v i n t e
Melancholy
🍁
Eu amava o céu
Pois amo admirar sua transparência, principalmente quando os raios solares iluminam cada canto da pacata cidade, em outras mentes aquilo podia ser considerado algo normal do cotidiano, mas não na minha.
Porque para mim o céu era simplesmente extraordinário.
O azul se colidia com o branco das nuvens, se misturava com o amarelo e o alaranjado, era uma paisagem paradisíaca.
Tudo era absolutamente perfeito.
Saindo do estúdio de dança, o cansaço me vencia após uma batalha árdua contra meu corpo.
Ergo minha mão, querendo tocar o limite além que os olhos capturam.
O vento fresco chega, as folhas levantam e saem seguindo um rumo desconhecido.
Tão belo.
Admiro o espetáculo, meus olhos capturaram esse exato momento, guardando em minha coleção de memórias sobre a beleza da natureza.
Já era tarde e estava quase perto da noite chegar.
A rua estava vazia, quase nenhum carro era visto, meu corpo doía a medida que eu forçava algum movimento brusco, reclamo mentalmente ao ver em como eu havia me forçado demais.
Era a primeira vez em meses que eu voltava a praticar.
" Trabalhe duro"
Repetir a mim mesmo, tudo voltaria a ser como antes e nada me impediria.
Olhei meu celular, estava em uma linha tênue entre me desculpar por ter acordado Crystal ou ficar em meu quarto pensando em como em pouco tempo de estadia em Phoenix tudo havia mudado.
Eu havia mudado.
Não era o mesmo Park Jimin que deixou sua família para acreditar em um sonho sem futuro.
Não era o mesmo Park Jimin que se enganou a achar que um novo lugar todas as lembranças iriam embora.
Tudo isso era tão confuso que minha lógica não sabia o que é certo ou errado.
Meus pés caminham automaticamente, deixo por segundos minha mente se desconectar e deixar meu lado irracional dominar.
Quando menos percebo estou na ponte.
No mesmo lugar que falei com ela pela primeira vez.
Estático olhando para o vazio, esperando algo ou melhor alguém que me desperte desse sonho que nunca acaba.
Isso era bizarro, tantos sentimentos sem nenhuma explicação.
Tantas palavras sem algum significado.
O que era aquilo?
O que era o limite?
Era engraçado o modo em como Crystal e eu estávamos sempre conectados, era como se pudéssemos ler a mente um do outro, como dois mentirosos que combinavam perfeitamente.
É estranho
Mas me sinto confortável, como se a felicidade fosse algum efeito alucinante colocado sobre mim.
É como se soubéssemos o tanto nos destroe, mas tentamos ao máximo esconder isso.
Perfeitas máscaras
Sei que talvez ela riria dos meus pensamentos, "não sabia que você era tão poético, Park" imagino sua reação e isso me distrai, desperta minha risada, talvez em sua mente eu fosse algum garoto com senso de humor elevando e pouca vergonha.
Talvez em sua mente eu ainda fosse um garoto mimado.
Olhar-la era como ficar entre o inverno e o verão, porque mesmo não querendo entregar-me não era uma escolha mas sim algo destinado.
Isso era um fato.
Crystal era uma avalanche de escolhas e dúvidas e eu estava decidido a me jogar na idéia de que nós éramos iguais.
Um belo desastre, eu diria.
A idéia que ela saberia a reposta para livrar do caos.
Esquecer o traumático passado.
Encostei sobre parapeito da ponte, o clima não era dos melhores mas também não era dos piores.
Até o ambiente refletia minha vida, pensei.
Tão deprimente.
Meus dedos deslizam pelas pequenas rachaduras da estrutura, não eram de grande efeito.
Se assemelhavam a cicatrizes, só havia uma diferença.
As pessoas ingnoravam suas imperfeições mas a minha rachadura era vista por todos e julgada por eles.
Idiotas
Sentir entre os espaços, o vago que chegava a se quase insignificante, não pude deixar de pensar em vários versos que propositalmente combinavam perfeitamente com meus pensamentos, me sinto inspirado, mesmo com a exaustão consumindo cada respiração minha, memórias nítidas sobre as poucas e intensas vezes que vim aqui me fazem entender o motivo pelo qual Crystal escolheu ficar em um lugar tão aconchegante.
Mesmo com os ruídos dos pensamentos, o silêncio não era uma tortura mas uma realização que afastava o perigo.
Afastava a existência da dor.
─ Pelo visto você gosta de roubar os lugares alheios, não é, Park ?- escultei a voz e o tom sarcástico que só ela possuía.
Virei e me deparei com Crystal caminhando vagamente em minha direção, seus cabelos bagunçados seguiam o rumo da ventania, em sua mão enxergo seu típico cigarro.
Esquecendo de tudo caminho mais rápido até a garota, tendo tempo o suficiente para arrancar o cigarro de sua mão, sinto seu olhar profundo e cheio de dúvidas sobre minha ação, na verdade nem eu sabia o motivo para meu descontrole.
─ Está louca? Olhe a placa Crystal, é proibido.- digo sentindo uma incômoda irritação.
─ Por que está assim, Jimin? É só uma placa estúpida.- diz confusa, tento me acalmar.
Respire Jimin
Respire fundo
─ Não é só uma placa, Crystal, é o perigo que o cigarro traz, você quer morrer?- as palavras escapam rapidamente, eu sabia quais eram as consequências daquele vício.
Minha mãe adorava se entregar todos os dias a ele e foi isso que a levou até sua morte.
Tanto internamente tanto por fora.
A expressão de confusão muda repentinamente, não havia mais um sorriso ou até um olhar cínico.
Crystal colide nossos corpos, eu sabia o que viria agora.
A sua tempestade
─ Quer mesmo a reposta, Park? Você quer a minha sinceridade ou uma mentira para não magoar-lo?.- disse, o tom sério me faz encarar-la.
A profundidade de seus olhos azuis me guiavam até a ilusão.
Um desastre perfeito.
Um mundo utópico em que vivíamos em uma paraíso.
─ Você ama mesmo desafiar as pessoas.- digo sorrindo, segurando entre meus dedos uma mexa de seu cabelo. Nossas respirações sincronizadas, pertos o suficiente para causar uma explosão.
A atração era instantânea.
Antes que quaquer frase seja pronunciada o som de nossas risadas quebram a tensão.
─ Essa foi uma bela recepção eu diria.- disse despertando minha atenção para seus belos e inexpressivos olhos azuis, gélido como a neve e quebrável como o vidro.
─ A cada dia preparo uma recepção supresa para você.- digo entrando em nosso jogo.
Eu detestava a idéia de sempre viver sobre a melancólia, quis poder ter segundos de felicidade, segundos intermináveis e duradouros.
Ela se afasta mas não antes de arrancar o cigarro dos meus dedos, Crystal expressa rendição e guarda a substância que era letal aos humanos.
─ Por que ficou tão agitado?- perguntou ficando ao meu lado.
─ Isso não é óbvio? Estou preocupado com você.- falei sincero, ganhando em troca a imagem de sua face supresa.
Uma foto não seria o suficiente para registar seu semblante, sorrir com meus pensamentos.
─ A cada dia me surpreendo mais com você, Park, não sei se isso é bom ou ruim.- diz e permanecemos em silêncio.
Apenas alguns barulhos dos pássaros eram escultados.
─ Me desculpe.- digo enquanto um suspiro cansado sai.
─ Pelo o quê?- pergunta duvidosa.
─ Por agora, isso me lembrou de algo que perdido esquecer, me desculpe por ontem, minha ligação atrapalhou seu sono.- digo arrependido.
Crystal sorrir simplesmente e me olha admirada.
─ Não se preocupe, você não fez nada de errado, ontem sua ligação me ajudou.- disse e nossos olhos se encontram.
Esperei a onda mais forte e ganhei o sopro da primavera, pela primeira vez nossos olhares não possuíam algo letal a vida.
Eles tinham vida.
Algo que era difícil quando se estava perdido.
Totalmente imperfeitos.
(...)
Chegamos ao fim de mais um capítulo, estam gostando da história?
O que vocês estam achando do nosso casal? Cysmin ( desculpem sou péssima com nomes)
Qual é seu shipp para Crystal e Jimin?
TSI está de capa nova!!!
Gostaram?
Quero agradecer a quem está lendo essa história, vocês são muito mais muito importantes para mim.
Por favor comentem, além de me motivar isso me mostra que vocês estam gostando da história.
Votem, quanto mais votos o Wattapd entende que você gosta e recomenda para mais pessoas lêem.
Compartilhe com suas amigas que amam uma fanfic, me diga aqui se vocês gostam de TSI.
Até a próxima. ❤
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