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Gato

O atendente olhou com estranhamento para o cliente, pois ele tinha acabado de dizer que buscava uma coleira para seu gato. Sabia que poucos gatos aceitavam o acessório e era mais comum encontrar clientes buscando coleiras para cães.

Quando ele pegou uma na cor rosa, de couro, a mais cara que possuía, soube que estava lidando com um cliente rico. Eram eles quem buscavam as peças cujos preços eram exorbitantes.

━É de couro mesmo?

━Original e tingido. O senhor tem uma gatinha?

Apertou os lábios e esperou uma resposta, que logo veio dos lábios sorridentes. Ele pareceu achar muita graça da sua pergunta.

━Tenho uma gatinha.

Marc quase riu ao responder. Ao ver a expressão constrangida e confusa no rosto do atendente, resolveu continuar:

━Ela é grandinha. -apoiou-se no balcão- Precisa ser o maior tamanho que tiver.

O atendente engoliu em seco, tentando controlar o rubor nas faces. Aquele tipo de cliente não era tão raro como desejava e não tinha nenhum pingo de vergonha. Sabia bem que a coleira não seria destinada a um animal, mas sim a uma pessoa.

━Então? Tem um tamanho maior?

━Vou buscar no estoque. Com licença.

Ele virou-se e caminhou até uma escada que havia no final do estabelecimento enorme de produtos para animais domésticos. Marc suspirou e começou a caminhar pela loja enquanto pensava. Algumas coleiras ficariam lindas em Archie, mas já tinham uma na cor rosa. Talvez devesse escolher outra na cor verde, para combinar com os olhos que tanto amava.

Enquanto pensava, aproximou-se do corredor dos animais, onde alguns eram colocados em vitrines para serem doados ou comprados. Não haviam muitos bichos, mas um chamou sua atenção.

Reparou nele de longe, pois era o mais exótico que já tinha visto. Pessoas olharam para a vitrine onde ele estava com curiosidade, algumas crianças o acharam feio, outros ficaram boquiabertos.

Ele não possuía pêlos, a pele era negra, tinha orelhas pontudas e triangulares, olhos verdes enormes que brilhavam e uma expressão franzida imponente, de tirar o fôlego.

O gato assoprou e miou, irritado com as pessoas que teimavam em encostar no vidro.

Todos afastaram-se e Marc aproximou-se.

Colado no vidro havia informações sobre a raça: Sphynx. Abaixo, o preço, que era alto, mas um valor ínfimo para Marc. Começou a lembrar de diálogos que tivera com Archie, sobre cães e gatos.

━Podemos ter um gato e ver se seremos bons donos. E então, se você mudar de ideia... -Archie tinha dito- Podemos adotar uma criança.

Marc franziu o cenho. Não estava em seus planos cuidar de uma criança, mas se fosse algo que Archie desejasse muito teria de ceder, afinal, estava pensando num futuro junto com ele, tanto é que tinha planejado o casamento, que ocorreria no sábado.

O gato lhe encarava com altivez.

Ele era exótico e lindo.

Os olhos eram enormes, verdes, vivos e expressivos. Como os de Archie. Tinha uma expressão mau-humorada e Marc pensou, com diversão, que lembrava de si mesmo ao olhá-lo. Tinha um pouco de ambos naquele gatinho.

O atendente aproximou-se, com coleiras tamanho G. Ao ver o cliente entretido, olhando fixamente para o animal, pensou que poderia ser a chance de dar uma casa para o gatinho que estava há semanas ali. Nenhum cliente rico parecia se interessar por ele; diziam que era feio, estranho e arisco.

━Quer pegá-lo?

Marc sobressaltou-se, olhou para o atendente e depois para o gato, que parecia lhe desafiar com o olhar.

━Sim.

━Saiba que ele é um pouco genioso. Está aqui há dias.

Abriu a porta de vidro com uma chave do bolso e o gato encolheu-se. Conseguiu pegá-lo sem receber nenhum arranhão, por baixo das patas dianteiras. Segurou-o com firmeza para que não escapasse. Aquela parte da loja era fechada, por isso podia segurá-lo sem medo de que fugisse.

O animal ficou estático em seus braços. Fez um carinho na cabeça, por entre as orelhas enormes, e olhou para o cliente.

━Segure-o como estou fazendo.

Estendeu-o lentamente para Marc, que imitou os movimentos do atendente. As mãos fecharam-se debaixo das patas, no peito, e surpreendeu-se com a maciez da pele. Quando segurou-o de encontro ao corpo, o gato mudou de expressão. Suas pupilas dilataram e o rabo foi para o meio das pernas. Marc olhou-o com os olhos semicerrados, esperando algum arranhão, que não veio. Fez carinho no meio da sua cabeça e, aos poucos, o gato foi relaxando.

━É uma das raças mais carinhosas que existem.

Olhou para baixo mais uma vez e, lembrando do quanto Archie tinha parecido triste e resignado por não ter concordado em ter uma criança, pensou que talvez pudesse alegrá-lo com um gato. Portanto, disse:

━Vou levá-lo.

O atendente quase gritou de felicidade. Tinha ido buscar coleiras para mais um cliente pervertido e tinha terminado com uma compra incrível. Aquele gato odiava todos que passavam pela loja! Era um milagre não ter arranhado aquele cliente. Antes que ele mudasse de ideia, pegou uma caixa transportadora de papelão e, com cuidado, colocou o gato dentro. Haviam aberturas nas laterais para o ar entrar. Miados baixos foram ouvidos quando fechou-o ali dentro.

━O senhor tem ração, bebedouros, comedouros e caixa de areia?

━Não. -Marc franziu o cenho, pensativo

Gatos precisavam de tudo aquilo?

━Quer escolhê-los?

━Vou levar a melhor ração que tiver. O resto pode escolher para mim, da melhor marca.

Marc olhou para o lado e viu um tapete claro e felpudo.

━E aquele tapete.

━Certo. O senhor vai querer as coleiras? -perguntou com simpatia, tentando fingir não saber para o que elas seriam usadas

━Sim. -olhou para as coleiras que ele tinha trazido e estavam em cima do balcão- A verde.

Saiu da loja com um gato, um tapete, 10kg de ração premium importada, um bebedouro e um comedouro automáticos, um tapete e uma coleira verde (que não era para o gato). Quando chegou ao estacionamento e colocou o animal no banco de trás, percebeu que não fazia ideia de como cuidar de um gato. Mas havia uma pergunta mais importante:

Como cuidaria dele até sábado?

_____

Na guarita já era reconhecido como proprietário da casa, apesar de a compra não ter sido efetuada ainda, por um motivo simples: queria comprá-la após o casamento, após assinarem os papéis, assim aquele seria um primeiro imóvel que pertenceria a ambos.

Entrou em casa cheio de sacolas e subiu as escadas enormes de mármore até o andar superior. Abriu a porta do quarto onde tinha colocado uma cama pequena para Marie. Olhou em volta e pensou que poderia ser o cômodo do gato. Perguntou-se se o gato ficaria ali, por exemplo, de noite, mas não soube responder.

Fechou a porta, encheu o comedouro e bebedouro e colocou-os no chão, em frente ao tapete que tinha comprado. Depois pegou a caixa de areia, depositou-a perto da porta do banheiro e encheu de terra perfumada que tinha comprado. Por último abriu a caixa de papelão onde o gato estava.

Ele saiu, esticou-se, olhou ao redor e encarou Marc com uma expressão fechada. Então, surpreendentemente, esfregou-se em suas pernas. Marc ficou estático.

Colocou a caixa de areia no chão e encheu-a de areia.

Pegou a carteira de vacinação do gato e leu as informações sobre ele. Era um macho, tinha 5 meses, era castrado, tinha tomado remédios para pulgas e vermes, todas as vacinas estavam em dia e tinha certificado de raça.

Ele sentou-se e ficou lhe encarando. Marc sentou na cama, olhando-o também. Esticou os dedos, mas o gato ignorou-os e começou a se lamber. Revirou os olhos. Pegou o celular e ligou para Finn, pois ele tinha cara de quem sabia cuidar de gatos.

━Marc?

━Finn.

━Está tudo bem? Sempre que me liga penso que algo aconteceu.

Marc apertou os lábios. A primeira vez que tinha ligado para Finn havia sido para pedir ajuda com Archie, que tinha acabado de perder o pai. Agora o motivo pareceu fútil. Olhou para o gato, que pulou ao seu lado na cama.

━Eu comprei um gato. -falou seriamente

━O quê?! Por quê?

━Eu gostei do gato. -resmungou

━Mas por que não adotou um gato?

━Esse gato é diferente. Não posso comprar um animal agora? O dinheiro é meu -suspirou com impaciência

━Ei, calma! Pode, eu só estou curioso.

Ouviu a voz de Vincent: "Podia ter adotado!". Rangeu os dentes e quase desligou o telefone.

━Archie já sabe?

━Quero mantê-lo em segredo até sábado.

━E onde ele está?

━Na nossa casa. Na nova casa.

━E vai deixá-lo aí até sábado? Hoje é recém quinta!

Agradeceu por ter conseguido terminar a pilha de papéis que o chefe havia lhe dado na quarta. Graças à própria competência tinha conseguido as folgas na quinta e na sexta. Archie pensava que estava trabalhando, quando na verdade estava acertando os últimos detalhes para o casamento.

Engoliu em seco e quase grunhiu a pergunta:

━O que eu faço?

Finn deu uma risada frouxa do outro lado. Marc massageou as têmporas.

━Precisa cuidar dele. Como são apenas dois dias, sugiro que o deixe explorar o lugar hoje...

Ouviu alguns cochichos do outro lado da linha. A voz de Vincent foi perceptível várias vezes a palavra "gato" e "Byron" foram mencionadas.

━E amanhã?

━Eu e Vincent podemos ir aí cuidar dele, passar o dia com ele para não se sentir sozinho.

━Ok.

━Ele é sua responsabilidade agora, Marc. É como ter um filho, precisa...

━Eu sei. -resmungou, sentindo coceiras só de ouvir a palavra "filho"

━Estou curioso, como ele é?

Olhou para o lado. O gato enroscou-se aos pés da cama, perdido num sono tranquilo. Preferia que Finn o visse pessoalmente, pois existiam chances de achá-lo feio.

━Diferente.

━Diferente? -a voz dele soou curios- Não me diga que comprou uma onça.

━Não. -revirou os olhos

━Amanhã passamos aí então. Tenho certeza que o Archie vai amar ter um gatinho.

Despediram-se rapidamente, pois o loiro parecia ocupado com alguma coisa. Ouviu barulho de talheres ao fundo e um miado de gato.

Ao desligar a ligação e olhar ao redor, riu ao pensar que a irmã dividiria o quarto com o gato.

Ou talvez aquele se tornasse o quarto do gato e tivesse que fazer outro quarto para Marie.

Balançou a cabeça ao perceber o quanto importava-se com a irmã. Ela era apenas um bebê, mas queria que fizesse parte da sua vida. E tinha feito um "trato" com os pais, no cemitério. Eles tinham sugerido, por mensagem, deixar Marie dormir ali uma vez a cada quinze dias. Era mais do que o suficiente. Estava um pouco ansioso, mas não admitiria. Tinha certeza de que Archie adoraria a ideia.

Fez um carinho entre as orelhas triangulares do gato. Ele bocejou e começou a lamber seus dedos.

No andar de baixo, ajeitou algumas compras na geladeira e nos balcões.

Olhou ao redor, para a imensidão branca, minimalista e moderna. Aquela seria a casa de ambos e mal podia esperar para que algumas plantas de Archie fizessem parte da decoração. Algumas atravancam seu caminho, mas eram parte dele.

Bebeu um gole d'água e olhou para o relógio. Era cedo, deveria sair do serviço às 15. Portanto, subiu novamente até o quarto onde o gato estava. Quando entrou, encontrou-o brincando com o edredon da cama, enfiando as garras no tecido e puxando. Marc respirou fundo. Aquela coberta tinha sido importada.

Ao olhar os olhos verdes, viu certo brilho divertido. O animal deitou a cabeça na cama e ficou encarando-o, como se pedisse desculpas pela bagunça.

Pensou num nome que combinaria com ele, mas não encontrou nenhum. Provavelmente deixaria Archie nomeá-lo, pois era mais criativo.

Ele com certeza pensaria num nome relacionado à flores ou doces. 

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