As vezes a gente pensa que conhece alguém muito bem, mas está redondamente enganado.
Saber o nome, endereço e gostos musicais de alguém não te faz conhecer tudo sobre aquela pessoa, nem mesmo se você a vê todos os dias na escola e conversam sobre o episódio da semana daquela série que adoram.
Você talvez não repare que aquele sorriso constantemente nos lábios daquela pessoa não seja tão genuíno assim. Mas ele está lá, a cada vez que alguém se aproxima, como uma cortina que caí.
Você não sabe as razões de tantas pulseiras, das mangas longas, do excesso de maquiagem (ou ausência, em alguns casos), você não sabe o porque da camisa mais larga ou de porque as vezes essa pessoa não quer conversar sobre série, música, cálculos de física ou o que quer que seja. Tem dias em que não importa o que aconteça ou quem se aproxime, a cortina de sorrisos não desce. Nem sempre dá para fingir um "tô bem e tu?" seguido de uma conversa divertida sobre coisas aleatórias. Nem sempre dá para ficar fazendo piadas tolas o tempo todo numa tentativa involuntária de esconder uma tristeza que nunca passa. Nem sempre dá para abrir a janelinha do casulo. Nem sempre dá para fingir. Mas você nem sempre sabe que é fingimento, não é?
Todo mundo guarda dentro de si coisas que não expõe ao mundo. Alguns fardos são mais pesados e escuros que outros. Algumas feridas parecem nunca cicatrizar realmente. Pense nos seus próprios fardos e cicatrizes e lembre que há outras pessoas andando com os ombros curvados por sustentar o peso de um mundo que não lhe cabe. Então seja gentil, tenha empatia, não acrescente mais dor e peso na vida de alguém que pode já ter tanto para suportar.
Não dá para saber, nem sempre, o que se passa com o outro.
Então seja gentil com todos. Sempre.

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