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Voz dos anjos

Independente do clima pesado que ficou, eles não finalizaram o show. E parece que não vai acabar tão cedo, o que me desanimada, eu quero minha cama.

Faço uma pequena pausa para comer, a pedido das meninas que notaram meu estômago roncando. Eu não vim mesmo preparada para trabalhar hoje, a roupa já deixava claro. Mesmo usando uma meia calça grossa e jaqueta, o frio ainda me atinge de forma avassaladora, principalmente depois que abriram as janelas para ventilar.

Pego um croissant que me deram e um suco de uva e me sento em uma mesinha no canto do local. Quero só ouvir a música, não desejo estar no meio daquela bagunça.

Essa sim é a Alice que conheço e não amo.

Tiro meu celular da bolsa por alguns instantes para ver se alguém falou comigo, mas nada me decepciona sabe que não. A única pessoa com quem conversava frequentemente era papai, e ele não está mais aqui.

Sinto sua falta, pai.

Fico no Instagram mesmo, curio a vida animada das pessoas e desejo por alguns segundos que a minha seja igual. Amizades, passeios... tive pouco disso na minha vida.

Não percebo nada estranho no local até ouvir meu nome pelo microfone e encaro aqueles malditos olhos azuis. Malditos, porém, lindos e encantadores.

- Venha cá, Alice. - Começo a suar frio quando percebo que todos me encaram.

Christian me encara de forma desafiadora e levemente divertida ao mesmo tempo. O que esse homem está planejando? O sorriso no canto de sua boca não me relaxa, apenas me aterroriza mais.

Todos gritam meu nome até que eu tenha coragem de levantar, ainda que contra minha vontade. Sinto que minha perna está tremendo e que posso vacilar e cair a qualquer instante, me arrependo de não ter prestado atenção ao que estava acontecendo no show, assim não chegaria lá em cima do palco com a cara lisa e confusa.

O caminho até o palco parece maior do que realmente é, mas finalmente chego nele e Christian estende as mãos para mim, que seguro a contragosto, só para não parecer uma idiota na frente de suas fãs.

- Vamos explicar para ela o que ela vai fazer? - Ele questiona o público e todo grita freneticamente. - Você irá cantar uma das suas músicas favoritas da banda.

Ergo as sobrancelhas e dou uma risada debochada antes de dizer:

- Eu nem conheço as músicas de vocês.

A plateia toda me olha com certo espanto e eu dou uma risadinha leve com medo de ser assassinada quando sair daqui.

- É porque eu sou americana, cheguei aqui recentemente. - Dou uma explicação qualquer, e parece surtir algum efeito nas pessoas.

O guitarrista, pelo que me lembro, se aproxima de mim, causando-me arrepios ao tocar suavemente em meu braço.

- Então canta uma música que você gosta. A intenção é conhecer a voz dos nossos fãs.

Quero dizer novamente que não sou nenhuma fã deles, entretanto, fico com vergonha, mais do que ficarei se cantar. Precisei colocar isso na balança para ter certeza.

Cantar em público ou falar que você não é fã de uma banda aparentemente famosa em um show deles?

A segunda opção é bem pior.

Christian me entrega o microfone e eu o fuzilo com o olhar, vendo-o morder o lábio para não rir, mas não consegue evitar o sorriso na boca.

Vontade de quebrar esses dentes dele em um soco.

Acho que minha convivência de algumas horas com a Maddie já tem me tornado um pouco agressiva. Ela é lutadora de boxe.

Suspiro e fecho meus olhos com força, sentindo meus braços tremendo e inicio a canção favorita de meu pai, um grande fã de John Lennon. "Imagine" tem uma letra linda, pena que sonhadora e utópica.

Sinto minha voz começar a fluir a partir do momento que me sinto mais confortável e esqueço que a plateia existe. Só lembro de papai cantando todo desafinado essa música antes de eu ir dormir.

Minha mãe tinha uma voz linda, bem parecida com a minha. Outro motivo pelo qual eu não cantava muito, ela tinha ido embora e papai não merecia lembrar disso nos seus últimos dias de vida.

Ele merecia ser feliz, e acredito que tenha sido.

Quando abri meus olhos, deparo-me com uma expressão de espanto no rosto dos integrantes da banda e da plateia. Será que fiz algo errado?

Só percebo que não errei nada quando começam a bater palmas e gritar meu nome. Fico parecendo uma pimenta de tão vermelha.

Eu preciso falar com minha melhor amiga, agora.

Saio correndo do palco antes que qualquer pessoa diga algo e vou até o que eu acho ser o camarim.

Pego meu celular e digito rapidamente uma mensagem para Kimberly.

"Kim, você nem acredita"

Antes que possa contar a novidade toda para ela, Christian aparece ao meu lado, me dando um susto.

- Céus, de onde você saiu? - Coloco a mão no coração para tentar o acalmar e Christian solta uma gargalhada.

- Não sei se foi de onde eu saí, mas com toda certeza é de onde você veio. Que voz incrível, Alice.

- Am... Obrigada. - Coro e fito meu pé, como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Alguns segundos se passam em silêncio até que eu volte a encarar Christian, que mantém seu olhar em mim.

- Por que está me olhando tanto?

- Estou pensando... Vai trabalhar de garçonete aqui? - Afirmo com a cabeça. - Tudo bem. É um local legal.

- Sim, é. - Apenas concordo com ele e novamente ficamos naquele clima estranho.

Christian me deixa estranhamente desconfortável e tímida.

- Até mais, Alice. - Se despede e sai em passos apressados.

É isso, fim de dia.

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