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Letícia 🎭
Tava cheia de fome porque ele tinha falado que ia me levar pra jantar antes, mas me trouxe direto pra cá. Tinha alguns pedaços de carne mas não era o suficiente pra matar minha fome.
Letícia: Eu tô com fome.- Chamei atenção dele que me olhou.
Preto: E tu quer comer o que? - Dei os ombros.
Letícia: Qualquer coisa que deixe minha barriga cheia.- Ele coçou a cabeça.
Preto: E aí, tem o que pra comer aí? - Falou com um dos meninos que olhou pra ele.
- Tá achando que é restaurante é? - Eu ri fraco.- Lá dentro pô, Elisa tá fazendo altos bagulhos com as meninas.
Preto: Jae, valeu.- Me olhou se levantando.- Bora, tu ver o que tem.
Agradeci aos céus por ele não me mandar sozinha e fui ao lado dele, quando entramos na cozinha tava cheio de meninas inclusive a morena que já tinha dado ideia no preto de todas as formas possíveis. Ela me encarou e eu sustentei o olhar, mas sustentei com a cara de ódio mermo, aquela que eu adorava usar com a Gabi.
A gata murchou na hora, até as outras meninas que me olhavam pararam e ela ficou toda xoxa.
Preto: E aí, Elisa.- Falou batendo na mão de uma das meninas.- Tem o que pra minha mina comer aí?
Elisa: Strogonoff, feijoada, creme de galinha, altos bagulhos aí.- Apontou e me olhou.- Pode ficar a vontade.
Preto: Aí, escolhe.- Pegou o prato me entrando.- Valeu.
Peguei strogonoff com arroz e agradeci a mulher, preto saiu novamente ao meu lado e quando eu me sentei, ele me encarou.
Preto: Se ligou que tu não sustenta nem um olhar que a garota deu? Já ficou puta? - Olhei pra ele.
Letícia: Não gosto de gente feia me olhando.- Debochei colocando comida na boca pra não ter que responder ele e aceitar que ele tava certo.
Preto: É, gatinha. Fácil falar e difícil sustentar o papo.- Olhei pra ele.
Leticia: Vai ficar com esse deboche? - Ele riu.
Preto: Ou garota, tu tava na mesma. Tu tá pegando muito no meu pé ein, tá maluco cara.- Falou negando.
Letícia: Ué, num queria uma louca, surtada? Teu celular tá todo clonado, tu que não sabia.- Falei apontando e ele olhou pro céu comemorando.
Preto: Tô com a pessoa certa.- Eu ri.
Ele colocou refrigerante pra mim e voltou a conversa com os meninos, acabou que eu fiquei incluída em algumas partes mas não muito. As meninas que estavam na cozinha logo saíram e eu continuei na minha, já tava no meu segundo prato e os meninos me gastando por isso.
Quando a morena decidiu sentar na mesa, bem na minha frente, Preto me olhou de lado e riu, encarei ele negando com a cabeça e ela começou a se intrometer nos assuntos.
Por muito tempo achei que o Preto ia agir no deboche dele, que ia dar conversar ou trocar ideia com ela na minha frente só pra me provar que se fosse ao contrário eu não aguentaria. Mas ele não fez isso, o que me deixou surpresa até.
Em momento nenhum ele ligou muito pro que ela falou, só umas duas vezes que ela fez questão de citar o nome dele, mas mesmo assim ele deixou de lado.
Fiquei tomando meu refrigerante caladinha e observando tudo. Pra quem falou que ia voltar cedo, já eram duas da manhã e eu tava até conversando legalzinho com a Elisa, ela já tinha 29 anos e era bem mais vivida que eu nessa história de mulher de bandido.
Achei uma graça ela me falando o tempo todo pra largar, não era futuro, que ia sofrer e ia ser traída.
Mas era legal a sensação de confiar no Preto, de não achar que isso aconteceria, de me sentir segura estando com ele, era assim que eu me sentia.
Preto: Bora meter o pé.- Falou me cutucando com muita força e eu dei um tapa na mão dele.
Letícia: Que que foi, garoto? - Falei sem entender a euforia.
Preto: Tem uns moleques com coca ali pô, tá tarde já, bora meter o pé.- Me levantei e ele também.
Dei tchau por educação a todos e a gente saiu, chegamos em casa e eu tava morta, ainda trabalhava metade do dia amanhã. Só tomei banho e me sentei na cama, mas ele tava bolando um cigarro quando eu sai.
Letícia: Segundo hoje.- Chamei atenção dele.- O que tá rolando?
Preto: Vontade tá batendo, desde cedo.- Falou sem me olhar.- Estressado pra caralho mais cedo, vê os moleques usando só mexeu com a mente mais ainda.
Letícia: Vontade passageira, não precisa fumar.- Falei me sentando na cama e puxei ele.- Lembra o que você me falou? "Sai dessa vida, não presta."
Preto: Ajudei pra caralho, pode falar.- Falou rindo e eu concordei.
Letícia: Ué, eu sai pô.- Falei em meio a risada.- Não precisa fumar.
Preto: Posso transar contigo então? - Falou se sentando na cama.
Letícia: Não. Mas a gente pode conversar.- Falei me vestindo e olhei pra ele que tava balançando o pé o tempo todo.- Você tá certo.
Preto: A brisa já bateu.- Falou e eu ri.
Letícia: Você já olhou pra ela com intenção? - Coloquei as mãos na cintura, olhando pra ele.- Ela é bonita pra caralho.- Sorri sem graça.- Certeza que altos moleques daqui dariam tudo por ela.
Preto: Han, qual foi? Vai ficar nessa agora? - Olhei pra ele.- Já analisei ela, papo reto. Ela é bonita, mas não chama minha atenção assim cara. Tá ligado quando tu vê uma pessoa, tu sabe que ela é gata, mas num sente nada?
Letícia: Seria um problema sentisse alguma coisa por ela.- Encarei ele assustada e ele sorriu fraco, passando a mão no rosto.
Preto: O problema é que eu só sinto por tu. Tu marola nisso mas sabe que não tem outra, nunca vai ter.- Negou me olhando.- E eu tô ligado que nunca vai existir outro preto que nem eu na tua vida, todo gostosinho assim, mas não gosto de tu perto de gente que eu sei a intenção.
Letícia: Eu entendi.- Me sentei ao lado dele.
Preto: Mas se tu quiser continuar amizade com o moleque eu não tô te impedindo não, nem por causa disso vou render pra garota lá, tá suave. Eu tô ligado tuas intenções.
Letícia: E por qual motivo você sempre debocha delas? - Olhei feio pra ele.
Preto: Porque é maneiro. Quando tu debocha das minhas eu acho engraçado, mas tu fica puta.- Falou rindo e eu olhei pra ele sem graça, fazendo careta.- Nunca duvidei do teu caráter, mermo que as vezes eu falo uns bagulhos que parece que desconfio. Confio em você, pra caralho.
Letícia: Isso é culpa sua porque não me pediu em namoro ainda.- Falei baixo e ele gargalhou.
Preto: Irmão, a gente tá é fudido se depender disso pra parar de discutir.- Falou rindo e eu olhei pra ele indignada.
Xinguei ele que não perdeu o sorriso e dei um tapa nele, ele me abraçou beijando meu rosto e subiu em cima de mim, colocando todo seu peso em cima de mim e eu fiquei reclamando com ele.
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