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XXII - Laços que nunca se rompem

"Se você não tem nada de bom pra dizer, apenas não diga nada [...] Jogar sal no meu açúcar não vai fazer o seu mais doce, e mijar no meu jardim não vai deixar o seu mais verde." Biscuits - Kacey Musgraves

Dedico esse capítulo à PaamLourenço


John Rutherford checou a sua imagem no espelho e ajeitou a gravata borboleta junto ao pescoço. Não se sentia exatamente confortável nos trajes alugados que o pai insistiu que ele usasse para a ocasião.

Não se sentia confortável com a ocasião como um todo.

Quando saltaram do táxi em frente aos gigantescos portões brancos sabia que aquele não era seu habitat natural.

A fazenda era muito maior do que aquela em que fora criado, no interior da Geórgia. A casa principal era na verdade uma gigantesca mansão de tijolo à vista, com uma grande piscina no jardim, ao redor da qual as mesas estavam postas com louças caras e guardanapos de tecido.

A primavera decorava as árvores com flores de todas as cores.

A princípio pensou que o terno alugado fosse um exagero desnecessário, mas logo notou que, perto dos demais convidados, ele estava simplista até demais.

Ao passo que caminhava entre os advogados e empresários mais renomados do Tennessee perfeitamente arrumados em seus trajes de grife, notou que sua roupa, na verdade, era idêntica a dos garçons que passavam de um lado para o outro servindo as mesas e carregando suas bandejas de prata.

Quando um dos milionários de cabelos brancos o interrompeu para pedir uma taça de champanhe, ele decidiu arrancar a gravata borboleta preta e enfiá-la de qualquer jeito no bolso da calça.

– Eu disse que não deveríamos ter vindo – grunhiu para o pai caminhando ao seu lado.

Desde que houvera começado a trabalhar no escritório de advocacia de Bennet, John fora convidado para esse tipo de almoço de negócios diversas vezes, mas a internação do seu pai andava consumindo todo o seu tempo, de modo que ele nunca havia podido ou precisado comparecer.

Agora Frederick não apenas houvera tido alta, como fora pessoalmente convidado por Bennet para comparecer.

Ambos foram guiados pela recepcionista para sentarem-se à mesa ao lado da família Jones.

Ao contrário do filho, Frederick não se sentia mal por estar ali. Desde que houvera ouvido de John que Bennet Jones houvera ajudado financeiramente com o procedimento, ele quis reaproximar-se do velho amigo, e demonstrar o quanto estava grato por tal atitude.

Nunca houvera entendido o motivo para o distanciamento de Ben, entretanto, somente quando sua esposa faleceu, alguns anos no passado, e o mesmo sequer apareceu para prestar as condolências, foi quando Fred se convenceu de que o laço de irmandade que costumavam ter na juventude tinha sido oficialmente cortado.

Mas a verdade é que existem laços que nunca se rompem.

Mais de vinte anos depois da separação, ambos estavam reunidos novamente. Bennet sorriu ao ver o amigo de infância aproximar-se ao lado de John, levantou-se da cadeira e, como se o tempo não houvesse passado, deram um abraço apertado.

– Como é bom vê-lo finalmente se recuperando – Bennet falou.

John conteve a vontade de revirar os olhos. Nas tardes que passavam juntos em seu escritório, Bennet raramente perguntava sobre o seu pai, sempre concentrado no próprio trabalho, nunca se prestou a fazer uma única visita enquanto o pastor estava hospitalizado.

– É bom estar inteiro de novo. – Frederick sorriu e deu alguns tapas leves nas costas do amigo. – Não vejo a hora de voltar para a minha congregação.

Depois de proceder as devidas apresentações, todos se sentaram à mesa, e foram servidos de taças de champanhe. Exceto Alison, que ainda não tinha idade legal para beber, John, que recusou educadamente, e seu pai, que não podia beber durante a recuperação.

Enquanto seus pais tratavam de colocar os longos anos de assunto em dia, John espiou a garota sentada ao seu lado.

Alison houvera prendido os fios loiros em um coque no alto da cabeça, de modo que alguns cachos caiam pela lateral do rosto. Seus lábios houveram sido pintados de um tom coral, e suas bochechas estavam coradas. John teve que apenas parar para esquadrinhá-la por um instante.

Sua atenção dispersa pela beleza da garota só fora retomada quando ouviu seu nome escapar da boca de Bennet.

– John é um jovem incrível – falou quando fora questionado. – Com certeza esse garoto terá um futuro promissor, não a toa ele está estagiando no meu escritório.

Sorriu e agradeceu em silêncio. O assunto postergou-se ainda mais do que isso. Detestava ouvir as pessoas falando dele. Frederick contava orgulhosamente sobre a infância do filho para alguns dos homens mais prestigiados do Tennesse, e o fazia com tanta naturalidade, que fazia John se sentir estúpido por estar se sentindo tão desconfortável, se movendo sobre a cadeira como se estivesse sentado num formigueiro.

Detestava estar entre os homens mais prestigiados do Tennessee. Detestava os pares de olhos parecendo julgá-lo e inspecioná-lo o tempo todo.

– Então o milho é bem popular aqui no Tennessee?– ele tentou mudar o assunto com um riso curto, lembrando-se das extensas plantações que viu na beira da estrada.

– A minha família tem fazendas de cultivo há várias gerações – Christina respondeu prontamente com o seu sorriso que sempre parecia ser plastificado. – Alison, querida, por que não mostra a fazenda para o seu colega?

Como de costume, a garota assentiu prontamente e levantou-se tirando o guardanapo de tecido do colo. Ela sorriu pra ele timidamente, e levantou as sobrancelhas.

– Imagina, Ali... – ele falou um pouco embaraçado. – Você não... Precisa. Está tudo bem... Se você não quiser ir.

– Eu quero. – Ela assentiu com um sorriso, então ele se levantou para acompanhá-la.

Ambos caminharam lado a lado por algum tempo, sem falar nada. A medida que afastavam-se do aglomerado, o silêncio entre eles tornava-se um barulho alto de mais.

Apesar de dividirem uma mesa de escritório há alguns meses, anos se passaram desde a última vez em que estiveram a sós em uma situação que não envolvesse trabalho.

Nenhum dos dois sabia bem o que falar.

– Você gosta de cavalos? – Alison foi a primeira a tentar.

O estábulo da fazenda era visível na direção em que seguiam, mas estava distante, ainda mais considerando os passos lentos que a garota era obrigada a dar, graças ao salto fino que enroscava no gramado a cada passada.

– A gente teve um cavalo na fazenda quando eu era mais novo. – Ele sorriu com a memória, mas acabou se entristecendo logo em seguida. Quase todas as memórias boas de John pareciam remetê-lo para algo ruim em seguida. – Se chamava "Vendaval", mas a gente vendeu ele pra pagar o tratamento da minha mãe.

Alison apertou os lábios em um sorriso de pesar, e deixou seus dedos enroscarem-se aos dele em sinal de apoio. Ela queria que, com esse gesto, ele soubesse que ela sempre estaria ali pra apoiá-lo. Mas John apenas se esquivou do contato e cruzou os braços sobre o peito.

– O meu se chama Johnny Cash – contou. Não quis se estender no rumo triste que a conversa houvera tomado.

Ela queria que John pudesse enxergar o sol brilhando sobre a sua cabeça, e sobre a sua vida, mas depois de tantos anos de tempestades infindáveis, John ainda tinha receio em fechar o guarda-chuva. Tinha a sensação de que o mundo voltaria a desmoronar a qualquer momento.

– Alison Grace tem um cavalo? – John questionou sem disfarçar o espanto.

Alison riu também. Não entendeu a surpresa vinda logo dele, que nunca deixou de reparar nas botas que ela costumava usar.

– É um Puro Sangue Inglês – contou, e dessa vez John não se espantou com o fato de a raça custar tanto ou mais do que um carro popular. Não poderia esperar menos que isso de Alison Grace. – Eu costumava praticar hipismo aos finais de semana até os doze anos. Fazia parte da minha rotina de esportes.

Ela estancou a caminhada quando ficou praticamente impossível lutar contra a terra sob os seus pés. Abaixou-se e desatou a tira da sandália de salto, removendo-a em seguida.

– Pelo menos agora eu entendo porque você gostava tanto das botas de Cowboy. – John riu. – A onde elas estão afinal?

– Minha mãe jamais me deixaria vir a esse evento com aquelas botas. – A garota também riu lembrando-se do seu par de botas da sorte.

Alison já não calçava suas botas com tanta frequência desde que retornara de sua breve estada na Geórgia, quando descobriu que um par de calçados não lhe dariam a sorte que precisava, tampouco a protegeriam da verdade, ou de ter seu coração estilhaçado.

– Você sabe que não precisa fazer tudo que a sua mãe fala pra você, né?

– Eu não faço tudo o que ela fala – respondeu, e levantou-se quando terminou de descalçar as sandálias.

Sem os saltos altos nos pés, ela ficava poucos centímetros mais baixa que John. Então ele encarou a garota nos olhos.

– Às vezes você pode só ser quem você é, e gostar das coisas que você gosta. Você não precisa se provar pra todo mundo o tempo todo.

Alison soltou um riso curto. Não esperava que John entendesse. Ele não houvera sido criado no mesmo mundo que ela. Nunca houvera precisado provar que era inteligente, ou capaz, ou nada disso.

Esse fora o motivo pelo qual ela ficara inconformada quando John recebeu a oportunidade de estagiar com seu pai também. Ela houvera se preparado para aquilo em cada dia da sua vida e ele simplesmente ganhou o direito de estar lá sem fazer nada.

É claro que ela se arrependeu por ter pensado aquilo em seguida. John precisava do estágio, e Bennet estava tentando ajudar como podia. Ela amava John, queria o melhor pra ele, ainda assim, sabia que ele não tinha feito a metade do que ela, e agora estavam sentados na mesma mesa.

John nunca precisou se provar. Ela precisava.

Isso não era uma surpresa. Chritina Rose houvera preparado a filha para aquele mundo desde que a garota ainda tinha dentes de leite. Graças aos seus cabelos longos e seu par de seios, nada pra ela seria tão fácil.

– Aposto que você não precisa... – foi o que respondeu. – Você meio que nasceu com o privilégio de ser homem.

Ele franziu o cenho. Não se sentia privilegiado, muito pelo contrário. Rica, bonita e bem educada, ele sabia que Alison sempre teve muito mais privilégios do que ele jamais poderia pensar em ter.

Não esperava que ela entendesse. Sempre teve tudo de mão beijada.

– Eu meio que tive que fazer um financiamento estudantil pra bancar a faculdade, e não vou herdar uma fazenda de dez milhões de dólares dos meus pais, então a gente deveria rever quem é o privilegiado aqui.

A sua frase veio carregada de um sarcasmo que fez Alison se enfurecer. Ela tinha tido paciência com a indelicadeza de John por vários meses, ela sabia que ele estava passando por momentos complicados, ela entendia que ele estivesse magoado com ela. Mas, às vezes, ele só agia como idiota mesmo, e Alison odiava isso.

Fora criada para ser assim: Sempre doce. Sempre educada. Nunca perder a linha, porque homens podem gritar, mas se mulheres gritam, então elas vão ser chamadas de loucas.

Nunca se exaltar era um mantra, mas, naquele momento, se exaltou com ele.

– Desculpa se o dinheiro da minha família te incomoda, John – falou enfurecida. – Mas a minha vida não é o mar de rosas que você imagina. Eu me preparei a minha vida inteira pra ser a próxima grande advogada do Tennessee, eu estou fazendo estágio no mesmo escritório que você. É a primeira vez que você vem num almoço, e eu acompanho meus pais nesses eventos desde sempre. Ainda assim, aqueles homens estavam falando sobre a sua carreira, e sabe a única coisa que se incomodaram em perguntar sobre mim? – Ele assentiu para que ela prosseguisse. – Se eu estava namorando alguém.

O riso que escapou dos lábios dela era de cinismo. O mesmo que ela quis ter dado para o Sr. Goldman, o cliente do seu pai que houvera lhe dirigido tal pergunta, mas não o fez, porque, ao contrário de John, ela estava tentando ser respeitada.

John não entendeu onde ela queria chegar, então a pergunta que deu em resposta foi:

– E você está?

Não. Ela não estava. E isso não era importante, então apenas bufou e revirou os olhos.

– Eu não acredito! – falou frustrada. – Você é exatamente igual a eles!

E então lhe deu as costas, e seguiu sozinha rumo ao estábulo, carregando os saltos altos nas mãos.

John encarou a sua partida sem entender nada, questionando-se se deveria segui-la ou voltar sozinho para a festa. Sentiu-se um pouco desorientado, não se lembrava de ver Alison Grace ser rude desse jeito desde que se conheceram na Geórgia dois anos e meio atrás, quando a garota ainda costumava odiá-lo.

Talvez, por esse motivo,ele percebeu que tinha feito algo de errado.

-♥-

Enfim, voltei. Desculpem a demora. Eu estou finalizando o meu outro livro, e revisei meus dois outros livros no mês passado para inscrevê-los no Wattys, e isso consumiu muito do meu tempo. Em compensação pretendo postar pelo menos mais dois capítulos esse mês. 

Questão importante: Christina Rose - Péssima mãe ou Ícone feminista criou a filha pra ser forte?  

Obrigada pela paciência e carinho de sempre. 

Amo vocês!!!!!

*fazenda da família da Ali*

Perdoem a demora e deixem uma estrela, beijos!

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