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40 - 13 anos depois

Hana acordou cedo. O despertador marcava 06:00 da manhã. Bakugou ainda dormia. Ela levantou com dificuldade. Agora, Hana Bakugou aos 30 anos estava na terceira gestação, a espera da primeira filha. Os outros dois garotos, Shynia de 13 anos e Izuku de 7 anos ainda dormiam em seu quarto. Todos praticamente uma cópia do pai.

O marido, agora um homem feito. Ainda mantinha aqueles traços de quando era adolescente. O mesmo olhar, o cabelo. Aumentou alguns músculos, a altura, e algumas cicatrizes.

Hana vestiu o robe e cobriu a barriga de 6 meses de gestação. Ela havia cortado os cabelos no ombro, mas ainda mantinha o aspecto jovial de sempre.

Ela foi até o quarto dos meninos e chamou os dois.

-Meninos! Está na hora. Vão se atrasar!

-Ah não mãe! - Shynia resmungou.

-Andem logo!

-Mas, o papai ainda tá dormindo. - Izuku disse esfregando os olhos.

-Seu pai chegou muito tarde! Estava patrulhando! Andem. A mamãe vai preparar o café da manhã.

Além da patrulha, havia os pesadelos e as vezes a insônia. Desde a guerra ele tinha dificuldade para dormir. Além da depressão, ansiedade. O tratamento com a psicóloga era constante. Mas, ele estava bem na medida do possível. O sacrifício de EdgeShot o transformou por completo. Um pai excepcional, um marido amoroso. Tudo que ele fazia era pela esposa e pelos filhos

A mansão em que moravam ficava em um condomínio de luxo. Hana havia se aposentado para se dedicar exclusivamente aos filhos. A quem ela daria a vida.

Ela levou os filhos na escola e depois passou no mercado comprar as coisas do almoço. Ao chegar em casa o marido já estava de pé.

-Hani... porque não me chamou?

-Meu amor você tinha que dormir.

-Não se preocupe comigo Hani, preocupe-se com você e nossa filha... - ele deu um beijo na barriga dela.

-Seu bobo.

-Os meninos já estão na aula?

-Sim.

-Droga, queria ter levado eles hoje!

-Não se preocupe, você levou ontem. Ah, meu amor. A Kaya me ligou ontem.

-Serio? - Ele disse enquanto passava geleia na torrada.

-Sim. Ela vem passar uns dias aqui.

-As vezes ela participa nossa reunião anual de ex alunos.

-Não. Vai embora antes.

-Ela ainda tá fugindo do meio a meio? Já se passou tanto tempo.

-Ela o amava. Amava muito. Não se esquece um amor do dia para a noite.

-Se você diz...

-Vai trazer uma amiga.

-Uma namorada?

-Talvez. A Kaya experimentou um pouco de tudo. Eu acho.

-Se quiser, peço alguém para buscá-las. Eu vou sair agora, mas peço para um motorista buscar as duas. É melhor do que você ficar dirigindo por aí. Vamos hospedá-las?

-Não. A Kaya tem um apartamento em Kyoshu. Você sabe como ela é...

-Conto para ele? -Bakugou disse se referindo a Todoroki.

-Acho que não. Ela ainda se entristece quando ouve o nome dele então....

-Ok. Eu vou indo então. - Ele deu um beijo na esposa.

-Bom trabalho querido.

Todoroki assumiu a agência do Endeavor e montou equipe com Midorya e Bakugou. A agência mais poderosa de todo o país tinha o top 3 na administração.

O índice de criminalidade foi diminuindo aos poucos e hoje a taxa é bem pouca. Com o tempo as pessoas nascidas com o individualidades também foram diminuindo. E o trabalho de herói foi ficando mais raro e mais valorizado.

Eles dividiam a agência por regiões. Cada um dos 3 era responsável por uma área do país e eles tinham diversas filiais distribuídos pela cidade.

Todoroki havia se tornado um homem mais frio do que nunca. Ele até tentou um frustrado relacionamento com Yaoyorozu, porém não foi para a frente. Ele havia se decidido que jamais se casaria ou teria filhos. A experiência com o pai do começo ao fim havia o deixado com medo do relacionamento.

Vivia pelo trabalho. A casa que era dos pais agora era da irmã Fuyumi e do marido, dos 4 filhos, e a mãe dele morava com ela e Dabi, ou melhor o Touya, agora com 13 anos também morava na casa. Todoroki o treinava pessoalmente, ensinando valores e o controle se suas chamas. O Touya era gentil e amoroso. Natsu morava num bairro próximo com a esposa e os 3 filhos. Os Todoroki's gostavam de uma família numerosa. Exceto Shoto, que ainda se mantinha na solidão.

***

Bakugou pediu que seu motorista buscasse Kaya no aeroporto. A antes meiga jovem de longos cabelos negros desceu a escada rolante puxando uma mala e acompanhada de uma jovem negra de longos cabelos cacheados, havia se tornado uma mulher adulta de personalidade forte. Alta, com quase 1,90, muito forte, e o cabelo agora curto, raspado nas laterais e alto em cima. Piercings nas orelhas e uma tatuagem no antebraço de um emaranhado de flores e borboletas. Uma bela simbologia do que ela havia se tornado.

Algumas cicatrizes pelo corpo. Vestia uma calça jeans rasgado nos joelhos e uma regata branca. O olhar era desafiador e obstinado, fazendo jus ao apelido ganhado nos EUA, a Megera de Ferro. A jovem garotinha, agora era uma mulher durona. A mulher ao lado dela era Kate Rocket, a Caçadora. Trabalhava também como heróina e era amiga pessoal e companheira de equipe de Kaya.

O motorista as levou direto a casa de Hana Bakugou, as duas desceram do carro e foram recepcionadas pela dona da casa que caminhava com certa dificuldade devido ao tamanho da barriga. Kaya fez uma cara de espanto ao ver a amiga grávida mais uma vez.

-Kaya! Meu Deus, você está incrível! - Ela disse abraçando a amiga.

-E você... grávida de novo? - Ela disse encostando na barriga de Hana.

-Sim! 6 meses. Agora é uma menininha.

-Você é bem animada! Ah, esta é Kate. Minha amiga.

-Prazer em conhecê-la Kate, sou Hana Bakugou.

-Meu japonês é ruim. Mas, nice meet you, Hana.

-Se preferir falamos em Inglês.

-Not! Eu insistir.

-Que bom! Entrem! Eu estou organizando o nosso jantar, os meninos devem chegar daqui a pouco.

-Eles devem estar enormes! - Kaya disse se lembrando dos meninos.

-Sim! Izuku está com 7 e Shynia com 13.

-Que amor! Algum deles puxou a personalidade do pai?

-Os dois na verdade. E a individualidade também. Quando tem briga nesta casa é uma loucura! Izuku é um pouco mais doce. Acho que é influência do tio dele, Midoriya. Ele gosta muito dele.

-Não é a toa a homenagem então.

-Não. Katsuki fez questão de batiza-lo com o nome do Midorya.

-Que bacana.

-Me conta, como vai a vida? Número 1 da América!

-Uma loucura. Tirei uns dias de férias. Acho que ando muito cansada. Além do mais, meu pai faleceu né, e agora tenho que organizar algumas coisas com meu irmão e minha mãe.

-E como sua mãe está lidando com tudo?

-Bem, na medida do possível. Primeiro foi minha avó e agora meu pai, ela está tentando lidar com tudo. Quer que eu assuma a agência de Bertha.

-E você?

-Não pretendo voltar.

-Ok.

Kaya observou tudo ao redor. E focou na amiga picando as verduras, refogando a carne olhando no relógio para saber a hora que os filhos chegam. Ela pensou em como alguém poderia querer aquela vida.

-Hana...

-Sim?

-Me desculpa perguntar, mas tá tudo bem pra você... digo... esse papel?

-Papel?

-Você era muito boa em resgates. Uma das maiores na minha opinião. Como você lida sendo dona de casa?

Hana parou e encarou a amiga.

-Eu gosto. Sério.

-Você se casou tão nova e ainda mora com o mesmo cara a 13 anos! Como você lida com tudo isso?

-As vezes sinto falta da adrenalina Kaya. Da emoção do resgate. Mas, eu amo meu marido e mais ainda meus filhos. Eu não trocaria essa vida por nada no mundo!

Kaya assentiu e deixou por isso mesmo. Os meninos chegaram logo em seguida.

-Tia Kaya!!! - Shynia correu até a Pro Hero e a abraçou fortemente. - Por que não me disse que viria?

-Queria te fazer uma surpresa! Vem eu trouxe presentes para vocês dois.

Kaya tinha uma boa relação com as crianças e até mesmo com Bakugou. Fazia chamadas de vídeo para os meninos e mandava presentes em todos os aniversários. Mas, mesmo assim o coração de Kaya parecia ter um buraco incapaz de ser preenchido.

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