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28 - você quer ir ao baile comigo?

MINA LEÃO DE biquíni. Alerta: Mina Leão de biquíni se aproximando em três, dois, um...

— Ei, Aquário, dá pra me passar a toalha?

Abaixo os óculos escuros pra vê-la melhor. Seu biquíni amarelo acentua todas as suas curvas, o que a deixa muito... Os seus cabelos molhados estão pingando e as gotas deslizam pelo seu corpo, e eu assisto elas percorrerem em câmera lenta o seu pescoço, a sua clavícula, chegando nos seus seios e...

— Você pode vir logo aqui me beijar, por favor?

— O quê?

— Você pode me dar logo a toalha... pra eu me secar — repete, confusa. — Por favor?

Busco a toalha na espreguiçadeira ao lado da minha, a entregando de uma vez. Não sei onde enfiar a cara.

Tomei uma decisão na noite passada, finalmente. Foi preciso oito dias longe do celular e de todas as coisas que me lembravam essa garota, mas acho que enfim decidi o que vou fazer daqui em diante.

Aceitei que, não importa o quanto eu tente, não consigo parar de falar, olhar e pensar em Mina Leão de jeito nenhum, então que se dane. Vou abraçar essa minha vontade de falar, olhar e pensar nela, mas claro, guardando tudo para mim.

Tá, eu sei que essa não é uma boa ideia, mas que alternativas eu tenho? Não é como se eu pudesse ignorá-la para sempre, muito menos falar a verdade. Prefiro lidar com tudo sozinha, ignorar o meu coração e todas as coisas que eu tenho vontade de contá-la, do que estragar tudo. Porque não é só a porra da minha relação com a Mina que está em jogo aqui, mas a minha relação com o Bruno. Não vou fazer isso com ele, ainda que eu acredite que, se nossos papéis estivessem invertidos, meu irmãozinho faria isso comigo sem pensar duas vezes.

Mas, como mamãe disse, esses meus sentimentos bobos podem sumir. Essa paixão sem sentido pode diminuir gradualmente com o passar das semanas, até chegar ao ponto em que nem existirá mais. Desse jeito, ainda poderá existir isso, existir a relação Eva e Mina, mas sem beijos revolucionários atrapalhando a nossa amizade. Deus queira.

— Não vai entrar na água?

Ela agora seca os cabelos, se sentando na espreguiçadeira ao lado da minha. Ponho novamente os meus óculos escuros, porque o sol já está fazendo meus olhos arderem.

— Não gosto de nadar — respondo, assistindo a briga de galo que está prestes a começar na piscina.

Lia está nos ombros de Bernardo, pronta para derrubar a outra dupla. Natália, nos ombros do meu irmãozinho boboca, parece ter sangue nos olhos quando ela e Cecília se encontram, colocando toda a sua força nos braços. Zia, Nico e Olinda, em outro canto da piscina, gritam palavras de incentivo para os amigos.

— Não acredito que você não gosta de nadar, Aquário.

— Pois é — murmuro, tirando de novo os meus óculos só para poder encará-la melhor. — O meu sobrenome é uma brincadeira de muito mau gosto.

Foi ideia do Tales, sabe? Eu não estava com a mínima vontade de socializar, mas o meu padrasto percebeu que eu nunca trazia meus amigos aqui. Fiquei sem jeito de dizer que, bem, eu não tenho amigos pra valer, então pedi para o Bruno chamar toda a galera. Os seus amigos vieram, e Mina arrastou suas amigas também. Acho que ninguém seria capaz de negar uma manhã na piscina, porque, mesmo no inverno, Boafortuna é um inferno de tão quente.

Daria tudo por uma chuva de vez em quando.

Natália derruba Cecília depois de quase dois minutos de empurra-empurra, e ouço Mina rir, mas não tenho coragem de olhar para ela. Meus olhos cinematográficos parecem prontos para transformar tudo em uma cena de La La Land, cheia de cor e música, e meu Deus, eu não quero isso. Então vou só olhar de soslaio. Não dá pra criar um filme na minha cabeça com uma visão tão limitada, não é?

— Quais são os seus planos? — Mina pergunta, relaxando a postura e finalmente se deitando na espreguiçadeira. Me encara com os olhos apertados por causa do sol, fazendo todo o seu rosto se comprimir, o que eu acho muito fofo. — Pro restante das férias.

— Ah, sei lá. Colocar seriados e o sono em dia — brinco, me rendendo às minhas vontades e me ajeitando para olhá-la de verdade. Mas que inferno, Mina, que inferno. — E você?

Ela dá de ombros, abraçada com sua toalha encharcada. Sorri.

— Vou estar muitas noites na Toca, mas não é como se eu tivesse outra opção — diz, fazendo uma careta. — E vou pegar uns turnos extras na livraria. Tô tentando juntar uma grana.

— Pra quê?

— Planos futuros, Aquário — ela responde, uma sobrancelha erguida. Está me deixando curiosa de propósito. — Prometo te contar caso dê tudo certo.

— Não sei o que é, mas... — sorrio —... espero que dê.

Assim como acontece com vestidos, eu também não tenho uma relação muito boa com biquínis. Até comprei alguns depois da mudança, na esperança de mudar de opinião, mas não rolou. Então agora estou usando um maiô velho, mas que eu adoro, porque é herança da adolescência da mamãe. Branco com listras azul marinho — que gosto por serem quase pretas —, uma relíquia dos anos noventa, ainda que em mim não fique tão bem. É folgado demais, porque Dona Regina tinha muito mais curvas do que a magricela aqui.

Mas eu me neguei a entrar na piscina o dia inteiro, o que significa que nem tirei a roupa que uso por cima do meu maiô. Estou vestindo bermuda e regata compradas em um brechó anos atrás, o que tá me fazendo parecer um pai classe-média em um churrasco. Não sei onde eu estava com a cabeça quando vesti isso, mas quando vi já era tarde demais. Os convidados chegaram, todos parecendo ter saído da sessão moda-praia de uma revista, e eu vestida desse jeito... Sério, Tales, pode me passar esse avental de "beije o cozinheiro" que você está usando, porque só falta ele pra complementar ainda mais o meu visual.

— Bruno, Eva, podem vir aqui me ajudar? — mamãe chama, parada à porta de correr que dá para a cozinha.

Meu irmãozinho sai da piscina em um pulo, ação essa que eu nunca conseguiria realizar. Bracinhos fracos. Dou um sorrisinho para a Mina antes de me levantar, seguindo Bruno com passos arrastados. Acho que esse sol todo me deixa inevitavelmente emburrada.

— O Tales está quase terminando com a carne. Levem o arroz e a salada para a mesa lá fora, por favor, que vou levar a farofa de soja que preparei.

— Claro, Gina, precisa nem pedir — diz Bruno, fazendo mamãe sorrir.

Busco a travessa com a salada e o meu irmãozinho a panela de arroz, e antes de sairmos da cozinha, ele pede para que eu espere.

— O que foi? Algum problema?

— Queria saber se a gente pode conversar. É rapidinho.

Assinto, meio insegura. Ele sinaliza com a cabeça para que deixemos as coisas na área da churrasqueira, e enquanto Tales corta a carne sobre a mesa, Bruno me arrasta novamente para dentro da casa.

— Hoje eu vou chamar a Mina para o baile.

Ai. Direto ao ponto, Bruno Vinhedo. Meu coração aperta enquanto me forço a lhe dirigir um sorriso amarelo. Eu deveria estar feliz, não é? Eu fiz isso acontecer, pelo menos em parte. Ainda não sei se eles estão namorando ou ficando sério ou sei lá como os jovens de hoje gostam de chamar, mas eu preciso ficar feliz com essa notícia. Graças a Deus Bruno tem a inteligência de uma porta, então nem percebe o quão desconfortável eu estou.

— Parabéns? — resmungo, insistindo nesse sorriso falso há tanto tempo que já tá parecendo uma careta.

— Eu quero saber se você tem alguma ideia pra me ajudar, sabe? Não quero que fique parecendo uma pergunta qualquer ou coisa parecida — ele diz, o olhar distante. Parece nervoso, mas cheio de esperança. — Quero que seja especial. Pra Mina. E acho que você a conhece bem o suficiente pra me dar umas dicas.

— Cara, não sou eu quem troca saliva com ela.

Teoricamente, eu troco. Quero dizer, trocava. Já troquei. Dois beijos dados no Observatório. É um número minúsculo e agora imutável, eu sei. E não é como se eu quisesse me comparar ao Bruno ou sei lá. Ele já beijou Mina Leão muito mais do que eu. Que bom pra ele.

— Mas é que garotas entendem melhor outras garotas, né? Você podia me dizer, sei lá, o que eu deveria dizer pra ela. — Meu irmãozinho ajeita a postura, seu tronco irritantemente despido na minha frente. — Vamos, finge que eu vou te chamar pro baile.

Meu Deus, eu vou vomitar.

— Eca, Bruno, que nojo! Puta que pariu, eca!

— Por favor, dá pra cooperar? — Ele põe as mãos ainda molhadas nos meus ombros, me obrigando a manter a postura ereta na frente dele. — O que você gostaria de ouvir caso alguém te chamasse pro baile de formatura?

Faço uma careta, e nem é por essa conversa estranha que tá me deixando enjoada.

— Olha, Bruno, eu vou ser bem sincera. — Cruzo os braços, tentando demonstrar através da linguagem corporal que, puta merda, eu não quero continuar com esse papo. Mas, como eu disse, esse garoto tem a inteligência de uma porta. — Não é porque garotas supostamente entendem melhor outras garotas que todas são iguais. Eu tenho certeza de que o modo como Mina quer ser convidada ao baile é bem diferente do meu.

— Mas vocês são melhores amigas, Eva! Você conhece a Mina muito melhor do que eu — ele diz, soando como um lamento ou coisa parecida. Com um suspiro, Bruno se afasta e caminha até o balcão, se acomodando em um dos bancos e cobrindo o rosto com as mãos. Parece frustrado. — Acho que vou estragar tudo. Ela é demais pra mim e eu sei disso, mas insisto em acreditar que vai dar certo, sabe? Que a gente vai pro baile juntos e tal.

— Bruno, vocês estão praticamente namorando! — eu o lembro, tentando ignorar a ânsia de vômito persistente. — Se fosse pra você estragar tudo, eu te garanto que isso já teria acontecido há muito tempo.

— A gente não tá namorando, só ficamos algumas vezes — Bruno explica, pulando do banco e voltando a ficar na minha frente como uma estátua. Nossa, eu odeio o fato dele ser mais alto do que eu. — Tá, vamos fazer diferente. Finge que eu sou a Mina. Como você a chamaria para o baile?

Ah, não, Bruno. Por favor, não me obrigue a fazer isso.

— É sério?

Ele assente. Merda.

— Certo, eu... — Descruzo os braços, pondo as mãos na cintura enquanto tento por tudo que é mais sagrado não manter contato visual com esse garoto. Encaro meus chinelos como se minha vida dependesse disso. — Mina, você quer ir ao baile comigo?

— Não, Eva! — Bruno protesta, o que me faz olhar pra ele sem querer. — Isso qualquer um pode falar pra qualquer pessoa. Mas não estamos falando de qualquer pessoa aqui, estamos? — ele pergunta, mas não espera minha resposta. — Não, não estamos. Estamos falando de Mina Leão. Esse pedido tem que ser tão especial quanto ela, maninha.

Eu posso entregar qualquer coisa, não é? Algo bem água com açúcar que li em uma fanfic aleatória por aí, mas que soe romântico e original para pessoas como Bruno. Eu posso fazer isso. Mas sei lá. É dá Mina que estamos falando e mesmo com todas as coisas que me incomodam nessa conversa, eu sei que essa garota não merece nada água com açúcar. Como meu irmãozinho disse, ela não é qualquer pessoa.

— Mina, eu te acho incrível desde o dia que te conheci — começo, voltando a encarar os meus pés. Que se dane. — Te acho inteligente, engraçada e muito bonita, e estar perto de você faz eu me sentir importante, ou sei lá. Especial e grande.

Meu coração está batendo muito forte. Talvez isso estrague tudo, porque fará Bruno perceber que eu não tô falando essas coisas só da boca pra fora. Mas agora que comecei, eu não consigo parar. Acho que não vou conseguir olhar nos olhos do meu irmão nunca mais.

— Gosto da sua risada e do seu cabelo e de como você ilumina todos os lugares em que põe os pés. Nossa, eu amo como você dança, e não há mais ninguém na Terra com quem quero dançar além de você. Então, eu me sentiria muito honrada — tusso —, honrado, se aceitasse o meu convite, porque eu planejo compartilhar com você todas as danças dessa noite.

Eu preciso engolir o choro. Me forço a olhar para o Bruno porque ele não pode desconfiar de nada, e vou estar ferrada se ele perceber que estou a ponto de chorar. Então, bem, eu vou olhar para ele. Vou engolir a porra do meu choro e ainda lhe dirigir um sorriso falso porque eu preciso estar feliz pelos dois.

— Mina Leão, você quer ir ao baile comigo?

Respiro fundo. A última frase parece demorar horas para sair da minha boca, e eu já não aguento mais.

— Eva... — Bruno começa, eu desviando o olhar de novo. Não quero ouvir o que ele tem a dizer.

— Só fala tudo isso, tá? — digo, apressando o passo para fora da cozinha de uma vez por todas. — Aposto que ela vai dizer sim.

Volto para a área da piscina. Todos já estão acomodados na nossa mesa enorme de madeira, pondo seus almoços. Acho que perdi a fome, e me recuso ir até o pessoal quando vejo Bruno seguir confiante até lá, chamando a atenção de Mina para que possam conversar à sós. Assisto com os olhos apertados eles se afastarem e meu irmãozinho fazer o seu discurso. Ela ri, antes de balançar a cabeça. Sim.

O nó na garganta volta ainda mais apertado, e não tenho outra escolha. Não posso chorar na frente de todo mundo. Mesmo não gostando muito de nadar, eu tiro a bermuda e a regata o mais rápido que posso e, ignorando o fato desse maiô estar muito mais folgado do que pensei, eu me jogo na água gelada com toda a vontade do mundo, o choque térmico me atingindo em cheio.

E eu não sei se é real ou só meus olhos cinematográficos dramatizando o momento, mas eu tenho quase certeza de que Mina Leão olhou para mim antes de eu sumir no fundo da piscina.

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