CAPÍTULO 4 - Boyband
Eu sou muito trouxa. Não tinha outra forma de me descrever melhor do que aquela. Era assim, um otário. Idiota. Retardado. Como um dia eu poderia pensar que trabalhar com Margot seria uma coisa muito simples e normal de se acontecer, e fácil de fazer? Era tão ingênuo, coitadinho de mim.
— Joseph, tá errado. – Ela disse batendo o pé no chão, agoniada, enquanto estávamos sentados num café e eu anotava algumas coisas num bloquinho. Como poderia estar errado se ela nem sabia do que se tratava? Levantei os olhos para ela calmamente, lhe encarando. Margot mordiscava os lábios por pura ansiedade e pulava na cadeira, inquieta.
— Você nem sabe o que eu estou fazendo. – Expliquei, calmo.
— Mas eu pressinto. – Disse batendo o pé. Revirei os olhos, voltando a anotar.
— Acho que tem um banheiro aqui, você pode fazer xixi se quiser. – Disse, bebendo um pouco do café que tinha pedido. Ela parou de se mexer por um momento.
— O que está fazendo? – Ela perguntou depois de um segundo quieta. Fechei os olhos respirando fundo, e deitei em cima da mesa.
— Você tem alguma coisa para fazer hoje à noite, Margot? – Perguntei. Ela pensou por um momento e assentiu. – Então, que tal você ir para a sua casa se arrumar e me deixar em paz para eu poder trabalhar? Falta pouco tempo para essa festa e você não me deixa fazer nada sem dar a sua dispensável opinião.
— Ah! – Grunhiu – Não seja grosso comigo. – Bufou e eu sorri para ela. Margot parecia uma criança mimada. Eu ergui a mão e puxei seu queixo para cima, lhe fazendo olhar para mim. – Eu estou nervosa. – Confessou e eu apenas assenti.
— Eu sei. Mas eu não quero ficar nervoso também. – Ela suspirou, assentindo. Tirou delicadamente minha mão do seu queixo, desviando o olhar dos meus olhos.
Desde que eu havia começado a ajudá-la, a situação "Margot e Joseph" havia melhorado consideravelmente. Não gritávamos. Não nos batíamos. Não nos matávamos. Nada. Éramos civilizados. De certo modo, eu não sabia se isso era bom ou ruim. Margot era estranha e eu gostava dela assim, mas isso não faria bem para a minha saúde. Não mesmo.
— Tudo bem, eu vou... – Disse, pegando a bolsa, antes de parar e olhar para mim. – Eu vou fazer o quê? – Perguntou ao que eu sorri e olhei no bloquinho.
— Pode confirmar com a Sun. Depois, pode ligar para Katherine e depois. se quiser continuar vendo minha cara, se encontrar comigo daqui duas horas e meia no salão, onde eu vou ver como anda a decoração.
— Ok. – Disse se levantando. Ela me olhou nos olhos mais uma vez e deu um passo a frente. Percebi que ela não sabia direito o que fazer. – É... Tchau. – Disse se aproximando e me dando um beijo na bochecha que, por sinal, quase foi mais para o lado. Ela pareceu se envergonhar e me deu as costas mais rápido que pode, sumindo das minhas vistas. Opa.
Suspirei. Auch. Quase. Tudo bem, eu não vou pensar no que acabou de acontecer, mesmo que certo frio tenha me corrido a espinha. Há tanto tempo que isso não acontecia entre mim e Margot que eu até poderia ficar nervoso. Sou um idiota. Eu sei. Ok, para Joseph de pensar nisso. E não se bata no meio da rua.
Percebi que estava paralisado durante alguns minutos olhando para o nada, quando o meu celular vibrou. O peguei e me dei de cara com uns milhões de mensagens. Como não havia me deparado com aquilo? Ah, ok. Sem piadinhas com o fato de e u estar com Margot.
Vamos lá...
Dave indi ota Sheepard. Hoje 11h32
JOSEPH TRAVIS UCKERMANNNNNNNNNNNN! Sou agora um poderoso. Ontem, saímos com a Katherine, e adivinha!
11h33> Adivinha! Vou te dar um soco quando eu te vir.
11h33> Cortei relações.
11h35> E eu quem pensava que você era meu amigo.
Suspirei, antes de ver o resto e pulei para Mike. Ele provavelmente ou iria surtar, ou iria me contar o que havia acontecido com o que eu um dia chamei de amigo. Acho que agora, ele era algo mais para paciente de hospício no meio do mato.
Mike Simmons. Hoje 12h01
Cara, você não sabe o que aconteceu! Dave virou modelo de cuecas. Ontem nós estávamos com Katy no ensaio dela e um cara veio e começou a falar com ele. Acho que achou que o Dave era do babado, mas... Quem não pensa? Enfim, agora ele está fazendo um ensaio super fashion com uma linha da Calvin Klein! Cara, que luxo!
Dave? Modelo de cuecas? Posso me matar agora? Como assim não sou eu ali? Gente, estou passado! Em choque, realmente. Dave arrasando sambista com a Katherine e eu organizando festas. Pode isso?
Ignorei as mensagens de Dave, pois já sabia do que se tratava, e me dei ao luxo apenas de respondê-lo, antes de ver a mensagem de Michael que havia acabado de chegar.
Joseph Uckermann. Hoje, 12h47
PARA TUDOOOOOOOOOOO! COMO ASSIM VOCÊ AGORA É MODELO DE CUECAS? CONTE-ME COMO ISSO ACONTECEU AGORA, QUE EU TO SURTANDO AQUI. POR FAVORRRRRRRRR. GENTE, QUE LUXO, TO PASSADO.
Passado o momento, bixa má. Vamos responder Michael.
Mike Simmons. Hoje, 12h44
Vamos formar uma Boyband? Quero ser famoso!
12h46> Quando terminar seja lá o que você tem de fazer me avise, porque eu preciso falar com você. Ou me diga onde eu te encontrar.
Joseph Uckermann. Hoje 12h48
Toma tento homi! E você pode me encontrar daqui a pouco no salão onde eu preciso ver a decoração da festa. E o que quer falar comigo, linda?
Mike Simmons. Hoje, 12h50.
Secret. Hihihihi.
Trouxa demais. Chega dói. Desliguei o celular e voltei a me concentrar no que estava fazendo. Era mais produtivo e dava menos na cara que eu tinha alguns parafusos a menos. Triste vida, triste fim. Triste.
Cerca de duas horas depois, me dediquei a tomar um rumo e ir até o salão. Michael e Margot estariam lá, ou chegariam em breve.
Era o salão de um hotel, lá era tudo muito chique e eu agradeci a Zeus por não ter sido eu quem estava cuidado das finanças e ainda mais por não ser eu quem iria pagar. Porque, era puro luxo.
A empresa contratada para a decoração do evento já estava lá. Pessoas se matavam colocando coisas no alto apenas para que nós pudéssemos ver e dizer se estava bom ou não. Ai, como eu sou poderoso. Ai, como eu estou ficando gay também. Credo.
— Joseph? – Alguém me chamou, e quando me virei, adivinha quem estava lá? Candice! Samba, Oe. Eu me virei e pude ver que os meus olhos brilharam. Ela veio e me abraçou com força e só nos soltamos por ouvir alguém pigarrear atrás de nós. Na verdade, parecia mais que estavam vomitando uma bola de pelo. Quem? Margot, claro.
— Ah, oi Margot. – Disse sorrindo, abraçando Candy de lado. – Lembra dela? É Candice, ela quem me socorreu quando você me empurrou da escada.
— Oi, Margot! – Disse estendendo a mão. Margot pareceu apertar apenas por educação.
— É. Eu me lembro de você. – Disse seca, antes de voltar a olhar para mim. – Não deveria estar trabalhando?
— Eu estava, mas aí a Candy apareceu e... – Me voltei para ela, franzindo o cenho, - O que você está fazendo aqui?
— Eu trabalho com a empresa de decoração. – Disse como se fosse óbvio. Talvez fosse por conta do uniforme. — E você?
— Eu contratei você! – Disse sorridente. Ela riu. Margot engoliu a seco.
— Então, vamos todos trabalhar, certo? – Disse ela empurrando Candice e me puxando para seguir até o centro do lugar. Ataque? Por quê?
— Como você está grossa. – Disse fazendo careta.
— Cala a boca. – Disse simplesmente. Eu ri, começando a prestar atenção nas propostas que estavam nos fazendo de decoração.
Cara, eu acho que nunca vi tanta coisa estranha na minha vida igual naquele dia. Para falar a verdade, ficamos tanto tempo ali que resolvemos que iríamos pesquisar para saber exatamente o que iríamos fazer.
Michael só chegou quando nós já havíamos deixado a equipe de decoração ir embora, então só tínhamos nós três no enorme salão. Michael, trouxa, começava a desfilar pelo salão com as calças arriadas imitando Dave. Ele fazia uma boca engraçada e algo que ele chamava de olhar sério/sexy.
— Ai, para de ser idiota. – Disse Margot, colocando a mão na barriga que já doía de tanto que ela ria. Michael riu, subindo as calças e voltando a sua face normal.
— Para, eu também quero ser famoso! Disseram que dentro de no máximo um mês vai ter a cara do Dave de cueca em tudo quanto é outdoor. Não posso com isso. – Disse cruzando os braços. — Joseph, nós vamos formar uma Boyband, eu e você, você e eu! – Disse erguendo as sobrancelhas.
— Ah! Tá. – Disse Margot, irônica. – Vocês cantando? Seria um show ou uma apresentação de stand-up?
— Olhe isso, Michael! Que bullying – Disse o cutucando. Ele cerrou os olhos, fazendo que não. – Ela duvida da nossa capacidade.
— Isso dá cadeia, viu? E saiba princesa, que nós sambamos na face de Katherine Hunnigan, mesmo ela sendo famosa. Ok? – Disse a olhando de cima a baixo.
— Ah, ok. – Disse nos dando as costas e eu suspirei.
— Vamos, Michael. Esfregar na cara do recalque quem é que manda! – Ele assentiu. Fiz meu solo vocal e estalei os dedos antes de apontar para Mike que veio me acompanhando no seu estilo sensual.
Margot nos olhou com cara de poucos amigos, mas sentia que o recalque estava na sua garganta e ela teria de engolir para não morrer asfixiada. Michael me olhou e então trocamos de música.
Eu joguei meus cabelos invisíveis enquanto cantava, cheio de masculinidade e virilidade, indo em direção a Margot. Ela parecia que iria começar a rir e Mike começou a lhe cercar, acompanhando a música.
Fizemos uma dança do acasalamento ao seu redor e se fosse a alguns meses atrás, tenho certeza que hoje seria um dia daqueles. HEHEHEHHEE. Com uma sensualidade dessas, é claro que todas iriam me querer.
— Ok! – Margot gritou, nos empurrando. – Eu já entendi ok? Vocês sabem cantar, parabéns! Querem um abraço? – Michael voou sobre Margot, lhe apertando com força. Duvidei por um momento que ela conseguiria sair viva dali. – Michael... Chega. – Ele a soltou. – E falando em chega, está ficando tarde. Vamos embora!
— Temos de ir buscar Katherine. – Michael informou. – E a estrela Sheepard. – Ele explicou. Eu revirei os olhos.
— Precisamos pesquisar as coisas da festa, Joseph. – Margot constatou o que me fez coçar a nuca.
— Vamos fazer assim? A gente vai lá buscar ela e você vai pra minha casa e vai pesquisando. Quando eu chegar, vejo e a gente decide tudo, pode ser? – Ela deu os ombros, mas percebi que ela não estava tão contente com isso quanto parecia.
Saímos dali, e parecia que iria começar a chover. A noite havia caído rápido demais por conta das nuvens e Michael e eu seguimos para a academia onde Katherine ensaiava. Chegamos e demos de cara com ela e Dave fazendo a mesma coreografia. Por quê? POR QUEEEEEEEEEEEEEÊ?
— Mas que merda é essa? – Michael perguntou franzindo o cenho. Suspirei, por não ter sido eu a falar aquilo. – Katy, me diga que não é o que eu estou pensando. Você não vai colocar isso para fazer nada com você, né? Pense na sua carreira, no que vai contar pro seus filhos! – Disse entrando em desespero. Katherine continuou olhando para o espelho enquanto rebolava. Dave a imitava com perfeição.
— Cala-te, príncipe. – Dave disse, antes de se virar e lhe mandar um beijo.
— SE CONTROLA! – Implorou, se jogando no chão e esperneando.
— Nossa, se controla você também! – Disse puxando ele pela blusa e o colocando em pé. Fomos até onde Dave estava, ficando atrás de Katherine, enquanto tentávamos imitá-la também. Era mais difícil do que vocês podem imaginar, acreditem.
— E então? – Michael perguntou já sem fôlego, alguns minutos depois. – Vamos embora?
— Vamos. – Disse concordando. – Por favor.
— Temos de ensaiar, princesa. Temos de nos lançar no mercado da fama logo. – Ele disse, empinando a bunda no espelho.
— O quê? – Katherine perguntou, rodando. Fizemos o mesmo. – Como assim?
— Queremos ser muito famosas, ser bem conhecidas e estrelar uma capa de revista. – Disse o que eu acho que deveria ser uma música. – Não são apenas vocês que podem almejar a fama, ok?
— Mas, Mike, você tem de entender que nem todo mundo tem o corpo que eu tenho para ser a nova cara da Calvin Klein. – Disse parando de dançar e virando com as mãos na cintura. Michael suspirou voltando a imitar Katherine que fazia coisas que era impossível de repetir. Eu parei de dançar e também botei a mão na cintura para respondê-lo.
— Mas nós não precisamos ter um bom físico, nossas vozes matarão a grito. – Disse o olhando de cima a baixo.
— Ah, grito mesmo, né queridinha. Por favor. – Dave disse revirando os olhos.
— Vocês são trouxas. Não aguentariam nem um mês. Sério! – Disse parando e os olhando pelo reflexo do espelho com as mãos nas cinturas. Michael fez a mesma coisa ao ver que apenas ele não havia aderido à moda.
— O que tem de errado em ser famoso? – Questionei. – Mulheres, dinheiro, reboladas, mulheres, dinheiro. Sou Joseph Uckermann, eu preciso de tudo isso para ser quem sou. Principalmente dinheiro, mulheres eu não preciso procurar. Elas vêm até mim. – Suspirei jogando os cabelos. Ela revirou os olhos.
— Falou o One Direction! Tome tento. Nem cantar você sabe.
— Michael, olha isso. Depois que eu chamo de burra fala que é bullying. – Disse apontando para Katherine, ele fez careta.
— A gente arrasa no charme. Todas vão nos querer, sabendo cantar ou não. E, olha, cantar a gente sabe sim, até Margot concorda com essa afirmação. – Afirmou articulando com as mãos. Katherine se virou.
— Vamos. – Ela disse apoiando a mão na barra que havia atrás dela.
— Embora? – Perguntei, sorrindo.
— Não, trouxa. Cantem. – Pediu com a delicadeza que apenas ela tinha. Olhei para Michael que deu os ombros.
Posso dizer que Mike e eu nos saímos muito melhor que Dave, que cantou aos berros, fazendo todos olharem para ele. Parecia uma borboleta cor de rosa, rosando igual um idiota. Katherine franziu o cenho, indo em direção a ele e o pegando pelos os braços.
— SE CONTROLA! – Pediu, o abraçando com força, como quem o consolava. Dave choramingou. – Por favor, vamos embora!
Sem discordar nenhum momento do pedido, fiz com que todos saíssem e fossem para casa. Summer me ligou, no meio do caminho, para me avisar que havia ido para lá, por conta de alguns erros no buffet e precisava falar com Margot. No caminho até minha casa, os "artistas" dentro do meu carro, faziam uma espécie de show particular.
Minha cabeça parecia que ia explodir. Eu queria colocar ela pra fora do vidro e deixar que um raio caísse e queimasse meu cérebro porque a chuva já começava a cair e estava apertando a cada momento.
Eu não aguentava mais por nenhum segundo ouvir Katherine cantando junto com aqueles dois. Parecia que eles queriam estourar meus tímpanos e eu acabaria batendo aquele carro. Agradeceria se, no céu, eu fosse surdo, porque assim eu iria realizar meu último sonho mortal. Aquilo só podia ser uma espécie de tortura.
Quando estacionei e finalmente me vi livre daquele carro, a chuva parecia querer apertar ainda mais. Acredito que eles teriam de se virar para irem para suas respectivas casas, porque eu realmente não iria levar ninguém. Estão me achando com cara de chofer, é?
— Ai, por favor! Eu deveria ser famoso! – Michael disse enquanto íamos para o elevador. – Velho, eu tenho cara de famoso. Olha isso! – Disse enquanto olhava para o espelho. – Katherine, quer namorar comigo? Assim eu me apoio em você para fazer sucesso, eu até deixo você me tirar como cafa. – Disse puxando a menina pela cintura e tentando tirar uma foto com ela, pelo reflexo do espelho. – Olha que lindo, podemos anunciar agora no Twitter. Quantos seguidores será que eu consigo até amanhã?
— Ai, pare de graça! – Implorei dando um tabefe na cabeça dele. Mike me chutou. Eu iria revidar, mas seria infantil demais. Não que eu ligue, mas é sempre bom manter a postura. — Fogo no rabo, viu?
— Ai, invejosa! – Disse me empurrando e puxando Katherine. – Só porque eu sou linda, né? Morra também! – Disse assim que o elevador se abriu no andar e saiu segurando Katherine pela cintura e entrando no meu apartamento. Dave os seguiu flutuando ainda se sentindo uma borboleta.
— Mereço isso, Deus? Mereço? – Perguntei olhando para o alto, antes se seguir e entrar em casa.
Quando eu entrei em casa, parecia que um furacão havia passado por ali. Estava tudo remexido, tudo bagunçado, cara! Como assim? COMO ASSIM? EU ME MATO ARRUMANDO ESSA CASA PARA ELES BAGUNÇAREM? CHÔ! CHÔ DA MINHA CASA! AAAAAAAAAAAAAAAH!
Ok, mesmo querendo dar um piti, eu apenas entrei no apartamento. E parece que foi instantâneo. Eu não teria paz mesmo, de jeito nenhum, pois eu pisei em casa e PUF! Acabou a luz.
— Ah! – Lamentei batendo nas coxas. – Que macumba é essa?
— AAEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEÊ! – Dave e Mike gritaram em uníssono levando as mãos para o alto. Cara... Sem estruturas.
— Ah, para! – Margot lamentou batendo na mesa onde estava sentada com a cara enfiada no computador. Summer puxou a cadeira, sentando-se com ela. — Merda, merda, merda! – Grunhiu fechando a tampa do computador.
— O que foi? – Questionei.
— A internet caiu e eu estava realmente numa fase muito difícil! Vou perder uma vida por conta disso! – Disse e eu apenas revirei os olhos, evitando comentários.
— Que coisa importante, hein, Margot? – Michael comentou rindo. Ela se virou para ele com olhos demoníacos.
— Eu também estava vendo coisas da festa. Falando nisso, estamos com problemas. – Respondeu se voltando para mim. Ah, sério?
— Realmente estamos. – Summer enfatizou. Eu me aproximei e me sentei à mesa junto a elas.
— Desabafem. – Pedi cruzando as mãos sobre a mesa.
Elas começaram a falar ao mesmo tempo de um jeito que era quase impossível entender meia palavra. Margot articulava com as mãos falando que algo era realmente muito importante e que por conta disso teríamos problemas. Summer, por outro lado gritava falando que tinha dado alguma coisa errada e que tudo estava errado e que a vida dela era errada. Tudo errado! Tudo.
— AHHHHHHHHH! UMA DE CADA VEZ! – Implorei gritando mais alto do que elas, para que se calassem. – Eu não consigo entender nada assim.
— Ok, fala Summer. – Margot disse paciente. A loira suspirou assentindo.
— O buffet tá com uns problemas, os pedidos que vocês fizeram não tem sentido nenhum.
— É por que a gente ia fazer algo mais temático... – Margot começou coçando a nuca.
— Mas a gente ainda não decidiu o tema.
— Como ainda não decidiu o tema? – Perguntou arregalando os olhos. – Gente, tem muito pouco tempo para eu fazer isso e vocês tem de decidir isso até amanhã no máximo. Mas... Sem pressão!
— Sem pressão? – Perguntei olhando no fundo dos olhos azuis. Ela sorriu.
— Claro, mas deixo claro que se o pedido não for feito direito entre essa data, ou terão o pior buffet da cidade para uma festa nesse nível, ou podem deixar e pedir para outra pessoa fazer isso. Mas é claro, que duvido muito que acharam algo nível Cupcake. – Egocentrismo? – Mas claro, sem pressão.
— Você se ligou em quantas vezes repetiu a palavra: "claro"? – Michael questionou sendo ignorado.
— Cara, vocês são muito toscos! – Dave disse, indo até a mesa e se sentando também. – Por que não perguntam ao especialista em festas? O garoto Calvin Klein? – Disse cheio de si.
— Não é obvio? – Questionei simples.
— Por que não queremos sua opinião. – Margot completou sorridente. Ele pareceu ofendido e se levantou da mesa, se afastando.
— Queremos algo impactante. – Disse começando a pensar. – Mas... O que seria impactante e legal ao mesmo tempo?
— Orgia grátis? Pay-per-view? Asiáticas peitudas? – Michael começou a falar contando nos dedos.
— Cara, que tipo de animal você é? – Summer perguntou o olhando com certo nojo.
— O quê? – Disse inocente, arregalando os olhos – Eles querem algo legal e impactante. O que mais se encaixa melhor nessa colocação do que isso?
— Nada de putaria. – Ela disse como se fosse óbvio.
— Era o que tinha de melhor, ok? – Ele afirmou, revirando os olhos. Katherine se aproximou, sentando-se a mesa. Michael a seguiu. Dave voltou segundo depois, com um baralho.
— Cara, isso é mais difícil do que eu imaginava... – Margot disse pensante. — Algo legal e impactante.
— Olha... Eu colocaria uma festa com distinção de cores de roupas e essas coisas. O tema Gelo e Fogo seriam interessantes. – Disse Katherine pensando. – Aí colocariam roupas vermelhas, pretas, pratas, brancas... Seria tão legal! – Suspirou sonhadora.
— Muito clichê. – Michael disse, fazendo com que até Dave concordasse.
— Festa a fantasia nunca sai de moda. – Disse e Margot assentiu.
— Mas isso é mais para Halloween. – Respondeu passando a mão no rosto.
— Vamos pensar em algo que está em alta... – Dave falou. – Ou algo mais retrô, que todo mundo gostaria de ir, mas não pode, porque ninguém faz mais.
— Mente-pensante, Sheepard, parabéns! – Summer falou, fazendo-o sorrir erguendo as sobrancelhas.
— Sou um escândalo. Eu sei. – Se gabou fazendo ela o empurrar.
— Foco, por favor! – Michael pediu. – Algo retrô? Vamos lá... Baile de época. Anos 90, 80, 70, 60, 50... Isso é legal e raramente fica trash.
— Seria engraçado. – Summer concordou. Dave começou a distribuir cartas para todos, depois de acender a lanterna do seu celular. – Mas... Qual década?
— Acho perda de tempo fazer algo assim. – Dave comentou, enquanto erguia as cartas. – Falta mistério e se falta mistério não tem graça.
— E o que sugere? – Perguntei perdendo a paciência.
— Cassino Boulevard. Festa anos 20. Nada mais in. – Disse abaixando as cartas. – E eu bati.
— Mente-pensante, mente-pensante! – Disse Margot erguendo a mão para que ele batesse em sua palma. – Eu adorei! E você? – Perguntou. Dei os ombros.
— Por mim tudo bem... – Disse, dando os ombros. Os demais sorriram. — E o que falta?
— Entretenimento. A banda que iria abrir o show da Katherine furou. – Disse franzindo o cenho.
— PROOOOOOOOOOOOOOOOOOONTO! – Michael gritou, sorrindo. – Tudo resolvido Margot! Nós somos a sua banda. – Ergui as sobrancelhas, o olhando fixamente. Como é que é?
— Oi? – Questionei. Como assim "Nós somos a sua banda?" Quem é esse "nós" que ele tá falando aí?
— Como assim, oi? – Ele disse como se fosse óbvio. – Somos cantores! Maravilhosos, por sinal. A gente vai, arrasa, e fim!
— Não, claro que não! – Alguém trás os remédios desse chiquito?
— Claro que sim! – Katherine disse batendo palmas. – Vocês vão e abrem o show, nada melhor e mais lucrativo. Quer dizer... – Ela suspirou – Não vamos precisar pagar mesmo. Economia é a chave pro futuro.
— Não farei nada de graça, querida. – Michael disse a olhando de cima a baixo. Eu percebo uma inveja nesse olhar? Deve ser porque ela tem peitos.
— Eu não vou me prestar a tal ridículo. Todos me conhecem. – Alguém me apoia aqui, por favor? Tô pedindo ajuda na humildade. Não me deixem passar por essa humilhação.
— Resolvemos isso também. – Summer disse, sorrindo com a ideia. – Cassino Boulevard, com máscaras.
Todos aparentemente concordaram, e eu, sem opções... Aceitei.
MEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERDA! BOYBAND NÃO! Será esse meu fim? Façam suas apostas, esse não é realmente o intuito? Eu aposto na vergonha alheia e difamação da minha pobre imagem. Alguém aqui ter apostar contra?
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