Silêncio Tenebroso
Me recompus da minha cara de surpresa e dei espaço para o garoto entrar carregando duas caixas.
- Deixe na sala mesmo querido – minha mãe grita da cozinha.
- Faltam só mais umas dez – ele murmura visivelmente irritado pelo seu castigo.
Eu o ajudo com as caixas e não trocamos uma palavra durante o processo. Ao empilhar a última me apresso em ir para o meu quarto, mas minha mãe novamente me chama.
- Ásia...
- Cecília mãe, quantas vezes terei que pedir? – cruzo os braços.
- Já falei que não adianta. Agora seja uma menina educada e faça companhia ao Jimin.
Arregalei os olhos.
- Mas mãe, ele não precisa de babá – falei em português.
- Ásia, não me faz passar vergonha. Ele é um garoto, não vai te matar fazer novas amizades.
- Mãe, eu já o conheço.
- Então não sei do que está reclamando. Ele é uma gracinha – piscou.
- Mãããe.... !! – exclamo e solto os braços.
Minha mãe já estava conversando animadamente com a senhora Park. Não tinha jeito. Virei para Park Jimin, que já estava sentado no sofá.
- Hm, você quer comer alguma coisa?
- Não, obrigado Ásia – ele ri, eu fico com raiva. – Que nome estranho.
- Nós estudamos na mesma escola desde a primeira série. Só agora que você notou?
- Eu conheço seu rosto, nunca soube seu nome.
- Ninguém me chama assim na escola. Me chamam de Cecília.
Ele não diz nada e eu faço menção de ir para o meu quarto, mas minha mãe trás chá e biscoitos. Me sento na outra extremidade do sofá e me dou conta do quão curto meu short estava, mesmo Park Jimin não dando a mínima eu ainda me sentia desconfortável. Ficamos num silencio, que era tenebroso até mesmo para mim, durante a uma hora em que a senhora Park e minha mãe organizavam as coisas. As únicas palavras que trocamos foi: "você não precisa me fazer sala" ao que eu respondi "minha mãe está de olho". Quando a senhora Park o chamou para ir embora, nós dois suspiramos aliviados.
Nos despedimos na porta e eu subi correndo para o quarto. Meu bolo me esperava.
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