Parte Final
Depois disso, me reuni novamente com meu grupo. As pessoas queriam saber como foi e, tudo o que fiz foi responder resumidamente: todos são importantes! Eles me olharam e não falaram mais nada; então, seguimos com a evangelização e às 13:00 já tínhamos encerrado tudo. Fui para casa, mas meus pensamentos se voltavam para o olhar que Artur me lançou.
O evento seria as 19:00, então eu ainda tinha tempo de fazer alguns trabalhos da faculdade, afinal, não seria nada legal ficar pendurada no final do semestre. Meus pensamentos teimavam a em voltar para aquele olhar de Artur. Nem uma conversa com meu professor gato conseguiu fazer com que eu esquecesse aqueles olhos.
Por volta das 17:00 hs, o carteiro passou. Eu estava a espera de vários livros, pois estava participando de amigos secretos com amigas virtuais. Porém, o mais malucos dos AS's era o do KPS, pois não podia abrir o envelope nem ver o destinatário. Meu irmão, Marcio, estava responsável por pegar qualquer coisa que chegasse para mim, mas hoje eu estava decidida a pegar a encomenda e ver de quem era.
Não podia ficar num limbo, pois minha curiosidade era muito maior. Quando o coitado do carteiro terminou de chamar, eu corri loucamente e, quando cheguei próximo dele, não consegui parar, jogando o pobre homem no chão. A cena era deplorável, principalmente depois de avistar meu envelope, que tinha voado uns três metros. Estava me preparando para rastejar até o bendito embrulho, quando meu irmão foi mais rápido e o pegou.
- Garota, você ficou maluca! – ele disse sério. – Se Oswaldo quiser processar essa maluca, ele pode. Aonde se viu pular no carteiro para pegar correspondência?
- Eu não pulei! – seu Oswaldo estava catando algumas cartas que ainda estavam espalhadas. – Eu estava correndo e não consegui parar.
- Sei... Marcela, te conheço de outras micaretas... Você é muito astuta, garota, ficou na espreita do carteiro para burlar sua própria determinação!
- Argh, garoto idiota! Nunca mais peço algo desse tipo a você, leva sempre tudo ao pé da letra. – Seu Oswaldo saiu apressado, desferindo impropérios por causa de minha atitude.
- E você, pare de se jogar sobre os carteiros! Se o cara te denunciar, vai parar no jornal! – ele saiu rindo e eu fiquei sem meu presente. Mas ele estava enganado se pensava que eu ia deixaria essa passar em branco. Márcio que me aguardasse... Quando sua namoradinha aparecesse, eu daria o troco.
Depois do desastre com o carteiro, voltei aos estudos, já que à noite eu estaria ocupada com o evento da UIRP e, como tinha convidado muitas pessoas, era essencial que eu estivesse lá. A concentração seria na praça, mas íamos fazer um louvorzão na minha igreja, que era a mais próxima ao local do evento.
Encontrei com as gêmeas que estavam eufóricas com a quantidade de pessoas que chegavam. O ministério de louvor do qual eu fazia parte ministraria, então eu me juntei a eles no templo. Precisávamos de um momento a sós com Deus e eu estava certa de que pessoas seriam tocadas e impactadas pela nossa ministração.
A conferencia teve início ás 20:00h em ponto com um momento de oração e, em seguida, o ministério de louvor recebeu a oportunidade e cantou duas músicas. Depois disso, me juntei aos meus amigos e ficamos assistindo as outras apresentações. Tudo estava memorável e a atmosfera era celestial.
Em dado momento, senti alguém me tocar. Ao olhar para conferir de quem se tratava, não tinha ninguém, porém meus olhos avistaram o inimaginável. Todos os caras que estavam naquele ponto de drogas se encontravam num canto do templo, execto Artur, e o semblante de cada um denunciava o quanto estavam emocionados. Fiquei um pouco triste, pois achava sinceramente que ele seria o primeiro a estar lá. Entretanto, nada é como queremos, mas como Deus quer.
Quando estava quase terminando o evento, o líder da UIRP abriu um momento para alguém que tinha sido convidado e que gostaria de dizer algo importante.e, então, um silêncio profundo se fez no lugar, sendo interrompido quando alguém, de repente, falou:
- Eu gostaria de falar umas palavras. – Tentei enxergar quem era o corajoso, mas estava sendo impedida pelas pessoas que estavam em minha frente.
- Isso é uma benção, venha até aqui, meu rapaz! – falava o líder da UIRP, com muita alegria.
Então um corredor foi aberto pelas próprias pessoas conforme o rapaz ia seguindo até o altar. Quando ele conseguiu chegar lá, levei um susto. Era Artur. Como? Onde? Meu Deus, como ele chegou ali?
- Boa noite a todos! Graça e paz – ele disse de um jeito temeroso.
- Graça e Paz! – todos disseram em uníssono.
- E...Eu... – ela fez uma pausa. – Eu me Chamo Artur, tenho 27 anos e sou viciado em drogas. – Novamente, um profundo silêncio se instalou no lugar.
- Hoje eu me encontrava em uma boca de fumo, drogado e caído no chão. Porém, antes de me tornar essa pessoa, eu era formado em engenharia e já tinha começado um mestrado. Mas... Numa noite, em uma balada, um cara que se dizia meu amigo, me apresentou a maconha e, dai por diante, nunca mais parei. Eu usei todas as drogas ilícitas que vocês ouviram e não ouviram falar.
Enquanto Artur falava, eu sentia como se um bálsamo estivesse sendo derramado em meu coração e uma alegria nunca sentida em toda a minha existência. Como se transbordasse e corresse por todo o meu corpo. E isso era, sem dúvida, algo sobrenatural. Eu olhava para as pessoas enquanto Artur falava e via admiração em seus semblantes. Uma passagem bíblica começou a falar em meu coração: "Os humilhados serão exaltados" e, novamente, voltei minha atenção para as palavras que Artur ainda proferia.
- Bem, resumindo tudo o que aconteceu hoje... Uma moça apareceu naquela boca de fumo. Eu olhei para ela, mas o que via era somente luz. Isso podia ser efeito das drogas... Bom, poderia mas... Eu sei que não era. Essa noite eu não usei nada para vir até aqui. Já avistei a tal moça agora a pouco e ela ainda continua iluminada. – ele tomou fôlego e prosseguiu. – Essa moça exala luz, sim, a luz de Deus. Por isso, enquanto eu a olhava, eu via Deus através dela.
Ele fez uma breve pausa e, então, continuou.
– Marcela é o nome dela, corajosa e destemida. Ela fez o que ninguém tinha coragem, essa moça viu que todos somos importantes, independente de onde estivermos – no final da frase senti sua voz embargada – Eu queria agradecer a Deus, pois a partir de hoje ele habitará de forma única em meu coração. Louvo a Ele pela vida da Marcela, que foi destemida, corajosa e, acima de tudo, nos viu como seres humanos e não como lixo. Marcela, quero te dizer que eu estava há dois anos na rua, minha família tinha desistido de mim. Entretanto, antes de chegar aqui, fui na casa da minha família e pedi para voltar.
Enquanto dizia isso, Artur chorava. Ele fez uma breve pausa e prosseguiu:
– Falei que estava arrependido, pedi que me perdoassem e eles me receberam de braços abertos. Amanhã irei para uma clinica de recuperação. Vou orar todos os dias por você, Marcela, para que seja sempre um canal de benção para a vida das pessoas. Pois você sabe que toda vida é importante!
Depois disso, uma sucessão de coisas aconteceram. Artur foi ovacionado e ministrado pelas lideranças que o incentivaram e garantiram todo o apoio que ele precisasse. Em um dado momento, ele se aproximou:
- Oi, dona corajosa! – Ele me estendeu a mão.
- Oi.
- Obrigado, Marcela. – ele falava ainda estava com a voz embargada.
- Não precisa agradecer, Artur, Deus sabia que eu deveria ir ali, Ele já tinha tudo programado. E agora eu tive certeza.
- Sim... E serei grato, mesmo assim, pela sua bravura e coragem. Obrigada por acreditar em mim, por acreditar em cada um daqueles homens ali.
- Eu sempre acreditei e sempre vou acreditar que todos podem mudar. Basta querer.
- Tenho que ir, minha mãe e meu pai estão me esperando – ele apontou um casal bonito e bem vestido que assistia a tudo meio de longe. – Eles são ateus, mas vieram hoje comigo para saber o motivo dessa avalanche de acontecimentos e transformações.
- Diga a Eles que a avalanche é Cristo! – Ele riu. – Espero que tudo corra bem no seu tratamento e, acima de tudo, que seus pais possam ver que Jesus fez isso tudo!
Abracei-o forte, como se estivesse me despedindo de um irmão.
– Seja muito feliz e, quando sair, nos faça uma visita. – Ele afirmou com a cabeça me deu um beijo no rosto.
Artur seguiu até seus pais e os abraçou. A mulher tinha lagrimas nos olhos e eu pude ver que, para aquela família, essa noite seria de um recomeço. Isso era o que eu desejava para cada um daqueles homens da boca de fumo, um recomeço pois todos eram importantes para Deus.
♥♥♥♥♥♥
Espero que esse conto, cause um impacto enorme em sua vida e nunca se esqueça...
"Toda Vida é Importante".
♥Obrigada Fê, mais uma vez, pois sua ajuda foi primordial na elaboração deste conto.♥
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