Chaos

🥀

A cor azul podia ser profundamente cruel, maligna e amarga.

Contudo, me fornecia esperanças, porque era a cor do céu.

Pois eu sempre tinha na lembrança todos os belas vistas que vi quando acordava na cama de Jimin, aconchegada entre seus braços e perdida em sua beleza celestial.

Era único e trágico

Mas podia se tornar perfeitamente encantador.

Aos poucos percebi que minha vida trilhava um caminho danoso, uma estrada que levava ao fim.

A meticulosa dor

Os pesadelos, o medo e a insegurança, todos eles me afetavam. Traziam a recordação da garota ingênua, da filha tola e da jovem viciada.

Os cigarros não destruíram minha vida, eles arruinaram a pouca fagulha de desejo que eu tinha de viver.

Vícios matam

Amores te destroem

O ar em meus pulmões foi liberado quando meus pés tocaram o chão duro, quando senti o ambiente acolhedor adentrar por minhas narinas. De todas as vezes em que tive feridas tão intensas que confundi com a realidade, escassas vezes procurei ajuda, tinha a convicção que aquilo pararia, a plenitude de que logo eles iriam embora quando as cicatrizes que minha mãe deixou partissem.

Entretanto, isso não aconteceu e fiquei presa em um abismo de infinita melancólia.

Assim como Park Jimin estava em seu recomeço, eu desejava possuir meu, a minha saída desse mundo caótico.

Caminhei até a Universidade, alguns alunos permaneciam nas arquibancadas, outros estavam lendo livros enquanto o clima fluía tranquilamente.

Senti como se um fardo tivesse sido liberto de mim, como um soldado percebendo sua vitória.

Era simples na mesma proporção que era complexo a sensação da súbita mudança.

Estava enfeitiçada pela primeira vez ao notar que em minha mente não vinha pensamentos negativos e destrutivos, sabia que logo teria que voltar a frequentar novamente o Eyes of hope, dessa vez teria que abrir de todos os mistérios, porque necessitava de ajuda, desesperadamente queria ser salva.

Na justificativa mais plausíva, era nítido que a minha capacidade de matar cada parte minha por dentro estava afetando todo meu sistema.

Em uma distância considerável enxerguei Susan que vasculhava com seus olhos cada parte do local, parecendo nervosa, quando me viu, seu corpo apressou desesperadamente em minha direção.

─ Crystal! Que bom que achei você, onde estava?— questionou, respirando fundo, provavelmente cansada, já que a garota era sedentária ─ Te procurei por toda parte.— falou apressada, suas sobrancelhas franziram levemente, em um semblante evidente de confusão.

─ Consegui, Susan.— respondi abrindo um singelo sorriso, meus lábios tremiam ao confessar isso em voz alta, era real, finalmente poderia desfrutar de realizar o sonho que estava jogado em um vazio.

Sua expressão supresa me fez soltar uma risada alegre.

─ Conversei com Erick, procurei ajuda, esse é o fim de um ciclo autodestrutivo.— confessei soando feliz, minha amiga me abraçou fortemente, seu corpo tremeu e assim que senti as gotas molhadas em minha roupa, presumi que estava chorando.

Era incrível 

Aliviador

E pacífico 

─ Você está chorando? Isso foi muito para você? Quer um tempo para se acalmar?— questionei sarcástica, arrancado sua risada divertida.

─ Sua boba, eu só estou feliz por você, depois de anos falando sobre isso, finalmente me deu razão — retrucou entrando em nossa brincadeira ─ Agora nada de recaídas.— aprontou o dedo em minha direção tentando soar ameaçadora, falhando miseravelmente.

─ Preciso que vá comigo a um lugar.— disse rapidamente me assustando, parecendo finalmente voltar ao juízo.

A garota nos conduziu para fora do campus e me arrastou até seu carro. 

─ Para onde estamos indo? Iremos faltar a aula?— ditei com curiosidade, Susan apenas balançou os ombros, como não se importasse com minha pergunta.

─ É supresa — sorriu enquanto dirigia tranquila sobre meus protestos 
─ Aliás, se me lembro bem essa não é a primeira vez em que você falta.— provocou com uma expressão cínica em sua face.

─ Foram duas vezes, somente isso, sabe em como sou comprometida com os estudos.— respondi humorística, levando nossas brincadeiras no caminho, a um clima caloroso e perfeitamente gracioso.

Após minutos a garota parece encontrar  seu local planejado, saímos do automóvel e logo sou puxada para dentro de uma loja de roupas com aparência refinada. Susan andou até uma mulher, que aparentemente pelo uniforme com uma blusa branca de botões vermelhos e uma saia lápis, salto fino preto nos pés, era a atendente do local.

Analisei tudo em volta, vestidos exuberantes, camisetas estilosas e uma decoração agradável, as paredes eram cobertas por um tom de branco gelo desenhados em linhas retas douradas, um lustre de vidro estava pendurado no centro do local e uma melodia calma soava deixando o ambientes tranquilo.

─ Venham por aqui, senhoritas.— a atendente, que descobri se chamar Lauren pelo cartão pendurado em sua vestimenta, nos mostrou cada detalhe do local.

Fui dirigida a uma sala, vários vestidos dos mais diversos tecidos foram colocados em minha frente e sapatos dos mais variados designers estam sobre meus pés.

Encarei a garota, duvidosa sobre suas atitudes suspeitas.

─ O que é tudo isso? Existe algum motivo?— disse sussurrando, aflita com todas aquelas coisas ao meu redor.

─ Estou cansada ver minha amiga deprimida pelo fim de um relacionamento, então escolha o que quiser, essa noite será especialmente sua.— emitiu contente, me apresentado mais assessórios.

Nada despertava meu interesse, absolutamente nada exclamava para que eu provasse, estava preparada para pedir para irmos embora.

Todavia, minha atenção é totalmente roubada quando um tecido azul claro invadiu meu campo de visão, o vestido é magnificamente atrativo, senti em meus dedos a textura macia. Marcava a cintura com uma fita, sua saia era rodada e desenhos de flores em branco o marcavam seu bordado, ele era de um estilo caído sobre os ombros e apenas as alças finas o completavam, pelo cumprimento ele era mediano, sobre a frente deixava os joelhos amostra enquanto na parte de trás era mais longo, como uma calda delicada ao toque humano.

Eu estava encantada e abismada com tamanha admiração.

─ Parece que temos um escolhido— Susan apontou para a peça, com um sorriso em seus lábios, seus olhos âmbar demonstravam sua empolgação.

Não ousei dizer nada quando ela pagou, entretanto, me senti um pouco desconfortável com sua insistência.

Saímos da loja e passeamos pelas ruas, rindo de piadas sem sentido algum e comentando sobre nossas vidas, escolhi não perguntar nada, queria aproveitar nossa tarde.

─ Me diz logo, para de mistério— falei suspirando frustrada por sua demora.

─ Calma que logo você saberá, agora vamos voltar ao dormitório pois já está quase de noite e ainda tenho muito trabalho para fazer.— falou alegre demais e novamente estávamos em seu carro e sem nenhuma reposta.

Chegamos ao dormitório e apressadamente a loira ordenou para me arrumasse. Após um banho onde a água fria arrancou meu nervosismo, coloquei peça perfeitamente graciosa em meu corpo, me encarei no espelho satisfeita com meu reflexo, evitando as ideias pessimistas e focando minha em coisas boas.

Não havia mais minha mãe para dizer suas falas ácidas.

Não havia mais a lentidão de um passado conturbado.

Aos poucos a luz adentrava sobre a minha existência.

Deixei meu cabelo solto e evitei a maquiagem em mim, deixando uma Susan insatisfeita e reclamando.

─ Você está linda!— admirada bateu as mãos exageradamente, a garota estava elegante, o vestido rodado rosa se encaixou perfeitamente em seu corpo.

─ Agora vamos? Estou realmente curiosa.— respondi constrangida, enquanto ruídos sobre minhas dúvidas me cercavam, como uma presa fácil.

Susan rir de algo em seu celular e mais uma vez estávamos em seu automóvel, não estava entendendo todas as vezes em que ela sorria para a tela do aparelho durante o trajeto até o destino misterioso.

Paramos em um luga e logo o reconheci tristemente, todos os mínimos momentos, foi exatamente onde Jimin fez nosso piquenique, um dos melhores dias da minha vida, quando enfim possuímos estrelas como nossa junção.

Brilhantes e chamativas

Meus batimentos estavam em uma frequência dolorosa, minha garganta se apertava conforme forçava a saliva a descer por minhas cordas vocais, em abruptamente o nervosismo era como uma droga, viciante e mortal.

Em frações de segundos duradouros  
luzes fortes penduradas nos galhos das árvores invadiram minha visão, minha boca se encontrava entreaberta a medida em que alcançavamos o trajeto, os pisca pisca iluminavam e decoravam o que aparentemente era uma festa.

Aaron surgiu em nossa frente, trajando um terno preto, os fios escuros adornavam com seus olhos castanhos claros, sorrir para nós duas, em sua mão encontrava-se um buquê de tulipas vermelhas.

─ Isso é para você.— a voz rouca se fez presente, entregou em minha mão e a maciez das flores trazem um perfeito delírio, um sentimento intrigante despertou meus devaneios, trouxe sensações impregnadas em um organismo nocivo.

Imprevisível 

Meu subconsciente repetiu para fugir dali, a ansiedade dominou cada fôlego, como estivesse sendo massacrada por algo desconhecido.

O casal me levou em um lugar estranho e na medida em que mais distante ficamos tive a certeza que existia algo ali que arrancará a preciosidade intocável dos céus.

Uma música que memorizei cada verso como uma poesia hipnótica começou a preencher o ambiente, I can't help falling in love na melodia imponente de Elvis Presley plantou tamanha fascinação por uma letra que clamava para nossa história, implorava para que Park Jimin e Crystal Walker deixassem sua marca, em nossos corpos, nossos  corações, em nossa fragilizada crua e nua.

Tudo pedia por um último olhar 

Susan e Aaron saíram juntos e antes mesmo que eu pudesse raciocinar algo.

Eu o enxerguei

Da forma mais majestosa

Como um maldito anjo

E em seus olhos me perdi em magnitude sobre o nosso caos.

Park Jimin era o meu maldito problema, durante todos os dias, as incontáveis horas, o tempo em que passei ao seu lado conheci cada distinta emoção sua, dos sorrisos até as lágrimas, dos vícios mais terríveis até a alegria mais bela.

Contudo, aquilo era mortal, porque nós jogamos contra o destino, eu sabia com a plena consciência que era impossível não se apaixonar por ele.

Cada olhar, a cada sentença, cada carícia e os desastres eminentes que nos cercavam, era nítido que eu estava terrivelmente e irrevogavelmente destruída para ele.

Era cruel e profano 

Se naquele exato momento ele dissesse que o céu era amarelo, eu acreditaria e não duvidaria de suas falas, era esse efeito catastrófico que ele tinha sobre mim.

Fazer até as pequenas coisas ganharem um imenso significado.

─ Bem vinda ao nosso casamento, Crystal.— a doçura de sua voz atravessou meus tímpanos, sou colocada em vertentes, em um labirinto que desejei me perder somente para permanecer ao seu lado.

Eu nunca tive uma tentação mas isso mudou até vê-lo.

Nunca tive proveitos porém ao seu lado conheci cada lado do vasto mundo.

Park Jimin me conduziu em um mundo obscuro e com nossas batalhas nos colocou no topo.

Em minha mente só havia ele

Em meu coração só restava cacos de nossos fragmentos.

Era impressionante

Hipnotizante

Letal 

Porque inevitavelmente permiti com que ele fizesse o que desejava.

Que dominasse todos os nossos pedaços partidos.

Seu sorriso aqueceu toda a composição de entrelinhas que pudessem nos compor, como uma brisa suave em meio a tempestade. Park usava um terno azul escuro, conjunto com uma gravata cinza, suas íris deixavam as sintonias de marrom se perderem em tons claros cristalinos.

Meus nervos estavam aéreos, enlouquecidos.
Eu poderia estar embriagada, mas ainda me sentiria lúcida, poderia estar caindo nas profundezas do mais abrangente senso de felicidade, porém ainda estava hipnotizada por ele, tudo girava torno do que ele significava para mim e sobre as milhões de hipóteses sobre nós.

─ O que está acontecendo? Jimin, o que é tudo isso?— enfim tomando coragem despejei, deixando evidente minhas questões.

Susan e Aaron riram como se aquilo fosse algo cômico demais, minha amiga ao invés de esclarecer minhas dúvidas apenas faz questão de zombar da minha situação.

Park permaneceu próximo das árvores me encarando como uma atração divertida, como uma jóia preciosa.

Eu estava sendo absorvida por ele 

Cada célula, cada átomo se colidia com Park

Ele sublinhava o impulso

Paixão 

Devoção

─ É o seu momento Crystal, caminhe até seu futuro marido.— falou a garota, a encarei com uma expressão sem entendimento, vagamente recordei da minha conversa com Erick.

"Pense sem medo e viva"

Conforme a música tocava, o êxtase filtra-se em um subconsciente perdido entre ações mas feito inteiramente de sensações.

Minhas emoções estavam instáveis, descontroladas ao extremo de meus passos vacilarem, minhas mãos tremiam e meu olhar se intensificava a medida que vi os rostos sorridentes.

A felicidade no significado mais puro

Com passos lentos caminhei até o altar, o enlace matrimonial entre dois jovens inconsequentes.

Talvez seja precipitado demais, errado ao extremo, contudo, é especialmente nessa data que quero ter a última lembrança de nós dois.

Da junção mais fatal e destrutiva que o universo pôde colidir.

A jovem que nunca recebeu amor e o rapaz que almejava tê-lo em sua existência.

─ Eu pensei que havíamos terminado, pensei que logo você estaria distante daqui…— sussurrei, estávamos próximos, em uma distância quase mínima.

─ Nunca houve um término, eu tomei uma decisão e vou para a Coréia.— disse e seus olhos se atentam apenas em me encarar em mistos de sentimentos.

─ Me desculpe, estava confuso e não queria tomar uma decisão que afetasse nós dois — suas mãos acariciaram minha bochecha ─ Não me afaste, por favor.— implorou em súplica.

─ Então por que está fazendo isso? Nos torturando desse jeito.— ergui minha cabeça em sua direção, seus lábios tentadores estavam pertos o suficiente para arrancar toda a minha sanidade, as orbes fulminantes estavam em uma imensidade na qual temi ser possuída, transbordando o calor através do marrom e azul.

Era assustadoramente avassalador

─ Porque mesmo morando na galáxia mais longe, eu vou querer você, seja hoje, amanhã ou daqui a anos, Crystal Walker sempre estará nos meus pensamentos.— Jimin declarou extraordinário demais, tocou profundamente cada estilhaço da minha alma e beijou suavemente cada ferimento da minha alma.

Seus dedos rasparam por minha nuca, subindo entre os fios negros, seu braço circulou por minha cintura, agarrando firmemente, arrepiando minha pele sensível através do tecido delicado.

Tirando uma das mãos do meu corpo, tirou de seu bolso um par de alianças.

Instantaneamente, um anel dourado foi colocado em meu dedo anelar, percebi um detalhe que faz com um sentimento vagaroso criasse um paraíso de contestações.

─ Isso são nossas iniciais?— perguntei com a voz emocionada, enfeitiçada por sua loucura sublime.

─ Tenho essa idéia comigo desde do dia no estúdio quando você disse que não iria fugir, só estava esperando o momento certo.— engoli um suspiro quando seus lábios causaram a queda de raciocínio, distribuindo selares por meu pescoço, puxou com um pouco mais de força meu cabelo, sem me machucar, arqueando minha cabeça para que ele tivesse mais acesso sobre meu pescoço.

─ O que acha? Aceita se tornar a senhora Park? A garota enigmática e o garoto melancólico, até o fim?— seu tom harmônico fez chamas e criou um incêndio em minhas inseguranças.

Soprou, permitindo sua respiração quente atravessar meus limites, reprimi o sorriso ao perceber sua forma de me seduzir.

─ Seu amor é um jogo.— falei, absorvendo o ar dos pulmões, instintivamentei contornei seus olhos hipnotizantes, seu nariz, suas sobrancelhas, os fios castanhos que faziam sua face ser a mais encantadora beleza.

Por último meu dedos tocam sua boca, sentido a maciez e o desejo aumentar em medidas frenéticas.

─ E nele eu sou a perdedora mais feliz.— concluí com um sorriso bobo, a alegria na expressão do garoto é como se tivéssemos experimentado a eternidade em frações de segundos.

─ Agora pode beijar a noiva!— gritou Aaron, em tom travesso.

O calor afetuoso me desmontou e deixou a mercê de um céu noturno estrelado.

Sou inteiramente feita de resquícios de sanidade. A pele dele deslizava pela minha era macia e quente, meu coração derreteu-se através das veias intoxicadas por sua boca convidativa movia-se fervorosamente contra a minha.

Ele beijava absolutamente bem

Quase desapareci em seus braços 

Minha mente voou para longe, talvez na superfície da lua ou presa em um mundo de imaginações, porque a nossa junção era está sobrevoando no paraíso.

Park me consumia ao desfrutar de nossos lábios juntos 

Sua língua entrou em minha boca, deliciando-se com os arfares que escapavam, temerosos se a qualquer instante o céu evaporaria. Todas as chamas subiam por minhas pernas, na base do meu estômago, mantendo meus olhos fechados e meu fôlego preso.

Éramos feitos de metáforas 

Apaixonantes 

Melancólicas 

Tristes

Alegres

Encarei o nosso genuíno amor, um sentimento honesto que me fez duvidar o que é realidade e o que pode ser considerado fantasia.

O vício se concretizou quando percebi que a intensidade dos beijos, das declarações, dos apertos fervorosos eram o desfecho.

Park Jimin era maléfico ao tornar despedidas tão lancinantes assim, e mesmo implícito, fervia em um peso angustiante.

─ Eu sou unicamente seu, Crystal, só seu…— embriagado pela volúpia ele disse, eloquente em um estado alucinado, nossas testas se tocaram expandido o tempo que possuímos juntos.

Escutei os aplausos de nossa pequena plateia e apenas ingnorei.

Não me importei quando formei uma bolha só nossa, quando senti o aspecto de euforia pungente aos poucos entrar em meu sistema.

Era tocante e profundamente mágico

A calidez fez com nossas ações se intensifiquem.

Uma poesia trágica 

Entre um garoto confuso
 
E, uma garota fragmentada 

Que os céus danificaram 

Que as dores ultrapassaram

Que os corações finalmente haviam se quebrado.

Quando enfim nos separamos, seus cílios batem sonoramente, em um ritmo gradativamente mais lento, suas pálpebras demoramente abriram para revelar suas orbes elevando devaneios tolos.

Encostei minha cabeça em seu peito sentindo seu batimento cardíaco desregulado, abri um sorriso convencido, uma ação simplória, mas importante.

─ Você é a noiva mais linda que já vi.— elogiou apaixonado.

Susan e seu namorado nos acompanharam em uma dança, a música relaxante preencheu o ambiente.

─ Você não viu muitas noivas para dizer isso com tanta certeza.— cínica retruquei, sua fragrância harmoniosa entrou por minhas narinas, me relaxando.

─ Então acha que devo ver mais outras?— entrou em nossa provocava, sarcástico.

─ Tente isso e vai receber um papel de divórcio na sua mesa.— mumurei enciumada, sua risada contagiante trouxe um mundo pacífica.

Em passos vagarosos sou conduzida em uma dança cheia de ternura, com distintas palavras que marcam minha pele em fins não descritivos.

─ Sabe qual é o real motivo que azul é a minha cor preferida?— emitiu perto do meu ouvido, causando um arrepio pela ventania gélida.

─ Qual?— levantei meu rosto, parando alguns minutos para apreciar a sua aparência cativante.

─ Porque lembra da cor dos seus olhos e agora especialmente, da cor do seu vestido no dia do nosso casamento.— Park adentrou sorrateiramente em minhas barreiras e tomou tudo para ele.

Encarei as esferas castanhas luminosas e me deletei com a magnitude do garoto de olhos melancólicos.

Um sorriso foi minha resposta

─ Qual o significado dessa flor?— apontei para o buquê em minha mão esquerda.

Ele segurou meu pulso e beijou suavemente minha pele, analisou  as tulipas vermelhas.

─ Amor verdadeiro— repetiu ─ Amor fervoroso.— até que ecoasse como uma canção sobre uma paixão incandescente.

Tulipas vermelhas

Reproduzi internamente 

Amor completo

Tocou ferozmente meus lábios, retirando minhas forças, atormentando minha consciência e inteiramente consumindo  como um fogo incandescente e destroços de ruínas.

Queria dizer e gritar o quanto amá-lo me proporcionou todas as singelos imperfeições da vida.

─ Hoje é nossa última noite, estou certa?— perguntei engolindo em seco, com a tristeza me dominando.

Ele parou por alguns segundos e deixou o silêncio prevalecer

Era a verdade

─ Contei ao meu pai que aceitei e ele disse que é melhor voltar imediatamente, para me preparar para os testes.— disse, tentei não transparecer e deixar nítido em como aquilo machucava.

─ Serão 4 anos, acha que ainda estaremos juntos?— tentei dispensar a angústia ao pronunciar.

Minhas falas me desprezaram

As gravuras nos anéis mostraram o início na mesma medida em que anunciaram o desfecho.

─ Mil quatrocentos e sessenta.— começou quebrando o vácuo frágil em que estávamos ─ Você diz que quer minha felicidade, mas esqueceu que quem me proporcionou ela foi somente você, é exatamente mil e quatrocentos e sessenta dias, em que mesmo longe não irei deixar de pensar em nós, em cada segundo será apenas Crystal Walker em minha mente.

Jimin segurou meu rosto entre suas mãos e a persistência deixou nítido talvez nunca existisse um final feliz.

Seu olhar eencontra-se com o meu

E vejo claramente

Seu coração, sua alma, completamente entregues a mim.

Estávamos vulneráveis e propícios a um destino dramático.

Voltei a deixar minha cabeça sobre seu peito, as lágrimas surgiriam como um alerta.

Sobre um casamento sublime, com lágrimas deploráveis e uma emoção complexa marcamos nossa despedida.

Nossas sinulheitas marcaram a última dança juntos.

Pelo céu beirando ao perfeccionismo desfrutei da nossa obscuridade.

Porque eu sabia que na manhã seguinte não iria encontrá-lo ao meu lado.

Entretanto, naquele momento, talvez a morte mais súbita não poderia nos separar e desejei em um precipício fatal que durasse um pouco mais.

Porque após tantas declarações, tantas emoções era inevitável.

O amor chegou da forma mais fascinante em minha vida e partiu da maneira mais dolorosa.

(...)

Continua?

Esse foi nosso último capítulo 🤧🤧

Me diz o que você mais ama em TSI ❤

Não se esqueça de deixar seu voto e seu comentário sobre o capítulo, me ajuda muito mesmo.

Como está o coração com esse final?

Calma que logo logo tem o epílogo.

O que mais te atraiu para ler Todas as suas imperfeições? Me digam, por favor.

Preparados para o epílogo?

Até a próxima semana ❤❤