Cap 12 - Observados pelas sombras
(A prisão de Niflheim citada é algo coligado ao mundo de CN BEYONDERS. Ps vou tentar fazer a obra ter apenas 20 caps. Se pa um extra.)
— Esta tudo bem? Meu caro Raimundo? — a voz do pequeno dragão soa banhada a preocupação.
O pequeno ser mágico rastejava com seu corpo serpentinoso como se nadasse no solo, seguindo o xiaolin do ar que mantinha um semblante abatido desde a conversa com Kimiko.
Havia se afastado um pouco para refletir, mas o mascote esverdeado se preocupava com tais pensamentos.
— Sim. Eu só... unf. Não sei. — murmura sentindo os pensamentos confusos sem sua mente, como se não pudesse os controlar.
Sentia um pensamento fugir de seu acesso, como se não pudesse focar nele.
Se sentia embriagado, drogado.
— Só preciso descansar. — sorri tentando acalmar Dojo, que o observava atento.
Era a primeira vez que as transmigrações tinham o dom dos elementos e pesquisava sobre a forma que isso os afetava desde que haviam nascido. Então o fato de ter de lidar justamente com o xiaolin do ar era um grande desafio. Como podia aprisionar e controlar o vento?
— Por que não conversamos um pouquinho? — diz saudoso ao se sentar a frente do jovem. — Aconteceu muitas coisas esses dias. Você... não estava muito bem com o grupo indo a sua casa, não foi? Mesmo que o rompante fosse culpa da Wuya, ainda sim havia algo que ela usou. Por que não conversamos sobre isso?
— Não tem nada que eu deseje falar sobre isso. — responde áspero cortando o assunto e se levantando. Mas o dragão não desiste.
— Fala sério garoto, eu sei tudo de vocês. Já se esqueceu que foi eu quem te buscou? — comenta com um tom de intimidade e um leve deboche fazendo o moreno engasgar.
— Nem pensa...! — ameaça ao se sentir ameaçado, se virando revoltado. E mais uma vez o dragão se sente perdendo o controle da situação.
— Eu não disse eu iria contar algo ao grupo. Só que acho que é importante tirar isso do peito. — diz ao pôr a ponta avermelhada de sua cauda no tórax do jovem. — Ficar remoendo isso está te fazendo mal. — pontua a fim de tentar o fazer desviar os pensamentos.
— Funmm... Ok, vai. Mal não faz. — murmura ao caminhar pela trilha amassada na grama entre as altas árvores, assim como havia feito com Clay, e o pequeno ser mágico sobe em seus ombros.
— O que tanto te aflige meu menino? Acha mesmo que...
— Tsk. Você sabe que sim Dojo! — a voz carregada de emoção corta as palavras do dragão que se surpreende com o rompante emotivo, já que esperava ter controle e o manter calmo como sempre manteve todos. — Você lembra muito bem como foi quando...
— Ei. O passado deve ser deixado onde está. — o interrompe a fim de retomar o controle das coisas como desejava. — Ficar remoendo isso não vai te fazer bem. Até porque... Kimiko foi muito clara em como se sente. Não? Meu caro Raimundo? — completa gentil ao usar trejeitos na voz a fim de dar destaque às desculpas da jovem. — Ela se sentiu muito mal por como está se sentindo com o peso de ser o líder, e o Omi também. Como pode simplesmente ignorar os sentimentos sinceros de desculpas de seus amigos? Eu sei que deve ter doido, mas eles estão profundamente arrependidos por como te trataram na época.
— Eu... sei. Unf. — buffa revoltado, e o dragão sorri percebendo que seu plano havia dado certo. — Mas não é como eu me sinto. Por mais que eu tente eu... Ainda sinto eles me julgando.
— Não é isso. Não é nada disso. — argumenta ao balançar a cabeça. — É você quem está se julgando meu caro. O que você está sentindo é seu próprio julgamento, sua cobrança com algo que nunca esperou ter. O peso de ser o líder. Você acha que precisa ser como os líderes que vê e que se baseia e não se acha digno ou ao nível.
— Faz... sendido. — murmura ao passar a mão nos macios e ondulados cabelos, e o dragão sorri feliz ao ver que havia conseguido guiar a conversa completamente.
— Eu posso te ajudar. — pontua feliz com um sorriso infantil e doce. — Se o que deseja é ter esta compostura e imagem de respeito.
— Vai ser uma boa. — sorri um pouco mais aliviado. Afinal, não podia negar que era verdade tudo que o dragão o falou.
Entretanto Clay estava a ouvir a conversa por entre as árvores.
O xiaolin da terra, tinha adquirido um dom natural para furtividade em seu habitat que o guardava de forma cúmplice.
E se questionava o que tanto Raimundo escondia e temia que fosse descoberto sobre seu passado. Sim concordava que passado era passado, mas... Também sabia que uma base é o que estrutura uma pessoa, e um passado não deve ser subestimado.
— O que acha que é? — Omi pontua sério ao terminar de ouvir os temores do mais alto.
— Eu não quero assumir a acusação de xenofobia... mas não me veem outras ideias que não sejam... complicadas. Já que... né? — comenta ao ajeitar o chapéu de forma nervosa.
— Seja o que for, é melhor não mexer. — Kimiko pontua preocupada, não desejava causar mais desconforto ao xiaolin do ar do que já havia feito, e se sentia mal em continuar a investigar algo que claramente o trazia desconforto.
— Mas Kimiko?
— Ela está certa. É algo do passado que ele se arrepende e tem uma extrema vergonha. Pra que desejamos ir atrás disso além de o causar uma humilhação dolorosa? — o menor pontua sério e cheio de convicção.
— Por que os heylens podem descobrir e usar essa merda. — Kimiko diz ao se levantar, tomando liberdade para imitar o jeito do líder falar. — Ele já foi controlado antes por conta disso... se usarem isso para nos fazer ficar contra ele? Duvidar dele novamente? Se for algo que... talvez nos abale muito. Mesmo que ele se arrependa muito e não se perdoe, eles podem usar isso.
oOoOoOo
— Nem consegue mais esconder como está desconfortável com os planos dela. O que vai fazer? Pular fora? — a gatuna sorri ao se aproximar do primo que parecia concentrado lendo um livro, algo extremamente estranho para seu perfil.
E ela logo percebe não ser um livro em si, e sim um caderno ornamentado de forma caseira com tecidos na capa e joias, um carinho a mais que parecia ser um presente.
Nele anotações chamavam a atenção da loura e do ruivo.
— Fazer igual a você? — murmura ao fechar o caderno percebendo o olhar frustrado da prima. — Não acha estranho? Você ter feito essas amigas? E por causa delas conhecer este seu namorado? Que justamente uma delas te ajudou a invadir Niflheim? Não acha estranho as palavras de Wuya? — indaga a provocando. — Pior. Que todos parecem ter arrumado "amigos, e namoro"? Até Kimiko que sempre teve sua amiga, depois da briga com a garota "magicamente" conheceu esse grupo de meninas "perfeitamente" compatível com ela.
— Jura? Vai jogar essa? E os seus melhores amigos em?
— Eu tenho noção que foram trazidos por ela. Eu os pedi, encomendei ao perceber o que ela fez com Omi, Clay e Raimundo... — diz sério ao mostrar a capa do caderno. — Eu desejava ter a companhia de outro gênio maligno para debater e me aprimorar, e precisava de algo que me ajudasse a treinar como Raimundo comentou. Por isso um demônio vem bem a calhar. Estou no controle da minha vida, eu sei lidar com Wuya. E você?
As palavras do ruivo não pareciam dele.
Desde quando era tão...
— Unf. Sabe bem que ele não é meu namorado. OK. É só um papo legal. — desconversa pensando preocupada sobre suas amigas, em como Cree havia a ajudado a invadir Niflheim, tendo por coincidência objetivos ali. Como os criminosos escaparam do local... e se aquilo estava ou não nos planos da bruxa.
Se bem que a mulher parecia ter um caso com o caos e ser amante do pânico.
— Jura? Você dá pra aquela coisa feia, pelo papo? — a provoca voltando a sua leitura, e ela bate na mesa.
— Nem vem me julgar, sei bem com quem tu trepa seu...
— Mojo Jojo foi liberto com seu ato idiota. O que acha que ele está fazendo? Só vivendo em paz em um canto? Duvido muito que qualquer um que saiu dali planeja ter uma "vida aborrecida" longe de problemas. — murmura cortando o rompante furioso da prima. — O que acha que irá acontecer? Niflheim não será fechada apenas pelos danos que recebeu, e os prisioneiros libertados, logo estarão fazendo algo. Fico pensando no "Onze"... ele é interessante e principalmente com quem ele se relaciona hoje em dia.
— Está falando sobre aquele garoto com aquele dispositivo estranho? O transmorfo? Ou é metamorfo? — ela murmura pensativa e curiosa tentando se lembrar de quem exatamente o primo se referia. — Fique longe dele... de todos eles! — alerta preocupada com a burrice seletiva do primo em se meter em furadas.
— Eu sei, não quero ficar próximo aos planos dela. Não sei se foi coincidência ou... se ela usou o Mala-mala-jong como uma desculpa. Viu como ela tratou o assunto não?
— Ela nunca se importou com as pessoas, sempre julgou todos com esse menosprezo Jack. Só deixou de fingir ter alguma empatia. — murmura ao olhar novamente o celular, vendo que suas mensagens ainda eram ignoradas pelo rapaz, mas que suas novas amigas respondiam normalmente. Será que havia acontecido algo com ele?
— Isso que me preocupa... — Jack pontua voltando a tomar a atenção da loura. — Significa que ela não esta mais precisando fingir.
oOoOoOo
Omi retorna a sala dos pergaminhos, aproveitando que Clay vigiava os treinos de Raimundo com Dojo para ser um bom líder, estando compenetrado nos ensinamentos e dogmas passados pelo dragão.
O antigo templo possuía áreas lacradas e este esperava encontrar pergaminhos ainda mais antigos e que não haviam sido destruídos ou alterados, mas tudo ali estava virando pó.
Frustrado deixou o templo antigo bufando sem ideias do que fazer, mais uma vez se lembrando dos caminhos que o líder havia o ensinado com atos e não com palavras: se a resposta não estava ali; deveria estar do outro lado.
Olhou o céu sem ventos, e pegou um dos itens de transporte do cofre voando até o esconderijo de Jack ouvindo na surdina um pouco da conversa que este tinha com sua prima; percebendo o medo que o ruivo e a loura estavam da bruxa.
Tinha uma noção boa da personalidade do ruivo, que tinha tanto apreço pelas tecnologias que chegava a ser desatento as coisas.
Passou desapercebido invadindo um quarto esquecido e amontoado de tralhas e pó, em busca de algo antigo que o pudesse dar as respostas que buscava; mesmo sabendo que não havia motivos para este escrever algo em papel ou como a bruxa o fazer.
Entretanto algo ali o surpreendeu muito.
As coisas de Hannibal Roy Bean estavam ali escondidas e esquecidas. Sendo guardadas pelo imenso ciclope vermelho que parecia em um estado de guarda, um sono mágico estranho; que o treinado monge esquiva facilmente.
Olhando a letra estranha e disforme da criatura monstruosa e amorfa, o jovem monge se sente impactado. Pegando tudo que via ali e fugindo de volta para o tempo onde chama Kimiko que ainda lidava com seus demônios ao mediar em uma cachoeira.
— Kimiko! Olha isso! — grita chamando a atenção e a jovem abre os olhos pulando até a margem sem se secar com suas chamas como costumava fazer, e Omi percebe tal detalhe sem dizer nada. — Aqui está um desenho bem claro deste grande guerreiro. Olha só! — aponta ao mostrar os pergaminhos no chão de grama mesmo.
Na pintura quase rupestre em um estilo Ukiyo-e marcante se via a figura de um homem alto trajando um dogi branco e longo como um manto, com os cabelos soltos brandindo uma brilhante espada, em meio a algo que só podia ser a representação do puro mal, uma criatura grotesca e maligna que faz os pelos do corpo de ambos se arrepiarem ao perceber seu rosto esverdeado em meio às trevas de seu corpo com chamas sobre seus olhos e uma bocarra com presas imensas como um ôni.
— O que é essa coisa? — Kimiko diz arrepiada de medo se afastando do pergaminho, entendendo o por que teriam escondido tal imagem. Sentia como se a coisa na foto podia ter conhecimento deles ao ser vista na imagem. E os olhasse através dela. — Joga isso fora! — grita por intuito e o menor faz que não apontando para uma nota de rodapé de forma séria.
— Hannibal Roy Bean crê que veio de um fragmento desta coisa. — afirma sério ao ler o que havia escrito ali, sabendo ler perfeitamente kanjis antigos como aqueles. — Ele estava buscando pelos demais pedaços. Ele teme ser obrigado a voltar a se unir ao total e deixar de existir ou ser destruído por completo. Então...
— Tem mais destas coisas? Esse é algum tipo de deus que originou o mal? Esse seria o tal super guerreiro do passado que... — diz ao olhar a gravura um pouco admirada por alguém lutar contra algo tão terrível totalmente sozinho. — Acha que Wuya quer juntar essa coisa? — diz arrepiada de medo da ideia, sentindo seu corpo gelar.
Omi por sua vez sente um arrepio ruim percorrer seu corpo, como se algo entre os galhos os olhassem ao citar essas ideias.
— Vamos... conversar no templo Kimiko? — comenta ao olhar por sobre os ombros quase vendo olhos entre a escuridão da floresta que estava clara até poucos segundos.
A garota engole seco e faz que sim e ambos realmente correm para dentro das paredes de pedra como crianças assustadas com o bicho papão, se entre olhando sem fôlego pela corrida.
Do que fugiram não sabiam, mas seus corpos estavam agitados, desejando fechar todas as entradas e se esconder ali.
— O que é isso? Por que trouxe isso...? — a jovem diz chorosa ao se recostar na parede abraçando as pernas. Nunca se sentiu tão assustada e não sabia nem dizer o por que se sentia assim.
Mas Omi não estava com a mesma ruptura que afligia a alma da guerreira das chamas, voltando a desenrolar o pergaminho buscando por mais alguma resposta útil.
Nas anotações do ser amorfo, estava a ideia de que o guerreiro foi contaminado no combate, mas era uma tradução dificultosa e que podia ter mais de um significado. Não encontrando com clareza o resultado exato do combate pelo estado do pergaminho que deixava a tinta usada levemente manchada em alguns locais, não sabendo ser algo proposital ou pelo descuido de Jack.
— Sim. É isso que Wuya deseja... — ela murmura ao se levantar e ter a atenção do garoto. — Eu não entendo o por que ela deseja que essa coisa volte. Mas nunca entendemos nada dela, apenas combatemos porque sim e fim. Nunca soubemos nada de seus motivos ou de onde veio.
— Isso complica mesmo... como combater algo que não se tem nenhuma informação além de: ele é o inimigo. Pega.
— De fato... Estou me sentindo idiota por nunca ter questionado nada antes. Mas mesmo assim não podemos negar que Wuya é um problema real, mesmo sem saber nada isso é óbvio não tem como passar pano. Mas... justamente por isso estamos ignorando um mar de informações.
— Falou tudo. — o jovem murmura pensativo voltando a analisar o extenso pergaminho. — A tal filha da Wuya... onde ela está? Será que ela tem alguma resposta?
— Não duvido que a garota não saiba de nada. Mas deixa eu tentar ter um papo de mulher pra mulher com ela. — sorri ao se virar indo até seu quarto para trocar o dogi e por alguma roupa da moda olhando entre seu vasto guarda roupa algo que pudesse cativar o olhar da jovem bruxinha maligna.
Omi então deixa o assunto sobre as mãos capazes da xiaolin das chamas, indo se encontrar com Clay que estava de vigia sobre os treinos de Raimundo.
— Como estão as coisas? — questiona sério e ainda trêmulo sentindo ser observado por algo entre as árvores, e Clay parece perceber olhando na direção que o jovem observou por um breve relance instintivo.
— O que viu? — pergunta direto como se fosse capaz de sentir algo, demonstrando não ser um simples medo ilógico de seu inconsciente.
— Uma sensação estranha preenche meus ossos. — responde sério ao observar Raimundo que conversava sério com Dojo. — E ele?
— Cada vez mais estranho. Está ouvindo tudo obediente, mal questiona. Bufa mas não responde. Parece aceitar essa ideia de se "comportar de forma digna". Isso não me entra. Ele não tem de mudar nada, quem enfiou isso na cabeça dele?
— Infelizmente ele mesmo caro amigo. — responde convicto, logo o guinado a um canto afastado e o revelando o que havia descoberto e conversado com Kimiko, assim como a auto missão que a mesma se impôs em encontrar e conversar com a suposta filha de Wuya.
— Encantriz? — murmurou pensativo sobre o codinome da menina, pensando se já havia ouvido tal pseudônimo em algum lugar; lembrando de sua irmã caçula ter comentado sobre tal nome algumas vezes.
— Vamos comer? — a voz simpática do dragão os faz dar um pulinho no lugar. Estando distraídos demais em seu assunto para o perceber se aproximar. Logo vendo o rosto de Raimundo curioso com tal conversa no canto.
— Está tudo bem? — pergunta sério e Clay faz que sim com a cabeça. Não entendendo por que esconderia o assunto do líder muda de ideia e resolve dizer a verdade.
— Estamos descobrindo os planos de Wuya, parece ter haver com o guerreiro do passado. Na verdade, com a criatura que ele combateu, parece que ela deseja o unir novamente.
— Opa, opa. Do que estão falando meninos? — o dragão não consegue se conter já indo interromper a conversa perigosa.
— Estão falando de Aku? — mas o próprio Raimundo usa o nome proibido fazendo o dragão se eriçar por inteiro.
— Vamos parar com esse assunto por favor. — o dragão súplica ao olhar para as árvores densas e assim os demais seguem seu olhar. — Tem coisa que não atrai coisa boa.
— Devo concordar. Minha avozinha diz a mesma coisa. — Clay pontua ao caminhar de costas em receio dos ventos gelados que a floresta emanava, a fim de adentrar as paredes do templo como uma criança que se esconde atrás das mantas para se proteger do bicho papão.
— Certo. Vamos entrar. — Omi diz conciso a fim de continuar o assunto do lado de dentro, mas logo percebe o olhar do líder para o fundo da floresta como se o mesmo estivesse sendo chamado por algo que havia ali. — Raimundo-do?
Entretanto o moreno ignora a voz do mais novo, seus olhos de jade se mantinham presos ao que for que o cativava em meio a escuridão, e com isso Clay percebe o puxando pelos ombros o forçando a se virar para ele.
— Que isso. Bora pra dentro já. — impõe como um pai zeloso e Raimundo apenas balança a cabeça voltando a si, não conseguindo ter noção do que estava pensando quando olhava naquela direção, sentindo sua mente totalmente nublada.
E percebendo a tontura do amigo, os dois não comentam nada apenas se entre olha, o guiando para dentro o ajudando a se sentar.
— O que está havendo comigo? — questiona ao levar as mãos ao rosto, e Dojo novamente se preocupa com tais questionamentos, pensando como iria contornar novamente o ato.
— Vocês tão mexendo com coisas perigosas, e o Fung não tá aqui pra explicar e os guiar. Precisam tomar cuidado e ficar longe destas coisas! — alega ao subir nos ombros do mais alto para ser ouvido.
— Eu sei. Desculpe Dojo. — Omi se põe com o som submisso pensando que sua atitude descabeçada poderia ter trazido um perigo a sua porta.
— Tá tudo bem carinha. — murmura ao afagar a cabeça não mais tão careca de Omi, sem notar tal diferença; por ainda estar desnorteado. — Só tive uma briza forte. Está ficando tarde. Ou melhor cedo. Vamos nos recolher ok? — completa ao seguir pelo corredor não se sentindo muito bem, enquanto Clay e Omi se entreolham preocupados; Dojo salta para o ombro do líder o acompanhando.
— Faz bem. Descansar vai por sua cabeça no lugar. Está muito estressado esses dias.
— Dojo. O que tinha da floresta? — pergunta direto de forma a poder ser ouvido pelos dois que também iam em direção a seus quartos.
— Não seja ingênuo. Sabe que não tinha nada ali, ao mesmo tempo que... estavam atraindo algo ruim. E foi isso que sentiam. Não estava ali ainda, mas podia vir.
— Entendo. — Omi diz ao desejar participar da conversa, caminhando até o banheiro construído ali e reformado pelo grupo. — Realmente a energias e palavras que podem atrair coisas negativas poderosas. — murmurou pensativo, lembrando no nome citado pelo líder e como ele foi o mais afetado por aquela sensação assombrosa.
— Exatamente meu caro Omi, por isso que Fung sempre disse para não mexer com certas coisas. Pense nos filmes de terror que Kimiko tanto gosta: tudo ficaria bem se não, entrassem no lugar que não podiam, se não mexerem em nada errado. Sempre tem uma lição nestas coisas. É verdade. O mal está ali, não cutuca que não vem pra cima, ele precisa ser ignorado por que se não...
— Eu entendo o recado Dojo. — Raimundo o interrompe entrando em seu quarto já se jogando na cama, sem vontade alguma ou forças para tomar um banho, mesmo que seus costumes por ser brasileiro tenha feito os demais também adquirirem tal mania.
Deitou ali olhando o teto sentindo sua mente vazia e confusa.
Não conseguia lembrar o que estava olhando, o que estava pensando. Como isso era possível?
Não era a primeira vez que se sentia assim, achava ser por conta do choque que passou, depois pelo estresse da recuperação. Mas aquela sensação estranha não passava por nada. A sensação de que havia algo errado, de que estava se esquecendo de algo importante.
Se sentia acuado e assustado dentro de seu quarto, no templo que via como lar.
Não fazia sentido, nada que sentia.
Se sentou na cama sentindo suado, estranhando, não sabendo contra o que seu corpo lutava com tanto vigor, como se estivesse doente passando por uma febre terrível, mostrando como seu corpo lutava contra um invasor invisível, um vírus.
Tentou se levantar e se sentiu tonto logo sendo amparado pelo dragão que permanecia a seu lado com um olhar de ternura e preocupação com o jovem.
— Estou preocupado com você. — diz ao o ajudar a se sentar na cama novamente.
Mas o jovem mal consegue responder, ao abrir a boca sua voz trava.
Não era isso que desejava dizer.
O que desejava dizer a Dojo?
— Por que? — perguntou por fim.
Ainda fazendo força para se lembrar o que olhava na floresta.
— Por que, o que meu caro Raimundo? — ele questiona ao lhe entregar um copo d'água, se fingindo de confuso, sentindo que o jovem voltava ao questionar seus motivos.
— Eu... não sei. Só... por que? Isso tá martelando na minha mente. Por que Dojo?
— Descansa meu jovem. — diz ao o fazer se deitar, e este apaga sem fazer muito esforço.
Seu corpo estava exausto, e Dojo percebia isso.
A natureza do xiaolin digladiavam contra o feitiço de controle de forma natural.
Precisava fazer algo para dominá-lo perpetuamente.
>=~^~ ºº~^~=<
Tudo que ocorreu me fez refletir.
Todos eles estavam cumprindo seu papel como criaturas vivas em prolongar a raça ao seguir seus instintos de reprodução. Mesmo que Clay não tivesse como de forma biológica, sempre há uma forma.
— E Você Dojo?
Esta maldita pergunta martela em minha mente.
A forma natural que o novo líder xiaolin é provocativo ao caos me parece um grande problema pois chega a me afetar.
Me faz cogitar buscar um parceiro para a vida assim como eles. Mas minha vida se resume a um trabalho árduo e sem descanso de proteção e vigia.
Não tenho tempo nem cabeça.
Ele não pode me plantar tal ideia insana.
O pior de tudo... é que Wuya esta de olho, sabemos que esta usando disto para nos manipular justamente por desejarmos algo a mais; esta nos tentando com o pecado literalmente. Bruxa maldita.
Nunca irei cair, jamais vou fraquejar.
(Dojo x ???)
(Bem retomando um pouco a mensagem da obra em si, é focada em você não se isolar em sua bolha e ir atrás de conhecimento da realidade ao seu redor, pois está bem ali ao lado; ver um pouco da opinião do outro sobre o assunto é não ser mente fechada sobre nada nesta vida. Sempre refletir e não tomar algo como pura verdade apenas porque alguém de confiança falou. è importante você ter a sua opinião sim e avaliar os fatos de tudo. NÃO digo isso para política ou religião, mas para qq assunto na sua vida. Não sei se ficou claro, mas esse guerreiro citado é o samurai Jack e o grande mal do passado e as citações se refere a Aku. \o)
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