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Após alguns outonos...

5 anos depois

Nina acordou com o sol invadindo seu quarto pela janela e rezingou, irritada. Ela odiava o verão e, mesmo que Santa Esperança fosse uma cidade serrana localizada no sul do país, o sol do mês de fevereiro era extremamente quente, para os moradores de lá, é claro, já que eles não estão nem um pouco acostumados com calor.

Ela precisava comprar uma cortina blackout, urgentemente, caso contrário, seus olhos iriam ser tomados por olheiras, algo que não poderia acontecer de forma alguma. Imagina só, a princesa da cidade, inspiração das meninas e dona dos pensamentos dos garotos, com olheiras em seu belo par de olhos acinzentados? Seria o fim.

Mesmo odiando o período de retorno às aulas, Carolina se esforçava para demonstrar sua enorme satisfação por encontrar os professores que tanto a admiram por ela ser uma das melhores alunas da escola, além dos seus súditos, que viviam por bajular a patricinha. 

De qualquer forma, Nina já estava cansada de toda aquela gente puxando seu saco, aquilo era tão desgastante, a pobre garota merecia um pouco de descanso.

Ser a menina perfeita as vezes cansava.

O único lado positivo de enfrentar mais um ano escolar, era saber que aquele seria seu último ano do ensino médio, após passar aquele tormento, ela estaria livre de tanta gente chata e interesseira.

Sua chegada à Sagrada Esperança não podia ser diferente, os meninos babavam, literalmente, quando a loira de nariz empinado caminhava até a sala de aula, sem lhes dar a mínima atenção, enquanto as garotas admiravam as bolsas de grife e sapatos caros que ela, provavelmente, comprou em algum país europeu, que é para onde Nina costuma ir durante suas férias.

Enquanto comentava com alguns amigos sobre suas peripécias na Cidade Luz, os olhos de Nina percorriam por toda o pátio em busca de algo, ou melhor, de alguém, que logo foi visto se aproximando, vestido em uma jaqueta de couro por cima da blusa de farda, e com um sorriso travesso no rosto.

Os lábios da menina logo se erguerem em um sorriso ao notar a presença de Miguel na escola. Os olhos dela pareciam duas sodalitas que reluziram de certo modo, que quase iluminavam o ambiente inteiro. Seu coração acelerado demonstrava com bastante clareza seu estado de espírito.

Era impressionante que mesmo se conhecendo a tanto tempo, Nina continuava sentindo palpitações no coração quando encontrava Miguel.

E ela conhecia bem o motivo dessas palpitações.

— Estava morrendo de saudades, meu anjo — após alguns segundos envolvidos em um abraço bastante apertado, eles finalmente se afastaram para encararem um ao outro. Nina sentiu que poderia permanecer daquele jeito por mais um longo período de tempo.

— Eu também, minha loirinha, contei os dias pra te ver de novo. — Com as duas mãos, ele segurava delicadamente as bochechas dela, acariciando-a com as pontas dos dedos polegares. — Agora conta, o que você fez nesses dois meses? Eu quero saber de tudo, Nina. Caramba, você fez muita falta e, puta merda, está mais linda do que antes.

Nina tentou disfarçar o sorriso bobo que surgira em seu rosto, mas era uma tarefa difícil, já que o garoto era seu ponto fraco.

Os dois adorariam passar horas conversando sobre tudo o que fizeram enquanto estavam longe um do outro, mas Carolina havia retornado para a cidade recentemente, ela mal teve tempo para reencontrar suas amigas e, absolutamente todo mundo queria falar com ela, por isso, não demorou muito para que duas meninas se aproximassem, interrompendo o reencontro que Nina tanto aguardou.

— Nina, você vai me contar tudo sobre Paris. — Alana disse, antes mesmo de chegar perto da loira.

— Você conheceu o Louvre, Nina? — agora foi a vez de Lara questionar.

Mesmo amando suas duas melhores amigas, Nina se sentiu atordoada com tantas perguntas e, o que elas pensam que estão fazendo ao interromperem a sua conversa com Miguel?

Francamente, aquelas duas poderiam ter deixado a curiosidade para depois.

Enquanto tentava acompanhar as perguntas das duas amigas, que desataram a falar, Nina observou a troca de olhares entre Miguel e uma aluna nova. Os dois pareciam se falar pelos olhos, o que não é nada impossível, já que o garoto parecia ter o dom de atrair qualquer menina, apenas lançando seu olhar mais sedutor.

A patricinha não pôde evitar revirar os olhos ao perceber aquela cena tão patética.

Por que ele precisava ser tão galinha?

— É impressionante, você não muda nunca — ela comentou, já ficando de mau humor por conta da cena que acabara de presenciar e ignorando o falatório das meninas.

Mesmo tentando esconder seus sentimentos pelo melhor amigo, ela sempre deixava escapar algo que poderia facilmente lhe entregar.

— Pra quê perder tempo, Nina? Eu sou jovem e atraente, preciso aproveitar.

Aquilo foi a conta para o humor dela ir de ruim para péssimo. Além de ficar com quase todas as garotas da alta sociedade da cidade, ele precisava mesmo esfregar isso na cara de Nina?

Ela até tentava disfarçar, mas o ciúme sempre acabava falando mais alto e ela ficava parecendo uma tola na frente dos seus amigos.

Percebendo que a amiga não tinha gostado nada de sua afirmação, ele logo tratou de reverter o jogo ao seu favor, envolvendo Nina em um forte abraço e enchendo suas bochechas rosadas de beijos.

Aquilo era tão difícil para ela. Se pudesse simplesmente jogar todo aquele sentimento pelo vaso sanitário e dar descarga para deixar de gostar tanto de Miguel, sua vida seria bem mais fácil.

— Fica tranquila, tá? Você vai sempre ficar com a maior parte do meu coração, minha loirinha.

Por um instante, Nina sentiu suas bochechas queimarem e ela soube no mesmo momento que estava mais vermelha do que estofado de charrete.

Algumas meninas que presenciavam a cena, torceram o nariz para o fato de os dois não se desgrudarem um só minuto.

Se havia outra coisa que fazia Nina ser invejada pela maioria das garotas, era sua amizade com Miguel, ele sempre arranca suspiros pelos corredores da escola. Os dois eram vistos como Jonathan e Jennifer Hart de Santa Esperança, eles formariam um casal perfeito, se de fato fossem um.

— Vamos para a sala — Nina interrompeu o abraço de Miguel. Era sofrido demais gostar tanto dele e saber que o garoto a enxerga apenas como uma de suas melhores amigas, pior, como um dos caras. — Eu não posso chegar depois do professor na sala, isso seria péssimo para a minha reputação de boa aluna.

Era um fato, ela não podia chegar após os professores, aquilo seria o fim para sua reputação acadêmica. Um atraso não pega nada bem para qualquer aluno, principalmente quando se trata da garota mais superestimada da escola.

                             ■■■

Para os resmungos dos alunos, a professora de literatura não demorou muito para chegar e já foi logo avisando que o último ano do ensino médio seria o mais difícil da vida acadêmica dos estudantes, já que eles precisavam manter os bons índices da turma anterior no vestibular e, consequentemente, não dar espaço para a escola concorrente se aproximar no número de aprovações que a Sagrada Esperança tinha.

A alegria de Carolina – que já estava prestes a desaparecer de vez – não durou muito tempo quando viu Ravi atravessando a porta da sala. Seria felicidade demais, se livrar do garoto que sempre importunou sua vida, já no último ano do ensino médio.

Ela bufou de insatisfação e virou-se para sua melhor amiga.

— Ninguém merece, não acredito que aquele delinquente ainda não reprovou. — Ela comentou bem baixinho no ouvido de Lara.

— Para de chamar o menino assim, Nina, que coisa horrível. — Lara juntou as duas sobrancelhas no meio da testa, em sinal de desaprovação.

— Não sou só eu quem digo, todo mundo comenta. Nem sei como alguém como ele consegue manter a bolsa de estudos em uma escola como a Sagrada Esperança, o garoto, chega atrasado, dorme a aula toda e ainda tem uma péssima reputação.

— Mesmo com tudo isso, as notas dele continuam sendo uma das melhores da nossa turma. — Lara voltou a defender. — Ele deve ter um alto QI, Ravi sempre pareceu uma espécie de gênio.

Nina rolou os olhos. Era um carma, só podia ser.

Ravi não se assemelhava em nada com a maioria dos nerds da turma, assim como Nina, e, mesmo sentando nas últimas cadeiras da sala e com a sua péssima reputação, suas notas eram excelentes, prova disso é que ele era um dos poucos alunos bolsistas da escola.

É claro, ela precisava admitir, a única coisa que ele fazia para ganhar toda aquela má fama era importunar a princesa da cidade, já que Ravi nunca tinha se envolvido em nenhuma confusão na escola. Mas não importava, ela só queria vê-lo longe.

Não demorou muito tempo para que a professora de literatura notasse o desinteresse de Ravi em sua aula, já que o garoto estava com a cabeça debruçada sobre a mesa e não dava o mínimo sinal de estar escutando a aula.

A verdade é que a maioria dos alunos não estavam se importando nem um pouco com a aula, eles não entendiam o porquê de precisarem estudar sobre romances chatos e compreendiam menos ainda o interesse que os malditos vestibulares têm em citar livros horripilantes do século retrasado em suas provas. Mas grande parte conseguia fingir muito bem, aliás.

— Dormindo na minha aula outra vez, Ravi? — A professora falou, atraindo todas as atenções para o garoto. — Se continuar com esse comportamento, irá reprovar na minha disciplina.

Ravi levantou a cabeça, lentamente e jogou para trás os seus cabelos castanho escuro, que caíam sobre a testa, ele estava no mais profundo sono, aquela mesa de madeira parecia tão confortável quanto a sua cama, ou até mais.

– Com todo respeito, professora – ele falou, com sua voz rouca – se eu soubesse que a aula de hoje seria sobre a Segunda Geração do Romantismo e as obsessões patológicas dos escritores dessa época, pela morte, pode ter certeza que eu faria questão de faltar o primeiro horário. 

– Discorra mais sobre os seus pensamentos em relação à Segunda Geração Romântica. – Deixando alguns alunos de queixo caído por conta de sua atitude, a professora pediu para que Ravi continuasse falando. Aquela seria uma excelente oportunidade para iniciar um debate em sala de aula.

A verdade é que a maioria dos adolescentes ali presentes pensavam como ele, mas jamais iriam expor seus pensamentos e arriscar colocar suas reputações em risco.

– Fala sério, professora, estamos estudando sobre um monte de burguês egoísta que não tinha nada melhor para fazer do que idolatrar a morbidez e escrever sobre como eram infelizes por conta de seus amores não correspondidos e ideais nunca alcançados. Eu penso que eles não tinham nada melhor para fazer, pois se tivessem, não passariam a maior parte do tempo escrevendo sobre seus ideais pessimistas, que futuramente influenciariam um bando de bitolados.

– Eles não eram “um monte de burguês egoísta”. – Nina fez aspas imaginárias com a ponta dos dedos. Apesar de jurar para si mesma que iria ignorar a existência de Ravi Brunelle, falar mal de seus autores preferidos era um insulto.

Ravi rolou os olhos ao escutar a menina se dirigir a ele com um tom ríspido, típico de Carolina Hoffmann. Ela não deixaria isso passar batido, ninguém revira os olhos para ela, aquilo era um insulto, parecia que ele estava demonstrando indiferença, e quem em sã consciência desprezaria a princesa da cidade?

– Eles apenas expunham suas dores e seus sofrimentos, transformando-os em livros maravilhosos – ela continuou –, a escrita era como uma válvula de escape para fugir do tormento de suas vidas, mas eu creio que você não tem inteligência o bastante para compreender isso.

Ela despejou todas aquelas palavras e, uma parte de si acreditava que era seu dever defender os autores que ela tanto admira e de quebra, pôr o garoto em seu devido lugar, mas a outra parte acreditava que não deveria dar conversa para alguém como Ravi. Manter algum tipo de contato com aquele garoto era o fundo do poço.

Ao seu lado, Nina escutou a voz de sua melhor amiga, Lara, entoando baixinho.

– Atenção, senhoras e senhores, apertem os cintos, e lá vamos nós outra vez.

Ravi parecia não se dar por satisfeito com as explicações da menina e continuou expondo seu ponto de vista, enquanto os demais alunos olhavam de um para outro, como se tivessem assistindo a um espetáculo.

– Claro, os discípulos de Byron realmente sofriam muito por conta de suas imaginações férteis. 

– Eu não o julgo, você não é culto o suficiente para apreciar uma bela poesia, aposto que prefere ir a um churrasco na laje, do que apreciar um bom livro.

– Realmente, nada melhor do que um churrasco na laje. – Ele respondeu, antes de prosseguir sua fala. – Sabe que eu também não a julgo, sei que você é uma burguesa igual a todos eles, aposto que no seu mundo utópico todos sofrem horrores por conta de uma paixão não correspondida ou porque o papai cortou a mesada, aliás, eu sinto muito pela sua dor, Alteza.

Nina cruzou os braços na frente do corpo, recostou em sua cadeira e revirou os olhos. Como seria possível aquele garoto a irritar até no primeiro dia de aula?

A professora assistia toda aquela cena com um discreto sorriso em seu rosto, ela parecia gostar de ouvir a discussão entre os alunos.

Não, seria absurdamente sem sentido ela gostar daquilo, Nina pensou, Ravi estava manchando a reputação dos maior e ícones da literatura nacional, e ela adoraria que aquilo fosse motivo para expulsão, por mais que Carolina soubesse que o fato de um aluno expor sua opinião não o faria ser expulso.

– É exatamente isso o que eu quero que vocês façam, pessoal, discutam, mas com respeito, sobre as suas divergências na minha disciplina, afinal, todos pensam diferente e isso gera um excelente debate, fixando a matéria em suas memórias, lembrando de não passarem do limite. Meus parabéns, Carolina e Ravi.

Nina não acreditou no que havia escutado. Desde quando aquela professora adotou o regime de educação democrática?

Seu desejo era que a professora mandasse seu rival para a sala da diretoria, como qualquer outro professor com um pingo de juízo faria, só assim para ter um pouco de paz no seu primeiro dia de aula e se livrar, nem que fosse por algumas horas, do carma que sempre a perseguiu.

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Olá! Como vocês estão? Saudades do nosso casal briguento?

Eu passei um tempo afastada da plataforma, e agora que voltei, percebi que tem muita gente nova chegando, mesmo após meu aviso de retirada, por isso, decidi trazer a história de volta, com alguns pequenos ajustes. Mas vai ser por tempo limitado.

Assim como eu já tinha dito, quero resguardar a história de plágio, por mais que ela esteja registrada, é bem chato quando copiam algo que nós fazemos.

Vou tentar repostar os capítulos todos os dias, e logo após o término das postagens, aviso até quando ela vai ficar disponível.

É isso, pessoal, eu estou muito feliz em trazer esses dois de volta para o lugar onde eles foram criados. Espero que vocês gostem.

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