O adeus pode ser um recomeço
Minha casa. Às 18:47, dia em que perdi meu pai.
Nunca pensei que arrumar um velório era tão cansativo e que envolveria tanto dinheiro. Já não basta você ter que sofrer com uma partida, ainda precisa ter seu bolso esvaziado?
Preciso de um banho, não quero aquele cheiro de hospital impregnado em mim por mais nem um segundo. Eu quero esquecer esses últimos momentos, porém, são importantes.
Entro dentro da pequena banheira que ocupava mais da metade do banheiro da suíte. O ambiente tem cheiro de lavanda e cheiro do meu pai, me afogo por alguns segundos na banheira, tentando ver se a água leva para longe toda a torpeza que está em mim.
Não preciso nem dizer a resposta.
Meu telefone toca e eu não atendo, não importa quem seja, não quero conversar agora. Será que já sabem do ocorrido?
Termino meu banho e deito na cama, olho para o telhado e não sinto nada além de um grande vazio que abrange cada célula de mim. Papai morreu, mas viveu.
Eu morri, mas nem sequer vivi.
A cada dia que eu me sacrifico naquele emprego que eu odeio, sinto que eu estou me matando aos poucos.
Se não preciso mais pagar pelo tratamento do meu pai, posso me livrar daquele emprego e arrumar algo de verdade, uma coisa que verdadeiramente combine comigo.
Talvez eu possa recomeçar, fazer diferente. Por tudo que é mais sagrado, eu preciso ir embora dessa cidade onde meu coração nunca se identificou.
Sim, estou disposta a arriscar tudo para poder viver. Eu preciso me sentir viva pelo menos um dia na minha existência.
Ouço a campainha tocar e, mesmo contrariada, não iria deixar ninguém esperando. Levanto-me a contragosto e abro a porta, me deparando com Josh, que logo ao me ver, me abraça.
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