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t r i n t a e s e i s

Leiam o capítulo com calma e tenham uma boa leitura.

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Chaos

🥀

A dor é algo relativo.

Há dias em que ela se assemelha a uma ventania tranquila como um leve sopro do inverno, todavia, existem temporadas em que ela se infiltra em nossa mente, deixando marcas que não saem com o tempo, atirando fraquezas indestrutíveis e arrancado fragmentos de uma mente nebulosa demais para reabilitação.

Castelos são em sua maioria grandiosos, uma beleza exorbitante e uma riqueza inestimável, fortalezas protegem contra a degradação, paredes firmes seguram o peso de batalhas árduas.

Um passado corrompido por pesos de intrigas, a casa da família Walker era como uma fonte de prestígio e força, algo intocável aos mortais e imprevisíveis aos inimigos.

O paradoxo de viver era cômico, enquanto uns enxergavam uma dádiva a ser apreciada, outros viam seu pior castigo, como se o céu estivesse amaldiçoado.

Mostrar fraqueza ou qualquer sentimento era algo que desde criança aprendir a não cometer, sempre mantenha a postura firme e nunca olhe nos olhos das pessoas. Erros são algo inexistente, qualquer falha em um sistema considerado perfeito desencadeava uma série de lágrimas e lástimas sobre uma vida hipoteticamente sublime.

Uma rachadura em uma das seguranças do castelo quebrou todas as concepções sobre aquela vida, destronou o rei orgulhoso e queimou os sonhos da princesa, a rainha se apossou da destruição e tornou-se aliada do pesadelo glacial.

Uma única cicatriz que se forma pode ser a chave para a cratera de mundo cheio de farpas e perigosas mentiras.

Os Walker's nunca demonstravam afeto.

Os Walker's nunca falavam a verdade.

Os Walker's estavam destinados a um fim trágico.

Sem luz e nenhuma salvação.

Não havia exceções.

Minha mãe só via a superfície, sua visão é limitada somente para enxergar o vazio, seus olhos azuis indescritíveis são puros como o mar, seus movimentos são como ondas agressivas prontas para arrastar um desastre. Seus olhos eram a únicas coisa em que tínhamos em comum, éramos a representação do luxo mas a contrariedade de uma família unida.

Não éramos próximas muito menos tínhamos algum comportamento semelhante.

Detestava quando o reflexo do espelho mostrava uma imagem que eu não reconhecia, odiava sentí-la todas suas críticas e falas ácidas.

Uma distorção era criada imediatamente assim que eu me encarava no espelho, o sentimento de negatividade preenchia cada parte minha, o anseio por me entregar ao vício era forte e quase incontrolável.

Olhando atentamente a casa, me recordei dos velhos e temerosos tempos, meu coração se apertou e minha cabeça latejou, meus olhos capturaram novamente o quadro colocado na parede, um sorriso melancólico preencheu meus lábios.

Katherine depositou sua taça de vinho em uma pequena mesa ao seu lado, cruzou suas pernas e me encarou inexpressiva.

Sua boca estava marcada por um batom rosado em tom claro e discreto, suas unhas decoradas de modo simples, o vestido amarelo com estampa florida caía perfeitamente em seu corpo, ela estava novamente sendo a típica senhora Walker, tentando em encaixar em seus padrões.

─ Pensei que sua visita fosse demorar mais um pouco.- disse enquanto arrumava seu cabelo, o cinismo em sua voz não me passou despercebido.

─ O que quer comigo? Suas ligações não param.- perguntei direta cruzando os braços como uma forma de proteção, enxergando sua expressão vacilar, visivelmente não aprovando minha resposta.

Sentada sobre o sofá, minha imagem estava totalmente indefesa.

Meus olhos analisam sua postura, momentaneamente lembranças sobre minhas noites de pesadelos voltam, o impacto é intenso o bastante para ainda sentir suas mãos puxaram meus cabelos, é imenso ao ponto de me sufocar com a nítida sensação de ainda ter suas mãos em meu pescoço.

Não demostre vulnerabilidade.

Lutei contra mim mesma ao sentir uma dor predominar em meu corpo, meus joelhos fraquejaram, minhas pernas ficaram anestesiadas e meus dedos tremeram.

O nervosismo me venceu e o olhar dela me derrubou.

Katherine perdiria perdão por seus atos?

Um pensamento incomum passou em meu subconsciente.

A sensação que talvez fosse isso, um arrependimento. Seu silêncio não ajudava, me matava aos poucos, havia algo diferente dessa vez, ela não possuía mais aquela presunção.

Uma parte incoerente acreditou que a possibilidade de que a paz ocorra entre nós duas seja satisfatória, minhas mãos ansiosas mexeram inquietas, estava atenta a cada movimento seu.

Meus batimentos cardíacos estavam em uma frequência descontrolada, ao mesmo tempo que desejava que ela falasse também temia que suas palavras me machuquem ainda mais.

Havia súplica em meus devaneios, havia a necessidade de remendar cada ferida aberta.

─ Seu pai será liberto em alguns meses, o juiz diminuiu sua pena por bom comportamento, provavelmente ele voltará aos negócios e precisamos que as pessoas confiem em nós. Depois do seu drama os vizinhos ficaram incertos comigo, peça desculpas a eles e diga que foi apenas um surto seu e que isso não irá se repetir.- falou convicta de sua frase, com a previsão que somente ela estava certa.

Minha mãe sorriu irônica, pegou novamente sua taça e bebeu satisfeita o líquido amargo como se desgustasse do meu sofrimento.

─ Sugiro que saia da faculdade, conheci um antigo parceiro de negócios de seu pai e ele tem um filho, um casamento sairia bem para ambos os lados. Acho que você necessita de uma dieta, ultimamente seu comportamento está bastante violento e temo que isso tenha afetado sua alimentação, sabia que não deveria ter aceitado sua ida para longe, não quero que nossa família perca o prestígio por conta da sua imaturidade.- completou deixando claro sua ordem, a encarei supresa, tentei abrir diversas vezes minha boca mas absolutamente nada saiu.

Um lamento pesadelo se tornou realidade, um suspiro deprimente saiu antes que meu coração estivesse completamente partido.

Me sentir novamente como a antiga Crystal, a garota que desesperadamente tentava livrar-se das garras de sua mãe, contudo nunca obtinha êxito.

Minha respiração estava desregulada, o ar quase não atravessava por meus pulmões, minha pele arde como se chamas do fogo me consumissem, meus gritos são contidos e estilhaçados ao vento. Meus olhos lacrimejam, a decepção é longa e perturbante ao ponto de me fazer ficar presa em um complexo labirinto, onde cada saída custava uma chance de ser feliz.

Era impressionante em como a dor era infinita, me entregando ao puro delírio.

Alguns definem suas vidas com uso de metáforas, outros usam melodias compostas por letras identificáveis que tocam e transbordam nossos sentimentos, existem diversos tipos em como descrever uma jornada, seja ela fadada ao sucesso ou ao fracasso, há diversas formas de enxergar um período em somos postos para aprender nesse vasto mundo.

Eu usava frases de Voltarie para detalhar minhas emoções e destacar em cada uma dessas citações um motivo para averiguar se ainda desejo ser apenas uma sobrevivente.

Sentir como se cacos de vidro finos e afiados perfurassem minha pele, meu cérebro tentou miseravelmente processar o quão absurdo aquilo estava sendo, a estranha sensação que posso ser facilmente destruída com uma única ação sua consome tudo. 

Como se um incêndio estivesse naquele cômodo, reclamei mentalmente ao sentir uma chama ardente deixar ferimentos profundos em meu coração.

Katherine e eu éramos como um furacão avassalador, um temporal denso o suficiente para fazer com que nossa batalha acabasse com nossas vidas, com uma intensidade que sorrateiramente pode jogar nossos corpos em um vazio desgastante que arranca fôlegos de uma única chance.

Um aperto se instaurou em minha mente, um suspiro doloroso saiu vagamente dos meus lábios, tentei olhar para qualquer outro canto, tentei despistar as possíveis lágrimas que cairiam em sequências infinitas.

Minhas mãos vão em direção aos meus cabelo e por impulso puxei os fios com força, sabendo que era algo falho, tentei não pensar em deixar minhas emoções transparecerem, me esforcei com toda a minha restante esperança lutar contra a incontrolável vontade de chorar.

A palavra família é variável a dúvidas e incertezas, uma definição pode se aprofundar dos constantes fatos mas uma palavra pode se entregar aos destroços de algo que jamais pode ser esquecido.

Sonhos intocáveis são com uma arma mortal posta aos olhos previsíveis, se assemelham a um veneno de aparência dócil com doses mortíferas que deixam marcas profundas, uma marca vazia em um silêncio torturante.

Respirei fundo, tentando manter comigo a persistência em ainda lutar contra as perfeições de minha mãe.

Eram segundos torturantes ao encará-la, me sentia como uma criança indefesa a mercê de suas palavras depreciativas, um tremor se passou por meu corpo, por alguns segundos me mantive paralisada.

Vê-la novamente doía, mas perceber que não havia nenhum vestígio de arrependimento em seus olhos me machucava de uma forma que tornava impossível sobreviver, me partia em pedaços imperfeitos espalhados pelo chão.

─ Por que?- perguntei confusa, ainda tentando assimilar a dor que tomava conta dos meus perdidos devaneios, devia ir embora ou resistir para me livrar desse vício?

Talvez fosse esse o real motivo pelo qual eu ainda permanecia no mesmo lugar, talvez seja esse o motivo pelo qual ainda não consiguia me desligar das raízes perturbantes de Katherine.

Todos os meus pensamentos, meu comportamento e meu modo de viver tudo isso era graças ao meu apego com a dor.

A razão da minha tristeza é a minha própria insistência em procurar sentimentos em um coração já abandonado repleto de cinzas.

─ SÓ ME DIGA O PORQUÊ!.- a insanidade havia preenchido meu vazio com um grito raivoso.

─ Não.fale.assim.comigo!.- ela disse cerrando os dentes, quase fora de si.

─ Preciso que agora você tenha total foco em nossa família Crystal, depois do casamento você poderá voltar aos seus estudos.- disse calmamente, a frase sai perfeitamentes de seus lábios com uma facilidade impressionante, como se aquilo não a ferisse em absolutamente nada.

O impacto que aprofundou a ferida me fez cair aos céus, desistir da idéia que ainda eu teria uma família. O anseio secreto por um grito estridente nunca havia sido tão forte contudo fingir que nada estava me afetando, guardei juntos aos meus medos, mais uma razão para um colapso da minha mente.

Levantei apressada, sentindo o líquido avermelhado correr por minhas veias, sentindo seu gosto metálico me fornecer a chance de encerrar o ciclo na minha destruição.

─ Por que você ainda continua fazendo isso? Qual é a razão pelo seu ódio? - questionei enquanto minha frequência cardíaca aumentava conforme minha garganta doía ao dizer tudo o que guardei por anos.

Em uma linha tênue separei diversas maneiras de partir nossa relação, pensei em várias falas para que ela sinta o quão destroçada eu fiquei com suas atitudes, queria que minha mãe soubesse em como é viver com raiva do seu próprio rosto, que ela sofra e sinta como é não conseguir se olhar no espelho porque simplesmente sua imagem está distorcida.

O sentimento de não poder comer pois sente medo das consequências, de que seu corpo precisa ser aceito por uma sociedade hipócrita.

O declínio da minha vida se tornou próspero a tragédias e a infelicidade.

A mulher sem expressão em seu olhar, devolveu o azul caótico de forma gélida e sem fagulhas de vida.

Levantou e o ruído de seus passos ecoaram pelo ambiente, próxima o suficiente para com um sorriso maldoso me sufocar e distante na medida em que eu ainda poderia escapar.

─ QUER TANTO FUGIR DA SUA VIDA?- gritou revoltada.─ Está achando isso radical demais? E seu espetáculo na frente dos vizinhos? Como acha que eu fiquei? Tentando contar a todos que minha filha está passando por problemas e que aquilo não foi algo intencional? - despejou perdendo sua postura relaxada, deixando de lado a imagem superficial de senhora Walker.

─ Deseja tanto manter as aparências? Ama tanto a sua obsessão de fingir ser uma pessoa perfeita? Por que você ainda não percebe tudo o que fez passar? Por que ingnora todas as vezes meus pedidos?- retruquei espalhando minhas emoções, deixando nítido meu descontrole diante a sua vida.

─ Ser a senhora Walker é tudo que me resta, tudo o que ainda está aqui, se não houver a existência dela, eu não estaria viva, não estaria tendo essa vida cheia de regalias.- abriu os braços mostrando o luxo que nos cercava.

─ Se não fosse por esse papel eu ainda seria uma fracassada, você tem essa vida de privilégio graça aos meus esforços, ainda ousa reclamar, querendo ou não Crystal você irá seguir o mesmo destino, se está negando isso quero saber quem seria você sem a minha ajuda? Quem seria essa garota de não fosse pelos meus conselhos? Eu te ajudei, você era só uma criança deplorável antes de mim.- diz com certeza, me desafiando e arruinado os restos mortais do vício, discordei balançando a cabeça em negação, sentindo minhas lágrimas caírem sobre o piso, sentindo a descompressão de sua percepção doer.

O silêncio por segundos duradouros as vezes pode ser mortal, uma prova de veneno proibido.

Com doses letais e com objetivos intencionais, mas a dor que transparece com esses acréscimos de segundo são como um fardo que me prendem em labirintos desesperados por um único resquício de atenção.

O peso que senti sobre meu corpo me sufocou, em diversas hipóteses imaginei sempre uma fuga, um refúgio que ainda me manteria com sanidade, contudo, agora há tantas feridas espalhadas que acreditei firmemente que agora não há um paraíso, não existe otimismo.

Desde criança sempre vivi me questionando o motivo pelo qual minha mãe nunca demonstrou afeto, a razão da sua repulsa ao meus abraços, deveria existir um motivo, algo que a fez me criar assim, não é?

Todas as vezes em seus atos violentos eram dirigidos a mim, sempre aceitei, sem sequer uma reclamação, eu tinha medo de ficar sozinha e isso me fez esconder os machucados para ser a filha exemplar.

As vezes a falta de quando apenas sorria para tudo mesmo com épocas ruins me denomina, podia tocar o universo somente com meus sonhos e apreciava a doçura das pequenas e discretas coisas.

Quando admirava a chuva e desenhava algo pela vidraça da janela, todos esses momentos eram preciosos para apagar o sofrimento que era encarar a fúria dos meus pais, escutar todas as vezes ofensas serem dirigidas a mim, encarar o quão errado era ainda acreditar em algo que não possui mais salvação.

Seres humanos são insistentes, talvez corajosos ou destemidos, todavia, são como vasos, frágeis e vulneráveis.

Acreditar em algo que por várias vezes se mostra impossível era comum, ter ainda uma idéia que é possível uma redenção mesmo que tudo demonstre o contrário.

Podia ser algo tolo até humorístico essa insistência mas eu compreendia esse pensamento, enxergava que o amor pode muitas vezes nos deixar cegos, fazer com que as inseguranças e os medos criem uma máscara, algo que cobrisse os erros e para manter o sentimento consigo.

Amar é como um vício, um suspiro que tenta ao máximo arrancar todos os fôlegos, um coração que pode apenas ser partido em milhares de pedaços, em inconstantes fragmentos que machucam minha pele, que arrancam brutalmente meus anseios por uma reconciliação.

O amor doía, com uma intensidade que perfura e destroe minhas poucas esperanças, era gritar em um abismo eterno, era maligno sentir a tristeza m dominar quando a única coisa que eu queria era um sorriso seu, um único olhar que mostrava seu orgulho por mim.

A saída para o caos era simples, não amar alguém que trazia o nocivo como um propósito.

Só havia um único desafio: não controlamos nossas emoções.

─ Por que você acha que precisava de ajuda? Por qual motivo sua mente doentia achou que eu estava necessitando de seus conselhos? O que aos seus olhos foi visto como uma imperfeição para mim mãe, unicamente para mim era algo normal, eu era uma pessoa real, ainda era eu mesma até você achar que podia se intrometer.- me aproximei de seu corpo e em centímetros perto de seu rosto despejei palavras com pesares, com a crueldade de reviver todos aqueles momentos novamente. Segurei com força meus cabelos, tentado aliviar a dor que se instalava em meu peito.

Um aperto se instaurou em meu peito, soltei um suspiro exausto enquanto minha vista era nublada pelas incontáveis lágrimas que desciam, soluços eram contidos e faziam uma tortura, um ácido desejo de acabar com tudo.

De acabar com a obsessão lesiva de Katherine Walker.

─ Eu não espero nada de você, muito menos tenho a ilusão de que algum dia você se dará conta do que sacrifiquei por essa família, minhas expectativas sobre seu futuro são baixas. Mas ao menos uma vez pode me ouvir? Esse compromisso é algo que colocará seu pai de volta aos negócios, trará mais visibilidade ao nosso legado, não seja egoísta Crystal, não há como escapar, muito menos fugir, é o seu destino viver assim. Você não será feliz, todos os problemas que aconteceram no passado os esqueça, eles não são importantes para o presente.- disse e pude notar seu estado deplorável, por baixo da maquiagem o cansaço prevalecia, o opaco agora desfrutavam da frieza dos seus olhos, o penteado perfeitamente arrumado não mostrava a desistência da minha mãe, era nítido que a família Walker jamais poderia ser concertada.

Os privilégios agora não eram nosso aliados, o amor fantasiado de um controle excessivo sobre minha vida estava ruindo.

A família estava em sua ruína.

A mulher ficou próxima, invadindo meu espaço de segurança, tocando agressivamente em meu rosto.

Suas mãos eram danosas, ásperas disfarçadas de gentileza, minha respiração quase falhou, senti a adrenalina correr por minhas veias, duvidava se até ela escutava meus batimentos.

O nervosismo me enfrentou, suas unhas simples marcaram minha pele, apertaram com força minhas bochechas que o cheiro do sangue infiltrou-se em minhas narinas.

─ Seja uma boa menina, sabe as consequências que suas ações trouxeram.- sussurrou em meu ouvido, não havia sequer um sinal de sentimento, era como está presa em uma gaiola.

Entretanto, dessa vez sua ação de manipular minhas escolhas não funcionou, em milésimos minha mente trouxe a liberdade como a cura do caos, por milésimos tomei o frasco da coragem.

As raízes que Katherine espalhou por mim estavam sendo desprendidas quando tirei suas mãos de mim, quando tirei a última parte dos espinhos que me laceravam.

Os estilhaços que partiam Crystal Walker.

─ Somos iguais, apenas olhe no espelho e veja. Esqueça aquele passado, esqueça aquilo e aceite que sua existência sempre será a favor dessa família.- disse antes de recuperar sua postura, tentando disfarçar sua supresa.

─ Você está me matando mãe, aos poucos estou perdendo as esperanças, quantas vezes você irá me machucar até perceber que só talvez, algum dia eu não vou está mais viva para suas reclamações!?.- confessei limpando minhas lágrimas, recuperando o pouco de dignidade que restava, o aperto cessou por um determinado tempo, sobressaiu apenas uma aflição dilacerante ao encará-la.

─ Sua criança ingrata, não consegue reconhecer tudo o que fiz para a sua criação? Não consegue ver que tudo o que fiz foi apenas para o seu bem?, o que você teve no passado não influencia em nada, as dietas foram exclusivamente pensado na sua felicidade, para ser aceita nesse mundo você precisa se encaixar nos padrões, por que não consegue ver minha preocupação? - alterou sua voz, pela primeira vez sem medo do que os vizinhos iriam dizer, a ira consumiu suas ações, finalmente aquela era a verdadeira Katherine.

A descontrolada senhora Walker.

─ Você nunca se importou comigo e eu ainda sou uma idiota por está aqui, sabe o que mais me torturou ? Saber que ainda sim espero alguma coisa boa de você, acha mesmo que eu gosto de ser uma viciada? Acha que eu gosto de depender dos cigarros ? Você sequer pensou se eu gosto de viver assim?- minha voz saia agoniada, meus lábios tremiam a medida que sentia a tristeza me abraçar tão forte que impedia minha despedida.

─ Eu odeio isso, eu odeio esperar algo de você, eu odeio sempre achar que um dia suas atitudes mudariam mas eu me odeio mais ainda por me importar com a sua opinião, não poder vestir uma roupa porque ouço suas falas ácidas, não ter orgulho do meu corpo porque você me fez a cada segundo odiá-lo.- continuo convicta do que estou dizendo, a frequência dos meu coração deixava nítido o declínio que estava acontecendo, o cataclismo era intenso para destruir a nossa existência.

O caótico e melancólico destino cruel dos Walker's.

─ Como pode ser cega ao não ver como sua vida melhorou? A vida é assim Crystal, você não é mais uma princesa mimada, acorde e veja o quão maldoso o mundo é, padrões para ser aceita nessa sociedade, uma vida perfeita para que as pessoas nos invejam, perceba que essa é a realidade, não um conto de fadas. Olhe seu reflexo, seu corpo estava assim graças a mim, eu fiz a sua vida acontecer e não me arrependo por nenhum segundo de criado isso.- sua face estava em um tom avermelhado, transparência da raiva era assustadora, temível ao ponto de me fazer fraquejar mas não o suficiente para desistir da idéia de ser livre.

─ Acha que eu gosto do meu corpo? Acha que eu gosto de sempre ser criticada? Eu passo noites mãe, sem poder dormir e me negando a comer, eu passo dias em que desejo apenas não ter nascido.- confessei, sentindo minha garganta se apertar, os soluços saem sem controle algum, os despejos de um choro contido me tomam, as lágrimas saem como uma chuva, como ondas agressivas que batem, como uma nevasca que destrói tudo e todos ao redor.

─ Sabe o real motivo pelo qual eu ainda estou aqui? Por mais que tente fugir, não consigo, ainda penso que finalmente serei vista como sua filha, que você me abraçaria e perguntaria como foi meu dia. É bobo eu sei, mas ainda sim era o mínimo que estava em meus pensamentos.- respiro fundo antes de dar continuidade, tentando normalizar a dor que predominava naquele ambiente.

─ Mas isso não aconteceu e nunca irá, seu comportamento ainda será o mesmo, é horrível isso, essa sensação de não poder respirar dentro da minha própria casa, não poder dizer o que quero, eu estou farta disso tudo, exausta de sempre ter que voltar aqui, é sempre a mesma coisa, estamos correndo em círculos. Acabou para mim, eu desisto desse jogo doentio, não me ligue muito menos mande mensagem, esqueça da minha existência, esqueça de tudo sobre mim porque eu não faço mais parte dessa família, não era isso que você queria? Não vou tentar mais fugir ou sobreviver desse passado conturbado, vou aceitá-lo e viver de verdade.- com a voz embargada e minha visão embaçada, a coragem surgiu e abrangeu meus ideais.

O peso saiu vagamente de mim, um sorriso em meio a destruição saiu da minha boca, toquei no rosto de minha mãe e como uma última chance, um último adeus para o castelo assombrado, sorrir como uma criança ingênua.

─ Dessa vez não é raso, isso acabou de vez, se não quer que sua vida seja contada a todos por mim, não me impeça, nem tente nada. Me deixe viver de verdade, deixe que o tempo me ensine a amar a vida novamente. Esse é o fim, o nosso desfecho.- em anos presa a essa família pela primeira vez eu conseguir possuir a força, o entusiasmo e a felicidade de me despedir, de finalmente ser livre.

Depositei um singelo carinho em seu rosto antes de virar as costas para a mulher, caminhei sem olhar para trás, a cada passo as correntes que me impediam se soltavam, partiam junto a ventania fria.

Sabia que aquela era a última vez, pelo olhar desolado de Katherine, pela imensa vontade de respirar um ar puro.

Seus gritos soaram chamando meu nome, altos o suficiente para todos ouvirem.

Contudo, eu os ignorei.

Era a nova estação

Andando sobre o caminho longo, o sopro do destino me acolheu.

Crystal Walker não era apenas uma sobrevivente, estava finalmente livre.

(...)

Continua?

Fala ai meu povo, o que acharam do capítulo?

Esse capítulo foi muito importante o crescimento da Crystal e espero que vocês tenham sentido todas as emoções que tive escrevendo esse capítulo.

O que estam achando de Todas as suas imperfeições ?

Lembrando que tem atualização dupla, amanhã tem mais capítulo para vocês, para celebrar a reta final de TSI.

Não esqueça de deixar a estrelinha para eu saber que vocês estam gostando da história. Também não esqueçam de comentar pois isso me deixa feliz demais, viu ? E me motiva muito mesmo.

Até a próxima!!!

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