t r i n t a e o i t o (p a r t e d o i s)
Vamos para o antepenúltimo capítulo e TSI!
Sim meu povo está perto do final 🤧
Leiam o capítulo com calma e atenção pois este é de extrema importância.
Foram três dias revisando e apagando esse capítulo até ficar do jeito que imaginei, se prepararem para 4k de palavras 😅😅
Não se esqueçam de dar amor, deixar seu comentário e votar no capítulo ⭐
Chaos
🥀
Quando crescemos a percepção sobre certas coisas mudam, os pensamentos e as idéias, percebendo talvez tarde demais eu sempre me importei com que os outros pensariam de mim, mesmo tentando ingnorar os olhares, por mais que tentasse não ligar para as críticas nunca era o bastante para acabar com a confusão em minha mente.
Inconscientemente dei a eles o que desejavam, o poder de mexer com cada parte da minha vida, a concepção que eu era apenas uma boneca de porcelana em mãos maldosas, naquele tempo me sentia sendo controlada por cordas finas e invisíveis que calculavam meus passos em ações precisamente pensadas e manipuladas.
Me encarar no espelho era uma dependência alucinante a procura de defeitos e quase cômico minha situação, onde estava a garota que não se importava com as pessoas?
Talvez estava perdida em si mesma, nas raízes danosas que a prendiam em um ciclo vicioso de autodestruição.
Nunca fui encaixada nos padrões da sociedade, meu corpo nunca foi algo admirável e meus ideais não eram compatíveis com a mente doentia de um mundo preso em divergentes vertentes.
Quando minha mãe penteava meus cabelos era o único momento em que éramos uma família, o único momento em que ela sorria para mim antes de dizer que eu precisava emagrecer mais.
Suas palavras eram suaves e dóceis como uma manhã ensolarada, como uma brisa relaxante espalhando a fragrância harmoniosa de baunilha, contudo, doíam como se adagas tivessem atingindo minha alma, a frase era sempre a mesma, "Se eu não te amar, quem irá Crystal?".
A mesma justificativa para dizer que as dietas radicais eram boas para mim, as mesmas palavras como a explicação do porquê eu não era bonita o suficiente para ser aceita.
Então o amor doía pela forma em como ele me destruía a cada segundo em que minha família o arrancava aos poucos a minha vida.
Era nocivo
Amar alguém que preferia se afogar em um vale de mentiras do que encarar a realidade.
Então a partir do momento que me desprendir das raízes lesivas para a minha vida, percebi por meio de um garoto de olhos melancólicos que o amor não é destrutivo, não é mortal.
O amor pelos olhos de Park Jimin eram como poesias trágicas demais para uma história de paixões passageiras.
O brilho que aos poucos ele me forneceu fez com que meu coração reconhecesse seus beijos como uma declaração do paraíso, o conforto de seus braços me deram a segurança que os Walker's partiram em milhares de pedaços.
Os lençóis macios brancos com mínimos detalhes de folhas desenhada sobre sua borda de renda fina com a delicadeza do algodão deslizaram por meus dedos, senti a textura sedosa do tecido tocar sutilmente minha pele desnuda e um sorriso se abriu em meus lábios ao notar que estou novamente no lugar que se transformou no grande marco do nosso primeiro contato com as facetas da verdade.
O quarto do rapaz marcava acontecimentos que sublinharam nossa trajetória pelos labirintos de emoção, os carinhos cálidos de Jimin se manteram em meu rosto enquanto observei sua feição tranquila, sua respiração calma e os fios castanhos bagunçandos.
O garoto dormia pacificamente e eu estava a admirá-lo, com uma expressão alegre me aproximei espalhando selares por sua bochecha, as circunstancias mudavam dramaticamente todas as vezes em que estávamos juntos, fazendo com que as certezas sobre nosso futuro se tornassem evidentes e talvez previsíveis demais.
As sobrancelhas marcadas se curvaram, seus cílios longos bateram vagarosamente e seus lábios fartos tentaram não transparecer suas feições despertadas.
A ventania soprou pela janela acompanhado as cortinas refinadas em uma leve dança caprichada, a luz solar adentrou pelo local trazendo o caloroso sinal de um novo começo, em um clima ameno o sincero anseio de ter momentos assim para sempre atormentam meus pensamentos confusos, a sagaz força em mudar aos poucos preencheu minha consciência como um alerta.
Finalmente ser livre.
A luz alaranjada chocou-se diretamente com os tons frios, admirei a paisagem pela vidraça cristalina da janela, a imagem era realmente linda, deixando quaisquer pensamentos sumirem quando apenas enxergarem a vista encantadora, a varanda era nossa âncora, a nossa atividade preferida ao observar tudo ao redor. O ambiente se tornou um refúgio secreto para fugir das tempestades, um lugar onde não existe o céu ou inferno, onde o sofrimento de viver com o ódio foi levado embora.
Era impressionante em como a natureza criou tão imagens sublimes ao ápice de arrancar suspiros anestesiados com tamanho fascínio.
Quando tentei me afastar para cobrir meu corpo os braços fortes e aconchegantes de Jimin me prenderam, colidindo fortemente nossos corpos como linhas prontas para serem cruzadas, não importava quanto tempo passava, minhas ações simplesmente ignoravam a razão o vício de sempre tocá-lo era como um pecado letal.
─ Se todos os dias eu acordasse assim não reclamaria nunca mais.- disse com o timbre rouco, abrindo em ritmos demorados seus olhos, as íris castanhas brilhantes como constelações extraordinárias se chocaram com meus olhos.
Senti o ar desaparecer completamente dos meus pulmões, os fios quase escuros desgrenhados caíram como cascatas em sua testa, se pudesse encontrar palavras para definí-lo as sentenças não seriam o suficiente e todas as vezes que seu olhar amável está posto em minha direção, nem se perdesse todo o conhecimento ou lembranças nossas seria capaz de esquecê-lo, pois Park Jimin se infiltrou em mim como um veneno, um sabor tentador que eu provaria somente para tê-lo mais vezes assim, terrivelmente entregue ao nós.
─ Você está bem atrevido, não acha?- questionei erguendo uma das minhas sobrancelhas, seu olhar caiu sobre o lençol em volta do meu corpo, rapidamente ele tentou desfazer da manta, todavia, com muito esforço escapei de seus braços, sorrindo travessa em sua direção.
Dizem que pessoas mudam pessoas, contudo, meu pensamento é contraditório, com a concepção que nós apenas mostramos um lado nosso que ninguém sequer tentou ver.
─ Eu gosto disso, Park, absolutamente disso tudo, o amor é realmente esquisito, está com você me faz ver o lado bom das coisas.- confessei encarando o chão evitando a todo custo encarar seu belo rosto, sei que seu semblante deve está surpreso, mas o sentimento de poder dizer o que sinto é maravilhoso.
Jimin tentou ficar próximo novamente e com um sorrisinho malicioso agarrou meu pulso fazendo com que ele fiquasse por cima de mim, com calma tentou me beijar mas consegui desviar nossos rostos.
─ Depois dessa linda declaração você merece uma recompensa, venha aqui, senhora Park.- disse animado tentando novamente ganhar um beijo, rindo neguei com a cabeça enquanto prendia os meus lábios um contra o outro.
─ Senhora Park?, não lembro da nossa cerimônia de casamento, nem das alianças ou até do meu buquê.- retruquei o provocando, escutando seu suspiro fustrado.
─ Então vamos fazer isso.- disse simplório fazendo nossas testas se tocarem em um contato amável.
─ O quer dizer?- perguntei desconfiada, o garoto aproveitando minha distração e segurou delicadamente minha mão a colocando sobre seu peito, permitindo com que seus batimentos cardíacos nervosos sejam entregues a mim.
─ Vamos fazer nosso casamento, Crystal.- sussurrou profundo demais trazendo meu olhar confuso, o garoto trazia uma uma imensidade na qual eu desejava ditar cada idéia minha sobre ele, querendo que ele soubesse o quanto me esgoto ao tentar alcançar algo que o descreva ou a intensidade que o acompanha como ondas marítimas em mares tempestuosos, ainda tentando dispersar os diversos tipos de adjetivos para completar nossa história, falhando em detalhar a manigância que toda vez em que estou no mesmo ambiente que ele, almejei encontrar partículas sobre como preencher seu coração com meus devaneios perdidos.
Está com o garoto de olhos melancólicos era viver sobre noites desertas com uma única frequência assustadora.
A antiga garota perdida tentaria evitar esse momento e negar o lado positivo, tentaria fingir que não consegue viver sem sofrer, mas agora a versão liberta está pronta para esse marco.
Talvez seja errado ou até prematuro porém pouco me importava, porque aquilo era a realidade e as vezes ela podia ser boa.
─ Eu aceito, Park Jimin, vamos fazer isso e dessa vez não vamos mudar de cidade, de nome ou identidade, iremos ser nós mesmo, no desastre mais belo.- falei sincera, tentando mudar aos poucos os pensamentos pessimistas, enxergando agora as cores vibrantes do destino.
Nossas risadas animadas trouxeram as belezas de momentos simples como esses no caminho do tempo.
Então dessa vez eu me aproximei e deixei um beijo no canto de sua boca, saindo do seu aperto gargalhando convencida da frustração do rapaz.
─ O amor é lindo mas primeiro prezo pela higiene.- com audácia, me dirigi ao banheiro sabendo das suas expressões de desapontamento junto ao humor em minha frase.
─ Desse jeito vou pedi o divórcio antes mesmo do casamento.- exclamou insatisfeito levantando rapidamente, agarrando minha cintura enquanto caminhávamos juntos ao outro cômodo.
Pequenas coisas podem gerar um grande impacto, assim como nosso tempo juntos será sempre eterno em minhas memórias.
A xícara quente de café se tornou meu porto seguro, o vapor que saía deixando com que tudo se assemelhasse a uma neblina crua a penumbra por um lugar.
A fria recordação dos meus cirgarros trouxe pensamentos terrificantes acompanhado de tremores gélidos, o aspecto de euforia premeditado que assegurarava minha queda, as lembranças eram nítidas na mesma proporção que traziam dores que impulsionaram o declínio do meu limite.
Pela extensa janela da sala o campo de visão de pessoas andando me fez perceber as máscaras que eu mesma coloquei em mim, com o vento soprando em meus cabelos e os raios solares atingindo minha pele, percebi a realidade que muitas vezes neguei a acreditar.
Ainda restava um resquícios de bondade no mundo, a cena em minha frente era uma garotinha segurando o passarinho em suas mãos, os cabelos ruivos destacavam seu rosto angelical, ela acaricia as asas quebradas do animal enquanto tentava tranquilizá-lo.
Um sorriso expressivo foi feito em meus lábios
Avistei uma borboleta se aproximando de um dos jardins, o bater de suas asas junto a aspiração trouxe o desejo de tê-la em uma tela se sobressair como uma chance de apreciar o céu paradisíaco, a cor azul misturado ao preto ao redor de suas asas era uma beleza exótica.
Tudo isso me fez concretizar que existe ainda uma esperança e por mais que seja mínima, pode se expandir por todos os corações solidários.
Senti os braços do garoto circularem minha cintura, sua cabeça reposou em meu ombro. Todo meu corpo pareceu está sendo absorvido em um espaço infinito, flutuando o pequeno espaço entre nossos corpos, meus nervos estavam aéreos, perdidos, porque eu poderia ter minha queda agora, ser jogada entre abismo, mergulhar nas profundezas do senso de felicidade, mas tudo era sobre ele, seus toques eloquentes em mim, suas dóceis palavras e seus sorrisos provocantes, e mesmo em vários voltas, tudo ainda representava o que ele era para mim.
Era tudo dele, mesmo que eu não quisesse admitir, Park Jimin foi o meu vício mais fatal.
─ No que tanto pensa?- sussurrou, o tom suave e as palavras ternas me encantaram, era extraordinário senti-lo desvendar todos os enigmas.
─ Por conta da minha família, sempre pensei que o mundo era igual, que a sociedade era cruel mas agora percebo que estou enganada, quero ter um pouco de otimismo em minha vida.- confessei baixinho e escutei sua risada fraca, fazendo meu coração se encher de chamas da paixão.
─ Acho que o que mais chamou minha atenção em você era a complexidade do seu olhar, eram vários sentimentos, um turbilhão de sensações e percebi que gostava disso, minha vida era pacata mas quando percebi que Crystal Walker tinha entrado no meu sistema era tarde demais para evitar.- disse apertando seus braços em meu corpo, seu rosto se aprofundou na curvatura do meu pescoço e por um tempo permanecemos assim, como dois bobos apaixonados.
Em seus braços, como sua proteção encontrei meu lar.
Sou tudo aqui, qualquer lado meu porque simplesmente estou segura e pronta para possuir um recomeço.
Meu coração disparou e tinha certeza que ele sabia que era esse seu efeito sobre mim. Talvez fosse tardio, mas ainda era complicada demostrar meus sentimentos, falar abertamente sobre meus traumas, externar minhas opiniões e segredos que deveriam ser ditos. E, apesar da minha primeira reação seja fugir da intensidade com que estou lidando, estou tentando permanecer forte, descobrir as diversas facetas e conhecimento sobre mim mesma.
A ponta dos seus dedos subiu da minha coluna como um sussurro, arrancando um suspiro embriagado meu. Depois de todo nosso tempo juntos, eu queria acrescentar mais desses momentos para encerrar o círculo de sofrência que nos perseguia, para sempre levá-los como bagagens emocionais em cruzadas eternas.
Em nuances só nossos
Em um mundo só nosso
Entretanto, um incômodo barulho dilacerou toda a calmaria.
Fazendo uma sensação dolorosa percorrer por minhas veias como um antídoto mortal.
Até um fardo destrutivo demais ser colocado sobre uma linha frágil.
O impacto implacável
Jimin se afastou aos poucos quando uma falta de ar antigiu meus pulmões, quis segurá-lo e evitar a sensação de abandono, contudo, as ações deslocaram e perderam-se em lacunas sobre a melancólica.
Virei meu corpo acompanhando exatamente quando o garoto atendeu seu telefone, observando atentamente quando a expressão contente se dissipou gradativamente.
O que havia acontecido?
Depositei a xícara sobre a mesa, me aproximei do rapaz até perceber que algo estava errado.
Talvez foram minutos duradouros
Talvez foram horas
Mas a noção do tempo passou despercebida quando ele encerrou a ligação.
Então seus olhos se encontraram com os meus, ao contrário de todas as vezes, não tinha nada, pela primeira vez não consegui descobrir nada sobre Jimin.
E novamente eu era uma espectadora, não era dor ou felicidade, se encontrava apenas o opaco vazio.
─ O que foi, Park? O que aconteceu? Você está bem?- perguntei apressada, sentindo a preocupação e o nervosismo me consumirem. Perto de seu corpo, tentei alcança-lo com um desespero deprimente, em falha tentei segurar seu rosto mas ele desviou.
Park Jimin fugiu do meu toque.
Meus olhos se arregalaram, supresa e destroçada pela sensação de impotência, pela tensão que aos poucos preencheu o ambiente.
O rapaz caminhou parecendo atordoado em direção ao seu quarto com passos silenciosos, o acompanhei para tentar compreender o que estava acontecendo com ele.
Em um caminho espinhoso me sentei na ponta da cama, com os dedos trêmulos em uma tentativa falha tentei me distrair e ingnorar a tristeza que dominou cada fôlego meu.
Observei o piso, o carpete azul marinho, aproveitei o tecido amaciar meus pés. A ansiedade e a frequência com que senti o líquido escarlate correr por minhas veias transpareceu minha instabilidade, deixou a mostra a revelação do pessimismo disfarçado de alegria.
Senti o espaço ao meu lado afundar, soube de sua aproximação e do seu olhar perdido.
Ergui meu olhar com pesar, pisquei fracamente, mal identificando a sinulheta sentada ao meu lado, virei meu rosto em busca de possíveis explicações, mas nada me remeteu a verdade, a sensação assombrosa percorreu como uma agulha furando repetidas vezes minha pele, o medo pesava com tamanha força que achei que iria desmaiar ali mesmo.
Desejei uma única palavra sua
Um único olhar seu
Porque se precipício estivesse a espreita era o instante perfeito para sermos resumidos em nada.
Notei suas linhas faciais que deixavam nítido uma tragédia, mostrava claramente que os cacos ainda podem ser partidos.
Quando suas mãos gélidas se entrelaçaram com as minhas, tive a certeza que algo dito da sua boca causaria minha destruição.
O ar se disssipava e transformava minha respiração em nada, minha garganta engolia o peso de lágrimas dolorosas.
Seu corpo virou e assim ficamos em frente um ao outro e quando encarei o garoto que mexeu tanto com a minha razão, perguntei ao destino como algo tão belo como Park Jimin pode gerar as mais diversas feridas e um coração partido.
─ Gostaria que tivesse aparecido antes— ele dizia enquanto eu tentava não transparecer minhas emoções.─ Talvez assim você teria fugido, para longe de mim.
Franzi a testa, minhas pálpebras pesavam e meu corpo implorava para que a dor cessase.
─ Mas agora eu não consigo, Crystal— agarrou minha mão, pronunciando como um fio de sussurro, um fio de esperança. ─ Eu simplesmente não consigo mais ficar longe de você, entende? Esse sentimento é tão confuso, tudo é tão complicado, mas ninguém disse que seria fácil, né?
Onde você está querendo chegar? Eu queria perguntar.
─ Era meu pai, há uma coisa que não contei a você, tentei de todas as formas evitar esse assunto, mas as ligações dele não param— não consegui reagir, não consegui expressar nada, a exaustão da minha mente era o amargo delírio. ─ Recebi uma chance de recomeçar, meus professores de dança acham que estou pronto para voltar ao palco.- confessou e um suspiro de alívio saiu de meus lábios, me joguei contra o rapaz e o abracei firmemente.
Ignorei a dor mesmo quando ela permanecia intoxicada em mim.
─ Isso é incrível!— mumurei contente ─ É a sua chance, estou tão feliz e orgulhosa de você, o que acha de comemoramos? Podemos convidar Aaron e Susan para fazer um um encontro duplo.- falei sincera, deixando evidente minha animação, entretanto sua face não mostrava nenhuma reação.
─ O que foi Park? Não deveria está feliz?- questionei tentando descontrair o clima pesado que havia se formado.
─ É uma bolsa integral, com moradia e auxílio, um curso com duração de 4 anos, em troca devo me dedicar somente a dança e me formar, mas eu recusei, é uma faculdade na Coréia- completou e quase tive a certeza que ouvi os estilhaços da minha razão caírem imediatamente se quebrando sobre o piso.
Minhas mãos se afastaram das suas como se seu toque pudesse me ferir de alguma forma, subir meu olhar para conseguir decifrá-lo mesmo minimamente, minha cabeça latejou ao vê-lo tão confuso, a anestesia adentrou em minhas entranhas.
Sei que ele estava aguardando uma resposta, mas era praticamente impossível desprender a confusão que aterrorizava cada célula presente em minha existência.
Jimin levantou do seu lugar e se aproximou timidamente de mim, possivelmente com medo da minha reação. O garoto se abaixou em minha direção para que ficarmos próximos, se ajolheando como um refém, como um passarinho preso.
Sua mão tocou em meu cabelo como se estivesse o contemplando, singelamente desceu até meu pescoço, agarrando minha nuca fazendo com que o efeito alucinante se espandisse, o caótico marítimo que encontro abalou todas as barreiras.
─ Já está decidido, eu não vou, não consigo imaginar viver em um lugar que você não está.- falou trazendo a imensidão da escuridão, suas íris castanhas traziam segurança, todavia, nas profundezas de seus anseios possuía a insegurança.
Permaneci em silêncio, absorvendo as palavras e o significado delas, porém o impacto que trouxeram era incontrolável e desolador
Seus dedos percorreram por meu rosto, sua cabeça ficou a centímetros de distância da minha, perto o suficiente para causar um desfecho dramático contudo longe o bastante para não notar o estado deplorável em que fiquei.
─ Por que?- perguntei desolada, sem acreditar nas possiblidades, tinha um nó em minha garganta, pisquei rapidamente tentando evitar com que as lágrimas saíssem e deixarem a mostra o meu egoísmo.
─ Por que você quer tanto ficar?— dúvidas me perseguiram como diabólicos pesadelos ─ É a droga da oportunidade da sua vida e você vai desperdiçar tudo isso para ficar comigo?
Minha voz era só um sussurro, questionamentos que só almejavam saber se aquela situação era mesmo real.
Não era aquilo que eu queria, um amor que requer sacrifícios, de todos os meus problemas, nenhum se encaixava em sua vida, tudo o que estava evitando surgiu de uma forma mais traumática e agonizante.
Eu odiava tragédias e meu raciocínio parecia danificado, sem serguir uma linha que fizesse total sentido.
─ Porque eu te amo e isso é motivo o suficiente para desistir de tudo por você. — proliferou visualmente lamentoso, era cruciante olhá-lo e não poder fazer nada
─ É essa a minha escolha, você é a minha única certeza.
Neguei repetidas vezes com a cabeça, senti minha visão embaçada pelas lágrimas fulminantes que caíam em sequências torturantes, o aperto em meu peito machucou minha razão, só desejei sair dali e ficar sozinha, só desejei com que aquela dor parasse.
O mar violento me atingiu, deixou marcas profundas por mim até atingir uma adaga afiada em meu peito.
Eu não poderia destruir sua vida por algo desconhecido, não poderia deixar a minha existência anular a alegria alheia. Encarei o rapaz que tanto amava, seu semblante trêmulo e desolado me arruinaram, queria dizer que ficaríamos juntos, porém a angústia de não ser o suficiente para o nós agora inundava cada possiblidade, mesmo mínima, de ser perfeita.
A súplica em sua voz se tornou letal ao juntar apressadamente nossos corpos, a espera de uma confirmação, uma concordância absoluta.
Quando o desespero por uma reposta perfurou nossas vidas, não restou oscilações.
E silenciosamente enquanto o único som era de um choro suplicante, decidi cometer o pecado mortal.
Eu destruí Park Jimin em milhares de fragmentos vazios.
─ Não posso fazer isso com você, eu não consigo.- hesitante comecei sussurrando um timbre quase inadiável, passando meu último olhar em seu rosto, desejando guardar sempre a memória dos nossos momentos juntos. Passei meus braços por seu corpo, o trazendo para perto de mim, aspirando a fragrância calmante que só ele possuía.
Era uma linda frase, a que esperei anciosa para que saísse de seus lábios, mas a ternura se tornou dolorosa.
O sentimento exemplar quebrou nossas máscaras e nos deixou a mercê de uma onda, da força de um destino melancólico.
Estava exposta a ele, como nunca estive a ninguém, queria assegurá-lo que estaríamos juntos, queria ser o seu refúgio, e mesmo incessantemente, dizer em tentativas que só sentir tudo com ele, que minha outra face foi apenas posta a ele. Almejava com veemência tê-lo como o meu primeiro amor, mas talvez minha fala o prendesse e o impedisse de partir, esmagando minhas próprias emoções optei por ano transparecer nada.
─ Vamos acabar com isso.— me desvencilhei do seu alcance na mesma facilidade que o controle despencou diante aos nossos olhares.
Seus olhos sequer me encaravam de volta, estavam fixos no rastro de suas pegadas pelo piso, seus lábios tremiam em um sinal de nervosismo óbvio, a ponta do nariz de Jimin estava rosada, dado ao impulso de um choro silencioso.
Fiquei em pé, sentindo minhas pernas fraquejarem como se a qualquer instante fossem cair, o garoto permanecia em uma quietude agonizante, a mágoa crescia conforme as lágrimas me deixavam tonta, sem nenhuma solução para o remorso desgastado.
─ A felicidade é como a chuva— iniciei deixando frisado a melancólia por cada som que saía da minha boca ─ A desejamos sempre que a vemos, sentimos sua falta quando não está presente e as vezes reclamamos quando somos incomodados, e nosso amor foi como uma garoa refrescante em meio a uma tempestade, eu desejo imensamente a sua felicidade e ela não me pertence, não sou eu quem deveria ser a sua prioridade, mas sim os seus sonhos e a dança é a sua paixão.
─ Viva de verdade Park, sem fingimento, esse é seu recomeço assim como é o meu.- confessei tentando soar confiante, mas era inevitável controlar as lágrimas, limpei com a barra da camisa mas o descontrole estava acontecendo novamente e a tristeza glacial apertava meus pulmões os deixando sem ar.
─ Crystal, por um segundo, só me escuta.- pediu com a voz arrastada, ele levantou e em passos ágeis tentou chegar até mim.
─ Eu não quero isso, Park, você entende? Não quero ser o empecilho nos seus sonhos! — encarei o rapaz, disfarçando o quanto aquilo doía ─ E me detestaria saber que a chance da sua vida foi desperdiçada por minha culpa.
─ Você não vai ser, eu garanto, só me deixe ficar aqui, só contei essa notícia porque não queria que nosso relacionamento tivesse segredos.- vociferando com cuidado, sua mão em falhas tentativas tentou encostar na minha.
─ Que tipo de garantia é essa, Jimin?- sussurrei quase perdendo minha voz, fiz uma análise sucinta sobre aquela situação, sobre as nossas posições.
Estávamos vulneráveis
Expostos de uma maneira crua e miseravelmente cruel.
─ Vá para a Coréia, é uma questão simples — me aproximei temendo com que minha irracionalidade fosse dominante de meus atos ─ Não posso garantir um futuro para nossa relação, namoro a distância, tragédias, casamento, nada disso é comigo, Park.
Minhas mãos fracas seguraram sua face, sua respiração estava desregulada e nós dois estávamos sombrios, dentro de uma bolha prejudicial, preso em nossas mentes quebradas.
─ Eu te amo, garoto de olhos melancólicos — comecei ─ Mas não vou deixar meu amor magoar você, somos imperfeitos demais para sobreviver a um relacionamento fadado ao fracasso, só apenas me deixe.
Psicologicamente cansada, emocionalmente instável e farta de todos os acontecimentos, despejei todas as minhas frustrações sobre ele, talvez o término fosse essencial, eu não tinha a certeza se era o suficiente para o nós, se valia realmente a pena não aproveitar sua nova chance apenas por mim.
Uma parte minha queria concordar com sua decisão, entretanto, a outra desejava apenas o seu recomeço. Tudo era tão desordenado e incompreensível que estou tentando me manter firme, mesmo estando completamente destruída.
─ Não, por favor pense direito.— suplicou apavorado. ─ Crystal, por que?…
Quando pensei que nada poderia piorar, o fevor com que Park Jimin nos arruinou fez minha covardia soar mais viva que toda a coragem que adquirei em poucos anos.
─ Me desculpe, de verdade — lamentei com pesar em uma pausa chorosa. ─ Por não conseguir lidar bem com isso, só quero que você seja feliz, retribuir a gentileza que desde do início você me deu enquanto eu te afastava, então por favor, não por mim mas pelo o seu talento incrível, vá.
Separando nossa junção virei minhas costas e caminhei apressada até a saída, ignorando a dor fulminante que levava consigo retalhos, pedaços de resíduos da nossa história.
E inevitavelmente deixei com que os fragmentos de vidro entraram em contato antes do adeus definitivo.
Tudo desandou assim como o final feliz.
Uma união catastrófica
Uma separação desastrosa
(...)
Continua?
Quem ainda tá vivo depois desse capítulo?😪
O que acharam do capítulo?
O que vocês mais gostam em TSI?
A Crystal é a minha personagem mais complicada, por isso a demora para esse capítulo sair, pois são emoções difíceis, são pensamentos de uma garota quebrada que está tentando se reconstruir e junto ao Jimin que é outro personagem enigmático, quase morri escrevendo.
Espero que tenham gostado, falta apenas mais dois capítulos + o epílogo para o fim de Todas as suas imperfeições.
Até a próxima semana
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