Capítulo II
Acordei suada está manhã, as sensações do que sonhei permaneceram em mim e foram perturbadoras, levantei e fui direto lavar meu rosto na tentativa de tirar aquilo de meu corpo. Ao sair do banheiro me deparei com a mesma criada da noite anterior. Porém está manhã estava com mais bandagens, e as que usou na noite anterior foram substituídas. Ela andou de cabeça baixa até o baú no fim da cama colocou a bandeja de alimentos em cima e logo em seguida andou até o banheiro e retirou as roupas e toalhas sujas.
- O que houve com você? Tem permissão para dialogar comigo.
- Se eu falar novamente com a Srª. serei castigada, peço que permaneça em silêncio.
Seus novos machucados seriam culpa minha? Sebastien seria capaz de tal atividade? Ela é apenas uma criada, como pode ser maltratada dessa maneira. Algumas pessoas podem ser piores que monstros. Seus olhos mudaram hoje, pareciam mais escuros. Batidas na porta chamaram minha atenção, a Criada andou até ela e a abriu, Sebastien entrou enquanto ela saia.
- Emmeline temos que ir, não há tempo para explicar agora, pegue seus pertences necessários. A carruagem vai chegar logo, venho buscá-la em seu quarto quando a hora chegar.
- Sebastien, o que houve?
- Emmeline, confie em mim.
Ele e seus olhos apreensivos saíram rapidamente do quarto. Pelo barulho no corredor ele estava correndo por ele. Terminei de colocar alguns pertences na mala e esperei ao lado da porta. Coloquei o vestido mais leve que encontrei e botas para facilitar uma corrida caso necessário.
Pude escutar cavalos se aproximando da casa, deveria ser a carruagem nos fundos, sem intenção pude notar a alguns quilômetros novos trotes, apurando os ouvidos, um, dois, cinco, doze, dezoito, vinte sete. Vinte sete cavalos se aproximavam rapidamente, problemas estavam chegando a quatro quilômetros de meu aposento. Abri a porta no mesmo instante em que Sebastien aparecia no final do corredor com duas malas de mão, ele correu até mim pegou minha mão e me puxou para a cozinha. Quando chegamos à porta a Criada desta manhã e da noite anterior estava parada logo à frente bloqueando a saída.
- Saia - Mandou Sebastien ao ver a criada bloquear o caminho.
- Lamento, mas não obedeço as suas ordens, Emmeline Crinson Maccol é acusada de bruxaria e assassinato, além de portar em seu interior esse ser abominável. A mulher que carrega irá destruir o lugar belo em que vivemos e se atrapalhar as buscas será executado junto dela. Não poderá sair desta casa Emmeline, não viva. Sr. Grent foi extremamente tolerante, posso permitir que viva mas deve deixá-la para morrer aqui mesmo.
- Não irei deixá-la para a morte, não vê o quão especial ela é? Pode controlar aquilo, não irá sucumbir, garanto isso. Nós deixe passar Anny.
A criada Anny começou a retirar as bandagens em seu corpo revelando cicatrizes e carne podre, além de símbolos estranhos que começaram a sangrar. Sebastien tirou as luvas que vestia e assim que sua mão ficou exposta disse palavras que não compreendi o significado, não estavam documentadas nos livros que estudei. Elas fizeram suas mãos emitirem um brilho prateado e então uma marca avermelhadas surgia com traços pesados em seu centro. Anny e Sebastian se atacaram em uma velocidade qual mal pude acompanhar com os olhos, pareciam flutuar em alguns momentos, recuei alguns passos para longe quando fogo circulou a área onde estávamos Anny perderá a concentração por alguns segundos enquanto fez o circulo e Sebastien acertou um soco em seu rosto. Sua cabeça se desprendeu de seu pescoço caindo ao chão, mas assim que seu corpo cairá sua cabeça rolou até ele como se um fio a tivesse puxado, parecia uma marionete humana. A luz do sol brilhou no chão onde Anny estava desmontada e por um milésimo de segundo, pude notar uma linha fina como um fio de aranha a remontando. Sebastien olhou para mim ao mesmo tempo em que virei para alertá-lo, percebendo que ele o tinha notado, fechei os olhos e novamente apurei os ouvidos. Dois quilômetro. Quando abri meus olhos Sebastien estava com suas luvas novamente e Anny se resumia a uma poça gosmenta negra no assoalho onde sua carne e aranhas se dissolviam.
- Vamos Emmeline.
Ele pegou-me pela cintura e em um segundo estávamos na porta da carruagem aberta mandando que eu entra-se enquanto colocava nossas malas ali dentro e foi checar com o condutor, quando o virá amarrado a ela com sua garganta cortada jogou o cadáver na grama verde e fez os cavalos correrem a toda velocidade. Entramos por uma trilha escura dentro da floresta, animais fugiam enquanto passávamos, e o tempo repentinamente fechou mostrando o inicio de uma tempestade. Quinhentos metros. A carruagem saltava na trilha devido à irregularidade do solo cheio de pedras e buracos. Algo semelhante ao som de um trovão atingiu a carruagem fazendo a madeira explodir, meu corpo foi arremessado à frente e assim que ele parou ao solo procurei o de Sebastien. Pela primeira vez notei que estávamos à beira de um penhasco onde no seu fim estava um rio com águas ferozes e cheio de rochas. Logo em sua beirada estava à luva de Sebastiam corri para a ponta na tentativa de velo vivo. Ele estava preso a uma raiz grossa e torta no percurso de sua altura. Vinte metros.
- SEBASTIEN - gritei desesperada, mas ele não se moveu ou respondeu. Pude escutar seu coração batendo, havia duas batidas fortes e diferentes, seria possível um homem de dois corações?
Cinco metros. Eles estavam diante de mim. Não havia como escapar, eles cercaram a minha frente restando apenas uma queda de aparentemente cento e cinquenta metros.
- Renda-se e a matarei rapidamente, caso resista irei cortá-la pedaço por pedaço de um modo lento e agonizante. Não vou falar seus crimes, pois deve conhecer todos bem, afinal a própria os cometeu.
Ele desceu de seu cavalo. Era um homem negro e alto, parecia um armário com armaduras e uma espada.
- Esperem salvem ele, ele não tem conexão com isto. Ele irá cair e morrer. Não posso salvá-lo.
Ele riu alto e sarcasticamente, havia tanto deboche em seu rosto e em seus soldados que me senti envergonhada por tentar dialogar. Ele realmente era um animal ignorante. Meu sangue circulava rapidamente em minhas veias, ele queimava e parecia dissolver meu interior como um veneno. Senti pontadas em minhas costas cada vez mais fortes, parecia estar prestes a rasgar minha pele. À medida que a risada deles se intensificava meu ódio também.
- Ninguém a deu permissão para que falasse, fique em silêncio sua imunda. Darei duas opções ou irei executá-la aqui mesmo de joelhos ou pode pular desse penhasco que provavelmente irá matá-la. A escolha é sua.
Não pude me mover de ódio, sabia que se movesse um único músculo muitos deles poderiam morrer. O homem negro de armadura se aproximou e com o cabo dela me empurrou. Cai mais próxima da beira do penhasco, todos riam alto, muito alto, cada segundo mais alto. O ódio que em mim estava, provocou dores em minha cabeça. Não queria ter que matar a eles. Sebastien estava com os batimentos fracos e a respiração quase imperceptível, se fosse fazer algo era esse o momento. Os soldados partiram para cima de mim com seus cavalos deixando apenas o penhasco como saída, a pele de minhas costas rasgou e ossos saíram de dentro logo sendo preencidos por carne e penas magestosas. Asas enormes se abriram e os soldados se afastaram. Levantei suprimindo todo o desejo sanguinário que podia. As asas arrastaram ao chão. Eram penas negra como carvão, me virei e me joguei em direção ao penhasco, se iria ou não conseguir usá-las ia descobrir depois de pegar Sebastien na queda. Assim que o agarrei tentei voar, mas não foi fácil, consegui voar durantes algum tempo até ver uma caverna onde tentei pousar, no instante em que coloquei Sebastien dentro dela as asas cederam e cai com o corpo sobre o dele. As dores que senti a seguir me deixaram desnorteada, levantei e andei até o inicio da caverna, ânsia de vomito e náuseas me consumiam, mas precisava vigiar o locar até Sebastien acordar.
O céu da noite chegou e estava estrelado, com fome e sede pensei em voltar aonde nossas malas estavam, mas poderia ser uma busca suicida. Seus batimentos estavam normais, deitei sua cabeça em meu colo para deixá-lo mais confortável.
- Emmel, Emmeline - seu sussurro me deixou aliviada. Seus olhos abriram lentamente, nunca me senti tão feliz por olhar o azul acinzentado. De onde vinham esses pensamentos? - Minha doce Emmeline, você está bem?
Não pude resistir a essa imagem de Sebastien tão frágil, tão ferido por minha culpa. Meus olhos se encheram de lágrimas, e todos os stress dos momentos anteriores me fizeram desabar. Sebastien se sentou apesar da aparente que mostrava claramente a dor sentida em seu corpo.
- Não chore Emmel, tudo irá ficar be...
O resto de sua frase ficou no ar, pois, o abracei como se fosse à última vez que o faria. Ele retribuiu meu abraço e assim ficamos por tempo indeterminado, por tempo suficiente para que minhas lagrimem cessarem e adormece-se em seus braços. Como posso sentir tamanho desespero apenas por imaginar a morte de alguém que não conheço. O que esta havendo?
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