Capítulo não corrigido. Leiam as notas finais! 

Something happened on the day he died
Spirit rose a metre and stepped aside
Somebody else took his place and bravely cried
(I'm a blackstar)

—Moleque maldito, VOCÊ não entra mais na minha casa! Eu te mato, levando ela pra fazer suas porcarias.

E eu acordei, era manhã de sábado, olhei no relógio ao lado da cama e havia poucas horas que eu e Severus chegamos em casa, saí da cama quando ouvi um vidro quebrando. Pulei da cama até o início da escada que dava de frente para a sala de estar, onde a cristaleira estava com o vidro estilhaçado envolta do meu padrasto e irmão.

—Sua casa? SUA CASA? Você não tem nada. Nunca teve nada. —Snape falou baixo, ele estava jogado no chão, o que era, na verdade uma cena comum nas brigas deles, mas ele estava machucado e talvez tenha sido a primeira vez que ele demostrou alguma reação.

—Você ficou mimado, aquela mulherzinha te mimou demais, está parecendo uma menininha. —Dessa vez foi Tobias quem disse, ele estava em pé, com um cinto na mão. Era agora que eu devia fazer algo, mas Snape mal o deixou terminar de falar.

—Não. Fala. Da. Minha. Mãe. —Ele rangeu entre os dentes e eu gritei quando Tobias desferiu um golpe no rosto dele, imediatamente abriu uma ferida roxa com um pouco de sangue escorrendo.

Corri em direção a Snape e tentei cobrir a ferida com algumas partes do tecido da roupa de diversas camadas que ele sempre vestia.

—Sai Bonnie.

Eu ignorei e continuei tentando estancar aquilo porque comprimir geralmente fazia doer menos.

—Eu mandei você sair. —Ele me empurrou pelo ombro mas eu ignorei e olhei Tobias nos olhos.

—Seu verme desgraçado, você matou ela, pretende matar ele também? —Disse pela primeira vez, eu costumava me esconder porque Severo preferia, mas se ele não tinha medo de deixar hematomas no rosto dele, qual seria o próximo passo? Matá-lo?

Não vi a reação dele, não me disse nada porque quando eu me percebi de novo eu havia sido jogada no chão. Mas não foi Tobias quem me jogou, olhei pra Severo tentando entender o que aconteceu mas ele me olhou assustado e com raiva.

—Sai daqui, sua bastarda. —Eu olhei, e olhei, e olhei, e meus olhos nublaram, eu estava cega, na verdade eu queria estar, porque eu vi o Severus ali, e ele havia dito aquilo com todas as palavras.

Quando minha mãe engravidou de mim ela era casada com Tobias, nós não éramos exatamente a família mais unida ou minimamente amorosa, mas ela estava lá, ela começou a trair quando ele começou a beber, ele bebia tanto que nem se deu conta e quando eu nasci ela não colocou o sobrenome dele, ele também não notou. Quando eu aprendi a falar e andar, nem ele, nem ela notaram. Quando ela morreu, ele percebeu e tudo piorou.

Ele começou a bater no meu irmão quando não era servido, quando a comida não estava pronta, quando Severus saía pra trabalhar, quando eu chegava tarde da escola. Quando eu era menor eu tinha medo, mas não ficava triste.

Sevie era meu irmão, mas era amargo, destratava tudo, todo mundo. Somente quando ele saiu da escola três anos atrás, que tudo melhorou, Tobias começou a ficar doente, menos cruel, e Severus melhorou muito também.

Mas agora, depois de me chamar daquilo eu percebi o quanto ele ainda guardava, o quando sobre mim ainda não era aceito por ele, ele odiava Tobias e mesmo assim me considera uma bastarda por não ser filha dele, aquilo era um final, ele era a única pessoa que fazia dessa casa um lar, mas agora ele não era nada.

Me levantei do chão olhei aquele de cabelos pretos e agora uma cicatriz gigante cruzando o rosto, agora ele estava de cabeça baixa, típico, ele não coragem nem mesmo para admitir que não é muito melhor que o pai dele.

Saí pela porta, sem celular, sem chaves, sem dinheiro, sem roupas, descalça e sem a menor previsão de voltar, não é libertador como antes e ainda assim era melhor que viver com um Snape.

No começo eu estava correndo, olhando os cantos nojentos de Londres, mas eu estava cansada, e precisava ir pra algum lugar de verdade, não tinha pretensão de morar na rua (por enquanto).

E fui é claro para a casa das únicas três pessoas que eu conhecia.

—Eita garota você foi atropelada por um caminhão? —Ah... O doce som da voz de Dorcas me humilhando, como é bom estar viva.

—Quem me dera Dorkie. —Ela abriu mais a porta para que eu entrasse mas eu não consegui dizer muito, só entrei e fiquei no meio da sala, onde Mary e Lene me encaravam sem reação, merda eu devo estar destruída.

Então eu comecei a chorar, desesperadamente. Alguém me abraçou, depois outro alguém e então as três alguéns estavam me abraçando.

—Ei Boni, vai ficar tudo bem, você pode falar com a gente, vai ficar tudo bem. —Mary falou enquanto me puxava para o sofá que era a única coisa na sala, misericórdia, o apartamento de jovens mulheres, coitadas.

Eu tentei me acalmar, era engraçado o quão prestativa Lene estava sendo, mesmo que tenhamos nos conhecido ontem, ela foi para cozinha e demorou um pouco até que apareceu com um chá em uma linda caneca gigantesca e colorida, e aquilo era meu café da manhã, então não realmente hesitei.

Conforme eu parei de soluçar, elas foram se afastando, percebi uma pequena reunião delas na cozinha e então elas vieram até minha, bonitinhas, como crianças que queriam saber se podiam pegar biscoitos no pote.

—Olha Bonnie, você não precisa ok? Mas se quiser nos dizer o que houve, estamos todas aqui, e podemos te ajudar, mesmo que tenha um cadáver para esconder, nós prometemos. —Lene deu um empurrãozinho em Dorkie e sussurrou algo como "combinamos de não falar do cadáver", eu soltei uma risada, droga eu amo mulheres.

—Não, está tudo bem, eu vou dizer e realmente preciso de ajudar de vocês... —Elas arregalaram o olho e então percebi a confusão. —Ah não, não com um cadáver, claro.

—Ata ufa, essa parte era piada, por favor não nos conte se matar alguém. —Mary disse e elas se sentaram no sofá, deitamos e o silêncio se instaurou, segurei uma almofada no colo e apertei ela em nervosismo.

—Ok... Bom ontem foi muito legal, muito legal mesmo, deu tudo certo e Tobias não parecia ter descoberto nada, mas hoje, ho-hoje ele, ele. —Precisei pausar para respirar fundo. —Ele parecia saber e estava tão, tão bravo e ele bateu no Severus, e eu não sabia o que fazer mas eu tentei ajudar e ele me empurrou e me chamou de...

—Ei tá tudo bem viu? Não foi porque você saiu, e nós vamos matar o maldito Snivellius por tocar em você.

—Ele me chamou de bastarda e pra mim aquilo foi um ponto final. Eu saí de casa.

Silêncio.

Não podemos nos enganar, a vida não é um morango o tempo todo, eu nunca trabalhei com nada, eu só saía de casa para a escola, e da escola voltava para casa, estava óbvio que eu não era capaz de me sustentar.

—Você sabe que pode ficar por aqui não sabe? Nós vamos te ajudar, você é uma adulta, vai encontrar um trabalho logo.

—Olha meninas, eu não queria trazer problemas, eu realmente vou ficar porque não tenho mais ninguém, eu tenho vocês e eu vou dar meu máximo para arrumar algo, mas eu estou com muito muito medo. —Queria chorar, mas já estava ficando doloroso, então apenas fiquei encarando um ponto fixo na parede.

—Querida, só tem um quarto aqui, Dorkie e Lene dormem lá. Eu durmo no sofá e nós não temos mais nada, podemos dormir juntas por enquanto mas estamos realmente tão fodidas quando você. Nossa família também não é das melhores, vai ficar tudo bem.

Concordei com a cabeça e elas parecem ter entendido, Mckinnon e Meadowes saíram depois de um tempo e Mary só me deitou no colo dela, ela era doce mesmo sendo muito louca, era confortável saber que tinham pessoas tão fodidas quanto eu vivendo a vida como se deve.

—Volte a dormir querida, descanse.

Quando acordei, algum tempo depois, não sei ao certo quanto mas o ar cheirava a chuva e bolo, eu ouvi a chaleira piando, as meninas cochichando para não me acordar, parecia já ser de tarde, eu levantei e estava nojenta maquiagem velha do banho que devia ter tomado quando acordasse hoje, senti minhas roupas, odeio sentir as roupas.

—Bom dia flor. —Mary passou do meu lado e deu um beijo na minha bochecha enquanto me empurrava para uma banqueta no balcão da cozinha e sentei olhando com elas já se moviam com harmonia pela cozinha minúscula. —Na verdade não exatamente dia, são 17:34.

—Olha vocês não precisam estar aqui, sabe eu vou me virar e trazer minhas coisas pra cá, logo acho que vai ficar tudo bem.

—Garota nós somos músicas, não é como se tivesse muito o que fazer em um sábado de tarde. —Lene disse e Todas brindaram com seus chás, concordando.

Naquela mesma tarde tomei banho e vesti as roupas de Mary, ficaram pequenas mas eu estava limpa e com muito sono então dormimos juntas até o dia seguinte quanto estava tudo uma barulheira.

—Sinto muito mas parece que não vão te deixar sofrer em silêncio. —Percebi Mary, percebi.

—Bom não disse que estou feliz, mas mais uma para o grupo hum? —Cheguei na cozinha e ouvi James dizendo.

—Merda James você não dá uma dentro. —Eu disse indo até a geladeira onde peguei uma caixa de leite, e lembrei que precisava pagar pra pagar aquilo.

—Ah Bonnie, não sabia que tinha acordado, bem eu sou o James. —Ele estendeu a mão, eu acenei com a cabeça. Ainda não tinha apagado Severus da minha cabeça, era difícil ficar bem com James tão próximo.

—Eu e as meninas resolvemos que vamos reformar aqui já que você está se mudando, novos ares vão fazer bem, e pra isso precisamos de dinheiro então... —Lene abriu um sorriso.

—Vamos vender ingressos para os próximos shows, os meninos vão ajudar abrindo todos, mas vai dar certo, eu sei que vai. —Dorcas puxou Lene para perto e encheu ela de beijos, eu sou tão triste.

—Bom, eu gostaria, mas eu não tenho um Baixo mais e não vou conseguir um a tempo.

—Felizmente tem alguém que pode te emprestar o melhor baixo já criado. —Me virei para a porta por onde entrou Remus, Sirius e Peter, tentei segurar um sorriso em ver Sirius com uma camisa do Queen apertando seu corpo e os músculos marcando enquanto carregava um amplificador.

Ele não falou nada mas eu me aproximei de Remus que tinha um Baixo na mão, era o mesmo que ele usou no show e estava brilhando aos olhos.

—Hm, tem certeza que o seu GSR 200 é o melhor?

Sirius P.O.V.

Remus apenas riu, as eu teria dito mais, teria dito que gostava de como a regata de Mary apertava ela, que gostava do cabelo bagunçado e do rosto sem maquiagem, então obrigado Moony, por eu não ter de responder isso, porque eu teria sido um estranho do caralho.

Eu sabia o que ele estava fazendo, sabia que Remus estava tentando distraí-la do fato de que o resto de família dela não mais existia. Mas eu queria conversar também, queria falar sobre como gosto de quando Remus escolhe um livro e lê para mim, sobre como gostava de sair com nossos amigos para ficar podre de bêbado, sobre como gostava de escrever músicas sobre meus malditos pais, eu queria que ela me conhecesse porque ela já estava na vida alheia e não parecia ser ninguém para mim.

—Bonnie, segunda vamos dar uma festa aqui, nos despedir dessa sala vazia com uma festa apenas para os íntimos, e você querida vai estar em sua primeira festa com o melhor dos Black. —Eu soltei, um convite para uma festa na casa nova dela, todos no apartamento pararam, me encararam e principalmente James acho que ele não gosta dela tanto quanto eu.

Eu não sei se gosto na verdade, vou saber segunda, não há nada que uma festa não resolva (ou piore).

—Vai ser minha primeira festa Black, tem certeza que quer aceitar essa responsabilidade? —Ela disse entre um sorriso, ah garota Prince, não me provoque.

—Vai descobrir que não nego desafios senhorita Prince. —Pisquei para ela e ouvi as meninas falando entre si "Anota, esses dois não vão desgrudar".

Não pensei muito sobre, Remus já estava atrás de mim sussurrando, beijando, mordendo.

—Sabe que eu te amo?

—Sei que me ama, e sei que comprei dois livros para você ler para mim, Segunta tenho uma agenda cheia então é melhor irmos embora e você começa agora.

Notas finais:

O próximo capítulo são apenas alguns posts, mas como de constume postarei o capítulo canônico amanhã. 

A diferença é que ele será puramente Wolfstar (gostaram?), para comemorar o ano novo!

 Vou desenvolver mais a relação entre os personagens, e pra issso vou aumentar cada vez mais os capítulos (acrescentar mais diálogos) o que vocês acham sobre isso? Bjo

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