24. Eu te amo, adeus
Música enredo: To build a home - The cinematic orchestra
Música que embalou o final da 4x01.
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
Há uma casa construída de pedras
Com chão de madeira, paredes e peitoril de janelas
Mesas e cadeiras cobertas todas de poeira
Esse é um lugar em que não me sinto sozinho
Esse é um lugar onde me sinto em casa
Porque, construí uma casa
Para você
Para mim
Até desaparecer
De mim
De você
E agora, é tempo de partir e deixar a poeira
- Addie! Addie! Volta aqui! Acredite em mim! Acredite em mim!
Eu saio daquele prédio bloqueando todos os meus sentidos, chego na calçada tão transtornada que só consigo chegar até meu carro escorando na porta abaixando minha cabeça e assim caindo em um choro de dor. Eu fiquei ali buscando alívio quando sinto as mãos de Derek em meu ombro.
- O que aconteceu?
- Derek! Derek!
Eu o abraço tão forte que era como se fosse o alento que eu tanto necessitava.
- Me leve embora Derek, por favor!
- Addie, o que houve?
- Acabou... Acabou... Me leve embora! Não aguento mais ficar aqui e me lembrar, me leve pra casa...
- Ok.. Ok... Callie me dê minha bolsa de roupas e fique com a Mer, mas tarde eu te ligo.
- Tá bom, já estou indo.
- Vem Addie... Me dê suas chaves. Vamos embora.
Derek como já contei a vocês, é meu melhor amigo. Ele segurou sempre a minha mão em todos os momentos, bons e ruins, nossa lealdade e cumplicidade era muito forte. Entramos no meu carro e saímos dali, por mais que eu tentasse, eu não conseguia tranquilizar as lágrimas que rolavam em abundância pelo meu rosto.
- Quando você quiser falar... Você sabe que estarei pronto para te ouvir.
- Ela... Ela me matou Derek! Ela simplesmente me matou!
-Tudo bem... Eu estou aqui e não vou sair do seu lado.
Seguimos para minha casa e 20 minutos já estávamos atravessando os portões do meu condomínio. Chego em casa e olho por toda a minha sala... Tudo tinha ela... Sobre os aparadores, dentro dos inúmeros porta retratos que ali tinha. Sobre meu piano seu sorriso em forma de desenho iluminava tudo ao redor... A dor, misturada a raiva não me deixavam pensar num motivo para isso tudo. Em menos de 2 horas, eu vi todo o meu mundo desabar diante dos meus olhos de mãos atadas sem poder, aliás, sem conseguir fazer nada além de acreditar no que eles viam.
E eles a viram nua com aquele idiota, eu fiquei cega, e sai de lá, ela tentou se fazer ouvir, eu vomitei tudo que me veio mente, e agora estou aqui olhando o meu refúgio buscando um milagre e assim "limpar minha vida" de toda e qualquer coisa que faz a minha tortura ficar mais aguda.
- Derek... Tire essas coisas daqui!
- Addison...
- Não Derek... Eu vou subir e enquanto isso você tire toda e qualquer coisa que me lembre dela.
- E você acha que isso vai funcionar Addie? Ela está cravada em você!
Eu o encaro e me viro subindo pelas escadas, indo direto para meu quarto. Mal entro e já vou direto ao banheiro e nesta hora sou tomada por um sentimento implacável que suga o resto de meu equilíbrio me derrubando num mar de dor, nunca antes mergulhado por mim. Meu amigo tinha razão... Nada vai adiantar... Ela está cravada em mim como uma tatuagem, e nada que eu fizer ou tentar fazer vai mudar isso. Ela era parte de mim e agora ficou ainda mais claro ao senti-la em todos centímetros desta casa.
Na sala, nas escadas, no meu quarto, aqui no meu banheiro... Em todas as partes haviam resquícios de todo nosso amor, de toda nossa entrega quando nos transformávamos em uma só pessoa ao nos amarmos com tanta intensidade, arrisco até dizer, que nestes momentos eu poderia sentir suas batidas dentro do meu próprio peito. Coloco a banheira para encher e neste pequeno tempo de espera, o reflexo de meu rosto no espelho não me deixa parar de rolar as lágrimas.
Eu repenso várias e várias vezes todo o percurso daqueles míseros minutos em que destruiu tudo o que eu busquei uma vida inteira. Eu tentava buscar uma razão, uma solução e uma saída para toda aquela cena... Vejo que a banheira estava pronta, coloco alguns sais de camomila para me acalmar e derramo sabonete sem notar que seu aroma era de lavanda... Entro e me envolvo na água escaldante e sua espuma que escondia minha nudez. O cheiro de camomila misturado ao dela toma minha alma me levando para um verdadeiro e enorme quebra cabeças doloroso, minha mente pulsa tentando encaixar cada peça que insistia em se manter torta.
Derek bate a porta e entra se sentando na lateral da banheira.
- Você quer comer alguma coisa?
- Derek, hoje eu só quero dormir... Dormir profundamente, dormir de tal forma que me faça acordar desse pesadelo.
- Falei com a Callie... E ela me contou tudo o que houve e....
- Por favor! Por favor Derek! Eu não quero saber... Eu não quero me machucar ainda mais!
- Há um grande engano Addie!
- Derek... Por favor! Eu não quero ouvir, eu não quero me lembrar, eu não quero saber que ela existe. Então, só fique aqui comigo.... Só fique aqui comigo.
- Ok.. Ok.. Eu vou ficar aqui o tempo que precisar. Hoje realmente não vamos conseguir resolver isso com você assim...
- Ok.
Ele sai e eu fico aqui com meus pensamentos que insistem em me trapacear ao trazer a imagem dela tão linda, sorrindo com aqueles olhos que iluminavam a minha vida.
Lá fora no jardim onde plantamos as sementes
Há uma árvore tão velha como eu
Ramos foram costurados pela cor do verde
A terra havia se levantado e passou-o de joelhos
Pelas ranhuras da pele, subi ao topo
Subi a árvore para ver o mundo
Quando as rajadas chegaram para me derrubar
Saio do banho. Acho que fiquei ali me desfazendo naquela banheira por infinitos minutos.... Meus olhos estavam tão vermelhos que com certeza pela manhã estariam inchados. Enrolada na toalha vou até meu closet e toda aquela tortura se reinicia ainda com mais força. Ela estava ali em toda parte! Suas roupas, sapatos, lingeries, perfume, hidratante corporal.... Tudo dela estava ali, por mais que eu, neste primeiro momento, ignorasse a presença de cada item dela, meu olfato não me deixava ir muito longe com essa recusa me lembrando constantemente do doce cheiro de lavanda que agora estavam impregnadas também nas minhas roupas.
Coloco uma camiseta larga, um short e vou para minha cama. Derek chega em seguida e se senta e eu logo me aconchego em seu peito sentindo seu abraço apertado que agora era o meu lugar preferido. Mais uma vez ele estava aqui comigo, só que dessa vez era tudo muito diferente, Violet e eu acabamos naturalmente... Sem brigas. Não houve sofrimento, não houve lágrimas, e arrisco a dizer que somente a saudade da boa companhia dela era o que me fazia entristecer.
Desta vez, era tudo muito intenso... Desta vez havia lágrima, havia sofrimento, havia uma dor sufocante, havia amor. O que eu faria sem ela? Aquilo tudo que demorei tanto para conquistar se dissipou no ar e eu não conseguia alcançar esses pedacinhos e juntá-los de novo. A essa altura a camiseta de Derek já estava molhada, ele permanecia em silêncio somente fazendo carinho em meu braço, eu sentia que ele queria falar, eu sentia que ele queria acabar com aquela dor torturante que me carregava.... Só que eu não queria! Eu não queria ouvir o nome dela. Pra mim já me bastava ter que sentir e conviver com a presença dela nas fotos, no cheiro, nas lembranças, no meu corpo e alma. Meus olhos pesam e eu adormeço.
Novo dia. Acordo sozinha com a luz do sol em minha janela, com certeza meu amigo estava lá embaixo com a Rita preparando alguma coisa para eu comer. Na memória o sonho fresco desta noite que me levava ao amor que fizemos na praia de Búzios. Com muita dificuldade abro o olhos que tem o inchaço aparente, minha cabeça está girando e minha boca está seca. Derek chega com uma bandeja linda de café da manhã...
- Bom dia Addie.
- Bom dia amigo.
- Tudo fresco como você gosta!
- Nem sei se quero comer Derek.
- Ah mais você vai comer porque eu acordei super cedo pra comprar isso aqui.
Dou um leve sorriso e me sento para pelo menos beliscar o café da manhã que ele havia preparado com tanto carinho. Começo a comer e nossa, como eu estava com fome!
- Addie... Eu sei que suas emoções ainda estão...
- Pode parar!
Eu falo levanto a mão em sinal de silêncio.
- Escute Derek, eu vi Meredith Grey pelada no meio da sala com aquele imbecil. Eu sei que ele é capaz de tudo porém a entrada dele estava bloqueada e somente ela tinha autorização para liberar.
- Você pode me ouvir? Callie me contou tudo o que houve.
- Contou o que a Meredith disse a ela. E sinceramente eu não quero saber. Eu só quero arrancar ela do meu peito porque ela nunca vai mudar. Sempre vai ser eu a enfrentar, eu a lutar, eu a sofrer nesta relação...
- Você não sabe o que diz. E isso vai te levar a sua própria ruína. A única coisa que te digo é que não demore para acordar dessa injustiça que está fazendo. Meredith não merece isso, ela te ama e você sabe muito bem disso.
- Se você for ficar aqui por favor mude de assunto.
- Essa sua teimosa vai acabar com você.
- Derek?
- Tudo bem, eu tentei. O que vamos fazer então?
- Passar esse fim de semana tentando esquecer afogando em friends.
- Ok.
Ele fala revirando os olhos. Derek detestava Friends.
- O que eu não faço por você!
- Eu sei... Por isso é o meu melhor amigo do mundo inteirinho.
Ele pega a bandeja e a leva até a cozinha. Neste tempo me levanto e vou até o banheiro e tomo um banho segurando as lágrimas que insistem em ser minha nova companhia.
Eu não quero chorar. Eu não vou chorar. Chega!
Eu repetia isso no meu subconsciente tentando me convencer disso, em vão. Ela mandava em mim, ela era dona de todo meu espírito e alma, ela... Somente ela. E como eu iria caminhar sem ela? Desapegar de todos os planos e uma vida inteira juntas, como eu iria trabalhar e não mergulhar naquele azul que eu tanto amava e que me levava ao encontro de Deus em segundos?
Minha garganta novamente se fecha, e a certeza de que dessa vez eu que precisava de apoio e compreensão, adentrava em meu ser. Pela primeira vez, eu enfrentaria uma luta interna contra meu ego... Dessa vez, nem que eu quisesse, eu conseguiria me manter de pé sorrindo, abafando meu transtorno. A dor era mais que real, ela andava por toda minha corrente sanguínea, ela invadia meus olhos, ela sufocava meus pulmões... Deus! Como eu a amo! Eu não quero sentir isso, eu não quero sofrer, eu quero ela aqui comigo me fazendo a mulher mais feliz deste planeta.
Volto para minha cama e me enrolo em meu travesseiro e cobertas. O choro poderia ser ouvido em todo andar e toda aquela tormenta se iniciava mais uma vez, expondo cada vez meu âmago dilacerado que ao passar dos minutos se misturava ao ódio por amá-la mais que a mim mesma.
- Addison...
- Derek! Arranca isso de mim por favor! Eu não vou conseguir Derek...
Derek me abraça e eu me desespero. Agora a luta interna se dava início, e eu não sabia o caminho que percorrer para vencer isso. Eu queria dormir eternamente, eu queria me desligar neste momento e assim parar de sofrer tanto. O amor não é bom. Ele corrói, ele mata, ele rasga, ele sufoca... E eu que tanto lutei pra nunca sentir isso, estou aqui me entregando ao abismo que ela, a minha vida, a minha Meredith, me lançou.
Segurei tão forte quanto você segurou a mim
Segurei tão forte quanto você segurou a mim
Porque, construí uma casa
Para você
Para mim
Até desaparecer
De mim
De você
E agora, é tempo de partir e deixar a poeira
Addison Montgomery sofrendo
Minhas meninas separadas
Será que elas vão conseguir acabar com essa bagunça?
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Grupinho no zap para falarmos besteiras e sobre fics Meddison, Merder e Calzona.
Até o próximo capítulo meus amores 💔
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