Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Parte IV

Da próxima vez que saímos no jardim, não haviam só guardas à nossa volta, mas várias criadas igualmente agasalhadas. E, na mão de cada uma, copos de papel e uma garrafa de chá ou de café.

Eu mesma levei uma de café. E nós distribuímos os copos para todos aqueles que estavam lutando contra o frio para poder ficar perto do meu casamento, logo os enchendo do que preferissem. Liev foi comigo com uma garrafa de chá e, enquanto servíamos cada pessoa ali, eles faziam questão de me dizer o quanto estavam felizes por mim, que Reid seria um ótimo rei e eu, uma ótima rainha. Alguns até me pediram para serem convidados, mas eu falei que o casamento seria pequeno, só família mesmo. Não era como se Westminster fosse a maior igreja do país.

Não ficamos muito tempo, só o suficiente para ajudar a aquecer um pouco as pessoas. Mas quando eu já tinha entregado minha garrafa a uma criada e acenava para as pessoas, a ponta do meu nariz parecia estar congelada. Aquela ideia tinha sido ótima, todo mundo tinha adorado e tirado várias fotos. Mas quanto mais tempo passava ali, sentindo o vento nos poucos centímetros de perna que tinham se safado do casaco, mais eu sonhava em voltar para o castelo quentinho.

Assim que a porta se fechou atrás de nós e Stan me ajudou a tirar meu casaco, Liev se virou para mim.

"Nove horas. Degustação?" Perguntou.

"Degustação," repeti.

Passei pelas criadas que tinham nos ajudado e todas elas me observavam com aquele mesmo olhar de Clarissa naquela manhã. Era tão encantador assim que eu ia me casar? Por que elas estavam tão apaixonadas pela ideia? Será que achavam que eu nunca chegaria lá?

Aquela não era a primeira degustação que já tínhamos tido. Em trinta dias, eu já tinha encontrado o enólogo do castelo umas quatro vezes, algumas sozinhas, outras com o chef principal. E o problema não era que eu era indecisa, mas que eles mudavam de ideia o tempo todo, descobriam outras comidas, outros vinhos e precisavam de qualquer jeito ver se combinavam e se me agradavam. Eu mesma não entendia muito de vinho. Minha mãe era apaixonada, o que tinha pelo menos me ajudado a ir um pouco atrás de saber pelo menos o básico.

Mas Jacques, o grande especialista, nunca me traria nada menos do que excelente. E, já que eram os melhores vinhos do mundo, eu definitivamente não conseguiria diferenciar um do outro o suficiente para ter certeza de que estava escolhendo o perfeito.

Mesmo assim, não me importava de me sentar outra vez à mesa e provar cada uma das novas garrafas que ele trazia. Não que elas fossem novas, cada vez parecia que ele tinha desenterrado de um ano ainda mais no passado.

A adega aonde fazíamos a degustação era bastante afastada da entrada do castelo. Quando chegamos lá, já eram nove e dez e eu não estava assim tão adiantada. Era perto o suficiente da cozinha para que o chef trouxesse amostras da comida, mas longe o bastante para que o clima lá dentro não fosse afetado pelo calor que vinha dos fornos.

Talvez fosse aquilo que eu mais gostava dali, o clima. Era mais frio que o resto do castelo, mas não a ponto de eu sentir minhas extremidades congelando. E aproveitei cada minuto e cada gole que provei ali dentro.

Quando saímos, Jacques tinha decidido outra vez os vinhos perfeitos sozinho, apesar de parecer tão indeciso e inclinado a mudar de ideia quanto das outras vezes. Fomos direto para o salão de festas, onde eu me sentei outra vez e ouvi partes rápidas das músicas que tinham sido separadas.

A única que me importava era a que Reid e eu dançaríamos juntos pela primeira vez como casados. Na verdade, teria me importado mais. Mas, segundo ele, meu gosto não era apropriado para uma festa de casamento. E ele estava certo. Deixaria que escolhessem músicas clássicas, guardaria minha banda favorita para quando só estivéssemos nós dois.

A hora em que passei no salão de festas foi ainda mais interminável do que o resto da manhã inteira. Foi tão entediante, que eu quase comemorei quando uma criada chegou me avisando que Penelope gostaria de falar comigo. E eu praticamente corri até as portas principais.

Quando cheguei lá, ela me deu dois beijos no rosto e foi embora, dizendo que me veria no dia seguinte, mas que mandaria fotos de Milão para eu matar a saudade. Eu sorri e acenei para que ela fosse embora logo, pensando em como Milão era definitivamente a cidade mais feia de toda a Europa.

Não voltei para o salão de festas. E nem poderia, já eram onze da manhã e eu tinha que ir até a estufa. Liev me seguia como uma sombra, sem falar nada comigo, só dando ordens ao seu microfone. Eu sabia bem aonde ir e nem me importei muito em ser tão ignorada.

A estufa era completamente diferente da adega. Era ainda mais quente que os outros cômodos e pude sentir o calor me abraçando logo no corredor de vidro que levava do castelo até ela. O jardineiro principal me recebeu com um sorriso enorme, enquanto todos os seus aprendizes levavam as mãos às costas e me faziam reverências.

Eu passei quase uma hora o ouvindo explicar os cuidados especiais que ele tinha tido com cada flor que faria parte da decoração- e lutando constantemente para não adormecer na sua frente. Não conseguiria imaginar nada mais entediante em toda minha vida! Estava quase querendo negociar com Liev de eu voltar ao salão de festas e ela ficar ali. Principalmente quando o jardineiro me perguntava o que eu tinha achado e eu não sabia o que falar além de que estavam lindas.

E elas estavam mesmos! Estavam lindas! O que mais ele esperava que eu dissesse?

Quando deixei a enorme estufa de vidro para trás, sentia meu corpo todo doer. Era mais do que só os saltos que já pareciam perfurar meus calcanhares. Eram meus ombros, doloridos e pesados, que queriam muito me forçar a encurvar para a frente conforme andava.

"Quanto tempo eu tenho?" Perguntei para Liev quando entramos de volta no castelo.

A cada metro de parede ou pessoa que passava por nós, minha vontade de me apoiar nelas crescia. Teria parado, tirado os sapatos, me sentado no chão, se eu fosse esse tipo de pessoa. Mas, ao invés disso, minha cabeça já trabalhava em desculpas para ir para o meu quarto.

"Vinte minutos," Liev disse.

Eu tive vontade de parar e abraçá-la.

Vinte minutos era o suficiente para eu pelo menos parar um pouco. Não conseguiria ir até meu quarto, mas a sala aonde eu almoçaria com a primeira ministra não era longe e eu poderia usar a primeira que encontrasse para ter um pouco de sossego.

Assim que avistei uma que sabia estar livre, fui em sua direção.

"Me faz um favor, Liev?" Pedi, colocando a mão na maçaneta. Ela me olhava já perdida, sem saber o que eu estava fazendo. "Eu vou me deitar um pouco, estou exausta. Mande alguém vir me chamar quando estiver na hora do almoço."

Ela não contestaria, e eu nem lhe dei chance de tentar. Entrei e fechei a porta atrás de mim.

A sala estava decorada como uma pequena sala de estar. Lareira, mesa de centro, sofá estampado e janelas que levavam direto ao jardim atrás do palácio. De lá, eu podia ver os homens que montavam a parte da festa que chegaria até a fonte principal. E tudo que eles faziam, todos os passos e objetos pesados que carregavam pareciam bastante barulhentos.

Mas as janelas estavam trancadas e eram grossas o suficiente para manter o frio e o caos fechados do lado de fora.

Tirei meus sapatos e sentei no sofá, jogando a cabeça para trás. O encosto não era dos mais macios e quase machucava meu pescoço. Mas era uma dor boa, que o forçava a se esticar e aliviava um pouco do meu cansaço.

Não podia dizer quanto tempo depois, mas em algum momento ouvi a porta se abrindo. Tinha meus olhos fechados e decidi não os abrir tão cedo. No fundo, sabia que era alguém vindo me chamar para o almoço e não tinha a menor pressa ou inclinação de facilitar seu serviço. Podia imaginá-los dentro daquela salinha, questionando se deviam mesmo me acordar ou não.

Mas, completamente contra qualquer coisa que eu poderia ter imaginado, o que senti foram duas mãos deslizando pelos meus ombros até estarem na posição perfeita de os apertarem.

Abri os olhos, assustada, mas, quando olhei para cima, encontrei Reid sorrindo para mim.

"Olá," ele disse, enquanto seus dedos desfaziam cada um dos nós que levavam dos meus ombros à minha nuca.

"Olá," respondi, sorrindo tanto que fechei os olhos.

Ele parou com a massagem, dando a volta no sofá e se sentando do meu lado. Não demorou para eu ter entrelaçado meus dedos nos seus.

"Como vão as preparações para o casamento?" Perguntou, enquanto eu apoiava minha cabeça em seu ombro.

"Infinitas," falei. "E parece que o ensaio não chega nunca!"

Ele riu rápido. "Assim que se distrair, vai passar rápido. Pode ter certeza."

Suspirei. "Talvez," falei.

Não estava mesmo pensando muito naquilo. Queria mesmo que o ensaio chegasse logo, pois queria conhecer sua família. Nunca tinha visto nem seus pais, não quando tínhamos corrido com o noivado.

Mas ali, sentindo o cheiro de seu perfume e enterrando minha cabeça no ombro de seu blazer, eu já não sentia nenhuma ansiedade. Nem para chegar ao ensaio, nem ao jantar, nem mesmo até o casamento.

Levantei meu rosto para olhar para ele, que mirava nossas mãos entrelaçadas. Eu teria fugido e me casado no mesmo dia em que ele tinha me pedido. Mas Reid queria me dar tudo de que eu tinha direito. A festa, o noivado, o país inteiro antecipando aquilo. Do jeito que ele insistiu para que não pulássemos nenhuma tradição, podia jurar que até iria reclamar de eu ter marcado a data para um mês depois de noivarmos.

Mas, se tinha uma coisa que tínhamos em comum, era que nenhum de nós conseguia esperar para estar casado um com o outro.

Logo ele virou o rosto para mim e nós dois sorrimos.

"E o seu dia?" Perguntei. "Muito ocupado?"

"Extremamente," ele disse, voltando a olhar para a frente e respirando fundo. "Se você soubesse de tudo que se passa nesse reino, Lola..."

Eu senti como se ele estivesse me empurrando para longe, apesar de não nos mexermos nem um centímetro.

Eu sabia sim do que se passava em meu reino. E bem melhor do que ele.

"É tão complicado assim?" Perguntei, apesar de sentir as palavras quase entalarem em minha garganta.

"Sim, muito. Não é qualquer um que conseguiria tomar o trono," ele se virou na minha direção e nossos olhares se cruzaram outra vez. "Você escolheu bem seu noivo. Não vai mais precisar se preocupar, eu vou tomar conta de tudo," ele completou, me dando um beijo rápido.

Assim que nos afastamos, eu sorri. Mas, por dentro, sentia meu estômago embrulhar.

Eu não queria que ele tomasse conta de tudo. Não queria que ele me desse tapinhas nas costas e me dispensasse para cuidar das coisas mais fúteis do reinado. O que quer que ele estivesse aprendendo com o parlamento, eu já sabia. Mesmo que ninguém lá me levasse a sério como deviam levá-lo, eu sabia de tudo. Tinha passado anos assistindo o máximo possível de reuniões e as estudando atenciosamente. Podia não ter tido a mínima voz lá dentro, mas assim que saímos, meu pai e eu conversávamos extensamente sobre tudo que tinha sido discutido.

Talvez fosse mesmo complicado. Não só cada um dos problemas e assuntos, mas o jeito que um se ligava ao outro. Talvez fosse difícil de entender. Mas eu entendia. Eu sabia do que se tratava. Não tinha o menor problema de conseguir lidar com tudo.

Definitivamente não precisava que Reid tirasse uma única tarefa das minhas mãos.

Mas eu sabia que era só o jeito dele de cuidar de mim. Ele não levava aqueles comentários a sério e eu me sentia extremamente idiota por me importar. Ainda demoraria anos para que assumíssemos de verdade o trono. Meu pai estava com a saúde intacta e, até ele finalmente resolver nos deixar reinar, eu teria tempo o suficiente para provar para Reid que não só estava tão pronta quanto ele para me sentar ao trono, como provavelmente seria até melhor.

Por enquanto, eu engoliria aquela sensação de que ele estava me deixando de lado tanto quanto os ministros costumavam fazer e me concentraria no casamento. Independente da nossa posição política, do meu título e daquele que ele ganharia ao se casar comigo, o dia era sobre nós dois como um casal e só isso.

"Quando seus pais chegam?" Perguntei, só para mudar de assunto e me distrair.

Eu sabia a resposta. Mas o ouvi mesmo assim.

"Acham que às seis. Mas vão tentar chegar antes," Reid continuava a me mirar e seu sorriso cresceu. "Quero muito que eles a conheçam. Eles sempre sonharam em visitar o palácio."

Levantei as sobrancelhas, surpresa. Não tinha pensado neles assim, como o tipo de pessoa que via a minha casa como um lugar a almejar.

"Espero que gostem então," falei e Reid me beijou uma vez.

Logo depois ele se afastou. Eu queria mais, me inclinei na sua direção, mas ele se distanciou.

"Preciso ir," disse, se levantando e soltando da minha mão.

Enquanto ele dava a volta no sofá por um lado, eu dava pelo outro. "Já?" Perguntei, olhando no relógio. Ainda faltam cinco minutos para o meio-dia.

"Sim," ele ajeitou seu terno olhando em um pequeno espelho perto da lareira. "Seu pai quer me levar para conhecer seu primo."

"Argh," soltei antes que pudesse me segurar. Notei Reid levantando uma sobrancelha e me observando pelo seu reflexo. "Skar é insuportável. Por favor, não acredite em uma só palavra que ele lhe diga."

Reid se virou para me olhar e me abraçou pela cintura, depositando alguns beijos na base do meu pescoço. "Pode deixar," ele disse, sua respiração brincando de arrepiar minha pele. "Mais alguma coisa que eu deva saber?"

Segurei seu rosto com as duas mãos, o forçando a me olhar nos olhos. "Só que eu te amo."

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro