mas parou ao se dar conta de que Donna estava ali.
— Eu também tenho que me arrumar pra escola? --- Donna enrugou a testa ao perguntar.
— Claro love. Vem com a mamãe, nós tomaremos banho juntas, assim vamos mais rápido. — Brunna disse fazendo um gesto com a mão para que a filha fosse até ela.
— Tá.
❍❍❍❍
Brunna corria para dentro do prédio olhando no relógio em seu pulso, se desesperando ao ver que já marcava sete e cinquenta. Ela apertou por diversas vezes o botão do elevador, mas aquela lata de metal - como ela mesmo havia apelidado -, estava no décimo andar.
Brunna olhou para trás e viu Ludmilla entrando na empresa, com os fios castanhos presos em um coque e seus lábios extremamente vermelhos, enquanto sua saia preta marcava bem sua cintura, fazendo Brunna engolir em seco, mas logo voltou a si rapidamente.Ela precisava estar no décimo quarto andar antes de Ludmilla.
Brunna tirou o sobre tudo correndo até as escadas, e subiu correndo, ela já sentia seus pés latejando, pensando no tempo que gastou com aquela professora insolente que resolveu ensinar a ela como cuidar de sua filha e deixa-la mais cedo na escola. Brunna até a mandaria para a merda, claro, se tivesse coragem. Depois de exatos sete minutos, ela finalmente chegou no seu andar, basicamente caindo para os lados, tossindo e ofegante.
— Aonde você estava? — Daiane foi até ela.
— Subindo as escadas, Ludmilla estava lá em baixo quando cheguei. — Brunna disse ofegante. — Ela não chegou não é?
— Dia de sorte Gonçalves, não. — Lauren disse, parando em frente à ela. — Daiane me disse que iria chegar um pouco atrasada então eu resolvi te dar uma pequena ajudinha. Aqui, Ludmilla gosta do café da cafeteria do centro, pode ser qualquer uma, contando que seja de lá, e tem que ser um...
— Caramel Macchiato. — Brunna completou lembrando-se exatamente do gosto da chefe, enquanto Lauren entregava o café junto a uma caixa com donut's, olhando-a confusa.
— Como sabe que Ludmilla gosta desse?
— Nós duas nos conhecemos há algum tempo. — Brunna explicou, preferindo não entrar em detalhes.
— Ela chegou. — Ally disse passando por elas, indo em direção a Ludmilla.
— Bom trabalho Brunna, minha garota está lá em baixo para dar uma entrevista para a revista e eu preciso estar com ela. Bye. — Lauren acenou com a mão se afastando de Brunna e Daiane, rebolando os quadris bem marcados no vestido verde musgo, balançando o cabelo de um lado para o outro e sorrindo ao passar por Ludmilla.
— Garota dela? — Brunna olhou para Daiane.
— Conhece Normani Kordei?
— Sim, ela é modelo. —Brunna afirmou.
— As duas namoram há quase um ano. São adoráveis juntas. Também tem a Dinah, ela trabalha da redação, quinto andar, namora com a Ally.
—E aquela Marian?
— Amarga como é? — riu de forma irônica. — Ninguém quer não minha querida. — Daiane disse. — Mas eu já vi ela olhando para a Lud, mas ela é casada.
— Eu vi em alguma revista ou site de fofoca, ela se casou com o vocalista de uma banda não é?
— Guitarrista, mas todos cantam... Luke Hemmings. Ela está vindo, tenha um bom dia gata, eu vou estar torcendo por você lá da minha mesa. —Daiane fez sinal de positivo com os dedos, sorriu para Brunna e correu até sua mesa.
Apesar de Ludmilla ser amiga de Daiane, Lauren, Ally, Normani, Dinah e até mesmo Fernanda, ela sabia separar as coisas. Trabalho era trabalho, independente do cargo ela iria tratar igual, brigando quando necessário e elogiando também, mas fora dali as coisas eram diferentes, Ludmilla era outra. Ludmilla como sempre andou até ela com um ar de superioridade que só ela tinha, um ego tão inflado que quase não cabia dentro daquele prédio.
— Parece que você acertou,Gonçalves. — Ludmilla tirou os óculos escuros, olhando para a caixa nas mãos de Brunna. — Vamos até a minha sala.
— Ok. —Brunna murmurou , andou logo atrás dela e viu Ally ao lado de Daiane e as duas faziam sinal de positivo para ela sorrindo.
É, haviam partes boas em trabalhar para Ludmilla, e talvez as amizades que ela fosse fazer ali. Ludmilla abriu a porta da sala entrando em seguida, jogou a bolsa no sofá ao canto e foi para sua mesa. Oliveira se sentou, cruzou as pernas de modo que metade suas coxas ficariam expostas, e Brunna se manteve firme, não olhando para ela uma vez se quer. Ludmilla passou a língua entre os lábios ainda encarando Brunna, pensando em como os anos pareciam não tê-la afetado em nada.
— Ally irá te dizer como tudo funciona aqui, te mostrar minha agenda, e os compromissos que tenho com a revista, já que dos outros é ela quem cuida. Seu horário de trabalho irá até as sete, assim como o dos outros funcionários, e enquanto Ally te explica tudo eu termino de acertar as coisas sobre sua admissão. Até o final do expediente você será oficialmente minha secretaria. — Ludmilla sorriu, mas não era qualquer sorriso, não o que Brunna costumava gostar, era algo maquiavélico. — Inclusive eu liguei para o seu marido, e olha, suas recomendações não foram muito boas.
— Isso já era de se esperar. — Brunna colocou o café junto aos donut's na mesa. — Você ligou para o meu ex marido e queria que ele falasse bem de mim? — ela murmurou.
— Não se refira à mim como você, é senhora Oliveira, ou Hemmings, como preferir. — Ludmilla sorriu novamente. — Mas quando eu conversei com um outro homem, superior dele aliás, ele me fez ótimas recomendações.
— Já posso imaginar quem seja. — Brunna se afastou um pouco, colocando as mãos em frente ao corpo ao parar em frente a Ludmilla . — Desculpe senhora Oliveira, não irei cometer esse erro novamente, posso ir agora?
— Claro, tenha um bom primeiro dia de trabalho.
— Obrigado, Ludm... digo, Senhora Oliveira.
Ludmilla balançou a cabeça, e Brunna se virou saindo da sala em seguida, respirou fundo ao se ver longe de Ludmilla. Aquilo não seria fácil, definitivamente, não seria.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro