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Capítulo 41 | Amores que nunca morrem

A luz difusa do dia incidia diretamente sobre o meu rosto e as cortinas esvoaçavam-se conforme a brisa matinal batia pela janela. Aos poucos os meus olhos foram se abrindo, e conforme o sono se dissipava, o cômodo ia tomando formas, era um belo quarto, mas não foi a parede ou o grande quadro que ostentava borrões abstratos que roubavam o meu fôlego e chamaram minha atenção.

Era Travis. Ele estava de frente para mim, deitado de lado onde forrara os cobertores à noite. A luz se expandia pelo quarto e parava sobre ele, iluminando o rosto e metade do torso do peito nu com o braço sobreposto. Seus olhos refletiam a luz, e as pupilas negras não passavam de pequenos pontinhos nos olhos abertos, que queimavam sobre mim. Ele estava me observando enquanto dormia, e ele não fazia a menor questão de fingir que não estava fazendo isso. Senti meu rosto esquentar e pensei em lhe perguntar o que havia errado, mas me calei, desconsertada, sem saber exatamente como agir mediante ao olhar dele. Com um bocejo estiquei os braços e agitei as pernas sob as cobertas, fazendo o caminho até o banheiro.

Meus braços ainda carregavam as marcas das correntes, mas meu lábio já havia cicatrizado. Passei uma mecha de cabelo para trás da orelha e depois de fazer o que precisava ali, saí do banheiro, seguindo em direção as vozes, me deparando com Ernest na cozinha. Ele falava ao telefone e quando me viu, abaixou o dispositivo, encerrando a ligação e bateu a mão na cadeira, chamando-me para sentar.

— Melhor? — Ele perguntou assim que me ajeitei na cadeira.

Eu não sabia dizer se estava ou não, mas soltei um suspiro frustrado e tentei não me concentrar tanto na morte de Ryan.

— Quero saber quais são os planos de vocês para hoje à noite. — Foi o que Seth entrou dizendo.

Travis surgiu na porta e sentou-se a minha frente à mesa quadrada, abrindo o jornal em silêncio. Ernest levantou-se da cadeira e seguiu para a pia.

— Não sei, que tal esperar. — Foi Ernest quem opinou com arrogância, como se aquela fosse a resposta mais óbvia, parando o que estava fazendo na cafeteira.

Seth soltou uma dúzia de panfletos sobre a mesa, entre mim e Ernest, e nós dois o encaramos antes de nos entreolharmos.

— Não é uma boa ideia. — Ernest ponderou, descartando a possibilidade com mais cautela. — Brandon pode estar nos caçando e para todos os efeitos você está morto.

— Mas eu estou vivinho, fora que é um evento local. — Seth argumentou. — Vai ser divertido. É só não ficar dando bandeira. Poderíamos levar Amy, depois de tudo o que a submetemos, é o mínimo que podemos fazer por ela.

Franzi o cenho, estranhando a relevância que eu tinha tomado nesta conversa e dei de ombros. Mas fiquei surpresa quando olhei Travis com o jornal abaixo dos olhos, fitando Ernest de esguelha e os peguei parecendo ponderar o peso dos argumentos de Seth e quando não se opuseram, Seth compreendeu aquilo como uma vitória.

✦✦✦

A vista de Detroit não era nada mal à noite. Principalmente do alto. As luzes das casas e dos prédios estavam acesas e tornava o cenário cintilante, fundindo-se ao céu escuro e pouco estrelado enquanto a brisa passava e levava as mechas dos meus cabelos na direção dele.

Estava frio, mas o casaco de lã xadrez preto estava sendo suficiente para me manter aquecida. A música, I love It Loud, vencia os obstáculos do distanciamento e chegava baixinha e sutil onde eu estava. Os braços repousados sobre a haste metálica enquanto apreciava a solidão.

Seria libertador experimentar essa sensação se eu não soubesse que amanhã teria de retornar a Nova York. Na verdade, estar aqui estava se tornando uma tortura mental depois de tudo o que aconteceu.

A minha vida tinha virado de ponta a cabeça e por mais que tentasse, não conseguia me enxergar como Rose, muito menos como Amy. Eu me sentia confusa e ressentida. Perdida entre uma e outra, sem saber o que fazer.

— Você não vai poder me ignorar para sempre. — O silêncio foi rompido quando Travis se apoiou na haste ao meu lado.

Não. Eu não podia. Um dia eu deveria falar sobre isso, porque Travis parecia sempre estar nos mesmos lugares do que eu. Mas mesmo assim, pensativa, permaneci em silêncio por um tempo. O vento soprando em meus cabelos enquanto olhava para o lado oposto, evitando o contato. Eu não o estava ignorando, na verdade, estava tentando colocar os meus pensamentos em ordem, porque eram tantas lembranças e eu não sabia o que fazer com elas. Sentimentos confusos, contraditórios. Raiva afloravam diversos outros sentimentos. Eu não sabia como enxergar Travis, e isso estava me deixando confusa, porque essas eram as lembranças que me despertavam mais sentimentos. Raiva, dor, ressentimento, excitação... Atração.

Mas precisava focar no que estava me incomodando.

— Você dizia que me amava. — Tentei me justificar com um pouco de mágoa. Essas eram as lembranças que eu tinha com Travis. E dois anos depois, estava sendo usada em um dos seus trabalhos.

A lembrança de nós dois juntos no lago nos beijando no Alaska, enquanto a outra de estar presa, dentro de uma cela de vidro com ele do outro lado se sobrepunham. Num momento, apaixonada e no outro, enraivecida.

Travis também ficou em silêncio, olhando para algum lugar enquanto pensava. Por um breve momento, desejei ser capaz de ler seus pensamentos. Talvez ele tivesse um motivo, e mesmo que eu não aceitasse, ele precisava tentar justificar o que fez. Então, virei o rosto para fitá-lo. O olhar distante e a mandíbula rígida capturaram a minha atenção, e mesmo com todo o ressentimento, alguma coisa subia das minhas pernas para o baixo ventre só pelo simples fato de tê-lo por perto.

— Eu só queria que alguém tivesse sido honesto comigo. E esperava que fosse você... — Assumi, pensativa, fitando-o ainda. O pescoço dele estava coberto pela gola alta da camisa de lã preta, sobreposta por uma jaqueta grossa comprida de poliéster que lhe conferia um ar mais sério e misterioso. Sexy, pensei, porque precisei de mais do que bons segundos para desviar o olhar novamente.

— Você não teria ouvido, e tudo o que eu fiz, não foi porque eu não gosto de você, Amy. Eu precisava de ajuda e você estava bem... — ele pausou, os olhos cintilantes; voz macia com ar pensativo e profundo — ali. Eu confiava em você...

Ele parou, sua voz sendo pouco a pouco levada pelo vento gelado. Eu não o odiava por ele ter feito aquilo comigo. A situação era outra, e eu tinha que reconhecer, pelo menos para mim.

— Acho que está sendo muito duro perceber que, depois de recuperar a memória, eu teria feito o mesmo com você. — Suspirei com a ironia, balançando a cabeça numa negativa silenciosa. — Tão cega... tão teimosa. Eu não sou melhor do que você, Travis e isso me incomoda.

O sarcasmo morava ali. Refletido no olhar de Travis, tão brilhante ao reluzir as luzes da cidade como pequenos fragmentos de luz.

— Fazemos o que fazemos por um motivo, Amy. — Ele disse, vindo para mais perto e eu não me incomodei em me afastar. — Fizemos uma escolha e não somos pessoas ruins por isso. E me sinto na obrigação de dizer que não foi pelo simples fato de precisar de ajuda que eu te trouxe de volta, foi porque quando eu te vi, desejei ter você por perto, foi um pouco egoísta... mas — ele passou a mão pela lateral do meu rosto e o calor irradiou por toda a parte, depois Travis inclinou sutilmente a cabeça, fitando-me de perto com seriedade — eu acho que não me arrependo... Porque você está aqui e eu vou cuidar de você.

O hálito refrescante dele acariciou as minhas bochechas para depois ser levado pelo vento. Em transe, o meu olhar alternava dos lábios para os seus olhos que agora reluziam uma coisa diferente. Talvez, confiança e desejo. Eu não sabia, mas ele se aproximou mais e o cheiro que ele exalava, uma mistura de amadeirado que se fundia ao sândalo e cedro penetrou o meu sistema e eu reconheci o perfume. O que despertou ainda mais das minhas memórias.

Era tão excitante pensar em Travis. Nas mãos dele correndo pela minha pele, o calor que seu corpo emanava. A sensação dele me pressionando. A boca tocando a minha.

Eu conhecia aquela sensação de estar pisando em pluma das minhas lembranças e ver o rosto de Travis tão de perto me era muito familiar e naquele momento, gostaria de experimentar mais daquilo e me aproximei mais dele, eliminando toda a distância que restava. Foi quando fechei os olhos e me permiti, e à medida que me sentia mais próxima dele, o calor de se corpo me envolvia mais e mais e uma sensação de ansiedade bagunçou o meu estômago.

— Olha só vocês aí... — Seth exclamou com uma voz arrastada, irrompendo o silêncio de súbito e arranco-me bruscamente da leveza do momento.

Travis suspirou, erguendo uma das sobrancelhas e eu diria que ele ficou bastante constrangido quando girou o rosto de mim para Seth.

Eu o teria beijado. Eu o teria beijado se ninguém nos interrompesse, e ele me beijaria também. E apesar do frio, meu rosto se tornou quente.

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