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Ciúmes - Parte 2

♥ Como prometido, aqui está o capítulo final ♥

♥ 4 anos atrás eu postava o epílogo de Hematomas no Spirit e, para comemorar esses 4 anos de história, escrevi esse especialzinho ♥

♥ Espero que gostem! 

MARC

Despertei espirrando e com o nariz escorrendo. Sentei-me na cama com desconforto e Whiskey esfregou os bigodes na minha bochecha. Espirrei mais.

O quarto estava escuro. Com a cabeça doendo, levantei-me e saí do cômodo. Um cheiro gostoso de comida tinha tomado conta de toda a casa. Foi na cozinha onde encontrei-o usando um avental azul, com as mangas da camiseta dobradas até o cotovelo e uma expressão concentrada no rosto.

Da panela veio um cheiro de legumes e o forno apitou. Archie deu um pulo, assustado e, ao virar-se para pegar a luva térmica, deu de cara comigo. Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços, encostando-me ao batente da porta.

━Veio para a praia para cozinhar ou relaxar? Provoquei-o.

Ele sorriu, inclinou-se até mim e me beijou na bochecha. Foi o suficiente para meu coração acelerar, como sempre. Eu disfarçava bem o quanto a proximidade com Archie me deixava cada dia mais ridiculamente apaixonado.

━Posso fazer os dois. Agora vamos jantar, coloque a mesa.

Ele estava ficando bom naquilo, em mandar. Quase resmunguei, mas respirei fundo e obedeci, como um bom marido.

_____
━O que vamos fazer nesses dias aqui? Archie perguntou ao final da janta.

Ele tinha feito uma sopa de legumes e, no forno, uma carne assada. As receitas estavam ficando mais difíceis e melhores com o tempo e eu estava começando a amar o tempero dele.

━Sexo, respondi sem titubear.

Archie revirou os olhos.

━Além disso.

━Vamos fazer muito sexo?

━Marc! As bochechas dele ficaram coradas.

━Podemos ir em uma cafeteria amanhã.

Claro que não era qualquer cafeteria, era uma cafeteria gourmet com temática felina. Sim, eu já tinha pesquisado todos os lugares possíveis do mundo para visitar com ele e aquele estava na minha lista da praia.

━E depois, para alegrar o seu estômago, podemos ir em uma confeitaria.

━Um dia inteiro comendo fora?

O sorriso dele alargou-se e vi seus olhos brilharem com aquela possibilidade. Eu assenti.

━Sim, comendo o que você quiser.

━E quantas corridas na praia você vai dar depois disso, para gastar as calorias? Ele me provocou.

━Quantas você vai dar? Rebati.

━Nenhuma, eu sou bonito de qualquer jeito, como você diz, Archie brincou, rindo alto.

Eu adorava vê-lo com a autoestima tão alta, porque ele tinha razão. Ele era bonito de todos os jeitos.

_____

No dia seguinte a minha dor de cabeça suavizou e estávamos prontos para comer fora, algo que eu adorava fazer (somente em restaurantes bem avaliados). Nos despedimos de Whisky e, depois de enchermos suas vasilhas, dirigi até o local que eu havia reservado.

A temática do ambiente era de gatos, portanto, todas as decorações e louças tinham alguma referência ao animal. Não era permitido trazer o próprio gato, mas o local contava com a presença de gatos de todas as cores, que ficavam numa parte separada das mesas.

Percebi, pelo canto do olhar, que Archie estava de olhos arregalados, maravilhado com o local. Bom, eu gostava de causar aquela impressão nele.

Escolhemos um lugar perto da área dos gatos, em poltronas coloridas. O cardápio foi entregue em iPads e observei com bastante satisfação que o sorriso de Archie se alargava conforme ele via as opções.

Obviamente eu havia lido o menu antes de ir ali, portanto, tinha certeza que o lugar ia agradá-lo. As opções de doces eram irresistíveis.

━Marc, esse lugar é incrível!

━Eu sei, disse, apoiando meu queixo na mão.

━Eu queria pedir tudo...

━Então peça.

Ele estreitou os lindos olhos esmeralda, tentando enxergar através das minhas palavras.

━Não vai implicar comigo porque eu vou comer muito doce?

━Estamos de férias e você merece.

━Férias forçadas, mas tudo bem, ele resmungou e revirei os olhos.

Eu escolhi um frappuccino de chocolate meio-amargo com um petit gateau de castanhas coberto com frutas vermelhas enquanto Archie tinha pedido uma taça de doces(sorvete, chantilly, creme de avelã, bombom...) e um cupcake de morango, segundo ele "para equilibrar".

Bebi meu frapuccino em silêncio, admirando-o comer com tanta vontade. Quando virei-me para tirar a jaqueta, algo chamou a minha atenção. Ou melhor, alguém.

Um homem estava vindo na minha direção com uma expressão surpresa e alegre, como se me conhecesse. Intrigado, reparei melhor em seus traços e lembrei-me dele instantaneamente. Engoli em seco. Archie franziu o cenho e seguiu meu olhar, mas era tarde demais, porque ele já estava ali.

━Marc?! É você mesmo?

Quis dizer que não, que ele estava confuso, mas eu sabia que não conseguiria despistá-lo. Archie arqueou uma sobrancelha, a meio caminho de levar o cupcake à boca.

━Paul, assenti com a cabeça num cumprimento e sorri educadamente, como Archie tinha me ensinado.

Mas ele não pareceu gostar do meu sorriso, porque arqueou ainda mais a sobrancelha. Para piorar, Paul deu um tapinha no meu ombro e apertou-o como se tivéssemos intimidade.

A única intimidade que tivéramos estava enterrada no ensino médio, afinal, ele tinha sido o primeiro cara com quem eu tinha transado. Fora com ele que meu pai havia descoberto sobre minhas... "preferências". Engoli em seco novamente, sentindo meu rosto esquentar não de vergonha, mas de constrangimento por não saber o que fazer. Como eu o apresentaria para Archie?

Paul não precisou que eu os introduzisse, pois sentou-se na poltrona entre nós dois, sorrindo largamente e, com um olhar perdido, disse:

━Poxa, faz tanto tempo! Parece que foi ontem que... Desculpe, não me apresentei, ele olhou para Archie. Sou o Paul, ex-colega de ensino médio de Marc.

Como se não fosse possível piorar, ele deu uma piscadinha para mim. Archie ficou vermelho e largou o cupcake na mesa. Nunca tinha lhe visto tão sem graça e acuado. Sua expressão fechou-se completamente e eu comecei a suar. Ainda bem que tinha tirado a jaqueta.

Droga, era para ser uma saída agradável para, depois, quando chegarmos em casa finalmente transarmos como há muito tempo não...

━E a Natalie, hein? Sempre achei que vocês dois iam se casar, apesar de terem terminado em pouco tempo.

Poderia ficar pior?

━Não.

━Está namorando?

Antes que eu pudesse responder, Paul inclinou-se para mim, deu outra piscadinha e murmurou:

━Ou continua pegando os garotos populares escondido?

A boca de Archie abriu-se num "O" mudo e ele estreitou os olhos antes de pigarrear e comentar:

━Não sabia que o Marc pegava os garotos populares na escola.

━Claro que sim, eu fui um deles. Na verdade... Ele aproximou-se de Archie e sussurrou: Eu fui o primeiro.

━Incrível! Archie exclamou com sarcasmo.

Ele raramente era sarcástico, apenas quando sentia-se extremamente acuado. Aquilo não era bom e me assustou um pouco, confesso. Eu precisava mandá-lo embora.

━Bom te ver, cara.

━Igualmente, respondi com cordialidade.

Archie cruzou os braços e ficou me encarando.

━Podemos marcar uma saída qualquer dia desses, para relembrarmos os velhos tempos.

Havia um tom explícito de malícia em sua voz. Pelo jeito ele não tinha crescido muito, mentalmente, após o ensino médio. Paul levantou-se e eu, sem palavras, apenas observei-o. Ele deu um tapinha nas minhas costas e se despediu. Quando afastou-se, encarei Archie.

━Por que não me apresentou para ele? Seu tom de voz saiu magoado e distante.

━Porque ele não me deixou falar! Exclamei, na defensiva.

Archie tomou um pouco do sorvete da taça enquanto me encarava.

━Imagine se isso tivesse acontecido comigo...

━Não teria acontecido com você, eu fui o seu primeiro, murmurei com um sorrisinho torto.

Archie ficou vermelho e irritado, tanto que parou de comer e franziu o cenho.

━Imagine se essa cena tivesse acontecido comigo, você teria feito igual fez na cafeteria, com o distribuidor?

Revirei os olhos e grunhi baixinho.

━Não é a mesma coisa.

━E se eu tivesse tentado bater nesse Paul?

━Archie, isso não combina com a sua personalidade, que ridículo, quase ri ao pensar naquela cena.

━Mas você consegue ver o quão extremo é recorrer à violência?

━Não, eu apenas protegi o que é meu. Você é meu, olhei-o seriamente e ele corou mais ainda.

━Marc! Não está certo o que você fez e você precisa controlar seus ataques de raiva ou vai acabar sendo preso.

━Eu não vou ser preso, eu tenho dinheiro.

Ele revirou os olhos e largou a taça com irritação.

━Você vai voltar a ir à terapia.

━Estamos de férias, resmunguei.

━Consulte pela internet.

━Não quero, grunhi, sem argumentos.

Archie apertou os lábios, limpou os dedos no guardanapo e, com descontentamento explícito no rosto, disse:

━Então vamos embora.

Não consegui controlar minha expressão de choque.

━Por quê?! Arregalei os olhos.

━Ou prefere sair com o seu ex-colega Paul?

Ele estreitou os olhos ao me encarar e eu suspirei com resignação.

Na volta para casa o silêncio me perturbou. Ele queria que eu pensasse sobre como reagíamos diferente ao ciúmes? Não era minha culpa não querer nenhum homem dando em cima dele, eu ficava irritado mesmo, ainda mais se o idiota tentava... Respirei fundo, sentindo-me enraivecer novamente.

Respirar. Fundo.

Archie também estava com ciúmes, mas o que eu poderia fazer? Paul sempre fora chato e intrometido. Há tempos não nos víamos e eu não imaginava que ele daria em cima de mim tão descaradamente. Ele merecia apanhar só por ter estragado meus planos.

Ao chegar em casa, recebi um tratamento silencioso que odiei. Archie olhou-me com distanciamento e não quis conversar. Whiskey, por outro lado, esfregou-se nas minhas pernas por longos minutos.

Archie foi para o quarto sem me dar boa-noite e eu me abriguei no sofá. Liguei a televisão num canal sobre carros e fiquei assistindo por horas até ser atingido por dores de cabeça fortes e um calor súbito.

Minha visão ficou turva e só lembro-me de piscar, tonto, e ver Archie na minha frente.

Quando acordei, estava na cama. Lembrei-me vagamente de ter subido as escadas, apoiado no ombro dele. Ao lado da cama estava uma tigela com sopa de legumes, um copo d'água e uma aspirina.

Engoli o remédio e tomei a sopa. A porta do quarto abriu. Senti meus olhos pesados e ardendo, meus ombros curvados indicavam cansaço e eu só desejava dormir. Archie deu um meio sorriso e aproximou-se com Whiskey no colo. Ele sentou-se na beirada da cama e tocou-me na perna.

━Você estava com febre. Acho que passei o que eu tinha para você, ele deu uma risada fraca.

━Já estou melhor, falei baixo.

━Não está não, está quase dormindo sentado e a sopa está quase derramando.

Olhei para meu colo. Sim, era verdade. Mas eu não conseguia pensar. Resmunguei e estendi a tigela com dificuldade. Archie pegou-a, colocou-a onde estava e deitou-se ao meu lado na cama. Abraçou-me por trás, pôs as mãos na minha testa e acariciou meus cabelos. Fechei os olhos, fraco demais para permanecer com eles abertos.

━Durma, vou ficar aqui.

━Você vai ficar doente, murmurei e funguei.

━Não me importo, preciso cuidar de você.

━Não está irritado? Com ciúmes?

Ele riu e me beijou na bochecha.

━Depois conversamos sobre isso.

━Ok.

Antes de dormir, murmurei algo que nem eu entendi, sentindo calor por todo o corpo. Só ouvi sua resposta, sussurrada em meu ouvido, depois:

Você pensa em sexo até nesses momentos?

_____

A febre havia passado mais tarde, assim como a dor de cabeça. No sofá da sala, deitado com a cabeça no colo de Archie e já me sentindo melhor, meu celular vibrou. A notificação era de um número desconhecido. Quando abri a mensagem, quase xinguei alto.

Archie olhou para a tela, arqueou as sobrancelhas e, num tom sugestivo, resmungou:

━Seu amigo Paul?

━Não sei como ele conseguiu meu número.

Ele estava digitando algo.

━Está interessado no que ele vai escrever?

Notei o tom de ciúmes na voz dele e revirei os olhos, fungando em seguida. Meu nariz ainda estava parcialmente entupido e eu sentia vontade de arrancá-lo do rosto.

━Quero saber o que ele quer comigo.

━Ora, Marc, até parece que você é ingênuo assim.

O tom dele foi irritadiço e antes que eu pudesse me defender, ele levantou-se e saiu para a cozinha.

A mensagem era tão ridícula que eu quase gargalhei:

Agora fiquei com saudades daquela noite...

Que imbecil. Ele queria apenas um pretexto para voltar a falar comigo. Era tão sem noção assim? Aquela noite havia sido importante para eu me entender, como o adolescente irritado que eu era (e talvez ainda fosse), mas havia sido apenas uma noite. Não respondi e cogitei bloqueá-lo, mas antes precisava resolver as coisas com Archie.

Encontrei-o na cozinha preparando um café. Archie olhou-me com irritação e largou a xícara na bancada com um barulho alto.

━Falou com ele?

━Por que está tão irritado?

Ele balançou a cabeça e apertou os lábios.

━Resolva as coisas.

━Que coisas? Não há nada para resolver.

━Marc! Ele quase gritou e seu rosto ficou vermelho. Esse cara quer algo com você.

━O que quer que eu faça?

Arqueei as sobrancelhas, esperando por uma resposta. Eu iria provocá-lo, porque era bom vê-lo com ciúmes.

━Bloqueie ele. E marque a droga da terapia.

Deus, ele falou mesmo "a droga da terapia"? Assim que percebeu ele o que havia falado, arregalou os olhos.

Alguém teria que ceder. Respirei fundo e, sentindo o resto da dignidade que me restava esvair-se do meu corpo, assenti.

━Marcarei a terapia essa semana então.

━Não vai bloqueá-lo?

Subitamente, bloquear Paul era mais importante do que a terapia.

Fingi pensar sobre aquilo, unindo as sobrancelhas em reflexão. Ele desviou o olhar.

Archie estava vestindo uma bermuda de nylon que acentuava suas curvas e uma regata que deixava bastante pele à mostra. Isso tudo era muito tentador, além do fato de ele estar todo vermelho e de não transarmos há muito tempo. Eu estava desesperado, mas tive uma ideia.

E se eu o irritasse mais?

━Não, eu disse baixinho para testá-lo e permaneci observando-o.

Archie virou-se, com a expressão incrédula, abriu a boca para dizer algo, mas engoliu em seco e resmungou:

━Tudo bem, se ele é tão importante para você.

Aproximei-me, aproveitando que ele havia virado-se para a pia. Ele era tão inseguro assim? Como eu poderia olhar para outra pessoa com ele ao meu lado? Pus as mãos na sua cintura e encostei o nariz em seus cabelos. O cheiro do shampoo de morangos era irresistível... Deslizei meu nariz pela lateral do seu pescoço e toquei meus lábios em sua clavícula. Ele respirou fundo e estremeceu.

━Marc...

━Está irritado? Sussurrei em seu ouvido.

━Sim!

━Quer descontar em mim?

Ele arregalou tanto os olhos, como se eu tivesse sugerido que me ferisse.

━Descontar?

Eu tinha pego-o desprevenido. Apertei sua cintura e ele fechou os olhos.

━Você andava tão atrevido, me dando beliscões, tapas e arranhões... Murmurei, olhando-o com lascívia.

Ele apoiou-se melhor na bancada, com a respiração acelerada.

━Vamos, Archie, onde está a sua coragem agora? Não está com raiva de mim?

Eu estava brincando, não achava que ele fosse fazer alguma coisa, mas fui surpreendido. Vi sua expressão mudar de perdido para concentrado e então os olhos verdes me encararam como duas flechas flamejantes, tão intensos e enraivecidos que fiquei paralisado.

Ele estava mesmo com ciúmes.

Uma das suas mãos fechou-se em meu ombro e ele empurrou-me contra a bancada. Na ponta dos pés, a boca ficou próxima da minha e uma das mãos desceu pela minha cintura. Eu gostava de ficar no controle, mas era estranhamente excitante vê-lo me tocar com tanta confiança.

━Quer que eu seja possessivo como você? Ele perguntou e eu assenti com um sorrisinho malicioso.

Seus dedos desceram pelo cós da minha calça e tocaram meu membro por cima dela. Ele não precisaria apalpá-lo muito para notar que eu já estava animado.

━Isso aqui é meu.

Suas bochechas coraram e eu fiquei surpreso com aquela fala. Ele estava envergonhado, notei, mas não desviou o olhar.

Rapidamente a sua outra mão foi parar em meus cabelos e, antes que eu pudesse alertá-lo a não fazer aquilo, Archie puxou meus cabelos para trás dolorosamente. Grunhi e quase rosnei enquanto olhava-o diretamente. Segurei seu pulso com força, mas ele não parou de puxar meus cabelos.

Seus lábios tocaram minha bochecha e os dentes morderam minha mandíbula. Em seguida, sua língua deslizou por meu pescoço.

Um calor extremo percorreu meu corpo.

━Se eu sou seu, você também é meu. Não vai mais falar com ele, entendeu?

O tom foi incisivo e eu sorri largamente.

━Sim, entendi.

Vi uma expressão surpresa em seu rosto. Eu geralmente gostava de brigar e subjugá-lo, mas era lindo vê-lo com ciúmes de mim. Mas ele deveria saber que Paul não significava absolutamente nada para mim.

━Por que não volta para a sua posição submissa? Combina mais com você, provoquei-o.

Ele mordeu os lábios, com o cenho franzido e os olhos um pouco arregalados. Demorou um momento para perceber que ainda estava puxando meus cabelos e eu aproveitei aquela distração para virá-lo e encostar suas costas no meu peito. Meus dedos ágeis desceram pela bermuda apertada e abaixaram-na rapidamente.

━Está com ciúmes, Archie?

━Sim! Ele respondeu, irritado por parecer óbvio.

━Por que não resolvemos isso agora, aqui?

Beijei-o na orelha e desci meus lábios pela lateral do seu pescoço. Apertei suas nádegas com uma das mãos, com força, gostando da firmeza da pele e de como ela ficou vermelha com meu toque.

Adorei como a cabeça dele inclinou-se para trás e ficou no meu ombro. Os olhos esmeralda semicerrados me mostraram o que eu já sabia: ele era meu e me mostraria que era meu ali, naquele momento.

Tirei sua camiseta sem muito esforço e toquei seus mamilos com a ponta dos dedos, ouvindo gemidos baixos e tímidos vindos da boca entreaberta dele. Aquela cena era linda: os cabelos negros rebeldes não estavam alinhados e lhe davam um ar quase selvagem, mas o olhar cheio de desejo era o ingrediente principal para incitar uma excitação gigante em mim.

Eu sabia bem o poder que aquelas esmeraldas tinham sobre mim. Eu gostava daquele poder mais do que deveria.

Eu amava dominá-lo, mas depois me perguntava se era eu mesmo quem o estava dominando com meus gestos, ordens e palavras ou se era ele quem me dominava com seu jeito e seus olhares. Era impossível resistir. Eu não resistiria nunca, até porque não queria.

Eu desejava ser consumido por aqueles olhos, eu queria me perder no abraço dele enquanto o tocava intimamente, mas eu também queria vê-lo se contorcer por minha causa. Eu gostava de saber que era o motivo pelo qual ele gemia. Queria vê-lo implorar por mais e queria dar a ele esse mais, tudo, tudo de mim.

Aquilo tirava o meu fôlego. E me assustava algumas vezes. Era possível existir alguém por quem você faria tudo a seu alcance. Archie era aquela pessoa para mim.

Perdido em suas expressões faciais, apertei mais seus mamilos, sentindo-os se enrijecerem sob meus dedos. Esfreguei-os na ponta, toquei-os devagar, numa carícia quase inexistente e admirei-o abrir os lábios e soltar um gemido baixo e rouco, carregado de desejo.

Suas mãos agarraram-se aos meus braços. Parei o que fazia e abracei-o pela cintura. Empurrei-o para frente, para que colocasse uma perna em cima da bancada e assim ele o fez. Em seu ouvido, sussurrei:

━Você fica mais bonito aqui na praia.

Ele riu e rebateu:

━Está tentando me convencer a morar aqui?

Eu arqueei as sobrancelhas, dei um sorrisinho torto e isse:

━Quis dizer que você fica mais sexy, murmurei e mordi seu pescoço.

Archie contorceu-se e quase ficou na ponta do pé que estava no piso. Um sorriso espalhou-se por seu rosto quando deslizei uma das minhas mãos até seu pescoço. Puxei-o para trás por ali, apertando-o pelos lados levemente até ele abrir a boca e gemer.

Pela janela eu conseguia ver as ondas agitadas do mar. O sol do fim da tarde refletiu nos olhos verdes.

Olhei para baixo e vi a ereção dele despontando na bermuda. Eu realmente esperava não brochar dessa vez.

Ao olhar para o mar novamente, lembrando dos momentos bons que passei ali, da sensação da areia quente contra a minha pele...

━Tenho uma ideia, falei.

_____

━Você disse que não faríamos em público mais!

━Sh, você não concordou com o quarto, então não reclame.

Ele resmungou e eu sorri.

Lado a lado, com a água quente tocando-nos até a cintura, o mar era uma imensidão azul ao nosso redor. O sol refletia na água cristalina, quase despedindo-se do céu e da praia. Meus pés estavam fixos na areia e nós dois estávamos nus juntos.

━O entardecer aqui é muito bonito, Archie murmurou, abraçando-me pelos ombros.

━Vai ser mais bonito quando nós dois...

━Eu sei, eu sei, não estrague o momento, Marc!

Abraçados, observamos as ondas do mar até que elas nos deixaram tontos e, dessa maneira nos voltamos um para o outro. O corpo dele brilhava, molhado com a água salgada. Quando beijei os lábios que eu amava, suguei as gotículas com sal e provei-as com prazer, segurando seu rosto entre as mãos.

O peito dele encostou no meu e apertei-o na cintura enquanto, no céu, o sol despedia-se e a lua surgia.

Beijei-o em cada centímetro da sua pele. Mordi-o na cintura, arranhei seu quadril (meus dedos deslizaram na pele molhada), apertei sua bunda, novamente os mamilos, onde ele era sensível ao extremo e, por fim, fechei uma das mãos em seu membro. Ele abriu a boca, ofegou e retribuiu meu beijo com vontade. Os cabelos negros molhados pingavam. As ondas batiam em nós, refrescando o calor do momento.

Belisquei-o no quadril e ele gemeu contra meus lábios. Movi minha mão devagar, saboreando suas expressões faciais. Archie sorriu em meio ao beijo, seus dedos enrolaram-se nos meus cabelos, desceram pelos meus ombros e apertaram meus braços.

━Marc...

Poderia ouvi-lo gemer meu nome por uma eternidade, ainda mais ali, onde parecia ser o paraíso. Era o paraíso porque ele estava em meus braços ou porque estávamos no meio do mar? Talvez a combinação dos dois fosse o paraíso.

Ali não havia irritações e não havia problemas em minha mente. Havia apenas ele, o prazer e a paixão, que subia por meu corpo em correntes quentes e elétricas.

Toquei-o intimamente e, com os olhos fixos em seu rosto, inseri um dedo em seu interior. Archie agarrou-se aos meus ombros. Segurei uma das suas coxas com uma mão. Ele tocou meu bíceps, flexionado, e disse:

━Seu corpo é tão bonito...

Ele não fazia ideia do que falava, até porque não podia se ver naquele momento.

Inseri outro dedo mais profundamente e ele gemeu contra minha boca. Tirei-os e coloquei-os novamente. Archie segurou meu pulso.

━Mais fundo, ele sussurrou.

Mordi seus lábios, suguei-os e passei os dentes em seu queixo. Eu queria me perder nele. Tanto tempo sem aquele corpo que eu amava e agora, ali... Era o melhor jeito de matar as saudades.

E eu o fiz com maestria. Penetrei-o devagar, adorando o aperto do corpo que sempre me recebia com prazer. Fui devagar, mesmo querendo ir até o fundo para ouvi-lo gemer mais alto. Segurei-o no colo, uma coxa em cada braço ao redor da minha cintura.

Movi-o para cima e para baixo em meus braços. Meus músculos doeram com a intensidade do movimento. Mas o calor do interior dele era viciante demais para eu ligar para o esforço que eu fazia. Não demoraria muito.

Os dedos dele arrumaram meus cabelos para trás, ele beijou meu rosto, dos lábios até a testa. Franziu o cenho a cada vez que eu ia mais fundo e a expressão dele era o suficiente para mim. Se eu apenas ficasse encarando-o fazer aquelas caras com certeza teria um orgasmo logo.

Era verdade que ele não estava amarrado, que não estava tão submisso quanto eu gostaria, mas teríamos momento para tudo. E aquele momento era especial.

Aquela combinação de aperto e expressões foi o suficiente. Isso e o que ele sussurrava no meu ouvido.

━Eu amo você. Mais fundo, por favor.

Adorava aquelas súplicas. Eu sorria em meio ao ato, quase delirando de prazer. A água estava quente contra nossa pele, que pegava fogo.

Fechei os olhos por um momento. A lua já estava alta no céu. Estávamos suando sob a luz do luar.

Eu queria olhá-lo. Puxei-o levemente pelos cabelos para trás. Encarei seu rosto lindo contorcido de prazer, mordi seus lábios, beijei-o com a língua e penetrei-o fundo, grunhindo com o movimento.

Uma onda quente invadiu meu corpo e, de olhos fechados, sentindo tremores tomarem conta das minhas pernas, segurei-o com mais força contra mim enquanto gozava em seu interior.

Aos poucos ele escorregou para a areia, com as pernas trêmulas e um semblante sonhador, quase perdido.

Puxei-o para mim. Toquei-o até ele se contorcer, segurando seus pulsos nas costas. Sussurrei obscenidades em seu ouvido, toquei-o em todos os pontos que eu sabia que eram sensíveis.

━Você é meu, murmurei. Só pode fazer essas caras para mim, só pode gozar para mim, entendeu?

Segurei-o com força pelo queixo. Ele demorou para processar as palavras, então o sacudi novamente e, num tom autoritário, perguntei:

Entendeu? Os pelos do braço dele se arrepiaram e ele assentiu.

Dei tapas em sua bunda. Belisquei-o nos mamilos. Beijei-o na boca, nos ombros e no pescoço, deixando marcas por onde passava. Fiz tudo sem nunca parar de tocá-lo e, finalmente, ele gozou na minha mão. Sorri ao vê-lo completamente desestabilizado e tonto, precisando agarrar-se a mim para se equilibrar.

Dei-lhe alguns segundos para se recuperar enquanto massageava suas costas. Ele ofegou até que a respiração se estabilizou.

━Vamos voltar, eu disse.

━Sim, por favor.

Ele começou a tremer de frio. Segurei seus dedos nos meus e puxei-o, começando a caminhar até a casa que sempre fora importante para mim. Agora era mais importante ainda, porque eu estava ali com Archie.

Olhei-o, seu rosto envolto nas sombras da noite e do luar. Ele parou, estranhando meu olhar.

━Eu também te amo, murmurei sem olhá-lo, lembrando-me do "eu te amo" anterior dele.

Ouvi uma risadinha e recebi um beijo no ombro em seguida.

━Que envergonhado, nem parece que ordena que eu faça as coisas mais absurdas do mundo, ele me provocou.

Agradeci por estar de noite, assim ele não poderia perceber que tinha me deixado constrangido. Havia sido um momento especial.

_____

Eu estava me obrigando a fazer aquela sessão de terapia e resmunguei bastante até o horário chegar. Quando chegou, sentei-me na frente do laptop no escritório da casa da praia.

Sempre a mesma ladainha. Conversamos sobre o episódio da raiva, ela me disse para pôr em prática o que tínhamos combinado, respirar fundo e contar até 10. Como eu poderia explicar para ela que, ao final da contagem eu continuava querendo brigar com alguém? Talvez a terapia não fosse para mim. Não conseguia ver uma melhora, ou melhor, ela como se eu desse um passo para a frente e outro para trás, permanecendo no mesmo lugar sempre.

Então ela disse:

━Errar faz parte da melhora, Marc, até ajustarmos a melhor maneira de você melhorar.

Quase revirei os olhos. Que coisa mais ridícula... As coisas pelas quais eu me sujeitava por ele... Respirei fundo. Controlei minha irritação.

━Precisamos trabalhar essa sua possessividade. As pessoas não são objetos, não podem ser possuídas.

Podiam sim, quase comentei. Claro que eu já sabia daquilo, mas minha relação com Archie era daquela forma. Eu já havia melhorado muito, mas ele era meu. E eu dele, nada do que ela falasse me faria mudar de pensamento.

━E o que sugere? Perguntei com ironia.

━Sugiro que saiam com mais amigos, que preste atenção a como você reage ao vê-lo conversando com estranhos.

Eu ficava apreensivo.

Ao perceber que eu estava refletindo sobre aquilo, ela indagou:

━Como se sente quando isso acontece?

━Apreensivo.

Vi um sorrisinho condescendente no canto da boca dela. Odiei aquilo.

━Talvez seja uma questão de insegurança?

Insegurança? Quase falei um palavrão.

━Tem medo que ele te deixe, Marc?

Engoli em seco.

━Por quê?

Lembrei-me do meu comportamento no passado.

━A confiança entre vocês dois é essencial. Se confia nele, por que reagir com tanta violência? Talvez seja uma questão de insegurança?

Senti meu rosto esquentar e fiquei sem palavras. Ela tinha razão, por mais que eu odiasse admitir aquilo. Olhei para o relógio.

━Preciso ir, resmunguei, pronto para encerrar a reunião.

━Tudo bem, mas pense sobre isso. Antes de agir, respire fundo, pergunte-se como Archie gostaria que reagisse. Um parceiro calmo transmite mais segurança.

Me despedi rapidamente. Se Archie quisesse um parceiro calmo, ele teria ficado com Finn.

_____

Abraçando-o na cama, sentindo o cheiro do shampoo de morangos e do sabonete de chocolate em sua pele, não senti a menor vontade de me levantar. Queria ficar ali para sempre, na cama ao lado dele...

Mas o som do meu celular e despertou. Uma notificação. De Paul. Revirei os olhos e, sem pensar duas vezes, bloqueei o número dele sem ao menos ler a mensagem que tinha recebido.

Archie resmungou e abraçou-me, enterrando o rosto em meu peito. Apertei-o contra mim. Eu adorava aqueles momentos matinais.

O som da campainha nos assustou e ecoou pela sala. Whiskey pulou na cama e ficou nos olhando. Archie sentou-se e esfregou os olhos.

Quem era o desgraçado que estava atrapalhando as nossas férias?

Com irritação e praguejando alto, desci as escadas quase correndo, preparado para xingar quem quer que fosse. Abri a porta com tudo, com o cenho franzido e... Dei de cara com meus pais com uma Marie alegre nos braços.

━Bom dia, filho! Ela me deu um beijo na bochecha.

Meu pai deu-me um tapinha no ombro e um abraço. Archie me alcançou e colocou a cabeça para fora, surpreso ao vê-los ali.

━Que surpresa! Ele sorriu largamente.

Minha mãe abraçou-o com força, Marie estendeu os bracinhos para ele, que pegou-a sem hesitação.

━O que estão fazendo aqui? Perguntei com curiosidade e recebi uma cotovelada de Archie.

━A casa é deles, Marc, ele murmurou entredentes.

━Viemos fazer uma surpresa. Mas só por um dia, só uma visita rápida, meu pai falou.

Ainda era estranho ter uma relação quase normal com eles. Era mais estranho ainda saber que agora eu tinha uma irmã e que eu a amava demais, tanto quanto amava Rachel.

Vez ou outra eu lembrava-me dela, mas sempre que as memórias voltavam eu dava um jeito de me distrair. Eu nunca sairia daquele luto, ele já era parte de mim. Meu avô e minha irmã. Eram perdas dolorosas demais e eu evitava falar sobre ambas. Preferia guardar para mim aqueles momentos e aquelas dores. Ninguém precisava saber que ainda doía.

━Estou tão feliz que a Marie veio! Archie exclamou, balançando-a nos baços.

━Ela estava com saudades de vocês, minha mãe falou.

Dei espaço para que eles entrassem e, no hall, tiraram os casacos leves, em seguida nos encaminhamos para a sala.

━Vocês estão treinando com Marie para quando tiverem filhos? Meu pai perguntou ingenuamente.

Um dos dois sempre faria um comentário desagradável, era inevitável. Quase grunhi ao ver a expressão sem jeito de Archie.

Ele queria mesmo ter filhos? Droga. Droga.

Tentando melhorar a situação e, sem pensar direito, eu disse:

━Talvez um dia.

Todos na sala me encararam de olhos arregalados. Engoli em seco.

━Já imaginou um Marczinho correndo por essa casa? Minha mãe falou, olhando ao redor com um olhar sonhador.

━Não, resmunguei.

━Ou talvez um Archie? Meu pai comentou, sorrindo com as sobrancelhas arqueadas.

Tentando melhorar a situação, Archie coçou a cabeça, ajeitou Marie no colo e disse:

━Temos Whiskey correndo o dia todo.

Encarei-o. Ele estava constrangido. Já tínhamos falado sobre aquilo... Mas se ele quisesse mesmo aquilo, se fosse um sonho dele, eu seria capaz de recusar? Ter filhos era uma grande responsabilidade, uma que eu nunca quis. Mas eu nunca quis me casar também e olha onde estávamos...

Comentei:

━Certamente teríamos um Archie. Não quero passar os meus genes adiante, falei com sarcasmo.

Eu era bom em deixar o clima terrível. Para minha surpresa, Archie riu alto. Ele começou a gargalhar e Marie acompanhou-o. Meus pais ficaram sem jeito, mas não liguei. Gostei de vê-lo e ouvi-lo rir. Então ri junto, porque aquela ideia não estava me parecendo tão horrível assim.

Uma miniatura de Archie correndo por ali era uma visão divertida e até tentadora.


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