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Caminhonete

Sem Julian em casa sentiu-se mais sozinho ainda. Nos 5 dias seguintes continuaram conversando através de mensagens e chamadas de vídeo, mas não era a mesma coisa. A saudade do surfista lhe deixou um pouco aflito, pois fazia parte da carência que sentia e não havia maneira de aplacá-la. O desejo e o carinho que sentia pelo amigo lhe deixavam constrangido, pois eram apenas amigos, não? Perguntou-se se não estaria usando-o para esquecer-se de Finn e de Ethan e a resposta negativa lhe tranquilizou. Gostava de Julian simplesmente por gostar e poderia ouvi-lo contar piadas o dia inteiro.

Resolveu concentrar-se no pedido de reforma de Nícolas e lhe enviou dois projetos em 3D: um mais moderno e outro mais rústico. Fez ambos modelos buscando minimizar qualquer mudança na parte elétrica e hidráulica. Surpreendeu-se com a resposta rápida, uma hora depois. 

Ele tinha escolhido o projeto mais moderno. Nele a paleta de cores era escura e o ambiente pareceria maior por conta dos móveis e objetos de decoração claros, que contrastariam com algumas paredes cinzas e verde-escuras. Seria a primeira casa de fazenda que reformaria, então estava empolgado. E uma parte de si ansiava por reencontrar Julian, um dos motivos pelos quais havia criado tão rapidamente os modelos.

Estava melhorando certos aspectos do modelo 3D escolhido quando recebeu uma mensagem de Marc:

"O Julian está aí? Desde que fomos para a fazenda a caminhonete dele está na casa antiga, que vai ser vendida."

Além disso também estava terminando o projeto da casa nova de Marc e Archie. Haviam marcado uma reunião na Kimura para acertar os orçamentos (Marc havia dito "qualquer orçamento que fizer sera aprovado, desde que tudo fique como quisermos") e alguns detalhes de móveis e cores. 

"Olá para você também, recém-casado! Ele está na fazenda, sabe disso."

"Ele disse que tinha voltado com você, seja lá o que você foi fazer na sua casa."

"Uma reforma, seu pervertido!"

"Não pode levar a caminhonete para ele?"
"E como eu vou voltar de lá? A pé?"

"Ela está ocupando espaço na garagem."

"Tudo bem, vou buscá-la hoje então."

Ligou para Julian, animado demais com a possibilidade de vê-lo e, após o terceiro toque, ele atendeu:

━Leonard, eu ia te ligar hoje!

Ouviu algumas vacas mugindo e pássaros piando através da ligação. Sorriu ao imaginá-lo sentado na grama do jardim, cercado de animais.

━Oi, Julian. Marc me disse que sua caminhonete está na casa dele.

━Eu me esqueci completamente! Me acostumei a ter alguém dirigindo para mim.

Ouviu a risada dele seguida da de Nícolas e o coração apertou.

━Vou pegá-la para você, pode ser?

━Sério? Valeu, cara, nem sei como agradecer!

━Posso levá-la aí?

━Hoje?

Leonard mordeu os lábios e tamborilou os dedos na mesa com ansiedade. Desde a noite que haviam passado juntos, uma semana e meia atrás, sentia saudades, especialmente das piadas idiotas e do jeito brincalhão dele. Lembrava-se do toque do corpo bronzeado e musculoso, dos olhos verde-oliva lhe encarando com surpresa e desejo,  de como sentiu-se pequeno no colo dele e de como isso lhe agradava mais do que devia.

Há semanas não pensava em Ethan ou em Finn. Sua mente voltava-se para o surfista quase sempre e pegava-se rindo sozinho, lembrando-se de algo que ele tinha falado.

A demora da resposta quase lhe fez dizer que levaria a caminhonete outro dia, mas logo ouviu uma voz mais grossa e bonita do outro lado da linha.

━Venha hoje -disse Nicolas.- E traga algumas roupas, talvez você queira ficar.

Ouviu a risadinha irônica dele e arrepios passaram por seus braços. Apertou o celular na orelha e Julian falou:

━Você ouviu o dono da casa, Leonard -ele riu.- Ei, eu estou com saudades.

Ele sussurrou a última parte muito baixo. Será que não queria que Nicolas ouvisse? Era bobagem, pois os dois gostavamum do outro. Será que não se sentiria deixado de lado no meio dos dois?

Poderia tirar alguns dias da Kimura, afinal todos os projetos estavam adiantados e, se houvesse algum novo cliente, Finn lhe mandaria os dados por e-mail. Pensou na fazenda, no cheiro de grama molhada, na tranquilidade de estar entre as árvores, rindo com Julian, ao lado de alguém... Não aguentava mais ficar sozinho em casa. Teria que arranjar um namorado logo, pois seus dias de reflexão e autoconhecimento já haviam acabado e estava mais agitado do que nunca. Além de não conseguir pensar em outra coisa que não fosse na noite com Julian. 

"Isso é puramente sexual," havia dito. Era mentira, agora percebia. 

━Vai vir hoje?

━Vou -respondeu com um sorriso apreensivo

━Certo, então até mais.

Desligou a chamada e sentiu o coração acelerar de alegria. Levantou-se e colocou numa pasta os modelos, o orçamento. Depois colocou algumas roupas em uma bolsa e mandou mensagem para Finn, que concordou em avisar os clientes. Era duro vê-lolhe tratar apenas como um amigo, mas já estava acostumado e não doia mais como antes. 

_____

━Você esqueceu que tem uma caminhonete? Como isso é possível?

━Não esqueci, eu só deixei ela na casa do Marc -respondeu, rindo

━E quem é esse Marc?

O veterinário arqueou as sobrancelhas enquanto abria o forno elétrico para ver se os pães estavam assados. Julian havia insistido para que preparassem alguma comida para esperar o amigo (como uma dona de casa, pensou ao lembrar-se da conversa no quarto do asiático) e, como não sabia cozinhar, Nicolas foi obrigado a fazer tudo.

━Um amigo -murmurou, analisando o semblante curioso do loiro

━Já pegou esse seu amigo?

Julian piscou e franziu o cenho.

━Claro que não! Você foi o primeiro cara com quem eu fiquei. 

Esticou as pernas no sofá e ficou admirando o outro. Ele tinha ombros largos, os cabelos estavam mais compridos e agora batiam na altura da nuca. Nícolas fechou o forno e aproximou-se do sofá, vestindo o avental vermelho.

━Vai recepcionar seu convidado sem camiseta? -ele sentou na ponta do sofá e Julian apoiou-se nos braços para olhá-lo mais de perto

━Ele já me viu sem camiseta.

E sem roupa, pensou com divertimento. Revivia a noite com o asiático quase que diariamente e não entendia aquela saudade estranha que sentia dele. Lembrava-se do perfume de jasmim que ele usava e da sensação de estar no corpo dele e isso era o suficiente para fazer-lhe suspirar. Havia sido tão bom que tinha medo de repetir com Nícolas e odiar. 

Mas não sentia falta apenas do sexo. Leonard era uma companhia tranquila e agradável com quem adorava rir. O sorriso forçado que ele lhe dera quando se despediram estava marcado em sua memória. Queria dizer que gostava dele, que era um cara muito alto astral, mas a própria confusão embarahava suas palavras. Os ultimos acontecimentos haviam sido rápidos: a expulsão, a ida para a fazenda, o casamento de Marc e Archie, a ida para a casa de Leonard e sua primeira vez com um homem. Ainda tentava processá-los e entendê-los, mas era difícil concentrar-se com Nicolas lhe beijando e provocando. 

Não pensava quase na família e já começava a considerar um futuro afastado deles. Não deixava de ficar triste ao saber que tinha pai e mãe e que eles não se importavam com sua existência. Mas tinha Madison, com quem falava diariamente. E agora tinha Nícolas e Julian. Poderia chamá-los de família? Sentia-se sozinho e, no fundo, a única coisa que queria era ser amado. Não havia tido experiências significativas em relacionamentos. Havia magoado Ada e agora... estava indeciso. Sentia-se atraído por Nícolas e gostava dele, mas o mesmo acontecia com Leonard. Não queria arranjar mais problemas ou magoar alguém.

━Você transou com ele?

A pergunta lhe pegou desprevenido. Encarou Nicolas com o cenho franzido e ele gargalhou. Era bom que ele não fosse ciumento, mas era ruim também, pois dava em cima de todos que via e Julian não podia falar nada, porque não tinham nada estabelecido. Ainda não sabia ao certo por que ele havia ido lhe buscar com tanta pressa na casa de Leonard.

━Sua cara diz tudo. 

O veterinário inclinou-se e tocou seus cabelos com a ponta dos dedos. Passou as mãos por suas bochechas com delicadeza e Julian corou. Era estranho ser tocado com tanto carinho por outro homem, mas não de uma forma ruim.

━Foi bom? 

━Sim -gaguejou a resposta

Nicolas inclinou-se e beijou-lhe nos lábios. Os olhos cor de avelã lhe fitaram, semicerrados e intensos, fazendo um arrepio elétrico passar por seu pescoço.

Ele levantou-se, com uma expressão neutra e voltou para a cozinha. Julian tentou decifrar aquele comportamento, mas foi inútil. Assim como Marc, ele era ótimo em esconder seus sentimentos. 

Assim que o cheiro de pão encheu o ambiente, o surfista começou a colocar a mesa, perdido em lembranças e pensamentos. Vez ou outra Nícolas fez um carinho em suas costas ou tocou seu torso desnudo e, nesses momentos, ficou mais tonto ainda. Tinha vontade de virar e beijá-lo, mas ainda era desajeitado naquilo. Uma hora ele lhe empurrou para a parede (não admitiria, mas a melhor parte de ficar com homens era a força) e lhe beijou com tanto desejo, apertando-lhe em lugares sensíveis, que precisou afastá-lo para poder respirar melhor. 

Nicolas abriu um sorrisinho sacana e deu-lhe dois tapas no traseiro. Julian passou as mãos no rosto. 

━O que houve?

━Você me deixa nervoso demais, cara. 

Ele riu alto e o barulho conhecido da caminhonete vermelha encheu seus ouvidos. Julian correu para fora com ansiedade e alegria, sendo observado pelo olhar curioso do veterinário.

_____

Nícolas observou Julian correr até a caminhonete e atirar-se nos braços de Leonard. Geralmente não importava-se se seus parceiros ficassem com outras pessoas e quase nunca sentia ciúmes, mas saber que não havia sido o primeiro do surfista tinha lhe abalado um pouquinho. Era o que merecia por ter dito aquelas coisas, mesmo que estivesse chapado. 

Não era verdade que ele não tinha futuro, pois Julian tinha um brilho próprio e lindo que encantava a todos. Era por causa dele que tinha ido buscá-lo no dia seguinte. Porque pareceu errado morar na fazenda sem ele, porque tudo ficou solitário e cinza. Em apenas uma noite tinha sentido saudades do corpo quente dele e até mesmo dos chutes que ele dava enquanto dormia.

Num rompante meio frenético havia pedido o endereço do asiático para a irmã, que não entendeu nada, mas deu-lhe mesmo assim. 

E quando viu-o quis beijá-lo, pois era do que mais sentia falta. De beijá-lo e de provocá-lo. O sorrisinho constrangido e ingênuo dele seria capaz de conquistar qualquer um.

Agora estava tratando-o melhor e havia levado as palavras de Leonard em consideração, sobre ser gentil e entender o dilema do surfista.

Viu-os ao longe, conversando, e admirou o asiático. Julian obviamente gostava dele, demais até. Percebia apenas pelo jeito como o encarava, sorrindo feito um bobo. Achava que os dois combinavam, mas não queria que o surfista fosse embora novamente. Era divertido trabalhar ao lado dele, dormir ao lado dele, beijá-lo e provocá-lo... Fechou os olhos, sorrindo. Deveria haver um jeito de todos ficarem felizes.

Era claro que havia, mas os dois eram mais caretas do que imaginava. 

Havia tornado-se complicado ficar longe de Julian. 

Respirou fundo e pôs as mãos nos bolsos. Como lidaria com aquela confusão de sentimentos?

Para piorar o asiático era extremamente bonito. 

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