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Parte I


 De todos os momentos ótimos e péssimos da minha vida, fazer dezoito anos de idade tinha sido o que mais tinha me marcado até então. Nos dias que antecederam meu aniversário, eu tinha contado os segundos para o grande momento chegar. Porque eu sabia, no fundo do meu coração, que me sentiria diferente. Eu seria diferente. Entraria em uma fase diferente da minha vida. Eu seria adulta.

Tinha passado minha vida inteira pensando naquilo. Nunca tinha me faltado tarefas e obrigações dignas de uma princesa real, mas aquele dia seria especial. Seria único. Era quando eu finalmente viraria adulta, finalmente maior de idade. Não seria mais olhada como uma adolescente que não tinha ideia do que estava fazendo. Não. Eu me sentaria na mesa dos adultos e teria minha opinião considerada. Voltaria à minha faculdade e seria levada a sério. Tudo mudaria. Tudo seria melhor.

Mas depois de horas olhando para o teto, sem conseguir voltar a dormir, nada parecia diferente. Repeti para mim mesma várias vezes que era agora maior de idade, que oficialmente tinha as responsabilidades de uma princesa.

Mas nada.

Não importava se eu sabia, no fundo, o que era, quantos anos tinha e o que viria com aquilo. Eu me sentia normal. Era a mesma da noite anterior. O peso sobre meus ombros, os olhares distintos, a sensação de ter entrado na nova fase da minha vida, tudo aquilo estava na minha cabeça. E quanto mais eu os procurava, menos encontrava.

Minha festa de aniversário foi épica. Eu usei o vestido mais bonito que tinha, fui coroada outra vez por pura celebração e assinei o meu primeiro documento como alguém maior de idade. Era meu voto de que doaria minha vida pelo meu país, de que tinha toda a intenção de me tornar a próxima a subir ao trono e que, se não acontecesse, continuaria em serviço ao meu povo pelo resto dos meus dias. Era uma grande decisão, apesar de eu definitivamente não precisar nem pensar para tomá-la. E do tipo que eu só poderia tomar tendo dezoito anos.

Mas, mesmo quando me virei de volta para as pessoas da festa ou quando saí na varanda para acenar para o povo, eu ainda era a mesma. Estava emocionada, era verdade. Mas ainda era mesma eu dos dezessete.

Me convenci de que era loucura querer mudar da noite para o dia, que esse tipo de coisa demorava dias, semanas, meses. E, enquanto lidava com dois cursos de faculdade e uma agenda bastante ocupada de eventos oficiais, fiquei esperando algum momento sentir algo diferente, reconhecer alguma sensação que nunca tinha tido, alguma que fosse exclusiva dos adultos. Até cheguei a me convencer de que provavelmente já tinha acontecido, que eu só não sabia apontar exatamente como ou quando. Ou, até mesmo, se seria permanente.

Mas era difícil acreditar, pois ainda acordava todos os dias e, assim que abria os olhos, eu mirava o teto e me perguntava se ainda era a mesma.

Duzentos e treze dias depois do meu aniversário e, sim, eu ainda era a mesma.

Me sentei na cama, olhando à minha volta. Mal tinha amanhecido, só um rastro de luz que conseguia passar pelas cortinas me mostrava que o sol já tinha nascido. A maior parte do meu quarto continuava escura, mas eu já tinha decorado tudo que estava ali o suficiente para conseguir enxergar mesmo sem quase qualquer iluminação. E, mesmo se não conseguisse, meus olhos acabavam indo em uma só direção: a do meu vestido de noiva.

Ele estava pendurado em uma das portas do meu closet, sua barra a alguns metros do chão. Não consegui passar mais de um minuto o olhando sem me levantar e ir até ele para tocar de novo em sua saia.

Aquela era outra razão para ficar esperando finalmente me sentir como uma adulta. Eu tinha mais do que dezoito anos. Eu tinha uma vida a dois pela frente, tinha me apaixonado pelo homem dos meus sonhos e tinha uma data marcada para me casar. Se aquilo não provava que eu não era mais uma adolescente, nada conseguiria.

Afundei minha cara na saia do vestido, sentindo seu cheiro de lavado e bem cuidado. Se Clarissa me visse daquele jeito, diria que eu era louca, arriscando sujá-lo. Mal sabia ela que na noite anterior eu o tinha vestido sozinha para dar umas voltas pelo meu quarto. E quase o tinha sujado com o blush que insisti em passar.

Mas ela entendia porque eu não conseguia aguentar muito tempo longe dele. Ela não admitiria, mas de vez em quando eu a pegava o olhando, tão encantada por ele quanto eu me sentia. E depois ela me olhava, prestes a suspirar. Eu só não sabia se era algum tipo de orgulho de mim, satisfação de me ver feliz ou só seus próprios sonhos enchendo sua mente. Mas o sorriso e o olhar perdido estavam lá. Todos os dias desde que as preparações tinham começado.

Deixei meu vestido para trás e fui em direção ao banheiro. Antes que saísse, já ouvia alguém entrando pela porta. Até me apressei, esperando encontrar Clarissa, mas, quando entrei de volta no quarto, percebi que ela não estava sozinha.

Liev entrava junto com ela. As duas pararam assim que me avistaram e fizeram uma reverência, mas Liev parecia não estar com humor para aquilo, pois, assim que pôde, se esticou e veio até mim.

"Princesa, seu café da manhã foi adiantado," ela disse, colocando uma mão nas minhas costas para me indicar no caminho da penteadeira. "Princesa Penelope acabou de me informar que terá que fazer uma viagem importantíssima hoje à tarde, então a encontrará agora cedo."

"Ah, claro," falei, me sentando na frente do espelho, enquanto Clarissa se posicionava atrás de mim e Liev ia se sentar na cadeira mais próxima. "Viagem importantíssima. Já posso imaginar qual acordo ela está querendo firmar."

Clarissa encontrou meus olhos no espelho e eu sorri, enquanto ela pressionava os lábios, tentando não me imitar.

"Independentemente de suas intenções," Liev continuou, "ela disse que isso não significa que está deixando de ser sua dama de honra e confirmou que estará de volta amanhã com o resto da sua família. "

"Ah, que bom," suspirei, enquanto Clarissa penteava meus cabelos. "Mesmo que nenhum outro convidado venha, já teremos conversas altas e constantes o suficiente para uma festa inteira"

"Não se preocupe, nós tivemos mais confirmações do que em seu aniversário."

"Não estou preocupada," respondi, mirando meus olhos no espelho.

Eu realmente não estava. Não só porque a família real espanhola garantia mesmo o barulho de uma multidão, mas porque sabia que muitas pessoas viriam.

Era só sobre isso que se falava no reino todo. Eu me casaria. Tão nova, segundo eles, tão certo! Eu vivia meu conto de fadas na vida real e, além de ser o dia mais feliz da minha vida pelos votos que eu trocaria com o homem ideal, também estaria garantindo minha posição em relação ao trono. Podia já ter dezoito anos, mas só seria uma verdadeira herdeira à coroa (e a primeira!) quando tivesse um anel no dedo.

Mas o povo andava celebrando tanto, criando tantos especiais da família real e de Reid e eu na televisão e em revistas nacionais, que estava começando a ter medo de esquecer que aquele dia era meu. Ou pelo menos, mais meu do que deles.

Clarissa estava começando a trançar meu cabelo para enrolar em volta da minha cabeça como uma coroa, quando uma batida veio à porta.

Uma outra criada entrou, fez uma reverência, entregou uma pilha de revistas nas mãos já ocupadas de Liev e saiu.

"Vá em frente," falei, enquanto ela olhava as capas.

"O GRANDE DIA ESTÁ CHEGANDO," Liev jogou cada uma de lado conforme lia seus títulos. "CONTANDO OS SEGUNDOS PARA O CASAMENTO REAL. TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A PRINCESA LOLA E SEU NOIVO. O FUTURO PRÍNCIPE DE ASHLAND. E mais coisas desse tipo," ela completou, abrindo a última e a folheando. "Não deve ter nada de novo, nem sei como sobrou assunto. Mas tem várias especulações sobre seu vestido."

Como mágica, nós três viramos o rosto na direção dele. Era quase como se não fosse meu, só algo que tínhamos tido a chance de conseguir deixar perto de nós para podermos admirar de vez em quando.

"Mas, então," Liev foi a primeira a quebrar o encanto, voltando seus olhos para a revista outra vez e me fazendo mirá-la pelo espelho, "se quiser, podemos soltar alguns detalhes para atiçar mais ainda a curiosidade deles."

"Como quiser," eu disse, a fazendo pegar sua prancheta e checar algumas coisas. "Que tal uma foto do bolo?"

"Pode ser," ela mal parecia ouvir, sem tirar os olhos do papel por um segundo. "Deixe comigo."

Clarissa terminou de prender a trança em volta da minha cabeça e eu arrisquei um olhar em direção ao relógio. Eram sete e dois. Eu tinha oficialmente vinte e cinco horas e cinquenta e oito minutos como solteira.

Sem querer, um sorriso tomou conta do meu rosto. Quando meus olhos encontraram os de Clarissa, ela tinha as sobrancelhas levantadas, me observando.

"O que gostaria de vestir hoje, Alteza?" Perguntou, dando um passo atrás.

Podia jurar que ela tinha outra coisa em mente para me perguntar, como do que eu estava me lembrando, se estava sonhando com Reid ou se o frio na barriga já começava a me afetar. Mas eu mesma preferia manter meus pensamentos em segredo, mesmo quando estavam já claros a ponto de aparecerem em capas de revistas.

Arrisquei um olhar na direção de Liev. "Devo começar?" Ela perguntou e eu assenti uma vez. "Café da manhã com seu pai em dez minutos. Encontro com a Princesa Penelope às oito e vinte e três. Degustação dos vinhos para a festa às nove e meia. Checagem da ordem das músicas às dez. Escolha das flores às onze e quinze. Almoço com a Ministra do Transporte meio-dia em ponto. De tarde, prova do vestido à uma em ponto. Revisão dos convidados e a ordem de chegada às duas e dez. Recepção dos que se hospedarão no castelo está marcada para às três, mas pode ir até às quatro, já que o café com a Penelope mudou. A família de Reid deve chegar só depois das seis, mas às quatro e vinte começa o ensaio, que deve demorar no máximo duas horas. E às sete em ponto começa o jantar com as duas famílias."

Conforme ela foi falando, eu fui organizando na minha cabeça tudo que teria que fazer e tudo que tinha planejado para cada uma das atividades. Aqueles eram os planos, mas eu podia apostar que, durante o dia, acabaria encontrando outras coisas para fazer, outros detalhes para checar, algo provavelmente daria errado. Liev era a organizadora de festas oficial do castelo e já tinha preparado a maioria dos meus aniversários, o que claramente provava que eu confiava nela. Mas aquele dia era meu. Mesmo que ainda tentassem roubar a atenção e o significado que eu tinha guardado para ele, era meu. E a primeira coisa que tinha dito para ela quando avisei que teríamos um casamento real era que eu precisaria ver e decidir absolutamente tudo.

E mesmo ali, quando sentia uma pontada de preguiça de ter que olhar flor por flor para ver se as pétalas estavam em bom estado, sabia que tinha tomado a decisão certa. Eu queria que fosse perfeito. Não para o povo, não para meu pai e nem para Liev. Mas para mim e para Reid. E o único jeito de garantir isso era acompanhar tudo de perto.

"Eu estarei andando por todo o castelo o dia inteiro?" Perguntei, me virando na cadeira até estar com o rosto apoiado no encosto, olhando para Liev.

"Algum dia já não teve que andar pelo castelo inteiro?"

Eu balancei a cabeça, apesar de que aquilo machucava meu queixo.

"Exatamente," ela completou.

Eu fiquei em silêncio, pensando um pouco. Depois voltei a olhar na direção de Liev. "Câmeras?" Perguntei e ela assentiu. Depois virei para Clarissa, que esperava logo atrás da minha cadeira. "Contanto que em algum momento eu possa usar o lenço que parece ter sido feito para turistas em Knighton," Clarissa sorriu, olhando para o chão, "que vai ser perfeito para receber os convidados, você pode escolher todos as outras roupas. Mas, para o ensaio, acho melhor eu usar aquele vestido de gala que teria usado no aniversário de meu pai se não tivesse mudado de ideia. Ele tem mais ou menos o formato do meu de amanhã."

Clarissa assentiu. "Perfeito, Alteza," disse, indo até o closet.

Eu e Liev a acompanhamos com os olhos, mas eu me perdi no vestido outra vez. Me levantei e fui até ele, aproveitando os poucos segundos que tinha para tocar sua saia e sentir o tecido roçando por entre meus dedos.

"Alteza?" Era a voz de Clarissa, que me fez dar um passo ao lado.

Ela carregava um vestido rosa claro que em poucos minutos estava me cobrindo. Eu já até vestia os sapatos quando voltei a me sentar na penteadeira para ela fazer minha maquiagem.

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