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Capítulo 25 | A dádiva da ignorância

Abri meus olhos quando senti um peso fazer o meu corpo subir com pressão. O colchão abaixo de mim era macio, mas mesmo com o conforto, a sensação não era nada boa. Então, mesmo com a mente atordoada, inclinei o corpo sobre os cotovelos, erguendo a cabeça e sobressaltando num pulo sobre a cama assim que me deparei com Ryan sentado à beira.

— Ryan! — exclamei no susto, me encolhendo na defensiva, encarando-o com apreensão.

Ele estava inclinado para frente. Os cotovelos fincados nos joelhos, os braços lhe cobriam o rosto, e os dedos emaranhavam-se nos cabelos loiros mais compridos na parte superior, rendendo a ele um ar dramático e pensativo.

Receando o pior. Baixei o olhar para os meus pés. Minhas botas não estavam ali e arrastei-os mais para mim, tomando o cuidado de ficar o mais longe possível dele.

Ergui o olhar, mas tive de mexer o maxilar, arquejando quando a dor irrompeu do osso.

Filho da puta!

Engoli a seco quando vi meu corpo dentro de uma grande camiseta preta que não era a minha.

"Highway the hell" estava escrito nela, enquanto uma enorme caveira de chapéu e chifres ficava entre a primeira e as duas segundas palavras.

Ac Dc, pensei, mas a minha preocupação foi outra, quando puxei a gola e olhei lá dentro, a fim de ver o que havia por baixo e respirei fundo ao ver que não estava completamente nua por baixo da camisa.

Vasculhei ao redor com o olhar, deparando-me com móveis rústicos. A porta logo a frente estava aberta, e os meus instintos entraram em ação. A adrenalina dissipou a letargia e meu organismo começou a trabalhar em uma fuga rápida.

— Eu sinto muito por isso, Amy — O tom de voz hesitante dele interrompeu todo o fluxo do meu corpo. Eu não deveria, mas parei para ouvi-lo. — Eu sou um idiota e você estava certa. Eu já desconfiava, mas preferi não acreditar. Eu não tive escolha, porque Brandon me forçou a voltar para agência e se começasse a procurar levantaria muitas suspeitas.

A confusão me atingiu em cheio como uma pancada brusca na cabeça. Fitei-o de cenhos franzidos, muito confusa.

— Do que você está falando? — inclinei-me mais sobre a cama, meu olhar oscilando entre ele e a porta.

Embora eu quisesse fugir, as palavras dele estavam me deixando tão intrigadas que abandonei, por uma mísera fração de segundos, a ideia para ouvi-lo, mesmo que me arrependesse disso depois.

— Eu estava investigando, mas não precisa ser um gênio para saber que foi a CIA que entregou a gente para o Pellington. — Contou, erguendo o olhar pela primeira vez para mim ao deixar os braços caírem sobre as pernas. — É por isso que a gente está vivendo nesse inferno, porque confiamos em alguém que nos apunhalou pelas costas.

Ryan respirou fundo antes de se levantar da cama.

— Eu não consigo acreditar! — resmungou com indignação, dando um soco na parede do cômodo e sacodindo a mão no ar ao receber o soco de volta. — Dois anos rastejando por causa de um traidor fodido. — Murmurou, passando a mão com força pelo rosto, pressionando os olhos.

Ryan parou, deglutiu e me encarou. Seu rosto assumia um novo tom de vermelho intenso, à medida que a raiva se tornava mais palpável. Dava para sentir isso emanar por ele.

— Eu descobri uma pasta sigilosa no Sistema de Segurança, mas não tenho acesso. Tem a ver com essa Sigma. — Ryan enfiou a mão no bolso e puxou o cordão dourado dali.

Instintivamente, abaixei o olhar de relance e levei a mão à altura da minha clavícula, engolido a seco ao sentir a ausência do objeto que pendia no meu pescoço.

— Devolve! — ralhei, enviesando o olhar para ele.

Ryan sentou-se à beira da cama novamente, dessa vez, bem mais próximo, e eu congelei no lugar devido à proximidade.

— Você não se lembra... — disse, encarando-me diretamente nos olhos. Ele parecia procurar algo ali, mas fui incapaz de manter o contato até que ele encontrasse qualquer coisa — de nada disso? — completou, num suspiro ao exibir o pingente, um pequeno bloco comprido com gravuras.

Não. Eu não me lembrava, mas também não respondi, apenas exalando ruidosamente. As coisas estavam ficando cada vez mais confusas e não me lembrar de nada disso me deixava cada vez mais frustrada.

Ergui a mão e peguei o cordão, deslizando a ponta do dedo pelas gravuras. O símbolo de uma sigma gravada na parte de cima, e a sequência de pontos e traços na parte inferior, esses detalhes eram realmente intrigantes, mas eu não sabia o que significavam, mas era meu. Era importante e significava alguma coisa para o meu antigo eu. Era uma coisa minha e eu não estava disposta a abrir mão disso.

— É morse — comentou, apontando para as gravuras. — Tem alguma coisa nesse cordão, Amy. — Exclamou e eu continuei a ignorá-lo, segurando as duas pontas ao abrir o fecho para colocá-lo no lugar de onde não deveria ter saído. — Você não tem vontade de descobrir? — perguntou, tomando o colar da minha mão.

O que poderia haver demais nesse cordão? A minha garganta deglutiu um nó que doeu para descer. Talvez fosse apenas um pingente, mas e se houvesse mais? Eu gostaria de saber. Era um direito meu, já que não podia contar com as minhas próprias memórias. Mas por que Ryan estava fazendo isso?

Ele fez um gesto com o dedo, pedindo para que eu me virasse. Eu hesitei, encarando-o com estranhamento.

— O que você está fazendo? — inquiri.

— Um favor. — Respondeu simplesmente, ajeitando-se na cama para ficar mais para trás de mim.

Ele se calou por um tempo extenso, levando o cordão para frente da minha cabeça; o pingente brilhou em contraste com a luz difusa, abaixando-o até que tocasse a minha pele. O contado com o metal fez a minha pele se arrepiar e passei os cabelos para um lado do ombro para que ele o fechasse, deixando um rastro de calor quando a sua mão deslizou pelas minhas costas.

— Nós podemos descobrir. — insinuou, ainda por trás de mim.

— Como? — perguntei, sendo ligeiramente tomada pelo interesse.

— O Marshall, meu superior, nosso superior — corrigiu — ele nos atribuiu a missão. Alguma coisa aconteceu e eu sei que ele está encobrindo isso — comentou. — Nós vamos até ele, atrás de respostas.

Era uma proposta interessante, mas o que ele ganharia com isso.

— Por que você quer fazer isso agora? — perguntei, virando o corpo sobre a cintura, a fim de encará-lo diretamente.

Dizem que quando uma pessoa mente, ela consegue transmitir isso através do corpo. Pipilas dilatam, olhos vacilam e desviando-se para outras direções. Mãos suadas. Inquietação e hesitação. Esperava encontrar algum traço disso em Ryan.

— Porque estou cansado de viver nesse inferno. Eu quero acabar com quem fez isso comigo. Eu perdi muita coisa. Você também perdeu, Amy. Mas isso precisa acabar.

Ele só podia estar de sacanagem com a minha cara. Então bufei com ironia.

— Você tem noção do que você fez? — questionei, totalmente incrédula. — Você me bateu, e me prendeu. Agora você quer trabalhar em equipe?

— Não. — Ele interviu rispidamente, lançando-me um olhar desaprovador. — Você me atacou primeiro. O que você queria que eu fizesse? Que deixasse você me matar? Eu só queria te esconder do Brandon. Ele não pode te pegar.

— E porque você se importa? — rebati, sem pensar.

— Porque há dois anos, você voltou por minha causa. Você se colocou nessa situação por mim, e eu me sinto na obrigação de fazer alguma coisa por você agora. Brandon vai matar você e a mim se não fizermos alguma coisa.

As palavras não saíram pelos meus lábios, apenas encarei-o diretamente procurando qualquer indício de mentira.

— Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas eu não estou prendendo você. Na verdade, vice está bastante livre, agora. Mas espero que possamos trabalhar juntos. Você quer informações sobre o passado e esse pingente é uma pista. Eu quero descobrir e acabar com quem fez isso conosco. Não vai ser um favor, Amy. Uma mão lava a outra.

✦✦✦

Ryan tinha me convencido a procurar por respostas. Na verdade, ele não precisava me dissuadir a isso. Existia uma pasta que poderia ter conexão com o meu cordão, o problema era que precisaríamos invadir o prédio da Agência do Governo para termos acesso a ela. Era disso que eu tinha medo. Teríamos que pegar o Diretor Assistente, burlaríamos o sistema, entraríamos na parta com o acesso dele e depois, Ryan limparia todo o rastro de sujeira.

Esperava que ele soubesse o que estava fazendo, porque não haveria mais volta quando entrássemos lá. Ele estacionou o Mustang um pouco antes da entrada do prédio alto que ocupava um quarteirão inteiro de Manhattan, com mais de vinte andares, cujo acabamento acinzentado e janelas que mais se pareciam com espelhos, refletindo o cenário composto por outros prédios e arranha-céus construídos ao redor. A vista dessa parte da cidade era extremamente bonita, mas hoje a neblina tornava o clima sombrio e depressivo. Flocos cinza de neve começavam a cair do lado de fora denunciando a friagem.

Eram sete da noite. A rua não estava tão congestionada, talvez por conta do frio ou até mesmo pelo horário. O prédio, de acordo com Ryan, deveria estar praticamente vazio. A sala de inteligência precisaria estar livre, e ele afirmava que estaria.

Nós esperaríamos até que Marshall aparecesse, e isso levou mais ou menos meia hora de espera no carro.

— É ele. — Ryan indicou, abaixando o olhar ao puxar a arma, verificando a munição.

O homem magro de sobretudo preto com as duas fileiras de botões fechados e cabelos grisalhos empurrou a porta de vidro do prédio, e os olhos de Ryan praticamente saltaram, cintilando um brilho frio de apreensão e ansiedade.

Por um momento, pensei que ele fosse mudar de ideia. O cachecol marrom, que envolvia o pescoço dele, embaixo da gola alta do grosso casaco preto de poliéster escondeu quando ele forçou um nó a descer garganta abaixo.

— Você consegue ver algo suspeito nele? — indaguei, meu olhar alternando entre o homem que enfiava as mãos com luvas dentro do casaco e Ryan ao meu lado.

— É uma boa pergunta. — As sobrancelhas dele subiram quando ele fixou seu olhar em mim. — Todo mundo parece suspeito. Parece que todos na CIA escondem alguma coisa — comentou, antes de fazer um gesto positivo para mim.

Encarei-o uma última vez e me perguntei se realmente deveria entrar nessa com ele. E embora tentasse ignorar o arrepio na espinha que me lembrava do quanto isso poderia ser arriscado, respondi positivamente.

Abrimos a porta do carro ao mesmo tempo e a batemos, afastando-nos do veículo a passos largos, ao seguir em direção ao nosso alvo.

O plano tinha sido muito bem pensado, não tinha como dar errado, por isso um pouco de confiança fez com que minha postura ficar mais rígida. Enfiei as mãos nos bolsos da jaqueta, enquanto acompanhávamos o ritmo do homem. Ryan se colocou de um lado dele, e eu do outro.

— Sem grito, sem alarde. — Ryan delegou num tom baixo, mas ameaçador, enquanto andávamos ao lado do homem.

O rosto do sujeito se voltou para trás, provavelmente para constatar a emboscada, e depois focou em Ryan.

— O que você está fazendo, Russell? — A voz do homem arranhou ao perguntar. Ele ainda não tinha se dado ao menos o trabalho de olhar para mim.

Antes de negar com um gesto de cabeça, Ryan olhou para a esquerda e depois inclinou a cabeça para cima, deixando um sorriso sarcástico para o céu. Ele estava sentindo raiva, mas envolveu esse sentimento numa espeça parede de ironia, morbidez e deboche, camuflando-a como podia e depois exalou, com a respiração quente se transformando numa fumaça branca diante do rosto antes de se dissipar devido ao frio.

— Nós temos muitas coisas para conversar. — Eu disse, e o homem olhou para mim pela primeira vez.

Marshall parou de caminhar e deglutiu com espanto e surpresa ao ficar de frente para mim.

Analisando-o mais de perto, o homem deveria estar na casa dos cinquenta. Cabelos loiros cortados em camadas já cediam boa parte para os brancos. A boca começava a franzir, e a pele já estava enrugada o suficiente para uma papada se formar no pescoço. Os cabelos das sobrancelhas eram grandes, e os olhos negros expressavam um brilho assombrando. O medo fazia isso com as pessoas.

Ele me soava familiar, mas não tanto quanto Travis e Ryan. Por mais que procurasse lembranças dele, não havia nada. Era como se abrisse gavetas esperando encontrar algo, mas no final: absoluto vazio. As coisas costumavam se brancas quando tentava me lembrar de algo antes de todo esse inferno começar, mas agora, tudo se tornara preto. Embora sentisse que isso queria me fizer alguma coisa, ainda não conseguia evitar a frustração e esperava que esse homem pudesse me ajudar a lembrar.

Encarei o homem com mais dureza. Ele estava branco, como se estivesse vendo um fantasma e demorou tempo demais para processar a informação, mas quando o fez, suas palavras não passaram de sílabas fracas e incrédulas.

— Murray... Como você pode estar viva? — indagou, tirando as mãos dos bolsos do casaco, analisando-me com espanto.

Ele tinha que ter alguma coisa a ver com isso. Como ele poderia ter tanta certeza que eu estava morta. Dei de ombros.

— Eu não sei. — Estalei asperamente, apertando o olhar para ele. — Você quem vai me dizer.

— Vamos. — Ryan engatilhou a arma e arqueou as sobrancelhas. Tudo tinha começado a fazer sentido da cabeça de Marshall e ele fez um aceno positivo com a cabeça.


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