Na cidade de Pachuca, no estado de Hidalgo, México, Rayson estuda na Escola Center. Ele é um garoto de cabelos castanhos arrepiados, olhos cor de mel e que usava o uniforme da escola, camisa branca social, blazer preto e calças também pretas com sapatos marrons. Ele é apaixonado por futebol, mas sempre foi criticado por ser um péssimo jogador.

Rayson estava a caminho da escola, pensando nos jogos do campeonato mexicano, quando escutou seu nome sendo chamado a distância.

_ Rayson! _ gritou Lee a distância, acenando com a mão.

Lee é um garoto de cabelos castanhos divididos com uma pequena franja sobre a testa, olhos castanhos esverdeados e com um grande sorriso no rosto. Ele estava com o mesmo uniforme de Rayson.

_ Lee, você chegando depois de mim na escola? _ Rayson questiona rindo.

_ Vamos que já estamos atrasados. _ disse Lee puxando Rayson.

Os dois entram na escola e vão direto para sala de aula. Rayson se senta em sua cadeira, enquanto Lee senta-se na mesa de Rayson e fica comendo salgadinhos.

_ Então, por que está atrasado? _ perguntou Rayson, curioso.

_ Não é nada demais. _ respondeu Lee.

_ Vai, me conta. _ insistiu Rayson.

_ Nosso time está indo bem e o treinador está puxando muito nos treinos, o que deixa mais cansado, por isso o atraso. _ Lee explicou.

_ Que sorte, você joga muito bem, participa de um time de verdade isso é um sonho. _ falou Rayson entusiasmado.

_ É, mas para um jogo oficial precisamos de no mínimo quinze jogadores e nós somos apenas treze. _ falou Lee.

_ Eu te entendo, mas não se preocupe vocês conseguirão dois jogadores fácil. _ respondeu Rayson. _ Todo mundo gosta de futebol.

_ O pior é que nós temos um jogo marcado para daqui a três dias. _ falou Lee.

_ Isso complica um pouco. _ respondeu Rayson.

_ O pior é que vamos enfrentar o time Tornado que ficou em segundo lugar no campeonato passado. _ disse Lee.

_ Nossa, vamos pensar em quem chamar durante a aula. Creio que mesmo sendo um time amador, todos vão querer participar, é futebol. _ falou Rayson sorrindo.

_ Queria que fosse uma coisa fácil assim. _ respondeu Lee.

A aula vai passando, enquanto os garotos pensam em o que fazer para ajudar o time. No fim da aula Rayson e Lee vão para casa, mas sem uma resposta sobre o que fazer, pois haviam recebido vários nãos.

_ Como eles têm coragem de dizer não? É futebol, deveria ser o sonho de todos. _ falou Rayson.

_ Nem todos são apaixonados como você, Rayson. Além do mais, podem ter medo de passar vergonha, jogar contra o Tornado não vai ser nada fácil. _ falou Lee.

_ Mas sei que vamos conseguir alguém. _ disse Rayson.

_ Eu não posso esperar, o treinador pediu para eu arrumar pelo menos um jogador que o outro ele conseguia. _ falou Lee com raiva.

_ Não adianta ficar com raiva. Você ainda tem dois dias para conseguir uma pessoa, é só pensar em uma pessoa que goste de futebol, que saiba as regras e tudo mais, tenho certeza de que você consegue. _ falou Rayson.

_ É isso Rayson! _ gritou Lee.

_ É isso o que, não falei nada demais. _ falou Rayson assustado.

_ Você será nosso jogador. _ falou Lee sorrindo.

_ Eu? _ perguntou Rayson.

_ Mas é claro, quem mais pode ser? _ disse Lee, sem conter a alegria.

_ Lee, lembra, eu sou o jogador mais nomeado de ruim no futebol. _ falou Rayson.

_ Rayson! _ disse Lee com as mãos postas.

_ Pé torto, pior dos piores etc. _ falou Rayson.

_ Rayson, se você estiver com medo não precisa nem jogar, você fica no banco, nós precisamos de quinze jogadores e não que os quinze joguem. _ falou Lee.

_ Mas Lee... _ disse Rayson.

_ Rayson, até como carta branca nós te aceitamos, são onze jogadores e três substituições que vai a quatorze, então você não precisa jogar. _ falou Lee.

_ Então se for assim tudo bem, eu acho, mas só até arrumar alguém. _ respondeu Rayson.

_ Então vamos fazer o seguinte, falarei com o técnico hoje e amanhã te darei a resposta, certamente você vai treinar com a gente. _ falou Lee.

_ Está bem. _ disse Rayson.

Rayson volta para sua casa, enquanto Lee vai feliz para o treino dar a notícia ao treinador, pois conseguiria o tão esperado jogador para conseguir participar do torneio municipal.

A noite passa e Rayson não tira da cabeça a ideia de entrar em um time de futebol. Uma coisa que até então seria impossível para ele, estava se tornando realidade.

_ Meu Deus, imagina eu em um time, mesmo sendo só no banco. _ falou Rayson para si mesmo.

No dia seguinte, o dia parecia até mais bonito para Rayson, que saiu animado para a escola. Ele chega até o portão da escola e se encontra com Lee, ele tenta despistar o amigo, mas Lee grita:

_ Rayson, temos que conversar, venha aqui!

_ Meu Deus, se o treinador não me aceitar, o que eu faço, fiquei até sem dormir. _ murmurou Rayson.

_ Rayson, bom dia! _ disse Lee.

_ Bom dia! _ respondeu Rayson, um pouco tremulo.

_ Rayson, você está bem? _ perguntou Lee.

_ Claro que estou, por que não estaria? _ questionou Rayson.

_ Vamos começar apenas pelo fato de que você está tremendo, pálido, ofegante, precisa continuar? _ falou Lee.

_ Fica quieto, só estou um pouco cansado, não dormi muito a noite. _ falou Rayson andando na frente.

_ Espera! Tenho que falar que o treinador falou que espera você no treino de hoje, então eu te levo lá após a aula. _ disse Lee sorrindo.

_ Ele me aceitou? Não acredito que estou em um time de futebol, parece um sonho! _ sussurra Rayson.

_ O que você falou? _ perguntou Lee.

_ Não é nada, só tenho que passar em casa para falar com minha mãe. _ falou Rayson, sem muito entusiasmo.

_ Pensei que ficaria contente. _ sussurrou Lee.

Os dois entram na sala de aula. A aula vai passando e Rayson vai ficando mais nervoso a cada minuto que passa.

_ Rayson, o que você tem? _ perguntou Mariah, uma amiga de classe.

Mariah é uma garota bonita, olhos verdes e cabelos em tons rosados. Vestia o uniforme escolar, mas com uma saia no lugar das calças que os homens usavam.

_ Eu nada, só quero que a aula termine rápido. _ falou Rayson um pouco tremulo.

_ Mas por que você quer tanto isso? _ perguntou Mariah.

_ Porque ele vai fazer o teste para entrar em um time de futebol. _ falou Lee.

_ Vai fazer o teste. É sério Rayson? _ questionou Mariah entusiasmada.

_ Fala baixo. _ disse Rayson corado.

_ Mariah, quer falar algo com a turma? _ perguntou o professor com o rosto ríspido.

_ Não professor, eu me assustei, me desculpe. _ disse Mariah.

_ Então se concentre na aula. _ falou o professor.

_ Tudo bem! Me desculpe. _ falou Mariah.

O professor voltou a dar aula, mas Mariah se aproximou de Rayson com um grande entusiasmo.

_ Rayson, me fala como foi, vou torcer por você. _ disse Mariah sorrindo.

_ Obrigado Mariah! _ respondeu Rayson.

Rayson questionava do porquê Lee comentou sobre o time, se ele sabia que o garoto seria um tipo de "carta branca", e não participará dos jogos.

A aula termina e Rayson vai para casa junto com Lee para fazer o comunicado para sua família e pedir a permissão para participar do time de futebol.

_ Oi mãe, oi pai. _ falou Rayson, ao chegar em casa.

_ Boa tarde! _ disse Lee com um sorriso.

_ Oi, filho. _ disse Luciana, a mãe de Rayson.

_ Lee, há quanto tempo? _ questionou Alejandro, o pai de Rayson.

Luciana é uma mulher de trinta e oito anos, pele morena, cabelos negros presos em um rabo de cavalo e olhos negros como jabuticaba. Alejandro é um homem alto e forte, cabelos negros estilosos, penteados para direita e um grande bigode e barba expensa.

_ Olha, quero pedir autorização para sair e fazer um treino hoje. _ falou Rayson.

_ Treino? _ perguntou Luciana.

_ Sim, Rayson foi chamado para treinar no meu time, isso não é legal? _ falou Lee sorrindo.

_ Filho, não tinha nos falado. _ falou Alejandro contente.

_ Não se animem, sou o gandula do time, não vou jogar, só dar uma força mesmo. _ falou Rayson.

_ Não é assim. Você disse que não queria jogar, mas tenho certeza de que você irá entrar em campo. _ falou Lee.

_ Confie em suas habilidades filho, tenho certeza de que você vai ser um ótimo jogador. _ falou Alejandro.

Os dois saem de casa e vão para o campo de treinamento. Enquanto mais perto chegavam, mais o coração de Rayson acelerava, seu entusiasmo era angustiante.

_ Treinador, esse é o garoto que te falei. _ falou Lee.

_ Rayson, é um prazer te ter em nosso time, meu nome é Marco, sou o treinador.

Marco é um homem de cabelos longos e negros, amarrados em um rabo de cavalo, tem descendência indígena e tem aproximadamente trinta anos.

_ O prazer é meu, senhor. _ falou Rayson.

Todos vão para o campo, enquanto Rayson vai direto para o banco e fica olhando o treinamento.

_ Vamos formar dois times, treinem para o jogo que vocês tanto esperam. _ falou Marco.

Marco vai até o banco e se senta junto a Rayson. Ele fica olhando para o garoto que estava admirado com o treino.

_ Certeza que não quer treinar? _ perguntou Marco.

_ É melhor sim, já tentei o futebol muitas vezes, é minha paixão, mas... nunca consegui. _ falou Rayson.

_ Lee me contou que todos te julgavam, colocavam apelidos em você, mas se ama realmente acredite no seu potencial, treine duro, tenho certeza de que irá conseguir. _ disse Marco se levantando.

Rayson olha para treinador com os olhos brilhando e fica pensando nas palavras que acabara de escutar.

No dia seguinte, Rayson voltou para o treino, o campo de futebol estava vazio, o som das bolas batendo no chão ecoava pelo local, e Rayson estava no banco de reservas, observando os jogadores do time Alianza treinarem. A equipe estava se preparando para o jogo treino e o campeonato e, embora ele estivesse ali apenas como um reserva, o desejo de jogar queimava dentro dele. Mesmo sendo considerado um "perna de pau" por seus amigos, ele sabia que tinha algo a oferecer.

Lee, o capitão do time, estava dando algumas instruções para os jogadores. Ele tinha a postura de um líder, com uma confiança que Rayson admirava. Quando o treino terminou, Lee se aproximou de Rayson, que estava deitado no banco, tentando esconder sua frustração.

_ Ei, Rayson! O que está fazendo aí, cara? Vai se sentar no campo e deixar o time brilhar? _ questionou Lee.

_ Sei lá, Lee. Não sou bom o suficiente. Nem sei se faço a diferença. _ falou Rayson.

_ Aqui é só um treino, ninguém vai se incomodar com o que faz. _ falou Lee.

_ Nem vem tentando me animar. _ respondeu Rayson.

Lee se sentou ao lado de Rayson, apoiando o cotovelo na perna, olhando fixamente para o campo.

_ Olha, eu te chamei para o time porque acredito em você. Você pode não ser o melhor jogador, mas tem algo que o time precisa: vontade. E isso é mais importante do que qualquer habilidade técnica. Já viu como o Paco corre por aí, suando a camisa? Ele é um dos melhores, mas sem um bom time, ele não chegaria a lugar nenhum. O Alianza é mais do que só técnica, Rayson. A gente precisa de gente que esteja disposto a lutar por essa vitória. _ falou Lee.

Rayson olhou para Lee surpreso com a confiança que ele havia mostrado.

_ Mas... E se eu não for capaz de acompanhar? E se eu não conseguir dar o meu melhor? _ questionou Rayson.

Lee coloca a mão no ombro de Rayson, com um olhar amigável que talvez o garoto precisasse no momento.

_ Não importa se você é o melhor ou o pior. O que importa é o time. E você vai ver: vamos precisar de todo mundo para chegar lá. Me escuta, não tem como você ficar de fora. _ Lee falou com um grande sorriso.

Rayson ainda estava em dúvida, mas algo nas palavras de Lee parecia despertar uma chama dentro dele. Ele sabia que, se fosse entrar, teria que se dedicar de corpo e alma. Mas não seria fácil. Ele nunca tinha sido o jogador mais habilidoso, mas havia algo dentro dele que se recusava a desistir.

_ Eu não jogo desde a infância. _ falou Rayson.

_ Você tem que voltar para o campo. _ disse Lee.

Rayson balança a cabeça sorrindo timidamente, ele olha para Lee que continuava com o semblante confiante.

_ Vou tentar. Mas não me espera fazendo milagres. _ falou Rayson, sorrindo.

_ Não precisa de milagres, só de coração. Vamos lá, eu confio em você. E, se você precisar de ajuda, estou aqui, como sempre. Ah, e tem mais uma coisa... _ falou Lee.

_ O que foi? _ perguntou Rayson, confuso.

_ Nosso técnico Marco está chamando um cara que é um dos melhores meias. Se ele topar, vai ser um grande reforço para o time. E quem sabe, você pode aprender algumas coisas com ele, não? _ disse Lee, sorrindo.

_ Um jogador melhor do que você? _ perguntou Rayson.

_ Ele é bom, mas ninguém tira meu posto de capitão. Vamos ver quem é esse tal de Kevin. _ falou Lee, debochando.

A conversa continuou com mais risos e promessas de que a temporada seria cheia de desafios e aprendizados. Mas, no fundo, Rayson sabia que aquela decisão, de entrar para o time Alianza, era apenas o começo de uma jornada que mudaria sua vida.

Mais tarde, naquele dia, Marco, o técnico, convocou todos os jogadores para uma reunião importante. Quando Rayson entrou no vestiário, viu Lee conversando com um rapaz alto, de aparência séria, mas com uma aura de confiança que se destacava. Ele tinha o cabelo meio longo, preso e com uma pequena franja, seus olhos eram verdes e tinha um de seus caninos grandes.

_ Pessoal, quero apresentar a vocês Kevin. Ele vai se juntar ao time como nosso novo meio-campo. Kevin, essa é a galera do Alianza. Espero que todos o recebam de braços abertos. _ disse Marco, a voz autoritária.

Kevin assentiu e sorriu, fazendo um sinal de aprovação.

_ Vamos fazer história juntos, pessoal. Estou animado para jogar com todos vocês. _ disse Kevin, o sorriso confiante.

_ Bem, parece que o time vai precisar de mais do que apenas um "perna de pau" como eu. Mas, quem sabe, esse novo começo me ajude a encontrar meu lugar. _ falou Rayson para si mesmo.

Rayson se levantou, sentindo uma mistura de nervosismo e expectativa. A temporada estava prestes a começar, e ele sabia que teria que dar o seu melhor. Ele olhou para Lee, que lhe deu um aceno de confiança.

_ A gente vai fazer isso juntos, Rayson. _ falou Lee, confiante.

_ Eu vou dar o meu melhor. _ respondeu Rayson.

Este foi o primeiro passo para Rayson. O convite de Lee e a chegada de Kevin eram apenas os primeiros sinais de que o Alianza estava prestes a iniciar uma jornada cheia de desafios. Ele não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: ele não desistiria tão fácil.