PELAS ASAS SOLTAS
Eu vi borboletas, eu as vi da janela
Uma revoada furiosa que destoava
Do pálido e cinza que nós criamos
Elas me levaram pelas asas soltas
Eu fui porque queria fugir de tudo
O que me cercava, absolutamente
Tudo o que faz de mim o que sou
Roupas, sapatos, super-mercados
Cheiro de óleo-diesel, congelados
Postes, asfalto, papelão, plástico
Eu fui com elas por que eu queria
Ser uma criatura nua, liberta, viva
Sem barreiras que me impessam
Bater a cabeça no vidro e morrer
Como aquele pássaro no quintal
Entre nós dois a vidraça e o resto
Que ignoram, morrendo os insetos
Lâmpadas à noite e todo o concreto
A fumaça, o cigarro e o câncer afetam
Meus semelhantes, que conscientes
Se matam e junto, tudo o que é bom
Vou com elas, por que não tem nada
De tudo isso aqui, que eu queira salvar
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