e p í l o g o
Chaos
🥀
4 anos depois
Dizem que sonhos revelam o estado mental de cada ser, em tese isso revela nossos maiores medos, nossas inseguranças e os momentos felizes que marcam.
Existe uma linha tênue, sonhos e pesadelos, anseios e tristezas, amor e dor.
Talvez eu sentisse todas essas sensações abrangendo cada parte dos meus pensamentos, uma loucura que em passos precisos arrancava cada sopro de vida que me pertencia.
Era satisfatório
Sentir a emoção que a qualquer instante posso perder algo faz com que aproveite todos os dias mais intensamente.
Encaro o teto branco, em um tom de gelo sombrio, as paredes agora em cinza deixava com que tudo transmitisse calma, meus dedos tocam na poltrona de couro marrom.
O ar-condicionado deixa um ruído um pouco incômodo, as gotículas de suor descem como águas cristalinas. O relógio preso na parede marca ainda o início de uma tarde monótona, o piso amadeirado está brilhando.
Tudo estava completamente em paz
Suspirei aspirando o ar puro, meus lábios abrem e se fecham automaticamente, como uma ventania leve permito com que minhas pálpebras descansem por alguns segundos.
Os últimos anos foram difíceis de lidar, mas com o apoio de Susan e Aaron consegui não desistir. Há dias estou anciosa, pensando em como tudo mudou e como as pessoas se transformaram, voltar a terapia não foi fácil, ter acompanhamento psicológico foi inovador, muitas vezes estava tão cansada que pensava que nada daria certo, todavia, o desejo de ser a minha melhor versão permanecia vinculando em meu corpo.
Frequentei uma nutricionista para auxiliar minha alimentação, confesso que foi aliviador ser o suficiente para o início da minha felicidade. Não obtive contado com Katherine, nos primeiro dois anos suas ligações não cessavam, contudo, assim que bloqueei seu contato e evitei retornar ao lar que plantou tantos traumas em minha vida, sua participação em meus pesadelos diminuiu.
─ Como está se sentindo, Crystal?— pergunta Erick enquanto digita algo em seu computador, sua voz sai tranquila embora eu soubesse que também estava nervoso.
─ Já disse que estou bem, não tive uma recaída durante esses seis meses.— repeti sentindo minha garganta doer, a ansiedade tomava conta dos meus pensamentos.
Ele examina detalhadamente meu rosto, um sorriso sutil aparece em seus lábios.
Eu havia tido algumas recaídas ao percorrer do trajeto de um recomeço pacífico.
Após anos sem sequer colocar o cigarro em meus dedos, me entreguei novamente ao vício destrutivo, entretanto, toda vez que caía sendo consumida pelo medo, encarava a aliança que Park havia deixado para sempre lembrar do que nós éramos, e de alguma forma isso me fez forte. Estávamos tendo um bom progresso, desde que pedi para que me ajudasse tentei a cada dia, lutei contra mim mesma, tive incontáveis motivos para fugir, mas escolhi insistir.
Porque, talvez bem nas profundezas do abismo eu possa ainda ter uma chance.
Possuir uma salvação
─ Está tudo bem, estou tão ocupada com a mudança que nem pude pensar em voltar, estou focada.— digo sincera, seguro uma mecha do meu cabelo, os fios escuros como uma noite escura estavam bonitos, um despreocupado sorriso preenche meu rosto.
─ Mudança? — franze as sobrancelhas, duvidoso.
─ Decidi tentar morar sozinha, embora dividir o apartamento como Susan fosse bom, ela e Aaron precisavam de privacidade, estou me preparando para uma entrevista de emprego, me concentrando ao máximo para conseguir a vaga.— declaro sendo objetiva, estava exausta, mesmo após nossa formatura ainda morava com minha amiga, queria pelo menos pela primeira vez ser independente.
─ Como estam seus pesadelos? O passado ainda te aflige?— emite aparentemente preocupado.
─ Não estam tão constantes como antes, depois que decidi cortar qualquer tipo de ligação com Katherine as lembranças daquela época não tem tanta força.— falo, resolvendo dizer todo o difícil projeto que está sendo ser totalmente desprendida das coisas que me impediam de viver.
─ Ontem Susan me levou a uma loja, sei que pode parecer simplório mas foi algo marcante, quando me encarei no espelho não pensei no que ela falaria, em suas piadas ácidas, eu apenas me sentir incluída, pela primeira vez achei o meu reflexo bonito, como se aos poucos eu aprendesse a amar uma parte minha.
Confessei, distraída pela imensidão da luz que estava entrando em meu caminho, mordiscando a pele sensível dos meus lábios.
Crystal Walker estava em um trajeto só seu.
Erick avalia minhas palavras, até se distanciar de seu computador, levanta e ergue uma folha de papel em minha direção, pego insegura do que pode se tratar.
─ Soube da sua entrevista, conheço um dos proprietários e fiz uma carta de recomendação sobre você para a clínica.— fala orgulhoso, uma risada supresa prevalece quando me levanto e abraço o mais velho, permitindo com que lágrimas de alívio saem, o valor do amor faz meu coração bater fortemente.
─ Muito obrigada de verdade, isso é muito importante para mim, agradeço por absolutamente por tudo.— agradeci feliz demais, emotiva o suficiente para não conseguir pronunciar nenhuma sílaba completa.
─ Não agradeça, durante todos esses anos tivemos um grande avanço e eu vejo o quão diferente você está, será uma ótima oportunidade para seu futuro.
Declara e sabe exatamente como fazer com que eu queira dizer mais vezes todos os agradecimentos complexos.
─ Hoje é nossa última consulta então em comemoração a isso, pode sair mais cedo, vá logo contar a sua amiga.— com o tom humorístico, Erick faz com que a atmosfera se assemelhe a um lugar colorido demais, todas as sensações ruins passam e vão embora.
Porque isso é magicamente reconfortante
Porque a emoção de liberdade é esplêndida
Durante anos vivi apenas para sobreviver, não me importava com nada e ingnorava as emoções de todos em minha volta, a minha dor era algo grandioso o bastante para me deixar cega.
Ludibriada com a tragédia
Um sonho inofensivo que sorrateiramente se aproximou e com adegas cortantes deixou cicatrizes imensas, um lapso temporal entre fatores cruéis e que continuadamente transforma-se em apenas segundos duradouros.
Sobreviver era árduo e viver era ilusório demais para feitiços intocáveis.
Contos de fadas mentem e enganam, contudo ensinam que as vezes finais felizes possam existir, mesmo que no final a princesa termine sozinha.
Tento afastar essas idéias absurdas de minha mente.
Era uma nova chance
Uma jornada após a destruição da barreira que separava a liberdade.
Desnorteada
Era o estado em que eu me encontrava quando sai do lugar, o ato de simplesmente permitir com que alguém me ajudasse fez como que meus ideais mudassem gradativamente.
Encostada em seu carro estava a garota de cabelos loiros, os fios brilhavam junto aos raios solares tórridos. Ela acena para mim enquanto corro até seu alcance, seus braços me acolhem como uma temporada primaveril e desmontam qualquer pessimismo que tente me pegar.
─ O que ele disse? Como você está? Anda Crystal diga algo! Me diga se você está finalmente livre.— disse animada, os olhos âmbar demonstram um entusiasmo exorbitante.
─ Estou finalmente pronta para superar!— respondi na mesma entonação, seu abraço se intensificou quando percebir que Susan estava chorando, me afastei e toquei em seu rosto.
─ Nada de choro, nós combinamos que hoje seria um dia comemorativo.
Lembrei de nossa promessa, ambas ficariam felizes com a conquista da outra, sem tristeza ou qualquer sentimento deprimente.
─ Não consigo controlar, me sinto orgulhosa demais da sua conquista, a Crystal de quatro anos atrás se tornou isso, uma mulher corajosa, entre logo no carro senão nunca irei parar de chorar.— murmura enquanto tenta limpar seu rosto, deixo com que uma risada escapasse, era hilário demais nossa situação.
─ Como está Aaron? Se resolveram?— questiono curiosa, uma música com uma melodia angelical toca pela rádio, o carro seguia um ritmo lento, encaro pela janela a paisagem.
─ Estava esperando para te contar, estou estou noiva!— meus olhos se arregalam, a encaro sem acreditar em suas palavras até ela mostrar sua mão, um anel dourado com uma linda pedra de diamante em seu centro.
─ Quando isso aconteceu? Como?
Era notório sua energia contagiante e pude perceber em como estava inerte a tudo.
─ Ele me convidou para conhecer seus pais e durante o jantar se ajoelhou diante a todos, falou palavras tão lindas, foi perfeito de todas as formas.
A garota estava com as bochechas em tom avermelhado, seus olhos deixavam transparente sua conquista.
Quando eu invejava o sorriso de Susan achei que nunca poderia ter aquilo comigo, afinal minha vida estava fadada ao superficial.
Até a chegada dele.
─ Nunca pensei que um relacionamento da faculdade iria durar tanto e agora casamento, parabéns!— declaro soando feliz com sua união, eles merecem tudo.
─ Você será minha madrinha sem pense em negar, assim como eu fui a sua no seu casório com Park Jimin.
Quando o nome do rapaz saiu de sua boca, dramaticamente meus batimentos machucam com sua frequência dolorosa, um aperto sufoca minha respiração.
Forcei um sorriso quando ela me olhou, havia tristeza em sua face.
Desde do dia em que o garoto partiu nunca mais nos falamos, até tentei mandar mensagens, porém temia com que isso interferisse em seu treinamento.
Recusei suas ligações, mesmo nervosa para falar com ele, não podia.
Porque eu estava quebrada demais para arrastar sua existência em labirintos mortais.
Quando Jimin aparecia em meus sonhos, todas as situações por quais passamos vinham em minha consciência, seu toque cálido sobre minha pele, suas carícias em meu cabelo e principalmente suas dóceis palavras.
Todas as vezes eu o apertava fortemente com medo que ele simplesmente desaparecesse, sempre quando acordava o desespero se aproximava como um veneno.
A distância entre nós dois era arriscada demais para minha sanidade
O amor magnífico de seu coração era demasiado puro para uma mera sobrevivente
Minhas ligações tinham um único propósito: saber se ele estava feliz, o problema era a saudade que inflamava e não permitia com que a tranquilidade chegue.
Eu escolhi ignorar suas chamadas porque tinha a absoluta certeza que pediria para ele voltar e ficar ao meu lado.
Era um desejo egoísta
Então meus sonhos com ele pararam e fui levada a loucura, percebendo que talvez o garoto fosse apenas uma ilusão minha em meio a tanto sofrimento.
Deplorável ao universo
Nocivo ao destino
Os primeiros anos foram uma tortura, era inevitável não pensar nele, era impossível fugir do seu impacto em mim.
Era inexplicavelmente lesivo amá-lo por tantos anos e perigosamente fascinante deixar de pensar nele.
─ Desculpe, não queria magoar você, não vou mais falar dele, está bem?— Susan me encara com pesar, ela sabia que a minha história com Jimin já havia chegado ao fim.
─ Está tudo bem, pode falar dele, mesmo que não estejamos mais juntos, não posso anular sua existência.— suspirei, apreciando a imagem divina, o céu azul vívido e o sol brilhante, presumi que esse era o início da temporada de verão.
─ Sei que faz anos que vocês não se falam, mas converse com ele pelo menos uma vez, Aaron me contou que Park Jimin sempre pergunta sobre você, se está bem, se você está se alimentando bem. Mesmo que não voltem, pelo menos uma única vez fale com ele.— conta me assustando com a seriedade transmissível em seu rosto.
Com os dedos trêmulos toco na janela, o vidro transparente marca minhas digitais, resolvo não dizer nada, pois sabia que não possuía respostas para isso.
Encaro minha mão, a lembrança de quatro anos atrás me pega desatenta, o dia em que nos casamos, o último dia em que o vi.
O anel ainda está em meu dedo
Grafado com nossas iniciais
Em um registro que manchou a figura da perfeita junção.
Susan decidiu nos levar para um dia de beleza, assim pude comprar roupas para minha entrevista de emprego. A clínica era respeitada por todos, qualquer chance de que eu consiga esse emprego é mínima.
Afinal como pode uma pessoa destruída ajudar outros?
Era uma questão difícil contudo tentei evitar novamente o pessimismo.
Eu conseguiria
Mesmo que a vaga não fosse minha, ainda sim tentaria melhorar para me tornar uma psicóloga adpita para auxiliar a mente humana a se conhecer, para compreender o medo, a dor, a alegria, para conhecer os estímulos das emoções.
"A melhor versão de mim mesma"
Repeti diversas vezes para que se concretizasse, a princesa perdida estava se encontrado, em meio ao tumultuoso caminho, ainda sim pelas brechas a luz alimentava minhas esperanças.
─ Tenha foco!, sei que você consegue.— a garota tenta me motivar, arrancando uma risada sincera minha.
Amanhã seria meu início
O tempo passou velozmente, já era noite quando saímos das lojas, encarando a majestosa lua, enxergando seu brilho poderoso pensei em todas os luares em que tive sua companhia.
─ Me deixe aqui, por favor Susan.— falo de repente a surpreendendo.
─ Logo aqui? Tem certeza?— questionou aflita, encarando a rua e os possíveis perigos.
─ Conheço esse trajeto sei onde me levará, não se preocupe e cuide-se.— sussurrei, não sabia o porquê de está ali, o motivo pelo qual minha mente insistiu em parar nesse lugar.
Quando coloquei meus pés para fora do carro a brisa gélida levanta minhas dúvidas, quando minha amiga foi embora, a razão escapa diante dos meus olhos.
O que está acontecendo comigo?
A medida em que me aproximo sinto a inquietude dominar o ar dos meus pulmões.
Resolvo correr como se espinhos cortantes estavam próximos o suficiente para acabar com minha vida.
Minhas pernas tremem como se tivessem sido jogadas contra um precipício, minha carga torácica perfura minhas costelas, sinto que estou preste a ser consumida por chamas vibrantes que queimam minhas cicatrizes.
Até chegar ao local e perceber que o meu refúgio continua o mesmo.
A ponte
Me precioso local seguro, que me protegia dos monstros criados por mim.
O lugar que me abrigou
Encosto meus braços sobre o parapeito da ponte, percebendo que não haviam mais rachaduras. Tiro do bolso de minha calça uma caixa de cigarros, coloco um sobre minha boca mas não o acendo.
Era um experimento, eu resistiria para sempre ao vício?
Espero silenciosamente a vontade de me entregar, somente ter a depreciação de não resistir ao perigo.
Todavia, nenhuma emoção veio.
Um sorriso escapa de meus lábios, era a prova que não precisava mais depender de acabar com a minha saúde.
─ Crystal…— uma voz rouca preenche o ambiente, senti a adrenalina correr por minhas veias, o tom grave faz insanidade em mim.
Era uma alucinação
Uma perfeita alucinação
Viro meu corpo até encontrar o controle escapando de minhas mãos.
Park Jimin
Estava perdidamente enfeitiçada, porque estava vendo claramente ele em poucos passos de mim.
Nego seguidas vezes, balançando a cabeça em negação.
Com o olhar tenso acompanho suas ações, tentei absorver a ideia que isso era apenas uma ilusão minha.
O problema era que esse Park Jimin era distintos de todas as minhas recordações, meu cérebro lutou para entender que aquele rapaz era um homem e era inevitavelmente real.
Então ele caminhou até mim e tirou meu fôlego.
Era ele
Duvidei da minha própria visão, Jimin estava totalmente mudado.
No entanto, ainda possuía a pele macia levemente bronzeada, os mesmos fios castanhos escuros e artisticamente o mesmo olhar nebuloso, aquele que tira todas as frases e faz a cegueira da paixão incendiar o mundo.
Sua expressão não era mais de um garoto melancólico, a elegância de sua postura e a expressão inexpressiva em sua face faziam com que se tornasse cada vez mais atrativo olhá-lo.
Uma blusa branca que presumi que fosse de seda, um casaco cinza, usando uma calça preta, sua miragem assemelhava-se a um anjo.
Era cativante e torturante sua figura.
Em escassos centímetros de distância pude desfrutar dos detalhes atraentes em seu rosto, os lábios incrivelmente rosados e o olhar profundo como um mar violento me atingem.
─ P-Park Jimin, o que faz…— cumprimentei sem jeito, inquieta o suficiente para ser levada junto ao vento.
Antes sequer que eu possa completar minha frase seus braços circulam meu corpo e apertam firmemente, deixando com que eu derreta sobre seu abraço, permitindo com minha respiração seja interrompida com tamanha força que sou presa.
Senti todas as partes do meu corpo imóvel, meu coração estava em frequências desconhecidas e tive a certeza de que ele estava escutando meus batimentos. Suas mãos cruzadas em mim, me puxam para mais perto como se uma colisão entre nós fosse fatal.
Jimin enterrou sua cabeça na curvatura do meu pescoço e aspirou meu perfume, seus dedos mexem em meus fios.
Era terrivelmente patético sentir que estou sendo destruída somente ao seu toque.
Afasto rapidamente nossos corpos, afetada pelas emoções dolorosas que tentavam chegar novamente até mim.
─ O que faz aqui? Não estou sonhando?— disse abismada, disparando contra ele, seu braço agarra minha cintura enquanto seus dedos tocam meu rosto como se estivesse memorizando cada detalhe meu.
─ Então quer dizer que sonha comigo?— pergunta sarcástico com o tom convencido, encaro o cigarro caído no chão, a supresa por sua presença fez com que ele parasse ali.
Sua mão segura delicadamente meu queixo, seu dedo se locomove e encaixa perfeitamente sobre minha boca.
─ Senti tanto sua falta.— sussurra rouco, a tempestade em seus olhos castanhos percorrem por meu subconsciente.
Minha razão dizia para me afastar e ingnorar sua presença.
Entretanto, quando o caótico veneno está charmoso demais a ruína parece bela o suficiente para entregar minhas defesas.
Vagamente seu rosto se aproxima, estamos em mínimos centímetros um do outro.
Minhas mãos se encontram espalmadas sobre seu peito, a calidez de sua pele desmancha minha noção, o perfume harmonioso invade minhas narinas.
─ Garoto de olhos melancólicos — esclareço que é real, minha descrença está evidente e minha fragilidade está exposta.
Quando o chamo assim o olhar lamentoso deixa a mercê de uma catástrofe.
Seus lábios lentamente se aproximam, o desejo invade minhas ações, não quero evitar, não quero impedir com que a avalanche nos condene.
A saudade era imensa que acabava comigo.
Éramos péssimos mentirosos
Quando o encaro novamente enxergo a vulnerabilidade em seus olhos, vejo o medo estampado.
Ainda éramos os mesmos
Pessoas destruídas
Sua boca toca a minha e quase deixo com que um suspiro de alívio saía, sou partida em fragmentos quando o beijo se intensifica, Jimin devora cada parte minha com faíscas mortíferas.
Meus lábios estam sensíveis e minhas emoções em combustão.
Ele incendeia nosso destino
Sua mão segura minha nuca e me aproxima mais, nossos corpos enroscam um ao outro.
O modo como me toca, o suave e inebriante modo em como faz com que eu perca meu raciocínio, se ele dissesse que naquele momento estávamos em uma galáxia distante, eu acreditaria, porque as palavras mais complexas e extraordinárias estavam vindo dele.
Com uma força mais precisa, seus lábios tentadores devoram os meus com uma maciez impressionante.
Então nos separamos
Com a respiração irregular e mais tolos do que nunca.
─ Me desculpe, perdi o controle quando vi te aqui— diz baixinho ─ Só quando percebi que era você, fiquei louco para confirmar se aquilo não era um devaneio meu.
─ Park.— falo simplesmente, vendo seu humor mudar drasticamente, seu olhar angustiante machuca meu coração.
Em um suspiro frustrado seu corpo se desmonta em meu ombro, a dor sorrateiramente se acomoda.
─ Você sentiu minha falta?
Fecho meus olhos com sua pergunta, sua respiração quente sobre minha pele faz uma colisão entre o ilusionismo e a realidade.
Não sabia o que responder, dizer a verdade ou mentir?
Trazer ainda mais dor a nós dois ou encerrar tudo isso?
─ A cada dia não deixei de pensar em você.— confesso, suas mãos presas em meu quadril apertam como se a qualquer momento fôssemos brutalmente separados.
─ Então por que durante esses quatro anos você nunca atendeu minhas ligações? Por que evitou minha aproximação?
Com a voz tão baixa, soando a insegurança, implora por minha sinceridade.
─ Porque eu não estava pronta para amar alguém.
Em um ato delicado, seus dedos percorrem por minha pele e distribuem um amor intocável, uma emoção avassaladora de afeto.
Amar alguém é a sensação mais deslumbrante que alguém pode ter, é a luz em meio a uma tempestade assombrosa, o problema é que ao doar cada destroço meu para Park Jimin, o amor se tornou o sinônimo do mais lesivo caos.
─ Ninguém está pronto para o amor, garota de olhos enigmáticos — ele fala dócil ─ Amar não necessita de sacrifícios quando o sentimento é intenso o bastante para abalar nossas estruturas.
─ Eu tive medo — declaro lúcida, expondo novamente um lado que só ele viu, os meus destroços ─ Você estava feliz, mas eu sentia sua falta, era uma tortura perceber que talvez aquele dia foi nosso último encontro, sabia que se falasse com você, pediria para voltar, não era um bom momento.
Diante minha declaração, sua face se ergue em minha direção, deixando um discreto semblante amável preencher nossas lacunas.
─ Nunca deixaria você. — diz.
O amor é um jogo perigoso, eu me arrisquei e fui atraída com o encanto de Jimin.
─ Não faça promessas que não pode cumprir.— retruco, acariciando seu cabelo, levemente ajeito seus fios rebeldes.
─ Então não tenha medo do que não pode prever.— provoca e uma singela risada se faz presente.
O garoto de olhos melancólicos estava impregnado em mim, em minha alma, em minha memória afetiva.
Ele tomou tudo para si
─ Por que está aqui? Não devia está na Coréia?
Aaron me contou algumas coisas sobre o rapaz, ele estava em um papel central, encantando as pessoas com seu espetáculo, sendo o protagonista de despertar comoção.
─ Interpretei tão bem o papel que os treinadores me deram um mérito, escolhi voltar para Phoenix por você.— sussurra sobre minha boca, fazendo com que toda a armadura caía sobre seus pés.
Sorri satisfeita por sua conquista que colei nossos corpos novamente.
Lágrimas presas começam a sair quando suas mãos mexem em meu cabelo, o aperto em meus braços temendo com que me tirassem dele.
Que a tragédia nos atingisse
─ Não é para sempre, estou certa?— percebendo seu silêncio, pude notar que nosso relacionamento não possuía mais salvação.
Sinto seus músculos tensos, a realidade que muitas vezes me machucou ataca ferozmente.
─ Consegui apenas dois meses de folga até a próxima apresentação.— confessa, um peso é colocado contra mim e perco minhas expectativas.
─ Acabei de chegar e a primeira coisa que fiz foi te procurar.— declara, com suas íris brilhantes me hipnotizando, estávamos conectados, impregnados um no outro.
Park Jimin e Crystal Walker foram feitos para fins momentâneas e nunca para permanecerem juntos.
Essa era a verdade não dita
─ Como pude ser tão inocente? Era óbvio? Nós nunca conseguiremos ter uma relação normal.
Machuca
Atravessa como uma espada apontada em meu peito.
─ Nunca fomos normais, Crystal.— pronuncia em um timbre rouco em meu ouvido, mantenho uma distância segura para segurar seu rosto em minha mãos.
─ Você diz como se tivéssemos salvação.— resmungo expressando nosso final lastimável.
Esse era o momento cruciante.
O ponto final de nossa história ou o início dela.
As estrelas brilhantes refletem pelo céu noturno, as luzes criavam um cenário intergalático, como se tivéssemos em órbita de um sistema solar só nosso. Seus lábios distribuem selares em minha mão, seus olhos hipnotizantes adornavam junto ao clima pacífico.
Era único
O âmbar conquistou a luz, chamativos como planetários sobre um amor impossível.
Certa vez li um poema que dizia que o amor era como um horizonte formoso e que aos olhos de todos era perfeito, apesar disso, bem adentro desse lugar havia falhas que só o mais corajoso ser atravessaria.
Quando esse sentimento vai além das restrições, quando as imperfeições são vistas e apreciadas igualmente as qualidades, é somente assim que podemos distinguir o que amar.
É ir além do que a sociedade permite
É perceber que as vezes ele pode surgir nos momentos mais difíceis.
─ Eu te amo.— Jimin possuía a sinfonia em sua voz, porque suas palavras entrarem em minha mente e a dominam perfeitamente. Como as tulipas que me deu na noite de nosso casamento, as flores desabrocham quando essa frase tocante nos locomove em uma dança fantasiosa.
Alguns amores nos levam a ruína
Outros nos conduzem ao céu
Mas Park Jimin me levava a um paraíso celestial repleto de erros, a um jardim de espinhos, mas a beleza está lá, pois os pedaços de nossos corações estam instáveis.
Descontrolados mas tragicamente unidos.
─ É por isso que tenho certeza que iremos continuar juntos, é por saber que isso é tão forte que se torna imbatível, não importa essa distância, não importa se eu te ver por apenas um mês, contanto que esteja ao meu lado serei a pessoa mais sortuda desse mundo.— meus olhos se encontram com os seus, há coragem e determinação, há medo e receio mas acima de tudo possui a eloquente paixão.
─ Eu também amo você, talvez esteja louca mas não ligo, vamos nos entregar Jimin, a um final imperfeito.— sorri quando seus braços me erguem em seu colo e me perdi quando seus lábios avançaram sobre os meus, e naquela noite, somos infinitos.
Eu não sei o que nos reserva no futuro, mas por aquele precioso tempo, desejei permanecer ao seu lado, embalada com seu ternura e embriagada em seus abraços.
─ Me leve as estrelas, Jimin.
─ Então me permita desfrutar o paraíso em seus lábios, minha esposa.— confessa e num nuance temporal, possuímos tudo.
Temos as sentenças de uma tempestade e a crença de um sentimento sublime.
Não éramos a salvação um do outro, muito pelo contrário, éramos a destruição temível.
Contudo, até as estrelas mais apagadas terão sua chance de brilhar.
Pois Park Jimin se tornou a calmaria mais tempestuosa que encontrei em minha vida.
FIM
Reescrevi esse final tantas vezes que simplesmente estou nervosa e emocionada.
Muito mais muito obrigada mesmo por terem dado uma chance a Todas as suas imperfeições, por terem acompanhado a história da Crystal e do Jimin.
Me digam o que acharam do final ❤
Obrigada pelas 6k de leituras e 1k de votos, todos vocês são incríveis.
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