Chaos

🥀

As pessoas mentem, machucam e destroem…

É um ciclo vicioso que quase chegava a ser letal, um veneno mortífero que destrói e causa ferimentos a todos.

Era egoísta

Os seres humanos eram uma espécie realmente duvidosa.

O amor

A paixão

Esses mesmo sentimentos são descritos como algo perfeito mas magoam.

Arruinam

Enquanto meus olhos analisam uma paisagem qualquer, a aula corria rapidamente, as palavras do professor de matemática ecoavam pelas paredes, todos anotavam contas e soluções, o conteúdo não era difícil contudo naquele exato momento eu estava desnorteada.

O tempo realmente brincava com a nossa noção sobre a coisas, foram três dias cheios de diversão e brincadeiras, Susan e eu passamos a noite no apartamento dos garotos, Jimin e Aaron brincaram tanto que as risadas preencheram todos os momentos, foram altas gargalhadas.

Foi a primeira vez em que eu e o garoto de olhos melancólicos aceitamos os desafios, nossos amigos estavam ao nosso lado, eles estavam fornecendo um pouco de alegria antes que tudo acabasse.

E eu era uma sortuda por tê-los ao meu lado.

Era uma princesa mimada sendo feliz por raras vezes.

O lápis deslizou por meus dedos, fiz rabiscos imaginários em meu caderno, sem ao menos imaginar desenhei uma lua, aquela que me acompanhou por noites, que era a minha companheira diária e mostrava meu reflexo pela luz noturna.

A responsável por está no dia em que eu me encantei por Park Jimin.

Sorri boba por lembranças sobre um sonho romântico, um paraíso próprio.

A aula terminou e caminhei passando pelos alunos, meus olhos analisam cada um, eram pessoas diferentes mas ao mesmo tempo parecidas, talvez alguns também desejassem fugir de máscaras, sair de estereótipos que matam lentamente cada parte sua por dentro. As vezes tudo era tão confuso que faltava palavras em minha boca.

Sai pelo campus até sentir uma mão ser posta em meus olhos, cobrindo totalmente minha visão, senti seu braço me abraçar por trás, meu corpo reconhecia aquele toque, só ele sabia causar um efeito catastrófico sobre mim.

─ Adivinhe quem é, e receba um brinde.- disse e presumir que Jimin estivesse sorrindo travesso, tirei sua mão de meu rosto e me virei encarando seus belos olhos.

─ Um garoto um pouco convencido e também um pouco egocêntrico.- retruquei sarcástica, arrancado um suspiro insatisfeito de seus lábios.

Jimin me surpreendeu ao simplesmente pegar minha mão e nos levar para trás das arquibancadas.

─ Você acabou com a brincadeira.- disse fingindo está zangado, solto uma risada alegre ao perceber nosso momento.

Admirei sua imagem, era impressionante o fato de que Park usava roupas simples contudo mesmo assim chamava a atenção de todos, ele era como uma atração que estava sobre o holofote o tempo todo. Especialmente hoje, sua camisa branca combinava com sua calça jeans, o rapaz trajava uma jaqueta também jeans, o cabelo arrumado era desfeito conforme a ventania chegava a nós.

Encará-lo era como anunciar um confronto, Park possuía a intensidade como sua aliada, seus olhos castanhos percorrem por meu rosto, assim como eu, ele também está tentando desvendar algo.

Um caótico enigma

Era simplório mas eu gostava disso, da nossa compreensão através de olhares.

Meu pai detestava quando eu o encarava triste, ele odiava quando ia abraçá-lo, chorando e dizendo que não queria mais morar com minha mãe.

Lembrei da primeira vez que me apresentei diante quase toda escola, não era nada extravagante embora fosse emotivo para arrancar lágrimas, todas as crianças estavam com seus parentes presentes, ao final da apresentação, todas foram recebidas com beijos e abraços.

Enquanto meu pai estava em seu trabalho, Katherine apenas me criticou, disse que se aquilo era o meu melhor, meu futuro estava fadado ao fracasso, reclamou do meu corpo pois ele não era igual ao das outras garotas.

Eu passei a noite chorando e me neguei a comer qualquer alimento.

Chegaria um dia em que minha mãe diria que está orgulhosa de mim, foi o que pensei nauquela época todavia não imaginei que agora as circunstâncias seriam outras.

Não existe mais uma apresentação

Não existe mais um castelo encantado

Não existe mais um palco para suas loucuras, apenas resta eu sendo apresentada a um mundo solitário.

Eu era a única no palco da minha vida.

Talvez passei tempo demais pensando que não percebir quando o garoto se aproximou e tocou em meu rosto.

─ Está tudo bem, Crystal?- perguntou preocupado, tudo foi embora, o seu humor e a sua alegria.

Ergui meu rosto para ficar próximo ao seu, em um vale de coração partidos, desisti da idéia de felizes para sempre.

─ Eu não estou bem.- respondi, não conseguia em hipótese alguma mentir para Jimin, sabia que ele reconhecia meus sentimentos, conhecia meu caos.

Ele me olhou sem alguma emoção, se aproxima e senti seu nariz deslizar por meu rosto e depois seus lábios selarem um beijo em minha bochecha.

Sorri em meio ao suas ações, ao terminar o rapaz encostou sua cabeça em meu ombro.

─ Sei que ainda não está preparada para contar sobre seu passado, está tudo bem, espero o tempo que for preciso.- disse, meus braços se firmam ao abraçar seu corpo, com urgência o trouxe perto o suficiente para causar uma uma colisão.

─ Obrigada por entender.- agradeci sussurrando, um pouco nervosa sobre meus próprios pensamentos.

─ Quando contei a você sobre a minha vida me senti mais leve, como se tivesse tirado um fardo do meu corpo e após dançar percebi que você está em uma parte da minha vida na qual eu quero proteger e viver tranquilamente.- falou sincero, fazendo o âmbar de suas orbes criarem uma órbita sublime, de infinitas possibilidades e diversos sonhos.

─ Crystal você está me fazendo ter um novo vício.- disse pensativo, sinto seus dedos fazerem desenhos em minhas costas, fico feliz ao ponto de sentir meu coração bater freneticamente, arrancado um suspiro simplório, doses de felicidade estavam sendo proporcionadas a nós.

Esse era o efeito de Park sobre mim

─ Qual é seu novo vício?- perguntei anciosa e insegura com sua reposta, nuances de um mundo repleto de alegria transbordam um sentimento afetivo único, algo que meu coração ainda estava tentando assimilar.

─ Estou completamente louco por seus beijos, quando penso em você meus pensamentos só sabem admirar seu sorriso e desejar ter seus lábios sobre os meus.- a cada confissão do rapaz, um aperto se formava em meu coração, era tudo complexo ao ponto de arrancar meu pouco fôlego, profundo como me levar a um temporal denso que com sua neblina me consome em meio uma rachadura, formando uma cratera que me arrasta ao abismo das irís melancólicas de Park Jimin.

Era encantador

Belo

Marcante

E completamente extraordinário

─ Eu sou completamente viciada em seus olhos, pois eles são os únicos que parecem estrelas perdidas no céu.- sendo verdadeira com meus sentimentos declarei.

A junção entre eu e jovem era desastrosa, quase chegava a ser destrutiva, mas naquele exato momento eu não ligava, nem me importava com as consequências do nosso encontro.

O mar que nos faz afundar estava apreciando nosso momento, estava deixando marcado sobre o destino tudo o que era bom.

Precioso e emocionante

Olhar para o rapaz era revelar até meus pensamentos mais sombrios, achava que o que nos uniu foi a procura pela luz.

Eu estava totalmente enganada.

A escuridão era o que fez com que o "nós" existisse.

Jimin se se afastou e voltou seus olhos para os meus, seu rosto estava a centímetros de distância quando alcancei seus lábios aprofundei nossas bocas, sentindo meus desejos serem realizados, enquanto seu braço vai em direção a minha cintura, o outro segurou em minha nuca e fortaleceu nosso beijo.

Aquele era o nosso paraíso perdido

O paraíso escuro que abrigava a garota rasa e o garoto profundo.

Seus lábios eram macios e calorosos, desfrutavam tudo de mim, tomavam para si cada fôlego que restava.

Era uma sensação excepcional.

Nossas bocas são como o encontro entre o inverno e o verão.

É caótico

É uma chama que se nega a apagar

É uma nevada que que não permite sua saída.

É um veneno dócil que consome nossos corpos e joga o seu feitiço.

O amor enterno em colapso com a paixão duradoura.

Isso era simplesmente Park Jimin alcançando todos os meus limites.

Já era de noite quando Susan entrou em nosso quarto sorrindo e saltitando de felicidade.

Ela se surpreendeu ao me ver no quarto, era notório em sua face a confusão.

Durante duas semanas que passei ao lado de Jimin, vinha poucas vezes apenas para pegar mais roupas e conversar um pouco com minha amiga, era algo cômico, pois fazia brincadeiras sobre seu relacionamento com Aaron mas agora ela se aproveitava e retrucava citando Park.

─ Qual foi o milagre?- perguntou debochando de quando eu fazia essa mesma pergunta a ela.

─ Sentir sua falta.- fingir um tom meigo, escutando sua risada ao se aproximar e sentar ao meu lado.

─ O casal açúcar resolveu se desgrudar ?- falou cruzando seus braços em tom de sarcasmo.

─ Casal açúcar? Que nome é esse ?- perguntei confusa.

─ Vocês parecem mesmo recém casados, não desgrudam por um instante.- falou e acabei rindo de sua frase.─ O que aconteceu para você não está com seu esposo?- questionou provavelmente curiosa.

─ Ele foi ao estúdio de dança, resolvi voltar ao dormitório, apesar de ser bom passar momentos ao lado de Park, não quero que ficamos sufocados com a presença um do outro.- disse me recordando das palavras do garoto, ele não queria que eu voltasse ao dormitório porém isso era necessário.

Apesar de não me importar muito com desafios e não conhecer muito sobre relacionamentos.

Estávamos indo rápido demais

Em uma velocidade assustadora, eu não queria que minhas emoções ficassem fora de controle, existia um motivo que permitia que tudo passasse veloz o suficiente, o tão traumático desfecho.

─ O que aconteceu Crystal ?, pode me contar, garanto que tentarei te ajudar.- falou minha amiga solidária.

Encostei minha cabeça suavemente na parede, respirar parecia algo impossível, meus dedos estavam a procura dele, Susan reparou em minhas ações, ela me conhecia tão bem que logo levantou e pegou um de meus cigarros.

Em instantes eu já havia acendido meu vício.

Sabia que a garota não gostava de participar das minhas seções de dramas, tinha a certeza que Susan odiava o cheiro dos meus cigarros mas respeitava que aquilo era essencial para meu controle.

Uma dor me atingiu, diferente do que pensei não me feriu em nada.

Apenas me proporcionou migalhas da realidade.

─ Eu e Jimin vamos terminar.- falei com amargura, sentindo meus pulmões reclamarem da nicotina entrando em meu organismo.

─ Por que diz isso? Ele te fez algo?- questionou deixando claro sua preocupação.

Em meus lábios um sorrioso sem humor algum se expressou, a vida era realista e eu uma sonhadora que ainda estava presa no passado, pensei em Erick, ele certamente deve estar chateado com as minhas faltas no grupo, deve está decepcionado ao ver que o pessimismo estava tomando cada suspiro meu.

Minha mão foi em direção ao meu rosto, toquei em minha face sentindo a fagulha da tristeza, a tentativa falha de me ver chorando.

─ Eu não sei o que pode acontecer, somos intensos, tão conectados que tenho medo de me entregar totalmente a ele.- confessei sincera, a garota deixou sua lamentação escapar, Susan ficou mais próxima e encostou sua cabeça na parede.

Estávamos nós duas encarando o vazio.

─ Você tem medo de perdê-lo, não é?- disse pensativa, meu olhar se encontrou ao seu, havia compreensão e angústia em seus olhos.─ Sei como você sente Crystal, você sabe o motivo pelo qual virei sua amiga?- perguntou.

─ Porque éramos colegas de quarto?- sugiro e a vi balançar a cabeça em negação.

─ Decidi me aproximar de você pelo simples motivo de te achar corajosa, seu olhar para todos era como se não concordasse com aquilo, suas falas eram sempre metafóricas e cheia de indiretas sobre a vida privilegiada, eu te admiro, por ser verdadeira com suas emoções, mesmo com seu passado, com a sua mãe e a pressão, ainda sim, eu te vejo sempre resistente e é por isso que você Crystal é como uma irmã para mim.- falou e rimos parecendo achar nossa situação cômica demais.

Eu simplesmente sorri, porque não fazia a mínima idéia de em como ela me enxergava, a nossa amizade foi algo tão rápido que não pensei em como nos conhecemos e nem em como nos aproximamos.

As tragadas de cigarro junto ao um sentimento afetivo me faziam criar uma órbita, cheia de astros que me lembravam das poucas pessoas que estavam ao meu lado.

─ Só não desista, está bem? É a primeira vez em vejo você sendo tão alegre assim, a primeira vez em que vejo alguém te olhando tão admirado. Eu enxerguei o momento em que Park te encarava em como você fosse uma estrela.- disse firme não deixando dúvidas.

─ Quando você foi visitar sua família, ele estava muito preocupado, quase achando que te sequestraram.- respondeu tentando disfarçar a risada.

─ Eu quero que você seja feliz e se Park Jimin ajuda isso a acontecer, só desejo o melhor a vocês.- falou deixando evidente sua alegria.

Deixando o cigarro apagar, meus dedos ainda trêmulos sentem sua falta, logo abraço Susan, agradecendo a sorte de ter-la, mesmo que seus pensamentos fossem otimistas até demais.

─ Volte ao grupo e se despeça definitivamente do seu passado.- sussurrou, mostrando que ainda tem esperança em mim, acredita em uma nova chance.

Vícios matam lentamente contudo fornecem a sensação de cura.

Fornecem algo impossível de ter.

Normalmente os meus pensamentos eram sempre os mesmo, ligados à uma vida hipotética que se assemelhava aos contos de fadas, mas quando entrei no "Eyes of hope", a escuridão era a nossa salvação, não éramos julgados por apenas pensar de um modo diferente.

Lá todos tinham uma coisa em comum, ser viciados na emoção de quase morte.

Em meio a turbulência, me recordei do toque de Park em mim, de seus olhos nebulosos que de alguma forma me traziam paz.

Instantaneamente um aperto me toma ao escutar meu celular tocar, um barulho irritante mas previsível.

Isso não havia terminado

─ Ainda tenho que colocar um fim nisso Susan, é ela, se eu não deixar claro que não quero mais ser uma Walker, Katherine acabará com minha vida.- confessei, sabendo que era mais uma de suas ligações, na maioria das vezes eu apenas ingnorava mas uma hora isso iria acabar.

─ O quer dizer?- perguntou sem entender, aparentando insegura sobre minha altitude.

─ Que eu preciso voltar para o meu pior pesadelo.- falei temerosa pelas sensações que as palavras me fizeram ir ao puro delírio.

(...)

Continua ?

Gostaram do capítulo?

Nesse capítulo vimos um pouco da amizade da Susan e da Crystal, gostaram ?

Estam gostando da história? Se sim qual seu capítulo preferido?

Muito obrigada pelos 3k de leituras!!! Vocês são incríveis.

Próximos capítulos vão ser narrados pelo nosso garoto de olhos melancólicos, gostaram ?

Não se esqueçam de votar, me ajuda muito e eu fico imensamente grata e feliz, também não se esqueçam de comentar, comentários são essenciais e me motivam a continuar escrevendo TSI.

Não sejam leitores fantasmas, isso me magoa demais.

Até a próxima !!!