Eu tirei aquele vestido e fiquei no meu quarto chorando, encolhida. Minha mãe foi logo me ver, mas eu não queria conversar com ela. Ela sabia que eu odiava aquelas pessoas, mesmo que eu não dissesse isso. Era claro o jeito que elas me tratavam.

Eu ouvi mais alguém bater na porta, depois que minha mãe desistiu de mim.

— Ei, Pam... Sou eu... — era a voz de Fernanda.

— Pode entrar... — disse em um soluço.

Ela entrou e sorriu, mesmo me vendo naquela situação. Mesmo sabendo que ela também riu de mim, eu só conseguia abraçá-la. Eu era péssima em guardar rancor, talvez isso fosse uma qualidade, um defeito, ou eu só era pura demais, tanto faz. Isso não muda nada, certo?

— Eles são muito idiotas. — Ela estava tentando não rir?

— E-eu... eu sei... — desviei o olhar.

— Não fica assim. Eu tô aqui contigo. Somos melhores amigas, não somos? — Sorriu e colocou a mão no meu ombro.

— Claro! — Ri e enxuguei as lágrimas no meu rosto.

Ela segurou minha mão, prometendo não soltar. O pior é que eu acreditei.