Quando Lúcia Helena nasceu, a sua família a recebeu com muito Amor e carinho. Ela sempre foi uma menina simpática e alegre. Gostava de suas bonecas e costumava fazer os seus vestidinhos imaginários nos papeis sulfite e riscado com os gizes de cera coloridos.

À medida que os anos foram passando, Lúcia ficou fascinada com aqueles bonecos ligados com fios, os Títeres. Que muitos dizem erroneamente que são marionetes. Quanto mais crescia, Lúcia Helena Becker aprendia o seu ofício da costura e suas bonecas mágicas ligados em seus dedos.

No colégio, que culminou a sua fama de grande rainha do Teatro de Bonecos. Muitos diziam que ela os manipulava, sem fios! Era um truque, segundo ela, mas que não revelava a ninguém.

Isso chamou atenção de outras pessoas que a estudaram e levaram a menina para um centro de talentos especiais. E lá foi descoberto o seu talento de super-ser.

Lúcia Helena "humana" mudava para a Títere.

Ela foi treinada pelo o seu professor e futuro namorado, Dionizio Vitorello. Um sujeito atraente e canalha que a dominou como ela mesma fazia com os seus bonecos de madeira e papel mache.

Os seus poderes constituía de fios. Teias de energia que entram nas redes nervosas humanas e os controlava. Independente da vontade consciente do dominado. Só isso poderia ser suficiente para ser poderosa o bastante entre os seus pares.

Todavia, Lúcia Helena é uma mulher inteligente e gostava de desenvolver ainda mais os seus talentos como os bonecos que fazia com perfeição. Tanto que descobriu que os seus fios de energia poderiam moldar uma "massa" que ela batizou de "ectoplasma" que é similar aos corpos orgânicos.

A super-ser começou com pequenos insetos, depois animais de pequeno porte e maior. Até culminar num ser humano adulto. O que ela faz causou surpresa até mesmo aos seus colegas.

Prender a atenção da plateia era o que ela mais gostava...

Depois de se entregar de corpo e alma ao seu namorado, Lúcia Helena descobriu que podia reproduzir os poderes daqueles que tivesse relações sexuais, somente em seus "bonecos ectoplásmicos". Dionizio Vitorello tinha o poder dos quarto elementos. O boneco dele tinha uma versão menor disso, porém significativa.

Então Lúcia Helena começou a usar os seus bonecos que ela chama de "súcubos" para seduzir outros super-seres para adquirir os seus poderes. Títere conseguiu uma coleção considerável de poderes usando este tipo de recurso. Não importando se são Homens ou Mulheres. Em suas analises, pegando espermatozoides ou óvulos de suas vítimas, a combinação das mesmas poderia gerar poderes similares ao original.

Enquanto descobria ainda mais sobre os seus poderes, Lúcia Helena formou um trio de caçadores de Super-Seres renegados da ONALC. (Uma Organização especializada em produzir e capturar Super-seres no mundo). Este trio é formado por seu professor Dionizio Vitorello e Félix Gamões. Um italiano e um português respectivamente. Enquanto o seu amante controlava os quatro elementos, Fogo, Água, Terra e Ar. Félix é o mais poderoso telepata do mundo.

Óbvio que qualquer tentativa de tentar seduzir o português foi completamente falha. Mesmo assim, Lucia Helena não desistiu de estar ao lado dos seus aliados e colaborar com aqueles que a reconheceram como o grande talento que é.

A Mestra do Picadeiro...

Infelizmente, houve uma gravidez indesejada e o seu "príncipe" não era o nobre que imaginava. Houve o rompimento do namoro por causa de uma traição e o nascimento de um feto malformado e morto.

Isso faz a nossa protagonista uma mulher amarga e cruel.

Houve a sua saída da ONALC, mas isso para o grande público. Porque Lúcia Helena se tornou uma agente externa. Uma mulher solitária que comprou um apartamento para não ter o trabalho de ouvir cobranças de alugueis ou justificativas dos seus vizinhos que ela despreza.

Na verdade, Lúcia Helena tem uma verdadeira ojeriza à espécie Humana.

Para ela, os Seres Humanos são piores que baratas. Não servem para nada. Nem para lhe dar poder ou alguma habilidade interessante serve. Por causa disso, a mulher se sujeita a receber ordens daqueles que a contratam.

A maioria dos seus "clientes" são a ONALC, a Piston e a Sociedade Secreta chamada "Estação do Inferno". Na maioria das vezes, é para capturar super-seres ou para matar algum desafeto dessas organizações.

Como Lúcia Helena não está nem aí para qualquer coisa ou éticas filosóficas de qualquer vertente ou postura ideológica, ela executa as suas missões com primazia.

Tanto quando ela foi para Petrópolis para "matar" o menino gênio a qual foi contratada para vigiar. A mulher ficou surpresa. Afinal, Rodrigo Mendes não é humano e a "Estação do Inferno" não costuma fazer isso com "visitantes" alienígenas que resolvem "passar" em nosso planeta.

Mais tarde ela descobriu que tudo seria uma encenação para cobrir uma fuga de um agente da Estação do Inferno. O seu ataque coordenado e perfeito. Foi elogiado até mesmo por seus colegas. Afinal, Lúcia Helena inventou "As Fúrias" para desviar a atenção a ela. Tecnicamente, não seria ela a assassina. Mais um dos seus "bonecos" que havia "pego emprestado" alguns poderes.

No momento coordenado com outros colegas, a "assassina" envolveu a "pobre" Olga Gosdevantirmir com uma casca de pedra e outro colega teletransportou a garota para outro extremo do país. Mais precisamente, na sede da Piston em Pernambuco. Depois Lúcia Helena cobriu o interior vazio com resina com aparência e textura similar a pedra. E destruiu estátua.

O efeito foi o que a clientela viu...

Foi um espetáculo.

Depois, o mesmo colega a teletransportou para o mesmo local.

Logo, a "assassina" e sua "vítima" resolveram trocar algumas palavras...

— Posso me sentar? — pergunta a super-ser apontando para uma cadeira vaga ao lado de Olga.

Um aceno positivo e a finlandesa continua a beber o seu líquido energético.

— O garoto gostava de você, por que fez isso? — pergunta a mulher de cabelos loiros cortados na altura dos ombros.

— Faz parte do plano. — responde em português.

Lúcia Helena faz um bico.

— Vocês, alienígenas, são estranhos...

— É Rito de Passagem de nosso Povo. Vocês, híbridos, jamais entenderiam. — justifica a garota olhando-a com certo desprezo.

Lúcia Helena conhece muito bem aquele olhar.

— Incesto, Rito de Passagem, Manipulação Genética... Engraçado, viver num mundo que todos são lagartas e nunca serão borboletas. Além de ter algumas lagartas que voam... Impressionante.

O olhar da Olga mostra algo assustador.

— Posso arrancar as suas asas, se quiser... Você mesma viu como é.

Lúcia Helena se treme toda.

— Perdão, Senhora... — concorda submissa.

— Dentro de alguns dias, vou buscar o meu "corpo" acompanhado dos meus "pais". Quero que continue a vigiar o Rodrigo para mim. Só espero que aquela vadia da Lady Lira não resolva seduzir o meu consorte. Não aguento mais ficar fingindo ser uma humana nesta sociedade de selvagens! — cospe as palavras a Olga Gosdevantirmir.

"Coitado do Rodrigo... Que esposa essa aí será..." Pensa a super-ser.

Como tivesse lendo a sua Mente, ou melhor, poderia ter lido a sua Mente, Olga retruca:

— Eu que não vou lavar as cuecas dele... Eu só quero os filhos dele. Isso que faz parte de ambas as culturas, Títere. Afinal, nem para isso você teve competência para fazê-lo, não é? — alfineta a finlandesa.

Foi como um buraco abrisse aos seus pés.

— Sei que gosta de Teatro de Bonecos, continue a sua representação, garota. — E bate no ombro da super-ser. — Talvez consiga algum macho que a queira. — Só aí que Olga se levanta e sai do local.

Lúcia Helena ainda fica sentada e reclama:

— Vaca... — pragueja.

Fim do Capítulo Um.