Traitor
No dia seguinte, eu fui para escola, tentando esquecer o que aconteceu e fingir que nada daquilo era real. Sabe, às vezes, eu preferia fingir e viver na fantasia do que encarar que aquela tragédia toda na minha vida era real.
Assim que cheguei, todos estavam me olhando e cochichando. Eu achei que era por causa da festa de ontem e tentei superar, mas, daí, Guilherme me parou. Meu coração disparou na hora, foi parar na garganta.
— Garota, é sério que você chora por minha causa? — Ele riu. Eu fiquei incrédula. — Isso é ridículo, eu jamais ficaria com alguém como você, você é horrível.
Isso foi exatamente a mesma coisa que ele disse para minha ex amiga, Lisa, mas eu não acreditei, porque, logo em seguida, ela começou a dizer que ele estava certo e insinuar que eu sou feia. Não que eu odeie quem diz isso, o problema é que uma amiga não deveria abaixar a autoestima da outra, certo?
— E, ainda por cima, gosta de garotas também. — Jenniffer chegou e o abraçou de lado. — O que é, você quer me beijar? — Se aproximou de mim. Tudo nela me dá vontade de vomitar.
A única pessoa que sabia disso era a Fernanda e eu não podia acreditar que ela seria capaz de fazer uma coisa assim comigo, mesmo sabendo que ela fez.
Eu engoli o choro e continuei seguindo, com olhos cheios de lágrimas, ouvindo as pessoas rindo de mim novamente. Eu encontrei Fernanda, rindo com Lisa. Sim, elas nunca pararam de conversar, mesmo Fernanda sabendo o mal que Lisa me fez. Como eu pude ser tão cega e idiota?
Eu tomei coragem e a empurrei, sentindo algumas lágrimas escorrerem e borrarem a maquiagem que eu usava para esconder a aparência que aquelas pessoas me fizeram odiar.
— Sua falsa, como pôde fazer isso comigo?
— Eu? Não fiz nada, Pâmella. — ela tinha um sorriso falso no rosto, o mesmo de Lisa.
— Você morreu pra mim. — Saí de lá, ainda sentindo o nó na minha garganta.
— E vai fazer o quê? Vai chorar? — grita, me fazendo me sentir pior ainda.
Eu voltei para casa, sem condições de aguentar ainda mais aquilo.
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