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Verde


   Marinette, sempre achei seu nome interessante, no dicionário popular significa: "Que vem do mar". Merda! Seus pais acertaram em cheio, você tem o encanto de uma sereia.

   Entretanto, nunca te disse isso, nunca te disse nada do que eu pensava, nem do que aconteceu do passado ou acontece no presente. Deve ser por isso que hesita tanto em nosso relacionamento.

   Esse é o motivo de eu estar fazendo a coisa mais ridícula que já fiz em toda a minha existência, escrevendo uma carta idiota. Por favor, não me ache ridículo amanhã, essa foi a única forma que achei de dizer tudo, até pensei em mandar uma mensagem, mas ficaria digitando por tanto tempo que você se irritaria, com razão.

   Peço que tenha um pouco de paciência e leia cada linha sem pular nenhuma palavra com ansiedade, será um sacrifício porque vai ser uma carta bem grande, pode fazer isso por mim?

   Agora, sentado no parapeito da janela vendo os pontos de luz da cidade viva e totalmente desperta em baixo de mim, apesar de já ter passado da meia noite, lembro da nossa forma peculiar de comunicação. As cores. Foi uma idéia incrível que você teve quando éramos crianças birrentas. Vou usá-las para separar as fazes dessa carta, mas antes, quero te contar meu lado da história.

   Lembro-me perfeitamente daquela tarde, foi nosso primeiro dia de aula no ensino fundamental, antes daquele dia eu estudava em casa com uma tutora particular. Não sabia como me portar, nem o que falar, então preferi ficar em baixo daquela árvore desenhando no guardanapo da minha lancheira.

   Uma característica que não mudou em nenhum momento da minha adolescência e atual fase adulta: não me importava com a solidão.

   Foi nesse momento que você chegou.

— Oi. – Lembro de suas bochechas coradas e da animação que transbordava de você. Usava uma fita verde que descobriria depois que amava.

   Te ignorei. Me perdoei por ter feito isso. Mesmo assim, não reclamei quando você se sentou do meu lado e começou a brincar na areia enquanto tagarelar sobre a sua vida. A princípio me incomodou, você era barulhenta e elétrica demais, estava perturbando meu silêncio. Mas depois foi como ser preenchido de uma sensação desconhecida, mais quente. Eu gostei, então deixei que sentasse do meu lado na classe quando saímos do gramado.

   As manhãs na minha casa eram sempre as mesmas: a governanta me acordava, a babá me vestia e eu descia para tomar café da manhã com meu pai. Era a única refeição que fazíamos juntos, mas todos os dias se passavam em um silêncio sepulcral, ele lia o jornal e eu esperava ansioso que ele falasse alguma coisa, entretanto, ele se levantava após terminar a xícara de café preto, deixava o jornal sobre a mesa e partia para mais um dia de trabalho deixando apenas um "Se esforce" como comprimento.

   Porém, naquele dia foi diferente. Seus olhos ainda estavam no jornal quando ele disse:

— Devia fazer amizades melhores, cuidei para que estudasse na classe de filhos de aristocratas e pessoas importantes, faça amizade com eles, não com uma garota bolsista. Se quer uma garota como amiga, tente a filha do prefeito.

   Meus olhos encheram de felicidade. Não pelo que ele disse pois foi uma crueldade que poderia se dizer a uma criança. Mas porque disse, falou comigo, lembrou que eu estava ali. Fiquei tão grato a você que assim que cheguei na escola, ignorei o grupinho que meu pai queria que eu fizesse parte e me juntei a você em um lugar um pouco distante com um daqueles bilhetinhos:

   Quer ser minha amiga?

    ( ) Sim.     ( ) Não.

  Você ficou surpresa e eu também, estava sendo tirado da minha caixinha aos poucos e não consigo expressar minha gratidão quando você assinou no "sim".

   As cores vieram um pouco depois, acho que meu silêncio estava finalmente te incomodando quando você disse:

— Acho que seria bom usar as cores para nos expressarmos, é mais fácil para saber o que o outro pensa. Por exemplo, eu estou amarelo agora, porque estou um pouco irritada com você por não falar, mas estou feliz com a sua presença.

   Concordei, mas não levei a sério, para mim era uma brincadeira como as tantas que fazíamos. Foi só depois de alguns anos que entendi o significado delas.

   Tínhamos por volta de treze anos, foi a primeira vez que fugi de casa. Estava tão revoltado com as várias formas que meu pai achava de me controlar, todo horário do meu dia estava ocupado com alguma aula, estudo, atividade e agora iria modelar com as criações do meu pai. Estava tão farto que simplesmente corri porta a fora de casa, passando pelas ruas de Paris em uma velocidade impressionante.

   Meu ataque de fúria me levou a um parque florestal ao norte onde tinha um píer para uma lagoa bonita. Sentei lá e me deixei quebrar. Os soluços saiam alto, agradeci o parque ser pouco movimentado, assim não teria telespectadores para um momento tão frágil.

    Eu estava sozinho. Pelo menos era o que eu pensava. Como mágica, você apareceu lá quando eu mais precisava, se sentou do meu lado e me envolveu em um abraço desajeitado e me deixou chorar sem dizer nada. Naquela altura eu já havia notado que você e nossas cores pintavam o quadro preto e branco da minha vida. Você é meu tudo, Mari.

  A fita verde estava lá, brilhando em um esmeralda semelhante as árvores que nos cercavam, perfeitas. Meus olhos são azuis, mas tenho certeza que naquele dia brilharam em verde, então mesmo triste, com os sentimentos um turbilhão, naquele dia eu estava verde, porque você me refletia em verde.

926 palavras.

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