Deixo o meu estúdio, ainda vestido com a fantasia apertada de policial. Caminho pelo corredor até a cozinha, sedento por um gole de água fresca. E encontrou Rindou lá, concentrado em terminar de preparar o almoço do dia. Ao notar a minha presença, ele arqueia uma sobrancelha.

— Ei, Ran, qual é a sua hoje? Por que você está vestido assim? — ele pergunta e me olha de cima abaixo.

Abro um sorriso malicioso e respondo sem hesitação.

— Ah, isso? Estou apenas cumprindo um pedido especial de um cliente. — falo e coloco água em um copo.

Rindou, franze o cenho, ele não parece entender totalmente.

— Pedido especial? Fantasias de policial?

Dou de ombro, bebo minha água e mantendo meu tom descontraído.

— É, algo assim. Você sabe como é, algumas pessoas têm suas peculiaridades.

Rindou balança a cabeça, achando tudo aquilo estranho.

— Cara, isso é meio bizarro, não acha?

Solto uma risada baixinha, pegando mais um pouco de água.

— Bizarro, talvez. Mas é o que meus clientes pagam para ter. Cada um com suas fantasias, né?

Rindou assente, ainda perplexo, enquanto volta sua atenção para a panela no fogão. Ele não consegue deixar de pensar na minha vida agitada e nas excentricidades dos meus clientes. Enquanto isso, saboreio minha água, acostumado com as surpresas que a minha profissão me traz todos os dias.

Retorno ao meu estúdio para deixar para trás a fantasia de policial que uso. Com um suspiro de alívio, troco rapidamente para roupas mais confortáveis e contemporâneas. O tecido macio da camiseta e da calça cargo contrasta com a rigidez da fantasia anterior. Satisfeito, me dirijo à sala, me deixando cair no sofá com um leve sorriso de contentamento.

Pego o celular e navego entre aplicativos, desfrutando de um momento de relaxamento após um trabalho que exigiu uma performance intensa. Meu olhar se perde na tela, absorvido pelas notícias e atualizações do dia. A calma da sala contrasta com a agitação do estúdio momentos atrás, oferecendo a mim um merecido descanso antes das próximas tarefas.

No camarim da boate, deslizo minha fantasia justa de policial, sentindo o tecido abraçar cada curva do meu corpo. Ao retocar o delineador, traço cuidadosamente os contornos dos meus olhos, acentuando meu olhar.

Smiley me pediu para vestir essa roupa e usar o delineador. Ele quer uma dança particular, algo íntimo e provocante, onde cada movimento conta uma história de desejo mútuo e secreto. Sorrio para mim mesmo no espelho, sabendo que esta noite será marcada pela tensão eletrizante entre nós dois.

No meio do agito da boate, Saiko me lança um olhar curioso enquanto ajusto minha fantasia de policial. Ela inclina a cabeça, com os cabelos azuis caindo delicadamente sobre o ombro, e pergunta com um sorriso brincalhão:

— Qual é a sua dessa roupa, Ran?

Com um riso discreto, eu respondo, mantendo o mistério.

— Estou atendendo a um pedido especial de um cliente. Ele me paga milhares de ienes só para atender as fantasias dele. — falo com um sorriso no rosto.

Os olhos de Saiko brilham com entendimento e ela assente, ela ainda sorrindo, antes de se ocupar com suas próprias tarefas. É reconfortante saber que ela compreende a dinâmica da nossa boate e as peculiaridades dos nossos clientes.

— Você é a puta mais desejada da Tokyo Light, Ran. Todo mundo vem aqui para te procurar e te ver dançar. — ela diz e se aproxima de mim. — Você é a puta mais bem paga.

— Me orgulho de ser essa puta. — falo com um sorriso malicioso.

Termino de ajustar minha fantasia com cuidado no camarim, verificando cada detalhe antes de me encaminhar para a área reservada.

O ambiente pulsante da boate ecoa ao meu redor enquanto atravesso o corredor, sentindo a expectativa crescer dentro de mim. Chego ao local combinado e me acomodo, com os nervos misturados com uma ansiedade elétrica.

Agora, é apenas uma questão de tempo até que Smiley apareça, e eu esteja pronto para a dança particular que ele solicitou.

Me sento confortavelmente no sofá da área reservada, com o ambiente iluminado por luzes suaves que criam uma atmosfera íntima e discreta. O som da música distante cria uma trilha sonora de fundo enquanto espero. De repente, ouço batidas suaves na porta.

Me levanto com um leve frio na barriga, sabendo quem está do outro lado. Abro a porta e lá está ele, Smiley, com um sorriso brincalhão nos lábios que ilumina seu rosto familiar. Nossos olhares se encontram por um momento, carregados de antecipação mútua.

— Você chegou. — murmuro, com gesto para ele entrar, sentindo a tensão e a excitação se intensificarem enquanto ele atravessa a porta.

— Não poderia perder essa noite, ainda mais que que te pedi para se preparar para mim. — ele diz e sorri para mim.

Convido Smiley a se acomodar no sofá enquanto eu me posiciono no centro da área reservada, pronto para iniciar minha dança particular. Nosso olhar se conecta por um instante carregado de expectativa mútua.

— Qual música você quer que eu dance? — pergunto suavemente, deslizando os dedos pelos botões de controle do sistema de som ao lado.

Smiley sorri, com seus olhos brilhando com uma sugestão travessa.

— Que tal "Unholy" do Sam Smith?

Assinto, aprovando a escolha com um sorriso cúmplice. Com um gesto suave, inicio a música, me deixando levar pelo ritmo envolvente enquanto começo a dança, cada movimento planejado para seduzir e provocar, capturando a essência da canção que preenche o espaço entre nós dois.

Com a música envolvendo o espaço entre nós, eu me movo com fluidez e provocação, cada gesto calculado para atrair e seduzir Smiley. Desde o momento em que enviei as fotos e os vídeos, percebi seu interesse crescente, e agora, desfruto da energia elétrica que flui entre nós.

Deslizo pelo espaço com graciosidade, com os olhos fixos nos de Smiley enquanto o provoco com movimentos sugestivos. Cada curva do meu corpo é uma promessa silenciosa, cada movimento uma expressão de desejo mútuo.

Me deixo levar pela música, pela tensão palpável no ar, sabendo que cada instante dessa dança é uma troca intensa de admiração e prazer.

Desço suavemente até o chão, com movimentos fluidos e controlados enquanto a música preenche o espaço ao meu redor. Engatinho na direção do Smiley, cada passo calculado para provocar sua imaginação e seu desejo. Chego até ele e me ajoelho, ficando de frente, nossos olhares se encontrando em meio à atmosfera carregada de tensão.

Com um sorriso travesso nos lábios, começo a provocá-lo, me movendo com graça e sensualidade. Cada gesto é deliberado, cada olhar é uma promessa sutil do que está por vir. Estamos imersos em nosso próprio mundo dentro da boate, onde as regras do cotidiano não se aplicam, apenas o desejo ardente que nos envolve neste momento íntimo.

— Você é o policial que eu adoraria ser interrogado e algemado. — ele diz e olha para mim enquanto eu apoio minhas mãos em suas coxas e me levanto sensualmente.

Smiley observa com admiração enquanto me movo com precisão e elegância, a música criando um cenário de sedução ao nosso redor. Ele sorri, com seus olhos percorrendo cada detalhe da minha fantasia de policial.

— Você é tão perfeccionista que até o quepe de policial está usando. — ele comenta, apreciando o cuidado com que me preparei.

Levando minha mão até o queixo dele, encaro seus olhos com intensidade, sussurrando suavemente:

— Um policial não é um policial sem o quepe. — a provocação está presente em minhas palavras, sabendo que cada detalhe contribui para a atmosfera carregada entre nós dois.

Enquanto me entrego à dança sedutora para Smiley, lembro a mim mesmo com um sorriso interno: ser provocante e sedutor é meu sobrenome.

Cada movimento calculado, cada olhar intenso é uma parte de quem eu sou neste momento, envolto na arte da sedução que flui naturalmente através de mim.

É mais do que uma performance, é uma expressão do meu próprio poder e desejo, capturando a atenção do Smiley e a mantendo em mim enquanto nos perdemos no jogo emocionante que criamos juntos.