𝓒𝓪𝓹í𝓽𝓾𝓵𝓸 1 - Revisado
O verão estava chegando ao fim, e eu já sentia saudades dos dias que passei com Archie nas Ilhas Cayman. Do cheiro da água salgada, do gosto dos mariscos frescos que compartilhamos, da limonada gelada que aliviava o calor escaldante. Era como se cada detalhe daquela ilha tivesse sido feito para nós.
Estávamos na praia, o som das ondas quebrando suavemente na areia embalava nossos pensamentos. Archie estava deitado na espreguiçadeira ao lado, massageando meus pés de forma distraída enquanto lia um livro.
— Do que está rindo? — ele perguntou, sem desviar os olhos da página.
Fingi não ouvi-lo, mas um sorriso escapou, denunciando meus pensamentos.
— Vai mesmo me ignorar? — insistiu, com um tom divertido. Ele olhou por cima dos óculos de sol, arqueando uma sobrancelha.
— Eu só estava pensando em como você fica ridículo com esses óculos. — A provocação escapou antes que eu pudesse me conter.
Archie soltou uma risada curta e abaixou o livro, tirando os óculos lentamente e encarando-me com um sorriso desafiador.
— Ridículo? — Ele se inclinou para frente, aproximando-se de mim. — Quem foi que comprou esse par?
— Você comprou, mas quem disse que tinha bom gosto?
Ele fingiu estar ofendido, mas antes que pudesse responder, inclinei-me e roubei os óculos de sua mão, colocando-os no meu rosto.
— Combina muito mais comigo, não acha? — provoquei.
Archie riu e, em um movimento rápido, me puxou pela perna, fazendo-me quase cair da espreguiçadeira. Eu gritei, rindo, enquanto ele segurava minha cintura com firmeza.
— Quer parar de ser insuportável? — ele disse, mas sua voz estava leve, carregada de diversão.
Ficamos assim por alguns segundos, perto demais, suas mãos ainda segurando minha cintura. Eu conseguia sentir o calor do corpo dele, o cheiro do sal misturado ao perfume amadeirado que ele sempre usava. Foi ele quem quebrou o silêncio:
— Agora vai me dizer do que estava rindo antes?
— Só estava pensando em como esses momentos com você são... perfeitos. — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava, mas era sincera.
Archie sorriu, e dessa vez não tentou esconder. Ele soltou minha cintura devagar, mas não sem antes apertá-la levemente, como se quisesse prolongar o toque.
— Bom, agora eu estou rindo de você — disse, voltando a se recostar.
Eu revirei os olhos, mas não consegui evitar um sorriso enquanto ele voltava ao livro. Por um instante, observei-o em silêncio. Sua camisa azul-bebê de botões estava aberta, e o vento brincava com os fios do cabelo dele. Archie parecia saído de uma pintura: o sol dourando sua pele, o mar ao fundo. Ele era perfeito, e o pior é que sabia disso.
Levantei-me, fingindo estar aborrecido, e peguei minhas coisas.
— Acho que preciso de um banho. Vou para o quarto — anunciei, ajeitando o óculos de sol no rosto.
— Deixa eu adivinhar: vai demorar uma eternidade e sair como se fosse um modelo numa campanha de perfume? — ele brincou.
— Talvez. E você vai continuar aqui, lendo um livro que nem está entendendo.
Ele riu alto, e eu tive que me segurar para não voltar atrás. Archie era assim: irresistível até quando me irritava.
Caminhei lentamente pelo corredor em direção ao quarto, sentindo o calor da areia ainda grudada nos meus pés. O som das ondas ecoava ao longe, abafado pelas paredes do hotel, mas ainda presente, como um lembrete constante de onde estávamos. O dia tinha sido perfeito, como muitos outros que passei ao lado de Archie. Mas havia algo em hoje... algo que eu não conseguia nomear, mas que me fazia sorrir sem motivo.
Empurrei a porta e entrei no quarto iluminado pelo pôr do sol. A luz dourada pintava as paredes com tons quentes, refletindo nos lençóis brancos perfeitamente arrumados. Suspirei ao deixar meus pertences sobre a mesa, observando o espaço.
Archibald. Só o pensamento do nome dele fazia algo em mim pulsar diferente. O jeito como ele sorria para mim na praia, a forma como me provocava sem esforço, como se soubesse exatamente o que dizer para me desarmar... Ele era um enigma, e eu, um leitor viciado tentando decifrar cada página.
Comecei a desabotoar minha camisa lentamente, deixando-a cair no chão. O espelho na parede refletiu minha imagem, e por um momento me peguei observando o reflexo. Archie sempre dizia que eu tinha um jeito despretensioso de ser bonito, como se nem percebesse. Eu sempre revirava os olhos para isso, mas agora, sozinho no quarto, me perguntei se talvez ele estivesse certo.
"Ele vê algo em mim", pensei, enquanto abria o botão do short e o deixava escorregar pelas pernas. Não era apenas físico — era como se ele enxergasse partes de mim que eu mesmo tentava esconder.
Fiquei apenas de cueca, sentindo o ar condicionado arrepiar minha pele. O perfume dele ainda parecia estar impregnado em mim, uma mistura de amadeirado com algo cítrico. Respirei fundo, tentando afastar os pensamentos, mas quanto mais eu tentava, mais eles voltavam.
Caminhei até o banheiro, empurrando a porta de vidro. O ambiente era minimalista, com paredes de mármore claro e uma janela pequena que deixava a luz dourada do pôr do sol entrar. Liguei o chuveiro, e o som da água preenchendo o espaço trouxe uma sensação de calma.
A água fria escorria pelas minhas costas, trazendo um alívio imediato para o calor que ainda parecia estar impregnado na minha pele. Fechei os olhos, permitindo que os sons do chuveiro dominassem meus pensamentos, mas não consegui impedir que a mente vagasse até Archie.
Ele tinha essa habilidade de se infiltrar em todos os cantos da minha consciência, sem esforço, como se fizesse parte de mim. A forma como ele massageava meus pés mais cedo, o sorriso que parecia moldado para me provocar... tudo nele era cativante. Senti um calor diferente subir pelo meu corpo, mas dessa vez não tinha nada a ver com o sol das Ilhas Cayman.
Enquanto esfregava a nuca, deixei que um pensamento fugisse mais longe, voltando a alguns dias antes da viagem.
O cheiro familiar do café fresco invadia o pequeno apartamento de Archibald, uma mistura reconfortante que contrastava com a brisa fria que entrava pela janela aberta da sala. Estávamos ali, juntos, mas o silêncio não era desconfortável. Ele tinha esse talento de tornar até os momentos mais simples em algo especial.
Sentei-me no sofá, puxando o cobertor que estava jogado por ali, enquanto observava Archie na cozinha. Ele estava descalço, vestindo uma calça de moletom cinza e uma camiseta preta que marcava levemente seus ombros largos. Seus cabelos estavam bagunçados, provavelmente de ter acabado de sair da cama, mas ele parecia impecável mesmo assim.
— Vai me encarar o dia todo ou quer um café? — ele perguntou, sem nem olhar para trás, mas com um sorriso que dava para ouvir.
— Depende... o que mais você tem para oferecer? — retruquei, provocando.
Ele riu baixinho, pegando duas canecas no armário.
— Você é impossível, Aiden.
Levantei-me e fui até ele, encostando no batente da cozinha, observando-o enquanto ele mexia o café. Archie sempre tinha esse ar de tranquilidade, como se o mundo pudesse desmoronar e ele ainda encontrasse uma forma de fazer piada sobre isso.
— O que foi? — perguntou, me lançando um olhar curioso.
— Nada. Só... gosto de te observar.
Ele parou o que estava fazendo, me olhando diretamente. A intensidade no olhar dele sempre me fazia sentir como se estivesse sendo lido como um livro aberto. Ele colocou as canecas de lado e deu dois passos em minha direção, ficando tão próximo que eu podia sentir o calor de sua pele.
— Gosta, é? — perguntou baixinho, com um sorriso provocador.
— Muito. — minha voz saiu quase como um sussurro.
Archie deslizou os dedos pelo meu rosto, seus olhos fixos nos meus. Por um momento, parecia que o tempo havia parado. Ele inclinou a cabeça e seus lábios tocaram os meus, de uma forma tão suave que quase não parecia real.
— Você é o motivo pelo qual eu respiro, Aiden — disse, encostando sua testa na minha.
Eu ri nervosamente, tentando disfarçar o aperto que sentia no peito. Archie tinha essa mania de me desmontar com as palavras, e eu nunca sabia o que responder.
— E você tem o dom de me deixar sem palavras — confessei.
Ele riu, voltando à bancada e pegando as canecas.
— Bom, vou aproveitar enquanto você ainda está quieto.
Voltamos para o sofá, e enquanto tomávamos o café, Archie começou a falar sobre a viagem que estava planejando para nós dois. As Ilhas Cayman. Ele descrevia o lugar com tanto entusiasmo que era impossível não compartilhar sua empolgação.
— Vai ser perfeito, Aiden. Sol, praia, você e eu.
— Só espero que você não me coloque para mergulhar com tubarões ou algo do tipo — brinquei.
— Não prometo nada.
Abri os olhos em um susto quando senti uma mão firme e pesada segurar minha cintura. O vapor do banheiro estava começando a preencher o espaço, mas não o suficiente para esconder quem estava ali comigo.
Virei-me devagar e lá estava Archie, já sem roupa, com uma expressão serena e ao mesmo tempo cheia de intenções não ditas. Seus cabelos estavam levemente bagunçados, e ele respirava fundo, como se tivesse acabado de atravessar uma longa distância apenas para estar ali.
— Me assustou... — murmurei, mas sem qualquer traço de irritação na voz.
Archie sorriu suavemente, puxando-me pela cintura com mais firmeza, até que nossos corpos quase se tocassem. A água fria que ainda escorria do chuveiro pingava sobre os ombros dele, criando trilhas que deslizavam pelo peito.
— Achei que você precisava de companhia — disse ele com um tom calmo, mas divertido, enquanto seus olhos me percorriam.
Sorri de volta, balançando a cabeça em uma falsa reprovação, mas sem afastá-lo. Suas mãos deslizaram para as minhas costas, firmes e ao mesmo tempo delicadas, como se ele tentasse me lembrar que estava ali para cuidar de mim, não apenas para se impor.
— Sempre acha isso, não é? — perguntei, erguendo uma sobrancelha. Aproximo meus lábios de forma suave em seu peitoral.
Archie deu de ombros e inclinou a cabeça de lado, com aquele sorriso que parecia tão natural quanto respirar para ele.
— Só sei que não sou o único que gosta da ideia — respondeu, enquanto a água continuava a cair ao nosso redor.
Deixei a cabeça cair sobre o ombro dele por um instante, fechando os olhos, sentindo o calor de sua pele em contraste com a frieza da água que ainda pingava em nós. Não havia pressa, não havia necessidade de palavras elaboradas. Apenas o momento, apenas nós dois.
Archie começou a esfregar os ombros molhados com as mãos, como se tentasse aliviar a tensão ali. Ele fazia tudo parecer tão natural, tão fácil.
— O que foi? — perguntou depois de um tempo, percebendo meu silêncio.
— Nada. Só... gosto de você aqui — confessei, minha voz quase um sussurro, mas o bastante para que ele ouvisse.
Ele riu baixinho, aproximando os lábios da minha testa para um beijo leve e confortável.
— Também gosto de estar aqui — respondeu.
Agora, os lábios de Archibald percorria minha pele úmida e lisa dos ombros, assim como sua mão me desbrava, era isso, eu era a caça e ele o caçador.
Archie se enfiou em mim deliciosamente como eu queria, seu corpo se deslizou com facilidade para dentro de mim. Se encostando contra parede novamente, me com medo de cair, me segurei no ferro do box, quando sua mão segurou minha cintura. Seus movimentos eram desbravador, estava me fazendo sentir meu corpo estremecer e desejando ainda mais. Nossos gemidos se alteram em cada estocada de seu pau em mim. Meu corpo estava tremendo de tesão e meus olhos revirados de prazer.
— Isso! Geme para mim.— disse bufado cada palavra.
Seus lábios quente beijavam minha barriga enquanto metia freneticamente. Archibald se abraçou ao meu corpo metendo ainda mais fundo, seu gemidos se juntou com meu, ele dizia algumas palavras em sueco que eu não conseguia entender, metendo vagarosamente até soltar um gemido alto pela última vez, me gozado por inteiro. Ele sorriu satisfeito me levando até a cama sobre os lençóis de algodão branco e se deitando ao meu lado. Estávamos exausto.
~*~
Na manhã seguinte, acordei com o corpo dolorido e um sorriso preguiçoso nos lábios. Archie estava de pé ao lado da cama, passando os dedos pelo meu rosto. O cheiro de um perfume forte pairava no ar, mas era estranho... não era o cheiro dele.
— Que perfume é esse? — perguntei, confuso.
Ele riu, mas, quando abri os olhos, percebi que estava sozinho. Archie não estava mais ali.
Levantei-me apressado, enrolando o lençol em volta do corpo. A sensação de que algo estava errado me arrepiava mais do que o ar condicionado do quarto. Saí pela porta, meus pés descalços ecoando pelo chão frio do corredor.
De repente, virei uma esquina e esbarrei com Archie. Ele estava acompanhado por um segurança e parecia surpreso ao me ver naquele estado.
— Aiden, o que está acontecendo? Por que está assim?
Sem pensar, me joguei em seus braços. Archie me segurou firme, tentando entender o que havia acontecido enquanto eu tremia de medo e confusão.
Logo, o quarto estava lotado de policiais e seguranças do hotel. Sentado do lado de fora, já vestido, segurei o copo de água que uma recepcionista havia me oferecido. Archie falava ao telefone, provavelmente com o pai dele. Quando terminou a ligação, ele se aproximou, agachando-se na minha frente.
— Está se sentindo melhor?
Assenti, mas ainda não tinha forças para falar. Minha mente estava embaralhada. Quem havia invadido o quarto? E por quê?
— Você viu quem era? — perguntou novamente, com o tom de voz mais calmo.
— Não... eu estava sonolento demais. Só lembro do cheiro de um perfume francês, muito forte.
Archie alisou a barba, pensativo. Então, sentou-se ao meu lado e me envolveu com seus braços. Deitei a cabeça em seu ombro, buscando algum conforto na familiaridade dele.
Os dias incríveis que tivemos ali agora pareciam distantes. Tudo o que eu queria era voltar para casa.
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