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Prólogo | Vista para a morte

Quando se está em ação, em um trabalho como o meu, é essencial que você mantenha seu lado racional funcionando a todo vapor. Você precisa se manter ligado em tudo, o tempo todo. Não dá para questionar os seus instintos, porque quando as coisas esquentam, seu instinto e uma arma vão ser tudo o que vai ter.

Com certeza, esse não é o emprego que meu pai (que Deus o tenha) desejaria para mim, mas foi o melhor que consegui depois de tudo o que aconteceu. Depois que minha mãe aconteceu.

Mas na teoria, eu tinha uma missão bastante simples. Tínhamos de fingir estar dentro do sistema de contrabando de armas e nos infiltrar na Organização Criminosa de Michael Tonkin. Uma vez lá, deveríamos trabalhar para conseguir provas substanciais o bastante para quebrar as pernas da empresa de fachada, que ele havia construído para camuflar o tráfico de drogas e o contrabando de armas. Só que merda quando mais mexe, mais fede. O Michael Tonkin, na verdade, não era Michael Tonkin, mas sim, Brandon Pellignton — um criminoso internacional sujo que encabeçava a lista de mais procurados do FBI, que há dois anos havia misteriosamente conseguido escapar.

Dois meses e meio de trabalho árduo nos tinham rendido frutos e, após uma invasão no sistema de Pellignton, finalmente conseguimos provas o suficiente para desbancar e prender o cretino. Ryan, meu parceiro nessa, tinha ficado com a parte de invadir os registros da contabilidade para copiar os arquivos (arquivos esses que continham dados detalhados de fornecedores e clientes). Agora o que eu precisava fazer: esperar. Esperar que Ryan aparecesse, para que nós dois colocássemos um ponto final nisso. O único problema era que eu odiava esperar.

Aflita e inquieta, a risada escandalosa fútil de uma mulher que jogava pôquer com mais três homens, enquanto flertava com pelo menos dois deles me fez virar o rosto para olhá-la. O vestido decotado, vermelho e justo, que dizia: me coma, só me fez revirar os olhos e fitar a minha taça de champanhe. Remexendo o líquido dourado espumante estudei a ondulação que se formava com o movimento. O Big Deal Cassino tinha sido projetado no mais alto nível para que alguns ricaços frívolos gastassem um pouco dos seus milhões aqui com bebidas, jogatinas e mulheres como aquela loira do lado. Um lugar perfeito para fecharmos essa missão.

Oito e meia. Oito e meia. Oito e meia.

Desbloqueado e bloqueado o celular uma dezena de vezes, um incômodo fez meu fluxo sanguíneo acelerar. Passaram-se meia hora do horário combinado. Nada de Ryan. Nenhum sinal.

Eu não tinha o hábito de me preocupar tanto, mas Ryan não era um agente de campo, ele era da inteligência. Novo demais, nerd demais. Gente como ele ficava na agência, seguro, mas precisava de um cara bom para invadir o sistema.

Algum tempo depois, o toque no celular sobre o balcão notificou a chegada de um sms. Engoli o nó que se formou em minha garganta. Ryan.

"Encontre-me no subsolo."

Merda. Merda. Merda.

Não tínhamos falado nada de subsolo. Insistindo em analisar aquelas palavras por mais algum tempo, batendo as unhas sobre o balcão do bar, ponderando sobre o que estava acontecendo. Só conseguia concluir: alguma coisa deu muito errado.

Era instintivo, eu podia sentir descendo pela nuca. Passando pela barriga e embrulhando meu estômago.

Guardei o telefone, dispersando meus pensamentos com um suspiro ruidoso. Não tinha jeito. Ele estava com o pen drive. Virando o restante do champanhe que havia em minha taça, devolvi-o para o balcão e me levantei, seguindo em direção à escada que dava acesso ao subsolo. Ignorei a placa que advertia: somente ao pessoal autorizado.

Assenti com a cabeça para um funcionário do local que passava próximo à entrada e comecei a descer os degraus de madeira, fazendo uma última checagem no salão ao olhar para trás por cima do ombro. Em seguida, as vozes das pessoas e o barulho das máquinas caça-níqueis foram abafados pelo cômodo fechado e escuro.

A CIA não tinha sido informada sobre esse pavimento da construção, mas se tratava de uma espécie de pátio; um estacionamento gigante e desocupado. O teto maciço era rebaixado e quatro fileiras sem fim de robustas colunas sustentavam a estrutura enorme do Cassino sobre minha cabeça. Continuei a caminhada, até que me deparei com uma silhueta à meia luz. Levei a mão às costas para alcançar a pistola, uma Glock semiautomática. Depois de sacá-la, passei a leva-la diante de mim.

Arma e instinto. Que irônico.

Foram necessários dois míseros segundos para que o meu cérebro recebesse e processasse a informação.

Filho da puta.

Brandon Pellignton.

Me deparar com ele tinha sido como tomar uma porrada forte e inesperada na boca do estômago.

Nós tínhamos sido cautelosos e mesmo assim, depois de tudo...

— Ora, ora, ora... — cantarolou ele, quebrando o silêncio com um tom desagradavelmente vitorioso. — Devo dar os parabéns, Sarah? — ele ergueu a sobrancelha com ironia, meu nome falso estalando na sua língua como um xingamento — ou deveria dizer... Amy Murray. Agente da CIA... — Reformulou com os lábios franzidos, acenando com a cabeça. — Estou realmente impressionado!

Era a droga de uma emboscada, e eu tinha caído direitinho.

— Eu me empenhei bastante em conseguir as respostas com o seu amiguinho, mas ele se recusa a cooperar. Então, só me resta apelar para você — articulou, dando um passo para o lado, permitindo que eu pudesse ver a condição desastrosa em que o meu parceiro se encontrava. Ryan. O rosto jovem e bonito agora estava deformado por cortes, inchaços e hematomas. As mãos atadas e amarradas por trás do espaldar da cadeira, jogado sem o menor cuidado ali. Em sua boca havia um pedaço de pano amarelado e sujo, amarrado bruscamente como uma mordaça. Seu peito subia e descia num ritmo fraco que me fazia questionar se ele ainda estaria vivo. Ele tentou dizer alguma coisa, mas embora se esforçasse, a mordaça abafava e distorcia o som.

— Como? — a pergunta irrompeu fraca pela minha boca.

Dono de uma beleza tão suja e obscura quanto seu caráter, Brandon sorriu sarcasticamente com o ego inflado, como se o tempo todo estivesse esperando por aquela pergunta.

— Você acha mesmo que para construir um império como o meu, não precisa de proteção? Um suborno ali, uma chantagem aqui. É assim que empreendedores como eu conseguem se manter firmes no negócio. — Ele ousou dar um passo à frente, tentando se aproximar de mim, mas desistiu quando ergui firmemente a pistola, mirando em sua direção.

— Empreendedores como você... — murmurei com ironia.

Brandon gesticulou discretamente com a cabeça, o mesmo gesto que ele fazia quando dispensava os seus capangas.

— Solte a arma, Sarah! — ordenou, erguendo o tom de voz. Não foi necessário me virar para confirmar que um de seus capangas apontava uma arma para mim. — Amy. Tanto faz, continua sendo a mesma vadia impostora.

Os olhos de Brandon estreitaram-se para mim quando não o obedeci.

— Então... como vai ser? Você pode entregar a arma e me contar o que a CIA já sabe sobre mim e a minha Organização, ou... — barganhou, arqueando a sobrancelha grossa e escura. Dois meses e meio tinha sido tempo o bastante para perceber que Brandon não gostava de sujar as mãos. Ele não gostava de pegar em armas ou falar sobre as mortes que todas o seu empreendimento havia causado, ou das pessoas que precisariam morrer para que tudo se mantivesse no lugar. Mas ficou tão cristalino quanto água que nessa, todo mundo morria para ele seguir como um Rei.

O estalido da arma sendo engatilhada que o precedeu me fez esboçar um sorriso ofendido. Ele estava mesmo me subestimando, porque eu não lhe diria absolutamente nada. Na CIA, nós não realizamos negociações com criminosos declarados. Ele sabia disso. Se quisesse se entregar, nós poderíamos tornar as coisas mais fáceis, mas Brandon também nunca faria isso. Éramos pessoas obstinadas trabalhando em lados opostos.

— Não perca seu tempo, Pellignton. Você não vai tirar nada de mim. — Declarei.

Ele arqueou as sobrancelhas e quebrou a distância em dois passos. Minha postura se tornou tensa e eu ergui mais a pistola, mas isso não pareceu intimidá-lo.

— Sabe, Sarah. Amy. Eu fui com a sua cara — comentou, enfiando as mãos nos bolsos da frente da calça — bonita, gostosa, corajosa, quente. Burrice não combina com você e vai ser uma pena ter que me livrar de você. Já sabemos onde tudo isso termina. Facilite as coisas para mim, e eu garanto uma morte piedosa para você... — tentou barganhar numa voz macia e quase cantada — para ele também, tanto faz. Eu só quero as cópias dos dados que vocês fizeram.

Os meus dentes rangeram com a ideia, e eu mantive a postura incisiva.

— Nós também trabalhamos muito duro nisso — respondi com ironia.

Ele revirou os olhos, guinchando o ombro e desferindo um soco na lateral do rosto de Ryan.

— Não seja tola, garota — insistiu, já nitidamente alterado, massageando os nós dos dedos. — Você quer vê-lo sofrer? É isso o que você quer? — Ele investiu outra vez, guinchando na barriga de Ryan, que gemeu com o golpe e cuspiu sangue. — Cavou uma cova funda demais para tentar escapar agora.

Eu costumava tentar manter o controle das coisas e deixar minha arma não fazia parte disso, mas precisava ganhar tempo. Por isso, me movimentei sutilmente, erguendo as mãos ao exibir a arma. Ele parou.

— Bem devagar. — Ele ronronou.

— Você está adorando isso. Não está? — indaguei, inclinando-me para o lado e soltando a pistola no chão.

— Agora chuta. — Ele ordenou, e eu a impulsionei com o pé para longe, mas não para tão longe. Isso foi o bastante para fazer Brandon relaxar completamente.

Era tudo o que eu precisava. Que ele abaixasse a guarda. Que se sentisse seguro o bastante para não me enxergar como uma ameaça.

Com treinamento, eu havia desenvolvido força e agilidade. Não podia encarar todos os seguranças de Brandon de uma vez, mas com certeza poderia me livrar de um ou dois.

Pegando-o desprevenido, minha perna guinou rápido num tudo ou nada, quando preparei um chute. A arma que o capanga apontava para mim voou longe, e logo depois o homem avançou em mim como um animal selvagem. Tentando me acertar um soco na altura do estômago, que consegui desviar jogando o corpo para trás, não hesitei em sair da defensiva e investi golpes precisos no rosto dele. O homem urrou quando sangue jorrou do nariz quebrado, e o chutei para trás. Eu não era indestrutível, nem tinha super força, mas tinha anos de treinamento que me garantiam ser capaz de segurá-lo pelo braço, rodá-lo no ar, e depois empurrá-lo para Brandon, enquanto esboçava o mesmo sorriso orgulhoso de um chefe culinário que serve seu melhor prato. Como uma águia traiçoeira, apressei-me em pegar a pistola do chão, empunhando-a e mirando no ombro esquerdo do capanga a fim de detê-lo.

Que tal isso?

Não o mataria. Só deixava uma mensagem bastante clara: eu não hesitaria em machucá-lo.

Brandon não gostava de fazer o trabalho sujo, mas os nós da sua mão estavam machucados. Ele finalmente precisaria fazer alguma coisa por si só e estava se corroendo por ter se lidar com isso.

— Sua rata de merda! Acha que pode invadir minha organização, matar meus homens e cair fora tão fácil quanto entrou? Você está muito enganada! — Urrou, enquanto pisava a passos largos e pesados. Ele estava começando a se atolar na própria merda e quando se deu conta disso, uma ira febril distorceu sua feição. Num lapso de desespero, correu em direção a arma jogada de seu capanga. Segui-o sem muita pressa. Ele a capturou, virando-se, a fim de acertar sua mira em mim. Mas antes que ele pudesse puxar o gatilho, eu o fiz. Olhando dentro daqueles malditos olhos pretos obscenos.

No final, meu coração errou duas batidas quando a bala lhe perfurou o peito. O lado direito do troco. Ele não morreria, não por conta daquele disparo. Ele abaixou o olhar para a perfuração e arfou. O sangue ensopou rápido a camisa cara ao redor do ferimento e antes que ele pudesse reagir, avancei. A arma agora pendendo de qualquer jeito de sua mão próxima ao chão. Chutei-a para longe.

— Quem é o predador agora, heim? — indaguei para ele antes de me afastar.

Não fiquei perto o bastante para ver o que ele responderia, se responderia. Minha atenção voltava-se completamente para Ryan e na nossa fuga.

A primeira coisa que fiz foi descer a mordaça para o pescoço.

Ele precisou tomar fôlego antes de falar:

— Você... precisa cair fora daqui! — O desespero alterava consideravelmente o seu tom de voz.

Brandon chamou nossa atenção quando soltou uma risada esganiçada e debochada.

Já havia terminado de desamarrar os pulsos de Ryan quando passei o braço dele sobre os meus ombros, dando-lhe apoio para que conseguisse manter seu corpo de pé.

A saída. A saída.

Reboquei Ryan para a escada que havia tomado para chegar ali, mas ele era pesado e mal se aguentava em pé. Quando nos aproximamos o suficiente, um barulho irregular de passos começou a ecoar pesado pela madeira e nós paramos, congelados no lugar. Fodidos.

Não tínhamos reforço e agora, mais capangas de Brandon estavam chegando.

— Droga! — resmungou Ryan, frustrado. — Você avisou para alguém?

Não!

Era uma operação fantasma. Somente quatro pessoas na agência sabiam dessa missão. Meu silêncio foi esclarecedor para ele. Não tínhamos reforço.

As engrenagens da minha cabeça giraram. Somente quatro pessoas sabiam da operação. Quatro pessoas.

Você acha mesmo que para construir um império como o meu, não precisa de proteção? Um suborno ali, uma chantagem aqui.

Se Ryan estava aqui, chafurdando na lama tanto quanto eu, somente outras duas pessoas poderiam ter nos entregado. O diretor, e o vice-diretor.

Tic, tac.

— Droga, Murray. Droga. Por que você tem que faz esse tipo de coisa? — ele reclamou, mais para ele do que para mim.

Colocando-o em segundo plano, vasculhei os cantos com mais cautela até que me desse por vencida. Nada. A sorte não parecia ter saído de casa comigo hoje.

Olhei para Brandon que ainda estava estirado no chão, ele abriu um sorriso de escárnio, e eu pude ver seus lábios se moverem ao dizer:

— Quem é o predador agora.

Nem morrendo o filho da puta dava descanso.

Revirei os olhos e voltei-me para frente, uma fileira de homens vestidos de preto tomou posição ao pé da escada.

Quem é o predador agora?

Isso ecoava pela minha mente. Nossa morte era certa. Inquestionável, mas eu não me entregaria tão fácil. Soltei Ryan, e ele assentiu, endireitando a postura.

— Fique com isso — disse eu, entregando a arma para ele. — Me de cobertura.

— Não atirem! — Alguém disse. Inclinei um pouco a cabeça, melhorando o meu campo de visão. Lá estava ele. Patrick Pellignton, o primo. Se Brandon era o Rei de Copas, Patrick era o valete. O cão da segurança. Ex-lutador de MMA. Jui-jitsu era sua especialidade.

Dei um passo à frente, dois.

— Por mais de dois meses você desfilou essa bunda sua bonita por aí como se fosse uma de nós. — O que ele queria dizer com uma de nós? Criminosa, talvez? — mas eu sabia, eu tinha alertado aquele idiota, — o idiota era, claramente, Brandon. A primeira vez que apareci no galpão e vi Patrick, eu sabia que ele me seria uma pedra no sapato — que tinha alguma coisa errada com você. Olha só. — Os olhos dele brilharam sadicamente. — Não estava errado.

Avancei em direção a ele. Feroz. Meu rosto queimando com uma raiva cega. Vermelha. Mas ombros entraram na minha frente e me impediram de prosseguir. De chegar até Patrick e deixar um soco de lembrancinha em sua cara.

— Não tão rápido — disse, escondendo-se atrás de seus capangas. — Nós não temos um pouco de diversão já faz um bom tempo.

Maldito. Agindo rápido e sem que qualquer um dos seguranças esperasse, empurrei a primeira fileira para o lado, chutando-lhe o joelho. O barulho do osso se partindo me causou um calafrio na espinha que fiz questão de ignorar. Não tinha tempo para isso. Piedade não fazia parte do programa.

Disparos foram feitos. Cotoveladas e socos foram desferidos em três seguranças. Embora Ryan estivesse miserável, ele ainda conseguiu se defender e se livrar de alguns dos capangas. Desconfiava que ele não duraria muito naquele estado.

A cabeça de mais um deles viajou até meu joelho antes que sangue ensopasse minha calça. Um dos homens girou Ryan no ar e jogou-o no chão com força total.

— Ryan! — Gritei, a fim de saber se ele estava bem, mas antes de obter resposta, um capanga pulou na minha frente e deixou um soco no meu rosto.

Segurei seu braço antes que ele pudesse recuar, guinchando-o em direção a parte de baixo do meu braço. Travando o pescoço ali, enquanto aplicava sucessivas e frenéticas joelhadas em seu estômago. Ele lutou contra mim, forçando o braço no meu até se livrar do aperto. Dois tiros foram feitos, perfurando o peito e o ombro do capanga antes que pudesse me atacar.

Pelo canto do olho, pude ver que Ryan havia se arrastado, deixando rastro de sangue no chão e escorado na pilastra mais próxima.

Patrick ficou lá, em pé. De braços cruzados diante do peito musculoso. Seus cães espalhados pelo chão. Mas ele não parecia se importar.

— Todo mundo se divertiu, — ele deixou um sorriso maldoso se formar. — Agora é a minha vez. Você não acha?

Ele só podia estar de sacanagem com a minha cara.

Dois meses me segurando para quebrar a cara daquele desgraçado. As cartas estavam na mesa. Todas. Tudo o que precisava agora estava atrás de Patrick e tudo o que tinha de fazer era passar por cima dele.

Coragem insana circulou em minhas veias quando avancei na ofensiva. Dentes trincados. Punhos cerrados. Um soco, dois. No terceiro ele ergueu a postura e me empurrou para trás. Investindo em mim sem fazer esforço.

Cansada, mas sem me dar por vencida, desferi um último soco e um chute alto nas costelas. O olhar do homem alternou entre meu rosto e o meu pé.

— Muito bom! — avaliou com nítido tom de sarcasmo, mas ele utilizou a mão para capturar o tornozelo. — Mas que tal isso? — Questionou, fechando a mão em volta do membro, provocando pressão na região. Dor. Dor excruciante irradiou pelos meus ossos.

Gritei, forçando um puxão brusco para fora do aperto. Ele abriu a mão e eu voei no ar, caindo com tudo para trás, de costas.

— Amy! — O grito de Ryan distorcendo pelo desespero precedeu o momento em que Patrick pulara em cima de mim, as pernas encaixaram-se ao redor do meu quadril, deixando copiosos socos em meu rosto e cabeça. Senti o gosto ferroso do sangue se aglomerando dentro da boca.

A sorte, definitivamente, havia ficado escondida em casa.

Um zumbido repentino começou a ecoar pela minha cabeça, longe em um primeiro momento, mas aumentando até se tornar insuportável. De repente, silêncio. Brusco e desesperador. Um segundo depois. O click do puxar de gatilho ressoou, mas ficou só nisso. Nada de disparo.

NADA DE UM MALDITO DISPARO.

Sem munição.

Patrick ergueu-se sobre mim, grande como um arranha-céu. Ele abriu um sorriso amarelo de satisfação gloriosa.

Isso não termina assim. Não termina.

Eu tinha um carregador. No bolso da jaqueta e tudo o que eu precisava era alcança-lo. Movimentei o braço e levei a mão ao bolso da jaqueta, puxando furtivamente o carregador que havia ali, enquanto mantinha o olhar erguido, assistindo ao movimento articulado dele de sacar a pistola do coldre preso em sua cintura e apontá-la em minha direção.

A brincadeira tinha acabado.

Pisquei duas vezes seguidas, estudando o cano da pistola na minha cara. O sentimento de incompetência me devorando como um roedor.

Puxei o carregador do bolso, e sem que Patrick pudesse notar a tempo, empurrei-o, às cegas, pelo chão na direção que presumi estar Ryan.

O olhar de Patrick desviou-se de mim para acompanhar o objeto se arrastar pelo chão num chiado que diminuía à medida que perdia velocidade. Ele atiraria em mim, mesmo que Ryan pegasse o carregador, mas pelo menos ele teria a chance de sair dali com as informações que acabariam com a rede de criminalidade de Brandon. Tensão formou vincos entre suas sobrancelhas, mas logo foi substituído por satisfação.

— Parece que não é mesmo seu dia de sorte.

Minhas esperanças morreram quando vi o carregador parar no meio do caminho. Não tinha dado tempo nem a mim, nem a Ryan. Sorte. Eu amaldiçoava aquela palavra mais do que tudo agora.

— Então, vadia. Últimas palavras...

Cerrei os dentes e enviesei o olhar. Não perderia minha dignidade. Reuni todas as forças que ainda restava no meu corpo quebrado ao responder:

— Vai pro inferno!

Naquele momento, um riso amargo quase escapou de minha garganta. Patrick assentiu de lado com a cabeça esboçando uma expressão orgulhosa.

— Beleza, eu te encontro lá! — rosnou ele. Seu sorriso diabólico e vitorioso foi a última coisa que meu cérebro registrou.

Três.

Dois.

Bang!



✦✦✦

Bom pessoal, essa é a intro do meu livro e espero muito que vocês tenham gostado. Comentem aí, o que vocês acharam.

Ah! E não esquece de deixar aquela estrelinha motivacional aqui embaixo. (Isso é muito importante para mim)

Estou muito feliz em tê-los por aqui.
Rola o dedinho duas vezes para cima para dar continuidade à sua leitura.
Muitos beijos e obrigada novamente ♡

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