Kaya entrou na sala de aula com grandes expectativas. Seus grandes olhos verdes rodearam a sala devagar, até seus olhos se encontrarem com os dele. Shoto.

Eles não se viam desde as aulas finais na sua antiga escola. Ela o encarou com receio no olhar e ele retribuiu da maneira fria de sempre.

Ela caminhou lentamente enquanto os outros alunos conversavam entre si. Kaya não gostava de chamar atenção, embora fosse quase impossível dada a sua forma física. Alta, os 1,80 a faziam se destacar entre as outras garotas os longos cabelos pretos e lisos além da força física que lembravam de uma guerreira vinda direto das páginas de uma hq.

A mesa dela ficou atrás da dele. Para variar. Kaya o cumprimentou com a cabeça, ele retribuiu o gesto da mesma forma, sem dizer uma palavra. Ele era assim. Sempre de cabeça baixa, com a expressão triste. Ela odiava vê-lo assim.

-Você é uma mulher enorme... - os pensamentos de Kaya se desviam para um projeto em miniatura de pervertido. Que tinha cabelos que mais lembravam uvas roxas - parece uma deusa.

Kaya olhou para ele com desprezo e nem se deu ao trabalho de responder.

-Ela me ignorou!!! Tão linda e tão fria.

-Amigaaaa - A moça gritou vindo em direção à Kaya. Cabelos azuis médios e vívidos. Os olhos cor turquesa. Bem mais baixa do que Kaya, de corpo esguio.

-Hana. Tudo bem? Passei na sua casa para que vivêssemos juntas, mas sua mãe disse que tinha vindo primeiro.

-Eu precisei comprar umas coisinhas antes da aula. Mas a gente volta junto tá?

Hana e Kaya eram amigas desde o jardim de infância. Elas eram como irmãs.

As aulas finalmente iam começar. A sala lotada de alunos cheios de individualidades. Alguns mais destacados do que os outros, o garoto de cabelo enroladinho que machucou os braços na prova de admissão, o garoto alto da família tradicional, a moça que faz as coisas flutuarem, o rapaz explosivo, e tinha ele. O filho do herói número 2. A quem Kaya foi secretamente apaixonada desde o ensino fundamental.

Uma garota prodígio. Era assim que todos a classificaram desde que se lembra. Kaya era filha de uma heroína estrangeira e de um herói precocemente aposentado. O Herói dos raios Thunder. Ele havia servido muito a seu país. Mas, infelizmente uma missão o deixou impossibilitado pelo resto da vida. Desde então ele treina Kaya para que pudesse ser a melhor.

A individualidade de Kaya era uma arte a parte. Herdara da pai a individualidade da força. Dobrava barras de ferro como papel, força física bruta. A diferença veio da mãe dela. Além de flutuar ela tinha um corpo resistente e que se curava rápido e uma pele praticamente impermeável.
O pai dela era um inimigo declarado do Endeavor, o herói das chamas, o número 2. Afinal eles dividiam as tarefas na época em Kyoshu. Sempre trocando farpas na mídia. Até o fatídico dia em que Thunder se machucou em um desabamento de um prédio enquanto salvava pessoas de um incêndio. O acidente mataria uma pessoa normal praticamente na hora. Porém, devido a individualidade ele sobreviveu, porém com sequelas irreversíveis. Que o deixou para sempre em uma cadeira de rodas.
Kaya era a perfeição. Rápida, forte, inteligente. O porte físico absurdo, era resultado de muito treino nos últimos 10 anos. Ao qual ela se dedicou intensamente.

A mãe dela, Diana, era grega e havia se mudado para o Japão ainda na adolescência. Foi na escola que ela conheceu Rei Himura de quem ainda era amiga, apesar dos problemas que a mesma enfrentou nos últimos 10 anos.
Por causa da amizade das duas, as famílias Todoroki e Chikara eram muito próximas. Eles viram de perto todo o desastre, abuso e sofrimento dos Todoroki. Mesmo, após a intervenção de Rei, Diana a visitava sempre, além de dar assistência aos filhos .

Foi nessa época que Kaya e Shoto se conheceram. O pai dele nunca deixava ele brincar com os irmãos e nem tampouco com amigos. Sempre que Kaya olhava para Shoto ele estava triste. Mesmo, assim ela ainda o observava de longe. Seja na rua da sua casa, ou na sala de aula, ela estava sempre o observando. Depois incidente que o deixou com o rosto marcado para o resto da vida, ele nunca mais foi o mesmo Mas, por algum motivo, ela ainda nutria por ele sentimentos confusos e desconhecidos.