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XXV - Salto de Fé

"Todos eles nos alertaram sobre tempos como este. Eles dizem que a estrada fica difícil e você se perde quando é guiado por uma fé cega. Mas talvez possamos nos safar disso. A religião está em seus lábios, e mesmo que seja um falso deus, nós ainda vamos adorá-lo" FALSE GOD - TAYLOR SWIFT

Frederick era um homem honesto, centrado, solidário, e, acima de tudo, bom com as pessoas e ainda melhor com as palavras. Se teve uma qualidade sua que o ajudou na caminhada para se tornar pastor, fora a sua habilidade em dar conselhos.

John ainda se lembrava de quando costumava frequentar os cultos do pai aos domingos. Lembrava-se daquela pequena e esperançosa versão de si mesmo, atravessando a rua de mãos dadas com a sua mãe.

Grace sempre sorria e cumprimentava a todos a sua volta. Ela era luz onde passava, e John ainda se lembrava de como ela costumava enroscar os cabelos loiros atrás da orelha, abaixar-se diante da porta da igreja, e perguntar:

— Você gosta de ouvir o seu pai falar? — Ao que o pequeno John assentia com os dois olhos azuis arregalados.

E gostava. E, quanto mais pensava, mais sentia falta da voz e das palavras. Mas se tem uma coisa que o mundo jamais poderia lhe arrancar de forma tão bruta e inesperada como fez com cada um dos seus pais, era a sua verdade interior.

Cada pequeno detalhe da sua própria história que, mesmo a contragosto, o fez o homem que então ele era. Cada dor. Cada perda. Mas também cada momento de alegria. Cada sorriso. Cada discurso que ouviu do pai.

Não se esquecera de nada.

Frederick costumava dizer que o amor era um salto de fé. Não só o amor a deus, que, como pastor, ele disseminava, mas também o amor num contexto geral. Porque, no final, é isso mesmo que o amor é: Um salto no escuro sem medo de se machucar.

Foi esse pensamento que moveu John a fazer alguns trabalhos extras: Pintura, jardinagem, pequenos consertos, tudo que pudesse ajudá-lo juntar o dinheiro necessário para voltar para o Tennessee.

Não tinha intenção de ficar, claro. Não tinha dinheiro, tampouco vontade. Voltara apenas pra buscar de volta o pouco que houvera deixado para trás: Algumas roupas no armário do quarto alugado, alguns papéis do seguro na gaveta do escritório, e, claro, o coração de Alison Grace.

Ele não se importava de fato com as roupas ou os papéis. Voltara por ela. Voltara porque o amor era um salto de fé, e precisava pular.

Esperou na esquina do prédio comercial no centro da cidade por horas, só entrou quando tinha certeza que Bennet já não estava. Não que fosse tão covarde quanto àquele que tentara lhe comprar descaradamente, mas por respeito ao que teria sido a vontade do seu pai.

Por bem ou por mal, o advogado os ajudou no momento de maior dificuldade, e não era segredo que Frederick respeitava aquele homem que um dia fora seu grande amigo. Por isso, John também não queria desrespeitá-lo, pelo menos não cara a cara.

Não queria arrumar nenhum problema.

Então, somente quando o viu saltar para dentro da BMW preta em seu terno elegante, falando ao celular, foi que John se atreveu a entrar.

Não se identificou. Não esperou aprovação. Só entrou. E, quando abriu a porta do escritório onde trabalhou por vários meses, Alison estava lá, sentada no seu lugar habitual, com os cachos loiros presos em um coque, uma mecha solta, escorregando graciosamente pela lateral do rosto. Ela subiu os olhos sem qualquer pretensão ao ouvir a porta se abrir. Pensou que seria o pai, mas, quando viu que era John, não pôde fazer nada para evitar um sorriso de brotar no seu rosto.

Se essa fosse a cena de um filme de romance, correriam sem pensar, um para os braços do outro. John faria o chão sumir sob os seus pés, enquanto rodopiasse ela no ar.

Se esse fosse um romance de cinema, Alison o beijaria até cansar os lábios, apertaria o seu corpo contra si, como se houvessem ficado separados por vários meses, e não por poucos dias ou semanas.

Mas não era.

Sendo assim, a garota só enroscou o cacho para detrás da orelha, exatamente como John se lembrava de ver a sua mãe fazer quando ele era só criança. Insegura, ela aproximou-se dele e perguntou:

— Como você está?

— Sobrevivendo — ele falou. — Um dia de cada vez.

Os pares de olhos azuis não se sustentaram um no outro por muito tempo. Ela desviou-os para a janela, observou o céu cor-de-rosa, enquanto o sol se punha atrás dos prédios, como se não fosse John Rutherford a sua vista favorita.

Os braços cruzados sob o peito eram uma barreira. Um muro alto. Alison Grace estava se fechando. Tinha motivos para tanto.

Ela sabia muito bem que não podia sentir tudo aquilo que sentia quando olhava os olhos dele. Mas John não sabia, então enganchou os dedos no seu queixo e virou o rosto estreito em sua direção.

— Não faz isso, Ali — sua voz soou como uma súplica.

Não era fácil para ele ser tão forte quanto parecia.

Para alguém que perdeu tudo, acreditar no amor era quase uma forma de protesto. Era quase como se cuspisse na cara do universo em zombaria. "Você não pode me tirar tudo". Mas seria que podia?

— John, eu... — Ela sobrepôs a mão a dele, e a sua intenção, claro, era afastá-lo, mas, quando seus olhos se encontraram, não teve coragem.

O amor era um salto de fé, e, quando John aproximou os lábios para beijá-la, ele saltou, correndo o risco de cair de cara. Não caiu.

Para alguém que teve a vida toda planejada e controlada, se apaixonar tão perdidamente justo pela única pessoa lhe era proibida, era quase uma forma de protesto contra o universo. Ou, talvez, fosse um protesto do universo contra ela.

Não importa. Importa que ambos protestaram.

John protestou puxando seu corpo mais pra perto, apertando-o contra o seu, enroscando os dedos entre os cachos dourados e macios, soltando o elástico que os prendiam só pra poder tocar um pouco mais.

Alison protestou arfando, apoiando a mão na sua nuca, beijando-o da forma mais intensa que podia.

Nenhum dos dois protestou pacificamente.

Entre beijos, John empurrou a papelada da mesa sem pensar duas vezes. A única causa que importava, já estava ganha. A única causa que importava era ela, e a maneira que a sua boca desbravava a dela.

Quanto mais ele a beijava, mais ele precisava. Nunca houvera precisado tanto. Então, deslizou as mãos pela pele macia, desceu pela lateral do seu corpo, enroscou nas suas coxas, e a colocou ali. No lugar que antes pertencia à papelada.

Alison, por sua vez, deslizou os dedos finos pelas costas largas. Sentiu seu cheiro. Ele cheirava a um misto de couro, cigarro e desejos proibidos. Mais do que nunca, Alison também precisava daquilo, mas se privou.

— John — sua voz escapou num sussurro quando afastou a boca da dele.

Ele não queria parar. Investiu outra vez. Os lábios se colaram num beijo rápido, foi só por um segundo e então ela voltar a se afastar, porque tinha um motivo. Um motivo importante.

— John, você fumou.

E ele se encolheu como se uma ferida houvesse sido tocada. Aquela sensação era culpa. Ele tinha feito aquilo algumas vezes desde o velório, escondido, mas a sensação de alivio só durava o tempo necessário para o cigarro virar cinza entre os lábios.

E então vinha a parte do remorso.

Se estivesse ali para evitar, como fez por muitos anos, Frederick jamais teria deixado o filho envenenar o corpo daquela maneira.

Mas John precisava.

Precisava se matar aos poucos. Ferir o corpo de um jeito ou de outro. Se não daquele, com cortes fundos.

O cigarro era discreto. Não deixava marcas eternas na pele. Não fazia as pessoas sentirem piedade. Não causava dor. Pelo contrário, o anestesiava. Sendo assim, era o seu método favorito para tentar diminuir o seu tempo de carma na Terra.

Mas, às vezes, só às vezes, não era drástico o suficiente.

— Foi só um cigarro — ele falou. Ganhou distância.

Foi a sua vez de se fechar.

Encostou-se à parede. Olhou a janela. Ergueu muros altos ao redor do seu corpo, muros que ninguém além de Alison Grace seria capaz de penetrar.

Não sabia se era pelo DNA compartilhado, ou pelo amor que sentia por ele, mas Alison podia ver que tinha algo de errado. De muito errado. Tão errado, que ela nem sabia como pôde demorar tanto tempo para perceber.

Aproximou-se lentamente. Ele estava de costas. Deixou os seus braços passarem por debaixo dos dele, e ele correspondeu, segurando suas duas mãos diante do peito.

Naquele momento, aquilo não era proibido, ou não parecia ser. Então Alison recostou a cabeça sobre o seu corpo, e eles ficaram assim por longos instantes.

Entre os braços da garota que amava, John Rutherford sentiu paz.

Só que a paz, pra alguém aflito, causa medo. Para ele, por exemplo, foi como um baque.

Foi entre os braços dela que John se deu conta: O risco da dor era intrínseco ao amor. Foi naquele exato instante que ele percebeu o quanto tinha medo de perdê-la.

A única maneira de jamais perder ninguém, era nunca mais amar alguém. Mas seria esse um preço justo?

Talvez fosse. Talvez não. Mas era tarde demais para descobrir.

O amor era um salto de fé, e ele houvera pulado sem paraquedas.


Olá, amores!

Demorei mais do que o previsto, mas cá estou de volta. Esse capítulo estava parado há umas duas semanas e eu não tinha conseguido concluir. 

Chegaram várias leitoras novas nos últimos tempo, então sintam-se em casa para comentar, interagir, e me dizer o que estão achando do livro. Responderei sempre que possível.

Estou em um misto de sensações porque esse capítulo tem picos altos, e baixos baixos. 

Alguém tem que proteger meu precioso bebê John, não aguento mais ver ele sofrer. 

Não esqueçam de votar!!!

Beijos!

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