Capítulo VIII
- Tem alguém aqui? - Esperei para escutar uma resposta, mas não a tive. O que estava esperando? Seja quem for que deveria estar no jardim está noite não ficaria por tanto tempo.
- Lembre-se que prometeu escutar o que tenho a dizer antes de gritar por ajuda.
Quando me virei o monstro que me atacou estava atrás de mim, como Arielia pode acreditar que eu falaria com ele? Lá estava ele e seu olho vermelho no centro de sua cabeça, com seus altos chifres na cor de sua pele acinzentada. Ele tinha grandes asas feitas de ossos, ossos podres e negros que pareciam rangir enquanto ele andava em minha direção. Seu corpo era esquelético , e sua cauda parecia ter pontas de serra afiadas em seu decorrer.
- Bem, você tentou me matar, me diga, como espera que eu fique e escute?
- Tive meus motivos para isto, mas minha intenção não era mata-la e sim feri-la. Como sinal de boa fé eu vou ser honesto com você, poderia me escutar?
- Poderia tentar o escutar. Por que quis entrar em contato comigo?
- Bem srª Maccol, preciso que termine a sincronização para que possa revelar isto.
- Como posso confiar em sua palavra se acaba de se contradizer?
- Se não confia em mim, apenas me tolere. Sou Mintrebo.
- Como posso o escutar se nem boca tem?
- Eu entrei em sua mente. Como Adelinne já mencionou sou a obra prima do Lorde Arctrus, ele me fez para ser útil em todo momento, criar um meio para que eu pudesse me comunicar é uma das muitas coisas que fez por mim - Quando me mantive em silencio ele voltou a falar - Vejo que há muitas perguntas em sua mente. Não, o Lorde Arctrus não é louco e seus motivos para a querer serão esclarecidos pelo próprio assim que se sentir a vontade para velo. E novamente não, não irei matá-la e nunca fui instruído para tal feito.
- Teria a possibilidade de se comunicar sem ler o que penso.
- Srª Maccol é difícil não os ler quando se mantem quieta.
- Não os leia.
- Peço perdão minha senhora. Um dia espero poder levá-la ao encontro de meu mestre, ele certamente tem a resposta para qual é sua especie e para perguntas que ainda nem cogitou pensar. Os moradores da casa estão se aproximando, sua discrição sobre ter entrado em contato comigo seria muito prestigiada se feita. Até nosso próximo encontro.
Antes de poder perguntar algo mais ele desapareceu. Seu eu não tivesse distraído-me com Christofer poderíamos ter mais tempo. Subi as escadas e fui direto ao quarto, segundos depois escutei barulhos no andar inferior, apaguei a vela e me cobri fingindo estar adormecida. Ignorei as batidas na porta e esperei meus pensamentos se apagarem.
***
- Está acordada?
- Agora estou, o que houve Arielia?
- Conversou com..
- Sim.
- Achei que o feitiço não houvesse funcionado já que o fiz as presas. Sebastien me importunou a noite toda.
- E o seu acompanhante?
- Ele era uma desculpa para que eu fosse e pudesse falar com você.
- O sol já nasceu? Por que está aqui?
- Achei que fosse querer saber o fim da historia, e não tenho tempo para isto amanhã.
- Continue- a então.
- Esses seres denominado de Senray foram todos confirmados como mortos, porém, apenas 29 corpos foram coletados e o ultimo que faltou apenas foi pego muitos anos depois. Os superiores deram o caso como encerado e ninguém hoje fala disso, é estritamente proibido tocar no nome dessa espécie, agem como se fossem uma praga, não se engane com os rumores.
Ela saiu de meu quarto e fechou a porta, aparentemente sua intenção foi que eu me questiona-se sobre isto, seria para que eu novamente fala-se com Mintrebo? Seu mestre parecia ter a resposta para as questões em minha mente. Quanto ele pode saber para que o desejo de encontrá-lo para obter respostas me fizesse ir ao seu encontro?
Algo nessa história não parece correto. O sol já nascia e me senti ansiosa devido ao fato de ter que o encontrar hoje, isso seria ruim ou bom? Esperei na cama até que houvesse sons na casa e me aprontei para mais um dia, alimentamo-nos juntos e quando Christofer chegou horas depois meu estomago revirou enquanto eu escutava escondida a conversa dos três.
- Devemos ensiná-las dominações maiores - Christofer parecia determinado a aumentar a dificuldade de meus treinos havia dias.
- Mas isso não pode ser feito aqui, tem uma população e fora desses muros ela pode ser atacada - Sebastien também estava determinado, mas não pelos motivos de Christofer.
- Ela não pode apenas continuar aprendendo transformações, tem que aprender a se defender.
- Ela não está pronta para ir além dos muros.
- Eu sei que ela está pronta, não tem o direito de a prender aqui.
- Ela não vai.
- Não são vocês que decidem o quanto ela está preparada, isto é a própria dama que deve decidir. Já pode entrar, não tem necessidade de escutar através da parede srª Maccol - A quanto tempo ele sabia de minha presença? Gavin é mais perspicaz do que aparenta.
- Lamento, não pude deixar de escutar.
- Emmeline, sente-se pronta para ir treinar em outro paradoxo?
- Isso é estupido, ela não está pronta - Rebateu Sebastien
- Bem, é uma lastima que não seja você quem decide Sebastien.
- Não sabe o que a aguarda la fora.
- E você sabe? - Como ele ainda atreve-se a achar que comanda-me - Creio eu que a não ser que esteja tramando contra mim não deve saber o que me aguarda fora dos muros.
Sua expressão adquiriu uma confusão nesse momento, o que me levou a rir de sua face.
- Este é um assunto sério Emmeline, não deve rir - Rebateu contra mim.
- Pois então que seja sério - Enquanto tirei meu sorriso do rosto voltei a dizer depois de um suspiro - Eu vou.
- Percebe agora, ela está pronta - Christofer olhava com uma expressão vitoriosa a Sebastien.
Sebastien estava estupefato perante minha resposta, seu olhar era descrente as minhas palavras e pareciam esperar que eu pronunciasse meu engano, mas não o fiz.
- Então, para qual paradoxo irá levá-la Christofer? - Gavin quebrou o silencio
- Depende de qual elemento ela quer controlar primeiro.
- Eu vou junto - Sebastien recuperou sua determinação enquanto dizia essa frase - E não adianta dizer que não é uma possibilidade pois irei.
- Ninguém disse isso, são suas próprias palavras - Sebastien era ótimo, mas o modo como tentava controlar meus passos em alguns momentos era insuportável. Gavin viu graça em minhas palavras, porém Sebastien continuava sério, já Christofer me mandava olhares discretos carregados de divertimento.
Com o fato de que iriamos realizar meu treinamento já decidido sai da sala e Aurora estava escutando através da parede, assim como eu estava anteriormente. Quando me viu pareceu ligeiramente envergonhada.
- Ora, ora, não imaginei que fosse ficar escutando- Ri.
- Emmeline querida, entendo que seja um treino importante, mas o que comentariam se fosse sozinha com dois homens até outro paradoxo. Tem certeza de que não se importa com a difamação?
- Não me importo com nada além de poder cuidar de mim sem depender da ajuda de outros seres, não entenda-me mal.
- Querida pode ter certeza que entendo e não irei a julgar por isto, mas leve Arielia com você, não posso sair de Betelguers, e ela pode, também me sentiria melhor se a levasse.
- Não acho que ela aceitaria, mas vou perguntar se ela gostaria de ir, também é uma oportunidade para que ela treine.
- Obrigada, me sinto melhor sabendo que estarão juntas. E gostaria de pedir um favor.
- Claro, já fizeram muito por mim e ficaria feliz de começar a retribuir.
- Tente, bem, é - Ela soltou um suspiro - Veja se consegue fazer com que Christofer se interesse nela, ela está na idade de casar-se e ele é uma grande oportunidade. Um bom jovem e bem afortunado.
- Farei o que conseguir para que isso aconteça.
- Obrigada novamente, não sabe o quanto é importante para mim que Arielia tenha um bom homem.
Fui para o jardim deixando Aurora na sala. Logo após minha chegada Christofer veio atrás de mim.
- Vim me despedir e ver qual elemento gostaria de dominar primeiro.
- Qual me sugere? - Virei de costas para ele tentando evitar pensar em seus lábios.
- Tem o fogo, que é bem interessante de se controlar - Enquanto falava veio para perto de minhas costas - Já o vento é furioso e não gosta de ser dominado, exige bastante habilidade. A terra quase clama por ser dominada - Ficou de frente para mim olhando para mim de modo diferente do que olhava ate agora - Já a água é pura e também instável, muita concentração é necessária para controlá-la - Ele olhou em meus olhos esperando que os meus permitissem o próximo passo.
- Christofer o que pensa estar fazendo?
- Não vejo motivos que impeçam-nos de fazer o que queremos.
- Mas..
Ele calou minhas palavras juntando sua boca com a minha. Coloquei minha mãos em seu peito o afastando de mim, ele deve se casar com Arielia. Assim que abri meus olhos vi Christofer olhar fixadamente para algo atrás de mim. Sebastien estava parado junto a entrada do jardim confuso olhando para mim, uma sensação de culpa me abateu.
- A familia Araccel o convidou para jantar - Isso foi tudo que disse e então começou a se retirar me deixando com a sensação de aperto maior.
- Sebastien.
Ele se virou para mim porém eu não soube o que falar, e percebendo isto ele entrou e fechou a porta. Olhei para Christofer e ele parecia tranquilo com tudo.
- Desculpe, não o escutei se aproximar, perdi minha concentração - Ele sorriu encantadoramente para mim, mas não mudava o fato de que ele me.beijou sem minha permissão.
Quando entramos na casa para jantar, meus pés pareciam se arrastar conforme chegávamos na copa. A tensão entre Sebastien e Christofer era quase palpável e Gavin pareceu notar pois quando os dois começavam a se atacar com palavras ele ria e continuava com outro assunto. Quando a tensão aumentou, Sebastien pediu licença e retirou-se da mesa, pensei em ir atrás dele e conversar mas até mesmo Adelinne avisou-me para que não o fizesse. Com o fim do desconfortável jantar voltei ao meu quarto e dormi pensando se está noite teria alguma nova memória.
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