Cap 14 - Rupturas
(Continuação direta.)
— P-porque... Dojo? — a pergunta em tom fraco faz o dragão se arrepiar todo. Como poderia controlar o vento? Como comandar o ar?
— Por que... Unf... vocês são monges, com votos sagrados de zelar e cuidar do mundo. Não podem ser egoístas e se entregar ao carnal. Isso os deixou fracos e fáceis de serem derrotados. — o dragão explica a verdade com um pesar no coração. — Outros xiaolins já tentaram... ter família e amigos. Mas isso só os fez sofrer pois os inimigos os usaram contra eles... todas as vezes... — o dragão então verte lágrimas como se lembrasse de cada uma de suas mortes horríveis. — A tristeza os derrotou. É a pior forma de um heroi morrer... não em combate com honra, mas... com o coração destruído em lágrimas. — completa ao deixar claro o que ocorreu e como foi o fim deles. — Eu sei que passa em suas mentes de que não vai acontecer com vocês. que podem dar conta. Eu sei...
Kimiko vira o rosto envergonhado e pensativo, lembrando do pedido de Hannibal sobre seu filho e sobre ela ser a primeira mulher ali. Somando as palavras de Dojo.
Sim, os inimigos miravam no que eles tinham, suas famílias e amigos.
Mas Raimundo se senta, ouvindo aquela explicação concentrado nas palavras doces e preocupadas do dragão.
Sim, cada um tinha sua família mas estavam tão longe que não faziam parte de sua vida. Se isso era real, por que nunca miraram em matar o pai de Clay ou de Kimiko? Por que nunca atacaram sua casa?
Não... tinha algo ali, algo errado.
Aquilo era uma farsa muito bem armada. Uma mentira bem contada em forma teatral, para ludibriar e não os permitir pensar e analisar melhor.
Mas uma vez a tontura o tomava, mas de dentro de si ouvia a voz de seus amigos. Olhava para o rosto de Clay e Omi pensando em seus recentes amores, tendo de aceitar que jamais poderiam ter algo. Nem mesmo amigos...
Isso o sobe o sangue, era injusto.
Cruel.
— Temos que... ser fortes e ficar sozinhos. Pelo bem das pessoas que amamos. — a voz de Omi soa entristecida. A namorada o mostrava um mundo novo a cada conversa, expandir sua mente e olhar sobre como olhava para a vida. Desde coisas mais cotidianas como comidas e roupas a filosofias e políticas.
Mas não poderia viver sabendo que estava arriscando sua vida ao se aproximar dela.
Entretanto, esperava e rezava para ouvir a voz de Raimundo negar aquela realidade, como havia fazendo desde que o conheceu; ouvir algo que contrapunha aquela realidade cruel, como estava fazendo desde que assumiu o manto de liter.
Que o desse esperança de ser feliz, de serem livres.
Uma resposta de como resolver.
— Sei que doi, mas Dojo está certo. — entretanto Raimundo diz o oposto ao se levantar com um tom mais forte.
Omi o olha horrorizado, sem acreditar no que ouvia. Quase não o reconhecia.
Clay e Kimiko, olhavam da mesma forma pasma, todos ali estavam perplexos; não esperava por tal postura. Mesmo que ele estivesse agindo de uma forma estranha, mesmo que estivesse tentando ser outra pessoa e seguir os dogmas para ser um "bom líder" digno de tal alcunha, ainda não esperavam tal postura.
Mas o que ocorreu foi que ao se dar conta da dor de seus amigos, o feitiço em sua mente se rompeu por completo.
Ver as lágrimas contidas nos olhos de seus amigos, como ser exilado do mundo era terrível; foi algo poderoso demais para ele.
Mas ele tinha noção que bater de frente agora, não era a melhor estratégia; seria como por todos na linha de frente e iniciar outro combate, ou pior. Um risco de também serem controlados. Perderem sua mente e viverem esse inferno que ele estava nos últimos meses.
Lembrava bem da dor de ter sido queimado vivo... e então finge ainda estar sobre o controle do dragão.
Se aproxima de Omi e limpando uma lágrima solitária nos olhos do melhor amigo, que esquiva o rosto revoltado.
— Foi você quem...! — grita com o corpo trêmulo. — Nunca devia ter te ouvido! Eu tava bem como estava! — grita revoltado, trazendo uma dor imensa a Raimundo, que se contém para se manter fingindo.
Mas agradecido.
Se não fosse por ver essa dor, não teria conseguido se libertar de Dojo.
Almejava o dizer o que realmente sentia, o que faria. Que lutaria até o fim por seus sonhos e liberdade de cada um ali.
Mas não podia.
Não ainda.
Era perigoso de mais.
— Sinto muito... eu estava errado. — abaixa o rosto, sentindo o corpo tremer.
E desta forma Dojo se dá como satisfeito ao ver a postura e respostas do líder.
Mas revoltado Omi, apenas desfere um belo soco no rosto do líder e sai da sala furioso.
Raimundo cai sentado, pondo a mão sobre a face, achando justo a porrada. Era o mínimo. Foi até bom ver o amigo se livrar de suas amarras e o agredir mesmo sendo o líder, de vez apenas agir como sempre.
— {Aguenta Omi, Clay... eu vou ajudar. Eu juro.} — pensa ao se levantar.
Mas Kimiko apenas o olha partir, sem ter coragem alguma de dizer nada, para confirmar a proibição extremamente explícita que receberam. Como se não se importasse.
A japonesa leva os dedos aos lábios, ainda sentindo um pouco do toque dos lábios do moreno sobre o seus, vertendo uma fina lágrima por achar ser apenas isso de agora em diante.
Uma memória.
— Kimiko... — o maior tenta a confortar, mas essa se vira e sai dali. E pela janela ambos podem ver o líder partir para uma montanha próxima.
Não era nada de mais Raimundo só desejava gritar e surtar em paz sem ninguém por perto.
— Mais calmo? — a voz de Dojo soa ao passar pelos destroços de rochas e árvores, vendo o líder sentado com as mão na cabeça. Ainda estava preocupado, e Raimundo sabia que o dragão não largaria de seu pé tão cedo. Precisava comprovar que estava totalmente em seu domínio de alguma forma.
— Não... eu ferrei tudo Dojo. Pus essas coisas na cabeça deles... — diz ao tentar dissimular emoções ao usar sua raiva para dizer outra coisa. Tentava lembrar das poucas aulas de atuação que fez a muito tempo. — Eu não mereço ser o líder. Vou renegar... passar isso para quem merece... Omi cresceu aqui, ele tem bem mais noção das coisa que eu.
O dragão não sabe o que fazer ou dizer.
Foi um espanto, afinal o brasileiro não era o tipo que desistia de nada.
— Isso não é possível, sabe que não foi um cargo dado de forma política. Não tem como transferir assim. — diz serio.
— Eu não sei o que fazer...
oOoOoOo
Enquanto isso, aproveitando da fúria de Omi, Wuya age da forma mais perversa que poderia.
Espalhando as informações privilegiadas que adquiriu fazendo chegar até onde precisava.
Ela usa o ex membro temporário da equipe: um francês que foi aprendiz de Omi e que teria muita aceitação do grupo neste momento, sendo perfeito para trazer o veneno que os corroeria por dentro.
O jovem fica sabendo das informações e vai correndo contar a seu maior ídolo na terra, justamente quando este estava furioso e fora de si.
— Omi! — o pequeno de óculos com lentes verdes, diz ao o encontrar sobre os picos. — O que ouve? — para ao perceber o semblante furioso do ídolo.
— Nada. O que houve para voltar até aqui? — diz grosseiro pela raiva que o possuía.
— Eu... descobri algo horrível. Estavam falando sobre isso no templo! — diz ao se referir ao templo original onde treinavam antes de ganhar este lugar mágico. — É sobre o Raimundo. Eu... imaginei que gostariam e precisavam saber disso. — na cabeça do jovem francês que imitava o ídolo em tudo que podia, Raimundo jamais deveria ser o líder e sim Omi, então imaginava que o brasileiro havia escondido seu passado como uma trapaça eleitoral. E achava justo que todos soubessem a realidade, não prestando atenção em como a informação tão secreta foi exposta entre os monges.
— Do que está falando? — pergunta sério ao dar plena atenção ao mais novo.
Omi estava perplexo e totalmente horrorizado pelo que o mais novo o havia revelado, se negava a crer que aquilo era real. Tinha de ser uma mentira criada; mas o aprendiz não mentiria assim, ele era uma pessoa de confiança.
— Vem. — diz ao saltar das montanhas de rocha em rocha pontiaguda íngreme até o templo, sabendo que o aprendiz era capaz de o seguir. — Clay, Kimiko precisam ouvir isso. — diz ao adentrar a sala vendo que os dois conversavam sobre algo, interrompendo completamente a conversa.
Apesar de estarem em um momento complicado, ambos se viram dando atenção ao mais novo, que estava curioso, mas mantém seu foco no que achava muito importante. Até porque outra coisa que o estava irritando eram esses segredinhos.
— Amigos guerreiros, a quanto tempo. Mas infelizmente terei de pular as formalidades legais, eu vim em uma missão pessoal os informar. — ele diz ainda a tentar imitar a forma única de Omi se comunicar. — Eu ouvi tudo no templo, vindo dos demais monges; mas fui apurar os fatos antes de vir os revelar.
— Dá pra parar de introduzir e enrolar e ir direto ao assunto? — Kimiko já era estressada e sem paciência; agora...
— Mil perdões:
"" Os monges estavam preocupados e perplexos, achando que nosso estilo foi contaminado; que Fung cometeu um terrível erro ao não perceber as nítidas características anarquistas e rebeldes do atual líder de vocês. Passando pano quando ele se voltou contra nós e libertou a bruxa Wuya deixando que ela dominasse todo o mundo, por puro egoísmo e arrogância. E pelo mesmo egoísmo ao ver os amigos em perigo, só depois de vocês estarem em risco na frente dele fez algo. Ele nem sequer parou para pensar nas pessoas ou na própria família... No que ela fez com o mundo. Foi só por se sentir solitário e mal.""
— Você veio aqui só ficar queimando o Raimundo? — ela se levanta revoltada, e o mais novo da um paço para traz.
— Calma. Ele foi infeliz em sua pontuação, mas escuta ele. — Omi a segura e ela bufou olhando o garoto como se dissesse: você tem mais uma única chance é bom usar ela.
— Certo:
"" Eles estavam falando como o Raimundo pedrosa estava envolvido com gangues e drogas antes de ir para o templo, e que ele fugiu da polícia ao vir para a China, porque tinha matado uma pessoa, por isso que ele mal os visita e passa pouco tempo lá. Pois ainda é foragido, mesmo que o evento tenha sido a muito tempo e a polícia já ter esquecido. Parece que até filho o cara tinha.""
— Isso é mentira! — ela grita furiosa; e o menor se esquiva de seu golpe, vendo as plantas da sala simplesmente incendiarem pelo descontrole da xiaolin das chamas.
— Eu fui atrás e achei a ficha criminal. Olha. — diz ao tentar provar que não mentia, pegando de seu bolso uma folha impressa; que ela arranca com violência lendo.
— Não pode ser... — diz perplexa sentindo seu mundo ruir.
— Deixa eu ver isso. — Clay pega a folha igualmente incrédulo de que aquilo poderia ser verdade. — Tem que ter algo errado. Num pode ser essa prosa toda minha gente. Num bate.
— Eu também fiquei perplexo. Sem ideia do que fazer pensar. — Omi diz ainda a sentir os efeitos da fúria que lhe tomava.
E como sempre firme como seu elemento Clay tenta contornar a situação.
— Gente. Isso... pode ser uma versão da realidade. Temos de perguntar direto pra ele.
— Perguntar o que? Mesmo que a Kimiko esteja incomodada com o que ele falou, não deixa de ser verdade. O Raimundo deixou a Wuya dominar o mundo por que ele quis!
E se tivesse sido como roteirizado pela bruxa, no momento perfeito Raimundo retorna de sua conversa com Dojo em tempo de ouvir os disparates furiosos de Omi:
— Ele nunca respeitou ninguém aqui, sempre estava aprontando alguma coisa!
— Sabe muito bem que ele já parou com isso faz tempo. Ele aprendeu muito bem a lição. E perdoamos ele. Ou foi da boca pra fora?
— Kimiko! Fala sério, como você está cega para isso. — impõe ao pegar a folha das mãos de Clay e quase esfregar no rosto da garota.
— O que tem aí? — Raimundo que ouvia escorado na porta se aproxima, fazendo Kimiko o olhar por um breve momento antes de virar o rosto sem coragem de o encarar.
— Isso! — Omi vira a folha o entregando. — É mentira?
Apesar de aparentar o mais furioso, Omi era apenas sincero e honesto e Raimundo sabia muito bem disso.
O xiaolin da água era translúcido quanto seu elemento na forma mais pura.
Ele pega a folha, sentindo um peso imenso lhe tomar. Como aquilo estava nas mãos deles?
— Onde pegaram isso?
A pergunta feita no susto soou muito mal aos três que entenderam como se aquilo fosse verdade.
— Como pode esconder isso da gente! Porra cara. — pela primeira vez desde que conheceu o americano, ele o ouve usar um palavrão.
— Eu não... — o moreno tenta se explicar, mas é logo interrompido pelo mais alto que estava furioso entendendo tudo errado.
— Escondeu sim.
— Clay, me deixa falar.
— Pra mentir?
— Unf... se nada que eu falo muda nada aqui ok. — ele até tenta se segurar, e manter as coisas bem. Mas estava muito difícil ouvir aquelas coisas. — Entendeu então muito bem por que nunca falei nada sobre este assunto. — pontua logo dando um berro. — Mas essa merda é mentira!
Um raio acerta com tudo a árvore do lado de fora do templo, deixando-a em chamas, e o moreno se vira um pouco espantado pelo seu descontrole, saindo voando e lançando uma rajada de vento apagando a árvore que não sobreviveu ao raio.
Permanecendo ali parado a observar a imensa árvore que sobreviveu a tantas coisas, como se fosse uma mensagem para si: se controla ou vai destruir tudo.
Entretanto Raimundo não era o único xiaolin com poderes elementais ali.
Omi era o xiaolin da água, o elemento da prosperidade, sem rios e lagos para iniciar as maiores civilizações não seríamos o que somos hoje, mas também se tem boa noção do que uma tormenta é capaz quando vem com fúria...
Não tem como impedir.
Não tem como correr.
Vem varrendo e devastando tudo.
— Vai fugir? Vai mentir? — cada palavra honesta do menor o atingia como punhais serrilhados. — Tivemos anos, ANOS para você contar essa história do seu jeito, mas escolheu nos esconder a sete chaves! Como podemos confiar que agora que foi descoberto vai ter uma versão verdadeira?
— Omi, você não entende...
— Não entendemos mesmo. — Clay se aproxima igualmente furioso.
Diferente de uma tormenta que parece algo natural e sem podermos ter controle, deslizamentos e desastres em grande maioria apenas ocorrem com erros humanos, ganância ou burrice. A não ser pelos temidos terremotos.
E Raimundo sabia bem o que fez para provocar esse deslizamento sobre si.
— Eu... — tentava falar, mas o olhar deles eram como ataques.
Voltou no tempo em sua mente, na época do ocorrido; como sua mãe o olhou, seus irmãos e todos que confiava e amava. Como o julgaram da mesma forma.
Só não queria passar por isso novamente.
Incapaz de verbalizar uma única palavra apenas voou dali para o mais distante que pode até se cansar.
Mas diferente dos demais, Kimiko estava des-sincronizada com seu elemento.
Mesmo que estivesse o fogo fora de controle destroi tudo e a si mesmo no fim, apagando. Ela pensava nessas análises enquanto apenas observava a não discussão dos meninos.
— Meninos... Acham mesmo, que ele fez isso?
— Nem vem defender ele. — Clay se vira já furioso mal dando atenção ao tom das palavras da garota. — Você só está querendo ficar do lado dele porque está apaixonada, e estavam se pegando não é? — verbaliza sem se importar que Omi não sabia de nada, já que agora até Dojo já os havia flagrado.
Mas a jovem cora e arregala os olhos espantada.
— Ju-justamente por isso que eu... to perguntando a opinião de vocês. — mas a resposta banhada a lágrimas desarma totalmente o xiaolin das rochas.
— Poxa, desculpa Kimiko. Pisei na bola. — diz ao se desarmar por completo. Seu alvo não era ela, mas era o que uma avalanche faz, acerta tudo a sua frente sem distinguir alvos.
— Você e o Raimundo-do? — apenas em ouvir o final do nome duplicado os dois entenderam que o mais novo já havia se acalmado. Aquela mania havia virado quase um apelido carinhoso ao brasileiro. — Quando? Como? Por que não me contaram nada?
— Ninguém contou nada, eu percebi baixinho. — explica ao retirar o chapel, como um simbolo de que as coisas não estavam bem. — Aí enchi o saco dos dois. Foi isso que aconteveu, mas o Raimundo não queria que eu contasse nem pra ela. Por isso não podia te contar.
— Mas por que ele não contou pra mim...?
— Pelo jeito entendemos ele errado. — ela caminha pegando a folha no chão. — Ele não é um livro aberto. Foi impressão nossa por ser animado e gentil, sempre carinhoso. Mas na verdade não sabemos nada sobre ele.
Seu peito ardia e doía.
Mas querendo ou não eles aprenderam uma coisa com o brasileiro: abraçar quando alguém não tá bem.
>=~^~ ºº~^~=<
Está bem... assumo que ele era uma delícia.
Não interessa que o mundo ache feio o cara sabe ser sexy.
Fora esse tom de errado e perigo que o adornava, mesmo que eu mesma fosse muito pior que ele; tinha seu charme de "mal caminho", o Bad Boy. Ele tinha suas dores seus dramas seu passado, coisas que me cativava de uma forma que não sabia como explicar.
Minha nova melhor amiga esta certa: o amor é idiota e aleatorio.
Mas também sei que foi um plano de Wuya que cai... ela achou pessoas perfeitas para todos, até pra mim e para o idiota do meu primo.
Casais. Amigos.
Por que?
Para não perceber seu plano.
Se cada um era de um mundo uma dimensão... e ela estava nos unindo temporariamente, a chave final era a criação de seres. Filhos que seriam impossíveis de existir unindo de vez essa dimensão.
E eu só fui me dar conta disso quando ficou tarde de mais... quando passei mal de manha e o enjoo me tomou.
Fiz o exame e o meu sangue girou ao contrario nas veias. Não podia ser verdade.
Eu tinha de dar um geito nisso sozinha, ele não podia saber.
(Ashiley x ???)
(Nem escondo q ódio pelo pebolim, n vou por o nome dele nao kkk. Mas foi útil sua existência por ser alguém que o grupo confia e causar esse drama todo.)
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