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25 - Você é idiota

Hana caiu no choro. A amiga havia desaparecido. Midorya e Bakugo procuravam por Todoroki, nenhum sinal.

-Eles não podem estar mortos! - Hana disse aos prantos.

-Não acham que estejam. - Midorya disse analisando a situação.

-Não há vestígios de nada e os vilões também sumiram. - Bakugo completou.

-Deve ser, uma individualidade de teletransporte.

-Será? - Hana disse enxugando as lágrimas.

-Só não sabemos para onde eles foram.

***

Longe dali, Todoroki acordou em cima de Kaya. Eles foram teletransportados e surgiram no ar em outra cidade. Kaya amorteceu a queda de Todoroki para que ele não se machucasse.

Ele levantou com a cabeça zonza e depois checou os batimentos de Kaya. Ela estava desmaiada. Eles haviam caído em um galpão nos arredores de alguma cidade. Ele ergueu a cabeça dela, aparentemente não havia nenhum sangramento. Mesmo assim pegou a jovem no colo e levou para um dos cantos do galpão, onde tinha um sofá bem velho.

Quando ele a deitou, notou um corte na barriga da jovem que deve ter se cortado quando ela quebrou o teto do galpão, que era de zinco.

Ele rasgou um pouco do tecido do traje de Kaya e deixou a ferida a mostra, por mais que ela se curasse rápido a ferida era grande e ela poderia demorar a se curar e perder muito sangue.

Ele cauterizou o ferimento com fogo. Depois pegou o celular para tentar ligar para pedir ajuda, mas o mesmo havia quebrado no impacto e ele não sabia onde ela guardaria um celular naquele traje minúsculo.

Ela abriu os olhos cerca de uma hora depois. Ele estava sentado olhando para ela com certa preocupação.

-O que... aconteceu? - Ela disse quase sussurrando.

-Parece que fomos teletransportados.

-Que? E onde estamos?

-Eu ainda não sei. Pensei em ir para a cidade, mas não ia deixar você sozinha. - Ele se aproximou da jovem. -Você está bem?

-Sim... eu acho... - Ela tentou se levantar.

-Fique deitada. A queda a deixou ferida.

-Antes fosse. Foi a luta. O grandão me deu trabalho.

-Fique tranquila. Precisamos pedir ajuda. Mas meu celular quebrou na queda.

-Ah... - Ela levou as mãos à cabeça. - Nunca trago celular...

-Não me surpreende...

-O que quer dizer com isso?

-Onde você traria um celular? - Ele disse apontando para o traje da morena.

-Para sua informação eu carregava neste coldre por dentro da bota. Onde carrego alguns suprimentos. Pouca coisa, mas serve. Só que eu sou uma heroína de combate. Meu forte é o corpo a corpo. Perdi a conta de quantos celulares eu perdi.

-Sei... - ele debochou da situação.

-Seu idiota.

-Não me ofenda. A culpa é sua por ficar desfilando por aí com essa roupa minúscula.

-Mas eu cubro os braços. E as botas cobrem boa parte das pernas.

-Mas deixa a sua "virilha perfeita" quase toda a mostra. - Ele fez as aspas com os dedos.

-Que? - Kaya começou a rir de Todoroki. - Como assim?

-Eu ouvi uns caras falando sobre a sua virilha e os seus "peitões"

Kaya caiu na gargalhada.

-Eu tô falando sério Kaya!

-Eu sei, mas eu tô achando incrível você dizer "peitões"!

-Ta vendo, você é a idiota!

-Tá bom, me perdoe. E os comunicadores?

-Fora de alcance.

-Então vamos ter que buscar um lugar que tenha telefone....

-Rooooinc.....

A barriga da morena roncou alto.

-E procurar algo para comer pelo visto. - Ele riu discretamente.

-Senhor! Que fome!

Eles foram conversando pelo caminho.

-Vem vamos procurar algo, consegue andar?

-Você tem dinheiro?

-Sim.

-Quem anda com dinheiro?

-Para situações como esta. Não é muito. Mas dá pra gente dormir e comer.

-Menino precavido. - Ela passou o braço por cima dos ombros dele e ele passou o braço direito pela cintura dela. -Que mão gelada.

-Hum. Vai ter que se acostumar...sou literalmente meio quente e meio frio.

-Por que?

-Se eu resolver, você sabe, a gente vai ter que fazer as coisas de casal né não?

O rosto dela ficou vermelho e parecia pegar fogo.

-O-o q-que V-você quer dizer???

-Você sabe. Coisas de casal. Se abraçar, se beijar e...

-NÃO FALA MAIS NADA PELO AMOR DE DEUS!

-Ok.

-Como pode dizer estas coisas tão tranquilo?

-E qual o problema? Quando você se declarou para mim, não era isso que você queria? - Ele olhou para os olhos dela que brilhavam como faíscas.

-... - ela engoliu seco ao ver o rosto dele perto. Ele com o pescoço levemente inclinado olhando para cima.

-E por que você está tão alta? - Ele disse ao perceber que ela estava quase 15 centímetros mais alta.

-É o salto.

-Qual a necessidade de um salto?

-Você questiona demais para um cara tão calado.

-Ta mas por que?

-Não é só um salto, funciona como amortecedor. Eu salto, aterrisso.

-Ah entendi.

-Minha altura também te incomoda? - Ela disse com o semblante triste.

-Por que também?

-Você deve não se lembrar, mas no fundamental eles me chamavam de Giganta, Titã, Girafa, Garibalda, Esticada... enfim. Nome era o que não faltava. Acho que na verdade eu sempre achei que nenhum cara iria gostar de mim.

-Mas, e os admiradores que você tem?

-São admiradores. Dizem que sou linda, alta, modelo, mas ninguém nunca me chamou para sair. Na hora de escolher uma namorada, eles sempre vão escolher a baixinha fofa e delicada.

Ele ficou um breve instante pensativo e depois disse:

-Não vejo problema nenhum.


Ela corou novamente.

-Não...?

-Você é mais alta que eu alguns centímetros. Mas, se fosse mais alta ainda eu não ligaria. Acho você extremamente... qual a palavra que eles usam mesmo...hum.. ah sim! Gostosa. É isso.

Ela ficou em silêncio de boca aberta.

-O que foi? - Ele perguntou ao ver a perplexidade da morena. - Disse algo errado?

-Não. - Ela disse os olhos brilhando. - Eu achei legal você dizer que sou gostosa.

-Você é.

-Mas... você agora me vê como mulher?


Ele abaixou o olhar.

-Me desculpe por essa frase infeliz. Eu acho que fiz você chorar com isso né?

-Fez... mas tá tudo bem. Se é o que você acha...

-Não acho. Estava equivocado. Eu fiquei muito tempo cego de raiva pelo meu pai... E agora tenho uma vida, amigos... uma garota que gosta de mim.

-Tudo graças ao Midorya...

-É... aquele idiota se preocupa com todos ao seu redor.

Ele ficou pensativo. A relação dele com Midorya havia se tornado muito boa desde então. Um grande amigo a quem tinha muita gratidão.


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